quinta-feira, 25 de abril de 2013

Rabiscos Perfeitos


Foi-se o tempo em que o corset era apenas uma peça de roupa.
Nesse caso, o BDSM ditou a moda e algumas moças procuram repetir em seus corpos o que se faz em sessões de sadomasoquismo de forma bastante comum, usando a pele como receptor de pequenos instrumentos que servem de guia para desenhos com fitas decorativas.
Evidente que muita gente no BDSM prega que este tipo de cenário seja exclusivo das sessões que criam, porém, o instrumento utilizado pra dar vida ao desenho do corset no corpo responde por agulhas cravadas na pele.
Nem todos estão capacitados pra esse tipo de jogo, mas alguns com profundo conhecimento de causa costumam criar ótimos desenhos em eventos e festas em mulheres que consensualmente admitem tais práticas.
No entanto, a moda pegou. E das lojas que trabalham com piercings e tattoos essas peças foram elaboradas de forma definitiva, ou temporária, mas com maior eficácia do caminho que vai dar suporte ao desenho das fitas entrelaçadas nos corpos das meninas. Pequenas argolas são implantadas na pele e servirão de base para que as fitas tomem a forma de um belo corset como se fosse um traje.
Pasmem os incrédulos, mas há muita gente experimentando isso.
Essa dica vem particularmente de alguém que além de excelente profissional nessa área ainda carrega o fetichismo na alma. O nome dela é Bia, ou Bia Piercer como é conhecida no meio.
Ela me conta que essa idéia veio ao acaso, do destino.  – “Nunca pensei em trabalhar num estúdio de tattoo. Foi uma mudança radical em minha vida. Mas acredito que mudanças sempre vêm para o bem, mesmo que no momento não se perceba”.
Em verdade, esse segmento cresce de forma avassaladora. Tudo que é moda anda a passos largos e a mídia se encarrega de divulgar e muitos passam a desejar o que admiram nas inúmeras fotografias que a grande rede derrama todos os dias na nossa frente.
Qual fetichista não curte uma tattoo bem elaborada e no lugar correto?
E nisso a Bia Piercer é craque.
Ela enxergou a tendência dentro do fetichismo, e uma vez inserida no contexto atribui a sua busca muito do que produz em seu estúdio. – “Sempre vi muitas fotos de mulheres submissas muito bem amarradas, algemadas, entre outros tipos de imobilizações e isso me deixava ao mesmo tempo excitada e curiosa. Mas quanto às agulhas, vejo poucas sendo usadas de uma forma correta, bonita, segura e artística. E o trabalho que faço engloba tudo isso, pois já tenho um feedback de pessoas do meio que não se atreveriam a experimentar as agulhas, pelo medo da contaminação. Mas num centro adequado, em que materiais descartáveis e totalmente higiênicos são utilizados não há risco algum de que tal fato aconteça”. 
Com certeza esse paralelo que a Bia tenta explicar vem muito do que aprendeu sobre entrega de mulheres abraçando a submissão e apostando na dor física como prazer. A utilização de agulhas faz parte do SM e, ainda que essas mulheres com claras tendências masoquistas não se submetam ao momento da dor nas mãos de seus pares sádicos, o desenho realizado em estúdio pode sugerir a entrega e a devoção tão cobrados quando o assunto tem uma relação de dominação e submissão.
Segundo a Bia Piercer, muitos desenhos que as meninas trazem são sugestões de seus parceiros que têm total conhecimento do que será realizado.

E pra quem curte esse tipo de prática nada melhor que conhecer de perto o trabalho da Bia além das fotos que postei aqui. Pra quem usa o facebook, essa ferramenta te leva a pagina dela através do link: http://tinyurl.com/d8gwnc7
Ou pelo email: beatryzrigo@hotmail.com

A Bia Piercer está em Vitória no Espírito Santo e qualquer consulta e deslocamento é valido pra quem deseja um trabalho bem feito!

terça-feira, 23 de abril de 2013

Liberté, Egalité e Vansifudê!


Sophia Loren, uma vez teria admitido: “Sex appeal é cinqüenta por cento do que você tem e cinqüenta por cento que as pessoas pensam que você tem.”
Segundo pesquisa os franceses são os melhores amantes do mundo.
Pois bem, menos mal que essa pesquisa foi realizada em território francês e tomou como base o depoimento de mulheres nativas. O estudo baseou-se em relatos das mulheres com vida sexual ativa comparado com depoimentos de representantes do sexo feminino de outros países.
Na verdade, Sophia Loren tem muito mais razão que os tais pesquisadores e suas conclusões nada elucidativas, os doutores Jean-Jacques Coupoix and Pierre C. Beaurreot, por exemplo. O homem tem em mente um senso de capacidade sexual muito além do próprio limite e em qualquer parte do planeta costumam atribuir para eles próprios o título de amantes perfeitos.
Claro que os nomes descritos acima não passam de uma sacanagem sutil com o povo francês, entretanto o estudo existiu e teve aprovação das mulheres.
O que virou notícia, no entanto, dá conta de que setenta e seis por cento dos franceses disseram que o revés sexual estaria causando-lhes problemas de relacionamento.
O estudo mostrou que um entre cada quatro homens, ou mulheres, disseram ter usado as desculpas de dores de cabeça, stress, cansaço ou a proximidade de crianças para evitar ter relações sexuais com seus parceiros.
E a pesquisa descobriu, ainda, que a metade dos franceses sentiu que às vezes eles simplesmente "não tiveram desejo" de ter relações sexuais. A abordagem contradiz uma enquete realizada anteriormente, mais precisamente seis meses atrás, em que encontrou quarenta por cento dos homens franceses pensando que eram os melhores amantes, e os mais inteligentes e mais engraçados na Europa.
Soberba pouca é bobagem...
Especialistas admitem que os homens com problemas de impotência sofrem por se sentirem menos masculinos o que pode torná-los hostis e até agressivos. Estes mesmos estudiosos afirmam que se o corpo se acostuma a não ter sexo à libido tende naturalmente a desaparecer. Abre o olho monsieur!
Eu acho essa conversa de pesquisa sobre melhores amantes uma grande babaquice. É pura balela sair por aí pesquisando quem trepa mais e melhor. Não é difícil encontrar supostos estudos que apontam os latinos, principalmente brasileiros, franceses, espanhóis e italianos apregoando para a si o titulo de melhor amante do mundo. Basta à cabeça estar em ordem, o coração em dia e muitas idéias a por em prática para o sujeito exercer as delícias do sexo em qualquer idioma ou em qualquer lugar do planeta.
Em verdade, se condicionou apregoar tal qualidade sexual aos franceses pelo que representou ao longo da história toda a liberdade de expressão conquistada por esse povo alegre e gentil, e em parte pela literatura e expressões de arte em geral, como o teatro e o cinema. Alguns atores viveram personagens imaginados pelos autores livres de preconceito e espalharam pelo mundo uma idéia de magia sexual e fetichista.

Durante muito tempo tal relação entre sexo ardente e estes atores despertou um interesse oculto nas mulheres por uma noite de sexo intenso com homens franceses. Hoje, a globalização não permite este tipo de viagem imaginária ao mundo da fantasia.
Qual mulher na flor da idade não imaginou ser uma das preferidas do agente 007, o James Bond numa de suas aventuras? Sexo com fantasia sempre foi e será um grande estimulante natural. Mas não precisa falar francês pra ser o grande astro da tela...


A foto no alto da matéria é uma cortesia do meu amigo francês Romain do site Bound Club Net.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

O Dia em que o Fetiche "quase" Morreu


Dizem que o que nasce conosco se manifesta na infância. Infelizmente, depois de meio século algumas dessas memórias se foram. O que lembro de fetiches remonta o tempo que os pelos cresciam no corpo, na inquietação adolescente.
E nessa época, cercada de medos e incertezas, tudo que se tem é a tentativa de fazer pulsar e viver algo que provoca as primeiras ereções autênticas através de simples brincadeiras que para os que estão em volta nada mais são que ecos infantis. O fetiche sobrevive no escuro.
O tempo passa e o fetichista como qualquer outro ser humano colhe as primeiras paixões. A timidez o esmaga por dentro e ele deixa de lado a própria essência por simples opção. Se entrega pela metade, dá o corpo e reserva a alma, e pela primeira vez tenta desesperadamente matar o que o acompanha desde que abriu os olhos na maternidade.
O fetiche morre pela primeira vez.
Entretanto, dentro de um contexto kardecista ele pode renascer. A eternidade conspira a favor e se consegue extrair pequenas doses de prazer quando o cinema ou a TV mostram o que ainda existe sepultado dentro da própria consciência. Mais tempo passa, a maturidade chega e com ela vêm as lembranças. Amores partidos, relacionamentos pela metade e uma enorme vontade de assumir as diferenças. Invejas bondosas de quem dá a cara e vontade de ser livre.
Lentamente o fetiche começa a tomar forma e, finalmente, renasce. O fetichista já consegue controlar seus impulsos e aceita uma verdade imutável de que terá que conviver com ele pra sempre. Convive com dias de altos e baixos, com sonhos que se realizam em bordéis escuros e guarda todos os seus segredos dentro de um cofre inexpugnável. Já não sente vergonha diante do espelho, combate a timidez com bravura e se torna um guerreiro em prol de seus próprios sonhos.
Enfrenta tédios que duram dias intermináveis e luta pela vida arrastando sua própria razão de existir sem dividir. Consegue orientação por seus méritos e não desiste. O futuro é encarado sempre com bons olhos. Se reinventa, recria cenários perdidos e aposta sempre no que vem pela frente. Flerta com imagens que colhe e nelas vê traduzida sua própria semelhança.
Segue o instinto. Fareja parcerias e inventa casos que jamais se tornaram reais. Descobre nichos e guetos, transita em meio a pessoas de senso comum e desabrocha reescrevendo contos que alinhavou nos tempos idos.
Consegue enxergar o óbvio e passeia por caminhos distintos fazendo a separação exata das coisas como deve ser. Cria um personagem, dá vida a um ser que não tem identidade e faz dele sua imagem e semelhança. Ele é aquilo que o fetichista queria ser. Porque ninguém sonha com agonia, com angustia e desprazer.
O fetichista se fortalece. Consegue suplantar ironias, verbaliza suas virtudes e não somatiza decepções. Valoriza seu gosto apurado e começa a partir desta fase a se orgulhar com a própria sofisticação de suas fantasias. Vive dias de cumplicidade total.
Entretanto, um artista não pode se separar de sua obra e quando isso acontece ele se torna vazio. É preciso recomeçar pra não ver tudo murchar em morte lenta e agonizante. Entender as voltas da vida e, principalmente as pessoas que vêm e vão. Num planeta globalizado, totalmente diferente em que se viu nascer à harmonia de sentimentos, faz-se obrigatório compreender a chegada de novos habitantes nessa grande avenida chamada fetichismo.

Nesta etapa é necessário ter a consciência de que toda a experiência faz com que o fetichista deixe de ser um recém chegado para se tornar um exemplo para quem se aproxima.
Compreender as misturas de elementos, o aroma que se acentua forte num insosso sabor baunilha quando há a conjugação de fatores que atraem quem está chegando.
O planeta fetiche é como uma estação de trem, aonde pessoas chegam e partem sem critério especifico. Uns marcam sua passagem outros simplesmente desaparecem sem deixar vestígios. Mas o verdadeiro fetichista que carrega

a chama acesa no peito há de perseverar por todos os meios para que não tenha que renascer outra vez.


terça-feira, 16 de abril de 2013

Toda Puta tem Chulé


Eu realmente tenho uns amigos com nicks complicados.
A ver: Ludovico Antropo, Ariovaldo Sereno, Doutro Palhares, ou seja, os caras criam os personagens e dão a eles os mais curiosos nomes.
E fetichista adora um papo.
E nesses papos aparecem coisas do arco da velha, muito piores que papo de marmanjo em mesa de bar falando de mulher. Pra dar liga tem que ter fetiche no meio ou não rola.
E a frase da semana veio do Ariovaldo: toda puta mora longe e tem chulé.
Não sei se ele pensou muito pra chegar a essa conclusão, sei que saiu do nada. Tá certo que o papo era a participação ou não das moças de vida horizontal nas paradas fetichistas dos caras, mas veio essa afirmação.
Aliás, que me perdoem as damas que escolhem esse caminho, mas o sujeito foi direto. E tão pouco explicou a razão pela qual falou com tanta certeza. Imagino que ele tenha ido levar alguém em casa pra chegar a tal conclusão, ou ao beijar uns pés na calada da noite tenha notado um cheiro azedo. Mais, não posso perceber.
Não houve depreciação das meninas, ele apenas disse. Claro que existe uma galera que curte mesmo um chulezinho nas meninas. Vários gostam, e existe até variação de grau. Pasmem!
Uns curtem o cheiro muito brabo, outros os mais amenos e acho até que o Ariovaldo joga nesse time pra dar tal declaração. E quanto a morar longe não há muito que dizer.
Então chegam as opiniões porque dividi o assunto desse papo com as moças, não as de vida horizontal, mas as amigas. Fato é que a maioria torceu o nariz ao prazer ofaltivo da galera, o que é uma grande bobagem.
Normalmente o fetichista se liga nos seguintes aspectos: visual, auditivo, ofaltivo e tato.
E conheço umas meninas que curtem odores, dos mais diferentes tipos, desde um bom perfume francês ao cheiro de uma axila suada. Pois é, tem sim. Daí não fica bem falar mal dos caras que gostam de um chulé na madruga. Aliás, várias opiniões femininas dão conta de que o fato das damas da noite trabalharem muito tempo com o mesmo calçado é o elemento causador dos odores apontados pelo Ariovaldo. Será?
Quanto a morar longe não vejo qualquer relação fetichista que possa explicar.
Mas reafirmo que “nojinho” em fetiches não cola. Tá com nojo escolhe outro tipo de sexo, baunilhão de preferência. Esse papo de corpos suados e bem natural é pra quem tem adrenalina no sangue.
No entanto, todos que mandaram sugestões quanto ao que disse o Ariovaldo, esqueceram de um simples detalhe: basta um bom banho e tudo muda certo? Nem sempre, podólatra que se preza detesta lamber sabonete. Pode perguntar...
Daí a questão fica complexa.
Mas apesar da complexidade é muito simples de entender. Fetichista é mesmo bicho esquisito, e procurar lógica em desejos alheios é como garimpar ouro na Avenida Paulista. Prazer é pessoal e intransferível, salvo em casos raros quando eles combinam o que faz com que os grupos se formem a ganhem força.

Resumindo, que o chulé das moças de vida horizontal seja bem vindo e de todas as meninas que não ligam muito pra essa coisa do politicamente correto no sexo. Porque o que é bom tem que ser compartilhado com quem faz parte da parceria e se o sujeito gosta do chulezinho agradar não custa, Se pensar o contrário vão perder para as putas.
Simples assim.
Me fez lembrar de um fato curioso certa vez que discutia sobre cheiros numa roda de amigos e amigas e uma das presentes foi categórica ao afirmar o seguinte: se beijar meu pé depois não me beija na boca...
Pois é, se a dita cuja tem nojo dela mesma há algo de podre no Reino da Dinamarca.
Vai saber...

quinta-feira, 11 de abril de 2013

O Stenio e o BDSM


Sabe ACM, somos amigos há 29 anos, dá pra imaginar?
Muitas vezes achei estranho teu blog e esse mundo que tanto fala. Até conhecer uma pessoa mês passado que me fez ver algo que jamais supus viver na prática.
E tudo começou com uma brincadeira de queda de braço no Motel. Mas confesso que perdi de propósito e sei lá a razão. O mais legal de tudo foi sentir aquela fêmea arrancando minha roupa como jamais tinha ocorrido e usando meu próprio cinto da calça pra amarrar minhas mãos para trás. Dali em diante não tive qualquer participação.
Fiquei deitado, peladão, e quando aquelas unhas começaram a arranhar minhas costas a vontade que tive foi sair dali e enfiar a porrada na cara dela. Mas ela sabia a medida, porque pra cada arranhão e beliscão rolava um carinho no underground de deixar as bolas macias...
E puxava meus cabelos com vontade. Parecia que eu era um boneco desses de loja de shopping, e só faltava mesmo o terninho na vitrine.
Levei aquela sentada na cara quando ela me virou de frente e cadê o ar?
Eu nem pensei muito, porque foi abrir a boca e ela começar a se mover de forma doida. E eu ali, literalmente nas mãos daquela mulher que parecia ter o diabo no corpo. Porque era tanta unhada no saco e tapas no boneco que nem sei aonde arranjava tesão pra manter ele de pé. O bichinho nunca apanhou tanto e sem saber por que apanhava.
E a experiência dela era impressionante.
Maltratava e afagava com tamanha destreza que pensei estar em outro planeta. Era bom e ruim ao mesmo tempo, mas que no final dava um resultado inesperado. E fodam-se as marcas porque era dentada pra todo lado. Pescoço, costas, braço, perna, tudo era alvo daquela fúria incontrolável e eu ali, paradão, sem saber qual era a próxima.
Lambuzou os peitos de gel que pegou no armário do frigobar e se esfregou em mim. Fiquei doido. Alucinado mesmo! Achei até que tudo era irreal.
E nisso tudo conclui que ela já tinha gozado umas dez vezes sem me dar qualquer chance de falar isso ou aquilo ou quem sabe mostrar o que entendia por sexo.
Daí tirou a bota e me fez arrancar as meias soquetes com os dentes.
“Lambe” ela disse! E olha parceiro, nunca imaginei gostar tanto de chulé...
Até que lá pras tantas ela foi beijando minha nuca, descendo pelas costas, me deixando em êxtase total e num impulso quase sem ser notada me comeu. Isso meu camarada, experimentei a até então inglória sensação de cagar pra dentro. Só me restou morder a fronha.
Só que pra não me deixar na merda ao mesmo tempo iniciou um boquete que fez entregar os pontos. Nunca gozei tanto com o tal do BDSM.
Mas te confesso, ainda que docemente constrangido que nunca mais saio dessa onda.

Nota do blog: antes de descer a lenha é bom ao menos avaliar que pra entender as coisas boas da vida é melhor estar atento a tudo. Por que não tentar?
Valeu demais Stenio!

 É mais ou menos isso que aconteceu com o Stenio

segunda-feira, 8 de abril de 2013

O Fake


“Tá certo, você diz e eu acredito. Como acredito em todas as pessoas, mesmo aquelas que não existem.”
Sabe, a internet mudou o mundo e trouxe uma grande contribuição. Globalizou, divulgou, mas fez nascer o “fake”, o embusteiro, o falso, o montado, o irreal.
Conviver com isso é complicado pra alguém que todos sabem quem é, mas mesmo assim eu tento, embora veja flagrantes disparidades, em blogs ou em redes sociais. As pessoas mexem com o imaginário alheio de todos os modos, mas quem trabalha com material humano, lida com corpos radicados no fetiche, sabe diferenciar uma foto real da outra montada e às vezes furtada.
Por isso, talvez eu seja tão descrente quanto à virtualidade ou as coisas que parecem ser. Converso com todos. Independente de serem reais, abstratos ou até brincalhões.
Mulheres que são homens, homens que são mulheres, tudo na NET é valido, permissivo, dinâmico, mas nem sempre isso é agradável.
O BDSM não perdoa os personagens que se mantêm presos ao anonimato pra sempre.
O BDSM não costuma punir esses personagens junto ao meio em que vivem, mas os pune de forma definitiva, aprisionando o personagem no contexto da pessoa que o cria.
E o pior de tudo isso é que algumas pessoas se especializaram tanto nesse negócio de “fake” que estão fazendo escola. Uma verdadeira corrente habita um mundo paralelo e imaginário onde um se conecta com o outro. Concordo que muitas vezes esses internautas sabem quem é quem e que nada além de um perfil falso está do outro lado da tela. Entretanto, o conteúdo muitas vezes é interessante, faz bem aos olhos, aguça, instiga, e tudo passa.
É bom esclarecer que “fake” nada tem a ver com anônimo, antes que comecem a jogar pedras nos comentários. Há pessoas que por razões pessoais não podem se expor, daí aparecem na NET anônimos, mas se apresentam quando há um evento, ou quando encontram alguém com a confiança suficiente pra se mostrar.
Algo que o “fake” jamais fará. Pelo simples fato de ser uma grande mentira montada.
Não há como criar um personagem totalmente falso e dar vida a ele. Seria o mesmo que supor que o Clark Kent exista de verdade e que de vez em quando ele voa por aí. Não rola.
Noutro dia conversando na NET com um desses “fakes” cheguei à conclusão de que essa pessoa é louca ou o louco sou eu. Porque esta criatura me disse que quando cansar do personagem e este não suprir as idéias que ele se dispôs ao construir tal montagem, ela construirá outro perfil, e, assim, sucessivamente até acabar o estoque.
Pergunto: pra que? Que graça tem isso?
Se o grande barato da internet, o bem maior que ela trouxe em beneficio da população foi facilitar o contato, como funciona uma mente que decide viver nessa “deep web” aprisionada?
Conheço muita gente dentro do BDSM que já arrancou os cabelos com esse papo de “fake”.
Gente que construiu esperanças de um dia ter na realidade o que alcançou pelo mundo virtual. Estas pessoas hoje nutrem ojeriza aos fakes que aparecem e reaparecem no BDSM de forma avassaladora.
E como evitar que estas pessoas apareçam em suas redes de amigos?
Bom, um “fake” não é um idiota, ainda que seja totalmente imbecilizado ele pensa. Procura adicionar pessoas conhecidas no meio, puxa papo, mostra que conhece alguém que todos sabem quem é. Dessa forma ele inicia a incursão no BDSM.

E quando topar com uma criatura desse tipo procure se proteger de todas as formas. Não adianta pensar em instrumentos que faziam diferença num passado remoto como webcam, porque essa gente possui dispositivos pra burlar isso, através de vinhetas programadas que resistem alguns segundos e depois desaparecem. Então a velha desculpa de que o sinal da NET caiu ainda rola.
A melhor maneira de lidar com o “Fake” é ignorar. Pode parecer simples demais, mas quem se dedica a essa brincadeira de péssimo gosto detesta ser ignorado...