sexta-feira, 30 de março de 2012

Plebe Rude


Nos anos oitenta eu gostava de punk rock, do som das bandas de Brasília e de bondage.
Curtia o cinema e grudei os olhos na tela quando assisti a História Oficial, mas foi quando conheci a Márcia do Itaim que a cada desembarque no Rio trazia na mala histórias que eu amava duvidar que consenti falar de fantasias sem pudores e receios.
Ela tinha muitas. Carregava um rótulo de ex-combatente, fazia questão de afirmar que a vida horizontal fora deixada de lado na terra da garoa e as visitas que freqüentemente fazia ao Rio tinha por único objetivo encontrar as amigas e uma prima que morava aqui.
Dava pra acreditar. Ela era habitue das noites de sextas e sábados numa discoteca onde eu colocava as pessoas para dançar e os horários seriam conflitantes com a profissão que ela havia abandonado. Como também acreditava em partes nas histórias que ela contava de suas aventuras com os “ex-clientes” em tempos idos.
Fetiche era coisa pra pouca gente no hemisfério sul e a geração academia e corpo sarado que surgia estava mais preocupada em malhar do que ser feliz. E as fantasias da Márcia do Itaim chocavam pela lógica aos que jamais se deram conta de que fetichistas existiam por aqui, ainda que escondidos em ternos e gravatas e atrás de mesas de empresas multinacionais.
Era preciso ter grana no bolso e pagar pela fantasia.
Quem dava a cara por aqui sofria horrores e quase uma perseguição social. Quem vem de longe conhece essas histórias e tem noção da saga de quem ficou na vitrine.
E havia duas coisas que me faziam ter um fascínio pela Márcia: ousadia pra falar de tabus de forma aberta e direta e o fato de não ter vergonha de sua própria história recente. Menina de postura!
Certo dia ela levou a tal prima e duas amigas com ela ao Pub. Alguns amigos travaram quando deram de cara com aquela Deusa Loira e suas amigas interessantes e na hora se juntaram na roda. Mas engana-se quem pensa que a Márcia travou ou mudou o comportamento. Contou sua história com um cidadão de classe alta que gostava de ser algemado e levar umas boas coças com vara de marmelo. A galera surtou, inclusive as pessoas que estavam com ela.
E não houve o famoso passo atrás e sequer a moça ruborizou as bochechas.
Contou o enredo em detalhes e deixou claro que levava uma grana pra realizar as fantasias do moço consorte. Claro que deixava explícito que aquilo era parte de um passado não muito distante, porém não descartava a possibilidade de viver todas aquelas coisas numa relação sem fins comerciais.
Num dado momento meus amigos imaginaram que estaríamos vivendo algo como o sujeito de bunda pra cima levando varada na bunda, afinal, estávamos tendo um caso ainda no começo, mas algo a olhos vistos. Não fiz questão de desmentir ou confirmar, apenas estabeleci as diferenças do que era prazer e do que nem passava pela minha cabeça, entretanto assumindo que fantasias eram coisas que me agradavam muito.
Acredito que esse pequeno romance com a Márcia e esse papo animado antes da noite começar tenha sido meu primeiro ensaio público com o fetiche. Na verdade, ninguém me perguntou nada a respeito depois, talvez por pensarem que o interesse pela loira fosse tanto que jamais a contestaria em público, mas posso garantir que entre nós algumas fantasias fizeram bastante sentido até ela não dar mais o ar de sua graça em terras cariocas.

Interessante é que algum tempo depois alguns parceiros chegaram a pensar em apedrejar a Márcia e suas atitudes, passadas e recentes. Era o reflexo da plebe rude e ignorante que pela pouca informação prefere a crítica sem nexo a analise dos gostos distintos dos seus.
Lembrei dessa história porque alguém hoje me falou em coragem, em fantasias e escutei uma música que pra mim sempre fez uma grande diferença.
Deixo pra vocês um clipe e uma homenagem a essa mulher corajosa e cheia de decência que infelizmente nunca mais vi.
Um excelente final de semana a todos!


quinta-feira, 29 de março de 2012

Mudança de Estilo


Com as chuvas chegando se despede o verão.
E essa mudança de estação promove uma troca de estilos que tanto anima a galera que se assume fetichista. Digo se assume porque muitos não se proclamam, ou melhor, se julgam apenas simpatizantes.
Mas se há algo em comum em quase toda a nação fetichista são as roupas. As femininas são as que ficam em evidência, porém, não se pode esquecer as preferências da mulherada. Comecemos por nós, os marmanjos.
Com os termômetros acusando quedas iminentes numa zona tropical os vestidinhos e as sandálias voltam ao armário. Para desespero de alguns podólatras as moças passam a esconder os pés, entretanto, em beneficio de outros que preferem as moças de botas ou saltos fechados. Meias de seda e apego ao couro também têm lugar garantido no visual das madames.
Então, é hora de passar a pirar por outras fantasias que incluam esse visual.
Na moral, adequar a fantasia ao estilo é uma obrigação. Tá certo que o nosso verão é longo e desperta interesses particulares, mas basta virar a chave e passar a curtir novos ares.
Faz pouco tempo que escrevi aqui sobre a fantasia de uma amiga que tentava convencer o namorado a colocar um terno e gravata e ser descascado por ela, literalmente. A desculpa do sujeito estava pautada no calor, mas quem sabe agora ela logra o resultado? Lógico que esse é um caso à parte, pois trata-se de convencer a alguém a comungar do mesmo desejo, porém, com a troca de estação o argumento parece mais consistente.
A bem da verdade há que separar as coisas. Existem eventos fetichistas de verão, e neste caso o famoso dress code praticamente obriga as pessoas a optarem por trajes mais fechados, enquanto o teor da matéria faz menção à vestimenta do dia a dia.
Os sites comerciais usam a mudança de estação como pano de fundo de suas produções. As cenas de biquíni bondage dão lugar a terninhos femininos e o público consumidor encara na boa e segue fiel. Porque vale ressaltar que em se tratando de fetichismo a maneira de se vestir responde por um coeficiente significativo numa escala proporcional.
O fetichismo se analisado ao pé da letra se divide entre sexo e objetos. Há praticantes que não se satisfazem em suas fantasias se não houver objetos de coadjuvantes. Uns mais e outros menos, porém tem sempre um fetichista tirando uma casquinha de acessórios.
Portanto, está na hora de ficar de olhos no que falam os estilistas e fazer a sua própria versão.
As moças são especialistas em sacar tendências e criar seu visual. Buscam a harmonia entre a moda que caminha pelas ruas e combinam com seus desejos pra estarem cem por cento em suas próximas investidas.

E se nós somos os caçadores de emoções e as colhemos nas vestimentas que as mulheres apresentam como ponto de sedução, também devemos caprichar nos detalhes pra fazer a festa de quem se dedica a nos encantar através do visual. Porque as damas têm seus desejos e sonhos preservados e por mais que os mantenham em segredo, cabe a nós a tarefa de despertar o tesão nas meninas.
No entanto, a moda fetichista que anda por aí em revistas e sites especializados é extravagante demais perto do que nos interessa. Não imaginem que pessoas saem pelas ruas com os

trajes sugeridos por essa turma que se debruça na prancheta e bola coisas esquisitas.
A onda é trazer o que faz sucesso nas ruas pra nossas cenas.
O resto é sombras de imaginação...

quarta-feira, 28 de março de 2012

O Sucesso dos Clássicos


Muitos dizem que a força da tecnologia suprimiu talentos ao longo dos anos.
Quem defende essa tese se baseia totalmente em fatos e datas. Fetichistas novos sem muita experiência em conhecer o histórico do que se produziu e, por conseqüência se produz, talvez não atentem para pequenos detalhes que dão significado a essa crucial diferença.
As produções fetichistas sempre andaram ao lado do que a pornografia criou. Quem sabe por pertencerem a segmentos vistos por uma ótica subalterna, porém, geraram conceitos bem parecidos.
O que hoje a crítica reclama em termos pornográficos é a insistência da indústria com os chamados filmes gonzos, o que nada mais é do que o cidadão que sai com uma idéia na cabeça e uma câmera na mão, e acaba criando algo onde não há a participação de terceiros. As produções soam sem lógica e aos poucos foram se afastando do que o cinema, mesmo privado, colocou para ser apreciado.
Do nada, alguém aparece comendo alguém e está estabelecido o contexto. Talvez os “experts” achem essa uma boa saída, entretanto as produções pornográficas agonizam em berço esplêndido e não vendem mais por conta da imbecilidade coletiva.
Ao largo desse passo o fetiche sobreviveu de migalhas. Correndo por fora, alguns produtores traziam na veia as realizações independentes que os diretores despejaram fora do “mainstream” e partiram pra briga no final dos anos oitenta e começo dos noventa, criando os que hoje são chamados de Clássicos Fetichistas. Ora, quem assistiu “Expensive Taste” conhece essa lógica. Nele o diretor ousou juntar as duas pontas, algo como o Kink tenta realizar nos dias de hoje, porém com uma ótica fetichista/pornô bem gonzo.
Os clássicos se caracterizavam por ter começo, meio e fim e por trazer sentido ao fato de mulheres aparecerem seqüestradas levando ao delírio a galera que chegava a pagar uma grana para ter acesso a uma cabine de sexshop lá fora só pela chance de ver um filme desses.
Essas produções resistiram enquanto foi possível. Com o avanço da tecnologia após o aparecimento da Internet elas foram perdendo seu espaço. A novidade era suprimir o enredo e encurtar o tempo, possibilitando ao assinante ter o filme em seu PC sem esperar pela entrega de correio.
Todos acudiram a essa nova onda e os clássicos entraram em desuso.
Com isso, a idéia que vinha dos mestres da pornografia lotada de lógica dos anos setenta e refletida nos que copiaram essa linha no fetichismo dos anos oitenta, desapareceu.
A temática da virada do milênio era exibir a mulher amarrada sem razão. Ela aparecia em situação de perigo ou em martírio que atendesse aos sadomasoquistas, sem um critério aparente. Bastava a cena nua e qualquer noção de continuidade possível era suplantada pela intenção de agradar ao público que chegava ávido por descobrir as artimanhas de ver um clipe de baixa qualidade técnica, porém de fácil acesso.
Passados alguns anos a idéia de trazer os clássicos de volta começa a ganhar adeptos. Apesar de ir de encontro ao que os gênios da pornografia e do fetichismo proclamam como correto, já existem movimentos em fóruns de discussão querendo as tramas de volta.

O recente sucesso visível de filmes longas com temática bondagista como “Nove Musas” e “The Resort” acende a discussão e fomenta o debate. Se para os engravatados da terra do Tio Sam a venda de produtos para serem degustados em Tablet’s e Smartphone’s é a grande sacada, existem órfãos de produções arejadas que estão se lixando pra esse tipo de conceito.
Não me venham dizer que o kink apresenta uma pornografia fetichista de primeira porque é balela. Eles encenam e vendem sadomaso sem sentido com putaria no meio. A discussão não passa pelo tempo de duração das produções e sim pelo conteúdo, pela simples razão da história existir.
Entre Abril e Maio o novo longa metragem do Bound Brazil entra em fase de produção.
Se apostei nesse formato em 2010 e deu certo, a esperança é que novos consumistas possam aderir ao clube dos que amam os clássicos.
Porque os antigos estão esfregando as mãos!

terça-feira, 27 de março de 2012

A Verdade


Produzir um filminho de bondage não é tão fácil quanto possa parecer.
A galera imagina um deleite (não deixa de ser, é claro), entretanto, quando vem o final nem sempre acontece aquele êxtase suposto pela grande maioria. Em pensar que apenas as meninas passam maus bocados quando a luz se apaga e se declara o vídeo encerrado, seria injusto com quem trabalha para o prazer alheio.
É fotógrafa rastejando pelo chão em busca de um ângulo perfeito, cinegrafista esbarrando aqui e ali pra passar a imagem da moça em apuros, enfim, e quem dirige vive o momento mais complicado na hora de libertar a modelo aprisionada. Dá pra dizer até que se sofre o diabo com isso...
Porém, tudo isso que os bastidores registram fica esquecido e restrito a quem estava no set de gravação. Mas desta vez, a Lucia resolveu registrar um pedaço de agonia mútua após uma filmagem em que foi empregado o uso de fita adesiva para atar a modelo.
E olha que estou falando de uma pessoa experiente, sedutora e malabarista: a Terps.
Dona de um fã clube de fazer inveja tanto aqui como lá fora, essa menina maravilhosa além de passar horrores pra retirar as amarras de fita adesiva, resolveu maltratar esse escriba aqui que acabara de produzir cenas fantásticas com essa intrépida garota fetichista.
E rolou de tudo brother.
Tapas, beliscões, arranhões e muitas ameaças. Até um salto alto foi utilizado pra amedrontar esse humilde fetichista que vos escreve. Por conseqüência, fica evidente que quem bola a cena sempre leva a pior.
Alguns desses momentos são hilários, tendo sempre em conta que o choro e a tremedeira da moça foram à pura expressão da realidade porque aconteceu tipo “behind the scenes”, ou seja, nem eu mesmo tinha consciência de que aquilo estava sendo gravado.
Vale à pena postar e dividir esse vídeo com quem gosta de saber como se processa esse trabalho.
Detalhe: a chave das algemas que vocês podem ver ainda num de seus pulsos, desapareceu em meio à confusão final. Pena que a Lucia não registrou esse pedaço, mas pensando bem não cairia bem tantos xingamentos de uma boquinha tão doce...

Na foto, a cena como foi gravada
No vídeo abaixo, o resultado final.
Assistam

segunda-feira, 26 de março de 2012

Dia Triste



Cada vez que alguém nos deixa rola uma tristeza.
E quando esse alguém vai nos fazer falta a tristeza é em dobro.
Em silêncio, a Deusa da Noite nos deu adeus ontem e partiu.
O BDSM carioca está mais triste hoje, porém, o que deve ficar é a alegria de ter compartilhado dias felizes onde ela se juntou aos tantos que a acolheram nas vezes que iluminou com seu sorriso e luz os lugares que dividiu conosco.
Peço desculpas aos leitores por não falar de fetiches num dia triste, ao passo que deixo aqui o sorriso da Deusa da Noite (a segunda da fila à esquerda) na Rio Fetish Night ao lado das modelos do Bound Brazil.
Saudades!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Sobre Infantilismo


É legal quando as TV’s fechadas exibem matérias adultas na madruga. Ajuda a desmistificar algumas lendas urbanas e orienta quem do assunto anda em busca. Foi assim a ultima vez que num desses programas se falou em Infantilismo.
Conhecido lá fora como o fetiche dos bebês grandes, os infantilistas não podem ser confundidos com pervertidos sociais, porque não existe desvio de conduta e o tema não tem nada a ver com pedofilia. Em nenhum momento se cogita a participação de crianças nessas práticas. No infantilismo, assim como em qualquer outra atividade fetichista a perversão é apenas sexual.
É evidente que a primeira vista o infantilismo apresenta um aspecto hilário. Não é fácil admitir um marmanjo cinqüentão usando fraldas, chupando chupeta dentro de um cercadinho que em alguns lugares também se conhece como chiqueirinho. Entretanto, depois que os espantos saem de cena uma expressão fetichista lotada de conceitos se mostra.
Por se tratar de algo raro e incomum não é difícil encontrar comentários de analistas do comportamento humano com um leque de opiniões distintas sobre o assunto. Os conceitos viajam entre formas de regressão à infância perdida até abusos sexuais sofridos na fase tenra.
No entanto, eu além de ficar ao lado dessas opiniões, amplifico e sem sombra de dúvida incluo a sacanagem no meio. Porque pra mim, não existe questão fetichista que não inclua realização de desejos.
Ora, normalmente quem me dá a honra de ler os quase mil artigos que escrevo sabe que fetiche é coisa de gente grande, exigente, e com plena consciência de suas fantasias. Por isso, é inegável que a cena fetichista favorita funciona como um canal de contato com o tesão.
Não há outra forma, ou tudo seria psicopatia. Porque ninguém monta uma cena pra ficar olhando pra ela ou pensa em viver uma aventura pra não acabar em sexo. E com os infantilistas também é assim. Rola a famosa paudurescência no momento exato.
Eles se reúnem em grupos, trocam idéias e afinam suas práticas. Composto em sua maioria por homens, embora existam mulheres com essas taras, os infantilistas também promovem festas e encontros e se ligam nas novidades como qualquer comunidade fetichista.
Porém, na maioria das vezes as práticas se restringem a praticantes solitários que alugam serviços de uma galera que aprendeu a lidar com as manhas desses indivíduos e, com isso, engorda a conta bancária. São as famosas “mommys” que funcionam na cena como mamães repressoras das artes desses praticantes e impõem castigos, não muito severos, como palmadas, chineladas e algumas doses de palmatória, toda vez que eles propositalmente molham os fraldões de mijo. No mesmo compasso, as “mommys” trazem as babás, que nada mais são que garotas de programa que fazem o papel de acalantar os bebês gigantes através de seios fartos que amamentam os infantilistas ou em “boquetes” e transas que são os chamados prêmios por bom comportamento.
Fora de cena, os infantilistas são pessoas normais que têm seus negócios, ou labutam como profissionais liberais e comerciantes. Logicamente, são dotados de uma capacidade financeira que lhes permite ter seus espaços destinados a suprir seus desejos e, ao mesmo tempo, podem pagar pela assistência das “mommys” e das babás.

Bom ou ruim, o infantilismo é apenas um fetiche dentre os tantos listados no imenso glossário disponível onde qualquer pessoa com uma queda acentuada por uma fantasia pode se enquadrar.
Noves fora as confusões que geram preconceitos, as práticas são aceitáveis no meio, porém em se tratando de uma fantasia que requer um cenário especifico talvez não seja tão fácil de ser posta em prática. No Brasil, alguns abraçam a causa, todavia têm problemas na construção do quadro onde vão pintar seus

desejos, no encontro de adeptos iguais e na contratação das pessoas especializadas em cumprir com os ritos.
Que sabe um dia eles possam ter seu espaço preservado como todos nós?

Um excelente final de semana a todos!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Abstinência Fetichista


Chega a bater um leve desespero…
Dá tremedeira, comichão e outros bichos. Porque ficar muito tempo sem dar de cara pra fantasia preferida é como caminhar no deserto sem uma garrafa d’água. Exagero?
Nada disso, só quem sente é quem diz.
Conheço bondagista que chega a amarrar a si próprio em busca das emoções que andam em falta. De dar dó mesmo... Nunca soube de casos de sádicos que se espancam porque seria o fim dos tempos, mas que existem masocas se maltratando na encolha sem abrir o bico é fato.
Um parceirão louco por pés pedia sempre um sapato usado a namorada. Não fazia coleção, mas na falta, ele metia o nariz lá dentro e aplacava seu desejo.
Na verdade, a abstinência fetichista cumpre etapas. Porque às vezes o próprio é o responsável pelo afastamento. Basta começar a surtar com reciclagem, com a busca da parceria perfeita e o tempo passa sem pressa, mas depois o bicho pega. E quando isso ocorre se instala o terror.
Então surgem fatos constrangedores. Os marmanjos pagam um mico bem maior e a polução noturna é inevitável. Para as moças, basta lavar as roupas íntimas, mas os brothers gastam uma grana preta com lavanderia porque os lençóis viram alvo da fúria fetichista retraída.
E os efeitos não cessam nessas transas desconexas durante os sonhos.
Já vi mulher subindo pelas paredes com as unhas, dando patada em tudo e em todos porque anda distante daquilo que ela mais gosta. Se para umas pessoas sem um pezinho do lado de cá da trincheira é complicado, imaginem pra quem a fantasia é um êxtase em dobro?
Como diz o jargão: “as mina pira véi!”
E como piram. Tentar um “approach” junto a uma dominadora sem parceiro é como colocar a cabeça na boca de um leão no zoológico. E as submissas? Assumem sua própria abstinência e chegam a postar em seus espaços em letras garrafais todo seu descontentamento.
Vocês poderiam dizer que não é bem assim. Que basta abrir o berreiro e logo pinta algo novo pra consolar as moças. Porém, nem tudo que agrada Chico também agrada Francisco e o que elas querem passa longe de colocar um anuncio de classificado implorando por umas chibatadas. Na verdade, elas anseiam por um serviço completo, algo que elas possam se entregar e se sentir plenas.
Fetichismo não é sinônimo de vadiagem, pelo menos pra alguns...
Resolver a abstinência fetichista pra alguns homens não é tão complicado. Existem as moças de vida horizontal, as meninas de aluguel que uma vez cadastradas topam algumas cenas mais calmas. Mas o sujeito não admite pagar pelo sexo e muito menos pelo fetiche. Então só mesmo realizando a fantasia com uma boneca inflável ou um manequim de loja.
É lógico que o sexo de aluguel serve pra ambos os sexos. Afinal, também existem os go-go boys que topariam suprir as carências das moças. Entretanto, o grau de exigência das madames é um pouco mais acentuado que o dos homens, e isso, acaba por criar um hiato importante entre a vontade e a realização.
De fato, falar em abstinência fetichista é como enxugar gelo. O praticante pode colocar de lado, está acostumado com isso, uma vez que em noventa por cento dos casos a vida nunca foi um mar de rosas. Porém, depois de provar da fruta esquecer o sabor é muito mais difícil.

Masturbação não resolve, é paliativo.
Deixa em falta o fator pele, o olho no olho e o cigarro depois da cena não tem o mesmo sabor.
O jeito é batalhar e cortar um dobrado pra sair da crise antes que ela tome proporções gigantescas e cause danos ao patrimônio e leve o fetichista a terrível desistência.
Pra passar o tempo, basta relembrar o quanto foi difícil chegar até o entendimento de si mesmo e, com isso, o oxigênio torna-se mais puro e o tempo não vai causar a ferrugem que você tanto teme.


Depois, quando o sol voltar a brilhar, pense no quanto patético você foi ao deixar escapar o que tinha de melhor nas mãos.

quarta-feira, 21 de março de 2012

As Loucuras da Paty


Ontem falei em seduzir.
E a onda que deu na praia trouxe várias mensagens pra minha caixa de correio aqui do blog. A identificação de pessoas que muitas vezes ainda não possuem tanta experiência com as fantasias é sempre o ponto positivo a ser visto, e ainda que eu não tenha ares de pervertedor infla o ego saber que o tiro foi no alvo.
Uma delas, da Paty, traz um verdadeiro coquetel de loucuras que ela sonha por em prática.
Daí veio o titulo, a referência. E não pensem que a coisa é simples, tranqüila, cartesiana, porque a moça tem um namorado e o cidadão nem tem idéia das diabruras que a Paty tem em mente.
Podia começar o artigo de hoje pela listinha de coisas que passam pela cabeça da Paty e são parte dos planos que essa menina tem em mente, mas prefiro desenrolar algo real, uma experiência que ela garante que foi fato verídico.
Ela conta que queria transar com o namorado e inserir um voyeur na fita. Fato comum, simples, em nada comparado aos doze trabalhos de Hércules, mas isso se o namorado soubesse do que ela estava tramando. Porém, o sujeito foi levado a acreditar que se tratava de mais uma das gostosas tardes que costumavam dividir no apartamento dela, enquanto ela tratou de conseguir construir seu castelo de forma a suportar todas as ondas que beirassem a praia.
Escondeu um amigo interessado no quarto dos fundos e exigiu sigilo.
Valia uma bronha na encolha, mas nada de espalhafatoso que possibilitasse o flagra de parte de seu namorado. Ele, o voyeur, deveria estar no ângulo de visão dela, ou seja, perceptível aos olhos da Paty, porém de forma intocável em relação à transa. Restava, porém, se certificar que tudo corresse conforme o imaginado.
Pensando nisso, convenceu o namorado a uma ceninha de bondage a meia boca. Algo que pudesse sustentar a idéia de uma venda nos olhos do seu amado, e assim, ter toda a segurança possível. Arranjou dois lenços grandes, e com um atou as mãos do namorado com muita calma e ele entrou na dela sem pestanejar. O outro lenço cegou-lhe os olhos.
Quem negaria um sexo apimentado dessa forma ainda com a cor baunilha nos olhos?
Teve medo que ele estranhasse o fato de não ficar na direção da cabeceira da cama, pois ela o queria com a cabeça virada para a porta do quarto, por onde surgiria em cena o convidado indiscreto. E assim foi. A Paty me garante que houve uma mescla de sensações nessa fantasia digna de muitas passagens que ela colheu em leituras aqui no blog e em outros tantos espaços fetichistas que ela anda freqüentando.
A sedução, o medo de ser descoberta, a reação do amigo à própria cena e o prazer que ela experimentou, além da sensação indescritível que teve da missão cumprida. Claro que seria mais fácil expor ao namorado toda essa volúpia que ela anda desenvolvendo no encontro com as fantasias que ela está percebendo em suas viagens pela internet, mas o receio de atrapalhar um relacionamento que leva anos a fez criar esse conto, que dessa vez, teve um final feliz.
Entretanto, noutras fantasias que ela anda surtando a facilidade não será a mesma.
Será necessário sentar e estabelecer um elo entre a paixão nutrida por ambos e as loucuras gostosas que ela tem pra apresentar.

Nesse caso, a perversão é sadia e admissível e o namorado necessita ter pelo menos o conhecimento de tudo que se passa ao redor. Soa injusto convidar alguém pra uma festa e deixar esse convidado num canto da sala sem direito a participar.
Talvez ela se ligue nesse conselho e caminhe na direção considerada politicamente correta do fetichismo, onde o consenso é a chave do sucesso dos que se propõe a caminhar por essa via.
E que venham mais loucuras da Paty pra dividir.

E se ela anda em busca de novas idéias e planos, nada melhor que seguir a linha de raciocínio e postar muitas amostras de cenas que a deixem cada vez mais excitada.

terça-feira, 20 de março de 2012

Jogos da Sedução


Esse negócio de seduzir é bastante interessante.
Tudo começa por algo chamado de interesse. Ele bate e comanda as ações.
Daí surge uma atmosfera envolta em mistério, e quando falamos em seduções fetichistas nada melhor e mais atrativo que boas doses de mistério. Se no mundo baunilha o mistério rouba a cena, aqui, onde o fetiche é causa e conseqüência, ele dá as cartas.
Cada um sabe o calibre do seu poder de sedução, mas não tem idéia se do lado de lá causará o efeito desejado. Mas esse preâmbulo é excitante demais pra ter um rito, uma regra exata ou uma equação que possa apresentar um resultado manjado. Porque nesse jogo quem seduz pode terminar seduzido.
Trocando em miúdos, o fetiche passa de uma simples fantasia que cabe em qualquer pessoa a uma característica de quem é alvo. Não há apenas o interesse pelo fetiche, mas por alguém que se torna hospedeiro dessa fantasia.
A sedução é tão forte que dentro de um jogo um bondagista se deixa amarrar, um dominador se deixa algemar e uma dominadora se deixa dominar. E não me venham falar em regras de conduta, teorias separatistas ou em posturas fetichistas sem nexo. Os livros e manuais aqui não contam, porque como disse acima, ainda não inventaram o resultado dessa equação.
É preciso entender a cabeça de um fetichista ante qualquer suposição. Um fetichista abraça a idéia de seduzir da mesma forma que ele se apaixona: aos pedaços.
Um fetichista pode enlouquecer por um pé, por pernas, por cabelos, por teorias e por cenas. Objetos fazem parte, mas no momento que um corpo humano se interpõe entre o sonho e a realização esses apetrechos passam a integrar um conjunto. Não se imagina uma musa descalça, ainda que os efeitos da podolatria sejam intensos. Então, a mente vaga e o corpo padece, e o jogo segue...
A mulher é uma maestrina na arte de seduzir mesmo quando ela é o objeto de sedução.
Porque ela nasce doutrinada a ser conquistada, impõe um preço na conquista e inverte papéis com uma facilidade extrema. Ainda que o homem tenha as armas ela sempre encontra um ponto onde é possível atuar e deixar as coisas a sua maneira. Nem mesmo as mulheres chamadas de submissas de alma escapam dessa regra, é fato.
Na verdade, os jogos de sedução navegam entre luz de velas e camas desfeitas.
O que importa é que se entenda que a continuidade desse mistério precisa ser alimentada pra que não se esfumace com o tempo. Nada é eterno, mas pode ser muito interessante se quem joga não esquece as regras e segue criando fases a serem digeridas dentro da própria relação.
Cumplicidade é a chave. Parceria é o segredo que abre o cofre e mantém os corações alinhados num mesmo sentido.
As pessoas costumam dizer que seduzir é uma arte. Mas se o artista não se reciclar, se não tiver um plano o naufrágio é iminente. Não basta ter, é preciso conquistar e toda conquista é o resultado de etapas cumpridas com eficiência e sabedoria.
Portanto, não abro mão de seduzir e ser seduzido.

Acho esse jogo à mola que impulsiona a raiz do desejo. E entendo que desejo não segue tendências ou admite influências de modismos ou parâmetros e convenções. A pessoa perfeita é aquela que cabe dentro do sonho de quem plasma com a construção do momento perfeito. O mistério aqui é tão bem vindo que toda castração de sentimentos que ele impõe a principio vai se transformar em deliciosas cenas que a memória vai se negar a esquecer, mesmo que tudo um dia não passe de fotos e cartas guardadas numa pasta qualquer.
E no final, o fetiche deixa de ser solitário pra se personificar no alvo da própria sedução.


E você já não vai dizer que seu fetiche é esse ou aquele, porque ele simplesmente passa a pertencer a pessoa pra quem você criou todas as fantasias e cenas, e ela será seu próprio fetiche.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Poker Run (2009)


A dica cinéfila de hoje vai pra quem se liga num filme de ação, suspense e aventura, com deliciosas pitadas de bondage. Pois é isso que o diretor Julian Higgins prometeu ao produzir Poker Run no ano de 2009.
A trama tem início quando dois advogados resolvem colocar mais adrenalina em suas vidas. Compram duas motos estradeiras e decidem levar suas esposas pelo interior atrás de uma eletrizante disputa de pôquer. E durante a compra das motos, conhecem dois malucos que supostamente interessados na barganha, acabam seqüestrando suas esposas e espalham pistas pelo caminho para que os dois sigam a trilha.
A idéia é decente. Claro que em princípio, o espectador sugere que seria fácil sair do meio do enredo em que se meteram dois caras da cidade envolvidos com motoqueiros de estrada, mas na medida em que o filme avança o enredo toma vigor a se torna algumas vezes eletrizante, com altas doses de suspense pra ninguém botar defeito. Isso sem contar as cenas das donzelas em perigo que é – digamos – a nossa especialidade.
O filme deixa alguns “buracos” a serem preenchidos por quem se dedica a assistir os noventa minutos de película. Não me cabe dar todas as dicas aqui, é verdade, mas soa estranha a idéia da direção em criar um suposto conluio entre os vendedores de motos e um dos advogados que parece pouco interessado em descobrir o paradeiro da esposa.
Entretanto, a boa fotografia, o áudio rico em detalhes e a própria aceleração das cenas mais eletrizantes é suficiente pra prender o espectador na poltrona.
As cenas de bondage são rápidas, mas compensa esperar pra assistir a belíssima Jasmine Waltz exibindo seus seios fartos, com os pulsos amarrados à cama e silenciada por uma mordaça de fita adesiva bem colocada. Pode parecer bobagem, mas pra quem gosta desse tipo de cena é comum a observação da cena de bondage e seus detalhes. Não dá pra ficar indiferente quando uma donzela aparece em perigo iminente com as cordas frouxas ou com uma mordaça que qualquer um é capaz de dizer que escorregaria ao primeiro movimento do rosto.
Em Poker Run, esse fenômeno não se repete, fazendo com que as cenas pareçam bem reais quanto se supõe.
Pra galera que se liga em motos e velocidade, bares de estrada e cabeludos pirados o filme dá liga. O cenário é bem elaborado e totalmente inserido no contexto. E quanto mais tempo demora a perseguição dos advogados aos raptores de suas esposas, melhor pra turma que se acotovela no gargarejo a espera das curtas, porém eficientes, cenas de DiD (Damsels in Dristess), a nossa praia e a principal razão de correr atrás dessas produções.
Resumindo, não espere algo extraordinário ao pegar o filme na locadora. Poker Run não é um clássico, pelo contrário, a historinha é básica e bem próxima de muita coisa que alguém já assistiu por aí quando dois “almofadinhas” resolvem trocar a cidade pela estrada e viver uma aventura. No entanto, rola um bondage. Mesmo em cenas curtas que aparecem em meio ao nada, o que faz com que fiquemos literalmente na espreita, o bondage é bem resolvido e a atuação das moças é bastante convincente de que há um perigo bem claro ao redor.

Quanto à direção eu apostaria minhas fichas – já que estamos falando de pôquer – numa participação mais efetiva dos vilões, o que não ocorreu. O maluquinho é mais autêntico e o outro parece um figurante a ver navios sem saber ao certo o que faz na tela.
Faltou pulso, sobrou coragem de realizar. A execução do roteiro começa cheia de planos e termina muito plana pra quem prometia toneladas de dinamite do trailer.
Mas vale ter em arquivo.
Não achei links disponíveis para o download, pois trata-se de algo bem recente. Porém, se

você não quiser gastar horas na procura, é muito mais fácil agir de forma correta e comprar o DVD.

Assista ao trailer.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Pés Eróticos


Meu brother SensooBr que sabe tudo sobre podolatria e algo mais, me mandou um conceito sobre pés eróticos. É um assunto complexo, passível de divergência, e se vocês as têm, mandem ver nos comentários, ou endossem tudo que o excelente escriba pensa sobre os pés como um fetiche.

Por SensooBr

Entendo que os fetichistas adoradores de pés dedicam grande parte de suas preferências ao prazer do simples ato de olhar, admirar, desejar seu objeto de paixão. É o que normalmente se chama de ‘worship’. Daí se presumea grande aceitação e indiscutível sucesso pela divulgação de fotos e vídeos nos websites e redes sociais ligados a esse tipo específico de podolatria. Ou seja, apenas através da singela exibição dos pés femininos quer estejam eles calçados, vestidos de meias ou não.
Nesse segmento, o fetichista, ou mais propriamente o footlover, desenvolve estas sensações, em si, intimamente ligadas à sua libido, o que é bem diferente do prazer ligado simplesmente ao sentimento de êxtase, provocado pela admiração daquilo que é belo. Afinal não se trata de uma emoção visual pura e simples, pois há outros ingredientes envolvidos nessa questão eque estão ligados ao sexualismo. E isso acaba fazendo toda a diferença.
Nesse sentido, entendo também que existam certas particularidades intrínsecas que permitem se classificar, a critério pessoal, os pés femininos como sendo bonitos, não feios - neutros, comuns, normais, desinteressantes – feios, e aquilo que eu gostaria de rotular como sendo pés eróticos.
Proponho essa distinção, pois em primeiríssimo lugar, o conceito de beleza é bastante subjetivo. Todos nós sabemos que gosto não se discute, inclusive um ditado popular traduz exatamente este ponto de vista: “Quem ama o feio, bonito lhe parece”. E, além disso, para mim também existe uma diferença abismal entre um pé bonito e um pé erótico.
Diria que um pé bonito é aquele puramente ligado ao mencionado sentimento de êxtase, enquanto o pé erótico, por sua vez, é aquele intimamente ligado ao sensualismo. Por que não?
Em outras palavras, diria que um pé bonito não é necessariamente um pé erótico, e um pé erótico não é necessariamente um pé bonito. Portanto, classificar um pé bonito, feio, ou não feio, como um pé erótico torna-seum próprio de cada um.
Em nível pessoal as singularidades que, a meu julgamento, permitem os pés serem considerados como eróticos, estão principalmente relacionadas ao desenho acentuado das suas curvas, a forma dos dedões,o equilíbrio com os dedos menores e o tamanho perfeito de suas unhas, além, é claro, de uma perfeita sintonia com os tornozelose as pernas.Entretanto, não são os detalhes e, sim, o conjunto da obra que acaba prevalecendo e se tornando o fator determinante.
Sem meias palavras, considero um pé erótico aquele cujo peito do pé (colo) apresenta uma curvatura bem delineada, o bastante para se harmonizar com a sua largura. O pé alargado normalmente mostra um alto conteúdo erótico, traduzindo poder e força. Ainda na composição dessa parte mediana dos pés, o arco da planta também bem delineado é igualmente um fator altamente positivo e de destaque ligado ao erotismo. Nós os adoradores de pés, normalmente dedicamos especial atenção a esse pormenor. As curvas das plantas ressaltam um potencial de sensualidade, que é ainda maior quando os pés se encontram descalços e em posição de ponta ou meia ponta.
Com relação aos dedões, estes devem se destacar pela proporcionalidade. De preferência volumosos no tamanho exato, em contraponto à disposição dos dedos menores sempre mais apreciados quando em escadinha. Além disso, devem ser culminados por unhas nem curtas e nem longas demais, apenas o bastante comprida e levemente arredondadas para se arrematarem adequadamente às pontas dos dedos.
Inclusive a parte de trás dos pés, que normalmente é a vista menos explorada pelos adoradores de plantão, também tem seu lado fortemente ligado ao erotismo. Nesse caso, tem muito a ver com o cuidado estético das calosidades do calcanhar e, principalmente, com a sua relação de conformidade e harmonia com os tornozelos. É quando os tornozelos delgados exaltam sua inestimável importância e poder. Ainda mais quando encimados por pernas sedutoras e bem torneadas. Registre-se que os fetichistas sempre focam ardentes desejos de lambidas e sugadas nos calcanhares e nos tendões de Aquiles de um pé feminino. Um autêntico porto seguro recheado de delícias inconfessáveis.

Para concluir, e em igual nível de importância, a parte debaixo dos pés também traduz uma enorme e particular inclinação erótica. Tanto pelo apelo visual quanto pelas suas íntimas ligações ao tato e ao paladar. As solas lisas, ou no máximo levemente ásperas, livres de calosidades indesejáveis, são a preferência de uma grande parcela dos fetichistas. O leve enrugamento das plantas também é uma particularidade bastante considerada nesse meio.

Ainda relacionado com o lado erótico, há que se considerar que nos entrededos se encontram cheiros e sabores que só os iniciados entendem e apreciam.
Pelo menos essa é a minha modesta opinião.

E aí? Concordam?
Um bom final de semana a todos!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Plushies (Não confundam com Furries)


Existe algo estranho pairando pelo universo fetichista mundo afora...
Não bastassem as pessoas se vestirem de bichos de pelúcia pra uma vez fantasiados encontrar o prazer, chegou à vez daqueles que piram por sexo com esses inocentes bichinhos inanimados.
A onda é totalmente diferente, portanto, existe uma diferença do tamanho da Dutra entre os Furries e os Plushies. Eles não se odeiam, não há rivalidade, apenas diferenças.
As garotas nos Estados Unidos andam alardeando noites de prazer intenso com um imenso bicho de pelúcia lhes roçando as partes íntimas. Garantem que a excitação tem início na própria procura pelo animalzinho correto que vai ser o parceiro perfeito de uma jornada solitária.
Defendem com unhas e dentes as suas taras alegando que os marmanjos há tempos manipulam as famosas bonecas “blow-up”, aquelas mesmas que todo mundo conhece, que inflam e têm uma cara horrorosa e uma boca capaz de engolir um taco de beisebol.
A onda dos Plushies anda varrendo o país de costa a costa e as mulheres solitárias montam trincheira defendendo suas posições. Porém, não suportam qualquer comparação que leve as pessoas a pensarem que agem como os Furries.
Não é incomum encontrar homossexuais que também defendem essas práticas.
Há um artigo aqui no blog, bem antigo por sinal, que define os Furries.
A diferença entre os Plushies está num único, porém importante aspecto: os Furries se travestem de bichos de pelúcia e fazem sexo através de orifícios nas fantasias. Existem casos comprovados de orgias entre esses fetichistas onde ninguém sabe qual a fantasia de animal de pelúcia que os parceiros estão utilizando e as trocas são estabelecidas.
Devido a esse aspecto, os Furries não são bem recebidos na comunidade fetichista e se agrupam de forma isolada. É comum vê-los em eventos, aliás, basta dar uma paquerada no Youtube e buscar as festas pelos EUA e com certeza alguém travestido aparecerá pelo salão.
Por serem adeptos a práticas de swing (swap em alguns lugares do Texas e Las Vegas) os Furries não são reconhecidos pela comunidade fetichista de lá.
Na contramão, os Plushies garantem seu espaço no universo fetichista cada vez com mais força. Alguns Sex-Shops começaram a fazer concorrência com as grandes lojas que vendem bichos de pelúcia e passaram a exibir em suas vitrines, num claro sinal de que essa galera que curte os bichinhos na hora da transa está em alta.
Lógico que não me cabe um comentário preconceituoso sobre essa prática que por alguns pode ser considerada bizarra. O fetiche praticado entre pessoas tem um apelo normal, evidenciado, principalmente pela capacidade de entendimento das pessoas que se propõem a realizar certos atos. A questão carnal adentra ao recinto com força nesse caso, mas em se tratando de fetiches os objetos sempre tiveram seu espaço garantido nas práticas.
Ora, no filme “de pernas pro ar” a atriz Ingrid Guimarães transa com um coelho de pelúcia e todo mundo cai na gargalhada, sem imaginar por um momento que esse tipo de tendência fetichista sexual é uma prática corriqueira lá fora.
Será que a direção do filme sabia do fato?

Se é complicado pra algumas correntes fetichistas o entendimento completo desse assunto para o povo de fora do circuito a casa cai. E cai com tudo, porque se acreditamos em fantasias e nelas calçamos nossos desejos e sonhos, quem não tem essa compreensão acaba atirando pedras sem pestanejar.
Resumindo, se existe realmente uma diferença tamanha entre os Plushies e os Furries como eles mesmos fazem questão de frisar, do lado onde as outras vertentes falam mais alto, deve haver pelo menos uma abertura pra que essa gente possa realizar seus sonhos.


Eu fico imaginando sobre Toy Story... E se os brinquedos de pelúcia estivessem realmente vivos? Será que eles desfrutariam do sexo também? Eles pediriam um cigarro depois?

quarta-feira, 14 de março de 2012

Bondage: Aprecie sem moderação


Hoje o espaço está reservado pra galera que senta na fila do gargarejo esperando pelas musas que os sites de bondage espalharam na rede. O pessoal estava órfão esse ano das imagens que os amigos produtores dividem comigo.
A canja de hoje vem do meu amigo Dale, ex-Paragon e agora com o site Gagged Women.
Um colírio...
Pra quem gosta, é claro.
Divirtam-se






terça-feira, 13 de março de 2012

Rumos


Arlene dava um duro danado.
Dois filhos pra criar, um marido se matando num taxi pra trazer grana pra casa e ela costurando pra fora. Com trinta e poucos anos se via sem tempo de reclamar da vida complicada e seguia as regras impostas por ela pra ser feliz.
Um dia uma cliente apareceu num carrão. Trazia um tecido de couro negro e por indicação de alguém se aproximou dela em busca do traço perfeito e da roupa sob medida. Ela topou pela possibilidade de ganhar mais alto e pela simpatia da tal mulher.
Conta que começou a delirar com o traçado da roupa e não fosse de um numero bem maior teria experimentado algumas vezes. Até que a mulher voltou pra uma prova e Arlene sentiu algo mais forte ao ver a mulher esbelta dentro daquela armadura de dominatrix.
Houve recíproca, e naquela tarde Arlene se viu com desejos lésbicos pela primeira vez na vida.
Passaram a usar as tardes livres para encontros sorrateiros. As duas eram casadas e Arlene começou a se entregar cada vez mais aos caprichos daquela mulher e se viu submissa dos desejos dela.
Muitas vezes o fetichismo permanece adormecido nas pessoas até que se mostra mais tarde, mas nesse caso, além das diabruras fetichistas havia o fato do homossexualismo batendo na porta. Por isso, Arlene achou o desejo e dele não queria se livrar nunca mais. Os dias ficaram longos, o trabalho passou a lhe fazer companhia nas madrugadas em claro e o sexo em casa cada vez mais ficava em segundo plano.
Ela queria servir, pertencer, mas dessa vez o alvo usava saias como ela e tinha uma racha no meio das pernas. Chegou a olhar outras mulheres no espaço destinado ao provador de suas costuras, mas não havia lógica que a fizesse gostar simplesmente de estar com uma mulher. Pra ela, a homossexualidade estava na submissão.
Cuidava pra não dar bandeira e aparecer em casa com marcas do prazer arrancado a força. Dona de uma situação financeira confortável, sua parceira fetichista lhe enchia de presentes. Nada de grana, somente objetos, saltos e roupas. Ela os levava pra casa e juntava com tudo que se relacionava com suas costuras pra ninguém perceber.
Certa vez num desses encontros de fim de tarde a mulher apareceu com uma surpresa a apresentou Arlene a outra mulher. Juntas foram ao Shopping, tomaram um café e rumaram para o Motel de costume. A dona da festa algemou Arlene numa poltrona junto à cama e se deliciou com a garota querendo nitidamente causar ciúmes em sua parceira. Ela surtou e através de um escândalo sem fim esbravejou a plenos pulmões contra a condição que fora submetida sem o devido consentimento.
Por conta do feito, foi castigada perante o riso da mulher que parecia uma meretriz.
Apavorada Arlene deu o fora. Entrou no primeiro coletivo que passava por perto e desapareceu. Sofreu com a atitude e segurou a barra da maneira que deu. Exibia um mau humor tremendo em casa e o sorriso deixava sempre guardado.

Depois de tentar de todas as formas uma reaproximação a mulher reapareceu do nada, sem prévio aviso. Arlene foi pega de surpresa com a visita inesperada e endureceu. Deixou claro que a humilhação daquela forma não fazia parte de sua cartilha fetichista, mas ante o apelo insistente e o pedido de desculpas da mulher chegou a fraquejar.
Hoje ela busca conhecimento sobre seu próprio fetiche e está as portas de tomar uma decisão.
Usou esse espaço daqui do blog pra enviar um email com uma história de prefácio e um apelo como epílogo. Ela vive uma dúvida que vai desde o perdão, passa por sua própria convicção e termina no casamento.
Há muita coisa em jogo e não faltam analises a serem feitas.
Normalmente quem abre o jogo ainda que no anonimato precisa de uma palavra de conforto, incentivo ou o que for. Ela tenta se achar nesse imbróglio que se envolveu e tem uma decisão a tomar.
E precisa dos amigos pra ajudar na sua própria reconstrução.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Meu Reino


Um dia eu acreditei nas histórias que eu via na TV.
Porque eu achei que as mocinhas dos filmes estavam vivendo um perigo real, então me apaixonei por elas. E em seguida vieram outras tantas que já achava que traí-las era uma coisa natural.
Eu também babei pela Lois Lane e fiquei puto quando o Super Homem apareceu naquela janela e lhe tirou a mordaça da boca. E como todo moleque que se preza levei a cena congelada pra dentro do banheiro e descabelei o palhaço. E por ser sincero comigo mesmo e leal às minhas convicções eu construí meu reino. Um mundo de “faz de conta” onde as meninas da escola habitavam e esperavam pra ser salvas por mim. Jamais quis ser o vilão, embora muitas vezes tivesse o desejo de vê-lo se fuder depois.
Os muros do meu reino eram inexpugnáveis e altos. Por muito tempo nele habitei sozinho, aliás, como muitos fetichistas que constroem seus castelos. De todo modo, sempre alimentei a esperança de ver as portas se abrirem e revelar rostos de uma multidão ávidos por viver dentro daquelas regras nocivas ao mundo lá fora.
Será tão complicado ser fetichista?
Não, acho que o assumir pra si mesmo é mais difícil. Depois as coisas se arranjam.
Por isso, estabeleci regras básicas pra admitir pessoas em meu reino. E a principal delas era a de aceitar todos os desejos como virtudes, ainda que de forma alguma fosse possível costurar uma ligação com fetiches alheios. Mas o senso comunitário sempre foi à bandeira, a senha de ingresso fortaleza adentro.
Sempre fui um ditador dos meus sonhos no meu reino. Eles sempre me acompanham e nele calcei meus alicerces. Talvez toda a perfeição que imaginei pro meu reino estivesse ligada aos meus sonhos e anseios. E por mais que eu tenha tentado evitar, a vida do lado de fora deu as cartas e revelou seus dramas. Porém, por mais força que tivessem estiveram longe de causar uma tragédia.
O fetiche pra mim nunca foi genérico ou blasé. Ele teve suas razões pra existir e por outro lado suas conseqüências. Aposto na minha própria essência e acho todos os dias inspiração pra que ele coexista comigo da mesma forma que se fez presente quando a mocinha estava em perigo na linha do trem.
Hoje talvez minha piração esteja mais aprazível e menos conturbada. Sei o que quero e muito do que tive de aprender foi fruto da minha própria inquietude. As portas do meu reino sempre estarão abertas pra quem quiser nele fazer sua morada, e pra isso, basta comungar do mesmo pensamento, não necessariamente sendo parte de um desejo conjugado.
Me lembro de uma passagem, lá pelos idos dos anos oitenta quando tudo ainda era tratado no escuro por essas bandas, de ler um artigo do Carlos Eduardo Novaes falando em podolatria. Achei aquilo um divisor de águas na época. Pensei que o sujeito estivesse possuído por alguma coisa, sei lá, entretanto, aquela atitude de se expor sempre bateu como uma ponta de lança no meu peito: ora, se ele pode, eu também posso, a minha maneira, é claro.

Naquele momento entendi que ele havia exposto seu reino e aberto as portas a todos que lá quisessem entrar e beber da mesma fonte. Tudo que ele dizia – e até hoje está vivo na minha memória – eu lia com atenção e sugava cada palavra. Lógico que quando ele contava que se escondia no armário pra ver os pés das amigas de suas tias saia do meu trilho e criava um descompasso nas minhas virtudes fetichistas, mas a todo o momento me imaginava naquele mundo, naquele reino que não era meu, mas que embora na vizinhança, era possível falar o mesmo idioma.


Hoje em dia nos espaços que a mídia nos proporciona as pessoas constroem seus reinos.
Eu sigo com o meu onde meus desejos ainda são particulares e minha voz é tirana, mas sempre abro minhas portas à elegância fetichista da mesma forma como limpo os pés pra entrar em outros tantos como o meu...

sexta-feira, 9 de março de 2012

A Primeira Pedra


O universo chamado de BDSM é cercado de questionamentos.
Se tais questões aparecessem apenas de fora pra dentro até que seria bastante óbvio, pois trata-se de hábitos e costumes pouco comuns praticados por um grupo seleto de pessoas. Porém, existem algumas questões que insistem em sobreviver dentro do próprio nicho.
E uma delas, a qual me referir em alguns artigos aqui, dá conta da escolha da submissão.
Nada é tão complicado de entender como a submissão.
Tudo isso porque existem vários fatores que compõem a servidão sexual em se tratando de fantasias e desejos. A submissão pode ter dois caminhos: da pura servidão ou com doses de masoquismo. Porque existem pessoas submissas que não aceitam a dor, ou melhor, não precisam da dor pra encontrar prazer. Da mesma forma em que outras aceitam a dor e suportam castigos como forma de oferecer aos seus parceiros (sádicos) uma prova de dedicação e entrega total.
É complicado isso. Um autêntico coquetel de gostos, embora signifiquem algo bastante comum. E por se submeter sexualmente aos caprichos de quem procura por isso no universo BDSM, as pessoas com tendências submissas não podem sofrer preconceitos de nenhuma espécie, porque isso faz parte do tesão e tal comportamento não se faz pressente em suas atitudes fora da fantasia.
É preciso parar com esse papo de que quem é submisso – ou submissa – tem ares de subalterno. Estamos diante de uma tendência sexual apenas, nada mais que isso. É hora de separar bem as coisas e entender de uma vez por todas que a submissão se dá em busca do prazer somente. Já vi gente falando e escrevendo besteiras na rede a esse respeito.
Aliás, como tem gente sem noção criando espaços onde supostamente seriam abordados temas de BDSM. Valha-me! Salta aos olhos frases esquisitas invocando até paradigmas comparando pessoas fetichistas a lixo social. Santa ignorância cretina...
Noutro dia alguém vociferou que a pessoa submissa gosta de ser usada. Sim, gosta é verdade, mas numa relação e de preferência bem sólida, o que não significa que este termo “usada” seja algo conotativo a passar de mão em mão qual garrafa de cerveja em boteco. Se a pessoa quem ela se entrega a usar garanto que ela ficará plenamente satisfeita.
É bem verdade que admitindo o BDSM como uma imensa vidraça eu jamais apostaria em dizer que alguém em se sentindo ofendido com tudo isso atirasse a primeira pedra. Porque a nossa cabeça já está cheia de pedradas que nem cabe mais um galo protuberante. Pessoas que comumente gostam de julgar acham nos fetichistas seu alvo predileto. Portanto, se não nos cabe aceitar esse suposto complexo de vira-latas também não é factível achar que a submissão é o crepúsculo do BDSM.
Minha intenção não é plantar flor nos jardins das submissas com esse discurso e sim tentar estabelecer um critério que coloque as coisas em seus devidos lugares. Pode parecer redundante pra quem já é do meio, mas tem alcance em que pega senha pra entrar na roda. Até porque e pensando bem, como um bom bondagista não me toca a submissão feminina como condição básica pra minha prática. Concordam?
E ademais, enche o saco essa lengalenga de que submissa é isso ou aquilo.

Recebi um email hoje de alguém que anda flertando com o fetiche metendo o malho no marido por ter descoberto no sujeito ares de submissão e podolatria. A moça relata que o sujeito anda pirando com seus pés imundos e sua predileção é limpá-los com a língua de baixo pra cima, ou melhor, bem ao estilo submisso.
Ao responder que era normal e coisa e tal, ela me manda em réplica que não suporta mais tal atitude por considerar o cidadão um porco imundo.
Talvez ela dê atenção as minhas palavras ou

enxote o cara de sua vida pra sempre, vai saber. Na verdade, deveria aceitar a posição do marido percebendo que a submissão sexual em sua vida apareceu como uma simples opção, como a de tantos outros que a intolerância ainda insiste em esculachar.

Um bom final de semana a todos!

quinta-feira, 8 de março de 2012

O que te move?


Se é verdade que é possível ouvir um sininho badalando quando algo provoca a libido, chegou a hora de comentar o que se escuta e lê por aí.
Um sujeito bacana me disse assim: cara, fala sobre fetiches bizarros.
Complicado... Argumentei.
É – ele insistiu – porque tenho um amigo que não refresca quando tem alguma coisinha dessas estranhas por perto. Claro, mas algumas coisas bizarras são pra lá da conta.
E quem sou eu pra duvidar da piração de cada um? Além disso, trata-se de algo que não tenho muito conhecimento, portanto, prefiro passar.
Deixando de lado as bizarrices, é bem bacana ressaltar o que move o fetichista a delirar com sua tara preferida. Porque é o chamado momento único, onde ele encontra sua tese de mestrado. E melhor, sai com o resultado positivo debaixo do braço e com o insaciável gostinho de quero mais.
No vale tudo fetichista as emoções falam mais alto. Perigo, medo, ansiedade, são fatores preponderantes capazes de disparar os tais sininhos que aproximam os fetichistas de seus desejos. Sendo assim, é possível encontrar loucos por cenas de bondage que apreciam uma cena simples, fácil até de prever, e ao mesmo tempo enlouquecer com uma mocinha amarrada na linha do trem em total perigo.
Outros exemplos existem e se repetem criando uma espécie de corrente. A tal corrente do pensamento coletivo de que isso ou aquilo é uma espécie de politicamente correto dentro do BDSM assumindo um viés de mantra, tamanha à proporção que alcança através das redes sociais que cada vez mais difundem imagens fetichistas.
Alguém já parou pra reparar que nas redes sociais a tal ferramenta “curtir” é a chave do sucesso do que se posta? A coletividade assume papel de comissão julgadora desses interesses, e ainda que haja um pensamento em contrário o que se curte vira moda.
Então, seguindo esse critério, o que me move ou o que te move, acaba movendo a todos.
O resultado deste “dilema” está postado aqui mesmo, no primeiro parágrafo quando o sujeito me pede que fale em fetiches bizarros. Porque se há um furor coletivo movendo todo mundo num mesmo vagão, nada mais excêntrico que uma boa bizarrice pra provocar arrepios e narizes retorcidos.
Está mais que na hora de deixar o diabinho que nos possui quando o papo é fetiche curtir ou não curtir o que se posta na rede. Não estou me referindo a um facebook da vida apenas, mas a outros lugares onde as pessoas se manifestam exibindo o que consideram a imagem fetichista preferida.
Agora, quando existem discordâncias as reações são austeras. Pobre daquele, ou daquela, que comentar num site como o fetilife que a cena não é lá essas coisas. O pau come! É tanta porrada que torna-se hilário. E vem de todos os lados, sem dó ou piedade. E pasmem, porque estou me referindo a imagens impessoais, ou seja, coisas catadas na rede que sequer pertencem a quem se dedica a postar.
Uma coisa é certa: todo fetichista vira e mexe precisa se reciclar. Precisa ser mais convicto em sua linha de pensamento e não se deixar levar pela enxurrada de coisas que aparecem na tela do computador apenas porque é bacaninha.

O que nos move, precisa necessariamente ser relevante. Há que existir critério pra que nosso interesse seja sempre preservado. Eu louvo iniciativas, adoro quando gente nova aparece no cenário com vigor, admiro quando pessoas que antes se mostravam através de um simples avatar passam a mostrar quem realmente são.
E sou cada vez mais fã de carteirinha das moças que todo dia renovam os estoques de fotografias dos pés, de coleiras em seus próprios pescoços, enfim, de nossas musas enlouquecedoras. Elas me movem.
E se me movem, no dia dedicado a elas, não podia deixar de dedicar essas linhas.
Um beijo pras moças fetichistas e pra aquelas

que começam a achar isso tudo um grande barato!

quarta-feira, 7 de março de 2012

Hereditário?


Muita gente com tendências fetichistas martela esse pensamento na cabeça.
Existe a possibilidade do gosto pelo fetiche ser hereditário?
Pois é brother, essa eu passo. Tudo bem que não me sinta com condições de responder a quem tem essa dúvida, por não possuir embasamento pra tanto e porque também já andei navegando por esses mares. E do alto de anos militando nessas hostes, não encontrei qualquer evidencia que possa comprovar essa tese.
Porque se a dúvida consiste no desejo passar de pai pra filho, alguém poderia supor que por haver uma coincidência desse tipo numa família qualquer o caso seria generalizado e, portanto, positivo. Seria um caso isolado ou uma comprovação da teoria da hereditariedade?
Lógico que alguns aspectos devem ser levados em conta quando se analisa esse fato. Muitas das manifestações de apego fetichista costumam ser tratadas dentro de sigilo. No escuro.
As pessoas têm por hábito não se expor. Medos e entraves sociais conspiram pra que isso se torne uma prática, conseqüentemente, encontrar brechas que sejam capazes de revelar atos fetichistas em pessoas da mesma casta é improvável.
Some-se a isso a própria formação dos que se envolvem com fetiches em relação as suas proles. Daí o camarada entra em pânico com um fato assim:
“Sendo eu um dominador por excelência, virtude e vocação, não aceitaria que meu filho fosse um submisso”. Nesse caso, além de negar a capacidade de discernir de seu herdeiro ainda existe alta dose de preconceito no contexto, porque no caso, ser submisso é apenas uma escolha, um desejo, da mesma forma que pra essa pessoa o tesão chegou por outra via.
Me negaria a achar estranho ter essa constatação em relação a hereditariedade.
Acredito na influência, isso sim, se as pessoas assumem abertamente suas preferências diante dos filhos. Porque nada até hoje foi dito ou comprovado que possa corroborar plenamente com a tese de que a tendência a gostar de fetiche possa ser hereditária.
Agora, se a pessoa se nega veementemente a divulgar o que lhe dá prazer e aos poucos assiste o mesmo tipo de desejo aflorar num sucessor seria um atestado límpido e cristalino da existência do sabor do fetiche através da genética.
Não sou chegado a temas polêmicos, mas não nego que o debate me excita.
Convidar a todos que passam as vistas no blog pra debater esse assunto seria importante. Através de opiniões e da troca de experiências às vezes é possível ter uma divergência de conceitos capaz de gerar resultados, principalmente porque insisto sempre que em se tratando de fetiches, coisas que mexem diretamente com sentimentos das pessoas, não há uma verdade tão segura quanto pareça ou tão leviana quanto se imagine.

Não vale firmar uma posição através de suspeitas.
A comprovação aqui é o fator a ser analisado. Casos que sirvam de exemplos com todos os dramas que os cercam.
Resumindo, deixo em aberto o fechamento desse artigo de hoje justamente pra buscar através dos que me dão a honra de participar do blog um consenso.
Em seguida, postarei as opiniões, tanto as que chegarem aqui por comentários como as que vierem por email.

terça-feira, 6 de março de 2012

Imagem da Sedução


Essa vem da confraria dos bondagistas antenados.
Pois é brother, realmente algumas imagens dão conta do juízo da gente. E dependendo do foco é possível dar aquela relaxada, sonhar com dias felizes, enquanto qualquer mortal que nos observe de jeito vai ter a idéia de que estamos com aquela cara de paisagem...
Então, sou obrigado a concordar que uma mordaça OTM (Over the Mouth), aquela mesma que cobre os lábios da mocinha indefesa e provoca o pedido de socorro iminente através do olhar, nos seduz.
Poético? Não parceiro, realista mesmo.
Porque para um fetichista convicto e autêntico uma bela imagem seduz. É o instante voyeur de todo fetichista que se preza. Claro que seria presunçoso demais dizer que adoraria ser seduzido por um rosto dividido por um lenço apertado sobre a boca, mas se essa moda pega acabo me achando o rei de espadas num jogo de canastra. Quem sabe não vejo a moça com a boca tampada na próxima esquina?
As fantasias são assim mesmo. Chegam do nada e quando postas em pratica dão resultados satisfatórios pra quem decide entrar nesse mundo de jogos excitantes. E como no reino animal cada macaco fica no seu galho, por isso o assunto hoje aqui é bondage essa galera que se amarra em cordas, mordaças e donzelas em perigo, está na berlinda.
As imagens seduzem os fetichistas de uma maneira geral, entretanto, elas carregam as diferenças e estabelecem critérios. Não é fácil agradar a todos e dessa forma as imagens trazem com elas a marca de segmentos. Nesse compasso, o que faz um bondagista pirar talvez não faça o mesmo efeito aos olhos de um dominador ou submissa.
E o papo da mordaça é extenso.
Certa vez o Nauticus mandou um artigo pra cá, e isso faz uns três anos, intitulado “a rolha da garrafa de champanhe”, justamente abordando a profusão de gostos sobre a posição da mordaça que silencia as moças e provoca os tais gemidos que nos tiram do sério. É complicado estabelecer qualquer parâmetro porque é uma pura questão de gosto.
Eu, particularmente acho que isso acompanha o amante de bondage desde seus primeiros contatos com o fetiche e se desenvolve através das próprias práticas. Porque basicamente sobressai o que os filmes mostram. Antigamente era mais comum aparecerem heroínas com mordaças de pano, por fora da boca ou entre os dentes. Com isso, o impulso de ter prazer em assistir a cena fez com que muitos trouxessem dessa época alguns conceitos.
O cinema apresentou a silver tape ao mundo e a moda pegou. Depois os sites fetichistas do segmento passaram a ditar moda e povoaram as telas com as Ball gags que se tornaram objetos muito cultuados pelo público sadomasoquista, talvez por representar um desconforto maior pra quem faz uso desse instrumento. Na fila, apareceram as Bit gags e outras bugigangas que acabaram se tornando silenciadores muito mais eficientes do que simples trapos de pano.
Mas como todo debate é sadio e construtivo vale escutar o que a galera tem a dizer.
Toda vez que me preparo pra criar uma cena do Bound Brazil procuro pensar no que andam falando a respeito da mordaça. Porque não deixa de ser a cereja do bolo pra quem anda em busca de fortes emoções na hora de viver seus melhores momentos dentro da fantasia.

Noves fora o lado profissional eu tenho lá as minhas preferências e garanto que elas não comandam a festa no site toda vez que crio uma cena. Podem estar inseridas, mas o contexto é vasto e acho que não seria um assunto de domínio publico pra andar postando por aqui.
Costumo sempre afirmar que a mordaça perfeita depende da boca, do rosto e, principalmente de quem será co-responsável pela fantasia. Um bom bondagista de ofício sabe exatamente onde a mordaça faz o efeito que se espera e eu guardo a sete chaves meu rosto perfeito.
Porque por mais experiência que possa ter

sempre espero pela próxima atração.
A tal cena perfeita...

segunda-feira, 5 de março de 2012

Reescrevendo Teorias


A grande vantagem de viver num mundo globalizado é ter acesso total.
E acesso é algo impagável. Simples atualizações te garantem estar em dia com tudo. Daí basta querer saber, conhecer e se interar. Isso derruba tabus e conceitos pré-concebidos.
Portanto, o que sempre se supôs ser um mistério já não é mais e quem se julgava ter a chave da teoria exata hoje a divide com milhões que comunguem do mesmo interesse.
Não é assim?
Pois é, foi-se o tempo. É lógico que experiência não se acha no Google ou na Wikipedia, mas as teorias estão expostas por quem se digna a dividir. Claro que é bom lembrar que tudo que existe e é acessível foi postado por seres humanos, passíveis de enganos como qualquer mortal, principalmente quando se fala em BDSM.
BDSM é uma sigla internacional que define um conjunto de desejos praticados por fetichistas.
Mas é só isso? Não, algumas regras básicas são interessantes e em particular no tocante a condutas. As pessoas têm por hábito dizer que pertencem ao mundo do BDSM sem ao menos experimentar de forma real certas peculiaridades que existem dentro da própria sigla, ou seja, Bondage, Disciplina, Sadismo e Masoquismo.
Como não? A menina disse que tem um “dono”, que ela se dedica totalmente a ele quase vinte e quatro horas por dia e etc... Pois é, mas esquece de dizer que ele mora na China e ela no Afeganistão, o que significa que estamos diante de experiências apenas virtuais. Sem problemas, ele manda e ela obedece de forma fiel, mas a pratica se restringe a mensagens de email, MSN, ou facebook. Fotos e objetos são fartos, porém, onde está o contato?
A adrenalina é restrita a teorias e desejos que não se consumam...
Não é necessário ser um bam bam bam pra ser praticante de BDSM. Qualquer pessoa pode se aventurar a essas práticas desde que possua conhecimento suficiente daquilo em que está se metendo, assim não quebra a cara e tão pouco se arrepende. Porque BDSM é pra quem gosta, o resto é perfumaria e fantasia realizada duas vezes por ano.
Certo, mas e algumas práticas que não estão na sigla? Normal, porque quem criou esse quadrado se fosse permitir que todos os fetiches fossem assinalados acabaria inventando uma autentica sopa de letrinhas, tamanha é a quantidade de fetiches que podem englobar esse universo.
Ora não sou sádico e muito menos masoquista, mas gosto de bondage, portanto, estou nessa. Mas pode ser que o individuo seja apenas um podólatra e que não costuma interagir seu desejo com qualquer prática de disciplina ou de bondage. Nesse caso só mesmo espremendo e arranjando um lugar, porque o fetiche é parte dos tais que não listaram na criação da sigla, embora não exista fetichista que não reconheça esses e outros dentro do meio.
Visto isso, se chega a conclusão que algumas teorias são falhas quando se fala em dar os primeiros passos no universo fetichista. É necessário analisar com paciência e calma e achar nas entrelinhas do significado onde estão seus pares, ou seja, as pessoas que dividem o mesmo quinhão do bolo. Nem todo podólatra gosta de se submeter, de trampling, portanto, nesse caso, há vagas e ele precisa apenas encontrar a sua.
Outro fato isolado, mas que está implícito na sigla, diz respeito à submissão e ao masoquismo.

Nem toda submissa aceita o prazer pela dor. Ela pode gostar de receber ordens, de se submeter a caprichos e desejos, mas pode não aceitar a dor como prêmio ou via de prazer. Esse é um assunto complexo, merece um artigo inteiro pra que se possa provocar um debate sadio entre pessoas praticantes, mas não custa deixar claro que a letra D da sigla pode ter a conotação de disciplinar, mas não deixa de abrir precedentes quanto à forma de impor essa mesma disciplina (ou dominação, como sugerem alguns).
A idéia que fica sobre as teorias é que sempre podemos reescrever os capítulos de acordo com as próprias conveniências que possuímos. Desde que respeitadas às regras criadas pra englobar o assunto e sem “mimimis” ou

beicinhos porque este é um papo de gente grande.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Abordagem e Seqüência


Hoje em conversas com um cara que considero muito pelo trabalho anônimo que realiza quando o assunto é bondage e por sua veia latente fetichista, dois temas pautaram o papo: a abordagem quanto a realizar os fetiches com pessoas de fora do “ramo” e a conseqüente continuidade do mesmo.
Explico. O cidadão se move em direção a alguém em quem nunca brotou certas taras esquisitas e lança a proposta. Claro que se sua onda não for abrir um saco de milho pra moça ajoelhar, punir com vinte chibatadas qualquer deslize pré-combinado, ou ainda, introduzir brinquedinhos sexuais por via anal toda vez que ela demorar a se vestir, fica muito mais fácil soltar uma lábia e trazer a mocinha pra sua fantasia. Afinal, por mais que pareça estranho, toda menina já sonhou um dia em fazer sexo amarrada na cama.
Ter tendências sadomasoquistas é outro capítulo.
O problema está na continuidade, ou seja, em convencer à senhorita de que cordas, mordaças e afins vão estar presentes toda vez que os dois decidirem que é hora de trepar. Com isso, ela terá que abortar de forma definitiva todos os prazeres que ela andou sonhando em anos de existência antes de dar de cara com Vossa Senhoria.
Tá bom, a galera fala em ceder. Perfeito. Mas como encarar o trem de frente se toda a sua vida você precisou desse estímulo pra ser feliz? Transar de forma baunilha nem sempre provoca a libido num fetichista convicto e necessitado de suas convicções. Por que necessitado? Porque na minha concepção aqui reside à capacidade sexual dos brothers. Ou você prefere engolir uma cápsula azul ao invés de ver a moça amordaçada na cama? Escolhe!
Nesse caso, a pessoa que não é do “ramo” ou não nasceu com essa coisinha gostosa da fantasia latente terá que entrar de cabeça nessa história e passar a ser parte pulsante do desejo em comum. Em verdade, se houve sinceridade quando da famosa abordagem a que o Jonas se refere e você abriu o jogo de ponta a ponta, ela está livre pra fazer a escolha porque sabe exatamente o produto que está levando pra casa. Não existe propaganda enganosa, e isso é fato.
Agora, se não houve um jogo limpo num primeiro papo é melhor esquecer e partir pra outra.
Porque ela também terá que decidir. Os carinhos, as transas comportadas a meia luz, beijinhos apaixonados debaixo de edredom vão literalmente pro espaço. A história fetichista sempre tem um começo, um meio longo ou curto de acordo com a cumplicidade e um final, feliz ou infeliz, dependendo do entendimento entre quem se decide a tanto.
Então brother, se nós piramos quando assistimos a Regina Duarte amarrada na primeira versão da Selva de Pedra mortos de vergonha num canto do sofá, sem ao menos dizer a ninguém, exceto a nós mesmos, aquilo que já nos movia, temos que seguir na mesma tocada pra evitar que o tesão vá para no ralo. Broxar nunca!

No caso das fantasias fetichistas, ter uma seqüência é fundamental. Se a mulher de fora do meio resolver comprar essa briga tem que saber exatamente o barulho em que está se metendo. Jamais imagine que fantasias fetichistas são sonhos de uma noite de verão porque aqui o bicho pega e num primeiro deslize, ou na primeira desistência dá água e sua batalha naval vai pro lixo. Assim como nós fetichistas convictos e praticantes não podemos enganar ou ludibriar a quem quer que seja com historinhas inocentes ou papos imbecis do tipo “é só hoje e nunca mais”. Cartas na mesa é a única forma de levar essa parada adiante.

Por mais que a fantasia seja um mundo do faz de conta, isso envolve pessoas com desejos, virtudes e defeitos, portanto, todo cuidado é pouco pra não falir a firma antes mesmo de colocar um letreiro na porta.
Mesmo na união de dois fetichistas esses aspectos devem ser esclarecidos da forma mais límpida e racional possível.

Um excelente final de semana a todos!