quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Exposição


O fetiche do casal é a exibição do que praticam entre quatro paredes.
Uma vez exibido a um público privado, escolhido entre pessoas de um círculo, fica isento de críticas. Mas há casos em que a exibição só funciona se for pública, de livre acesso a quem se habilite a procurar por este tipo de imagem.
Hoje, há sites especializados em publicar cenas gratuitamente de praticantes de bondage. Com o rosto à mostra ou às vezes encoberto, essa galera invade a internet e nem liga para a crítica sobre detalhes do trabalho, uma vez que tudo é de graça pelo menos num primeiro momento.
Entretanto, há muita gente faturando com isso lá fora.
Aqui, uma amostra do que rola na rede sobre este tema.
A qualidade é o que menos importa. O que vale é o fetiche em sua expressão amadora.
Divirtam-se





segunda-feira, 29 de agosto de 2011

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Cum Swallow


Já ouviram falar? Cum Swallow é o fetiche por engolir esperma.
Muito comum em filmes pornográficos e praticado por muita gente. O fetiche consiste em um homem, ou mais, ejacular na boca de uma pessoa que engole o sêmen demonstrando estar gostando. O esperma é um fluido corporal, e possui um gosto de levemente salgado a amargo, constituído por espermatozóides, vitaminas, sais minerais, frutose e proteínas.
E ainda existe uma variante do fetiche chamado de “Cum Swap”, quando um homem ejacula na boca de uma mulher (ou outro homem) e o sêmen é repassado a outra pessoa através de um beijo.
Algumas pessoas engolem esperma vez por outra em suas relações, o que não faz disso um fetiche. Para se tornar um fetiche é necessário que tal prática torne-se condição para a obtenção do prazer e seja constantemente praticado durante o ato sexual.
Por outro lado, amantes de jogos de BDSM costumam introduzir o Cum Swallow em suas cenas. Alguns dominadores obrigam a parceira a receber o esperma na boca quando submissa da relação e várias dominadoras se deliciam ao ver seus submissos engolindo o próprio esperma ou de um segundo participante da fantasia.
Claro que não é preciso dizer que nada disso existiria sem consensualidade. Jogos desse nível precisam ser previamente combinados a fim de evitar constrangimentos a quem a prática é imposta.
Existem pessoas que gostam de espalhar o esperma sobre partes do corpo após a ejaculação, mas neste caso não estaria relacionado à prática do Cum Swallow.
Este é um daqueles fetiches que podem figurar numa lista de bizarros. A prática é complicada e nem todas as pessoas conseguem realizar o fetiche a contento por nojo ou outra razão qualquer, entretanto, existem muitos simpatizantes do Cum Swallow que necessitam do fetiche para alcançar o prazer.
Em se tratando de um fetiche que envolve sérios riscos à saúde o Cum Swallow deve ser precedido de todos os cuidados antes de ser praticado. A possibilidade de existir um contágio por qualquer doença sexualmente transmissível (DST) é grande, e, por isso, se faz necessário conhecer muito bem o parceiro com quem se pratica.
A perda do controle nesses casos pode ser mortal.
Certa vez recebi um email aqui mesmo no blog de um suposto praticante de Cum Swallow com alguns relatos impressionantes. Dizia o praticante que gastava fortunas com prostitutas que aceitassem o sexo sem preservativo com um cliente qualquer. Ele se postava na porta do quarto e assim que o “cliente” terminava de ejacular, ato contínuo adentrava ao local para lamber a vagina da mulher. Uma loucura!
Praticar o Cum Swallow nem sempre é nocivo e pode ser uma prática bem legal, principalmente se for parte integrante de uma fantasia bem bolada. Porém, a escolha do parceiro é fundamental para que no final não haja problemas irremediáveis.

Bondagette

Posso até estar enganado, mas o tempo e a experiência me faz acreditar que nem toda modelo de cenas de bondage pode se tornar uma bondagette. Porque mesmo que seja comum o bondagista se referir as modelos de bondage como bondagettes, é necessário que esta modelo tenha uma identificação muito forte com o fetiche, seja pela expressão ou qualquer outro elemento.
Por isso, apenas em algumas dessas meninas maravilhosas que entendem o fetiche como arte, eu vejo o exato conceito do significado do termo bondagette.
E pra corroborar com aquilo que penso, dá uma olhada na fotografia ao lado.
A modelo Sammy estréia essa semana no Bound Brazil e após as cenas posso colocá-la na galeria das quais considero as verdadeiras bondagettes.

Um bom final de semana a todos!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

OTS Carry


Reza a lenda que bondage é o fetiche que abriga aqueles que gostam de ver mulheres amarradas. Certo? Quase, porque existem caminhos dentro do fetiche de bondage onde as cordas não são convidadas a participar da festa.
Ontem, em conversas com um amigo bondagista rolou o papo do OTS Carry Fetish.
E pra quem não conhece vale a definição: OTS = Over The Shoulders, e quando este termo é inserido numa historinha de captura num filme de ação onde a heroína está em absoluto perigo, o desejo fica explícito no instante em que o vilão carrega a mocinha nos ombros, amarrada ou não.
Algumas variações são comuns para os praticantes e amantes de OTS Carry. Uns são fanáticos por ver a mulher desacordada, de preferência após uma captura na base do clorofórmio, outros preferem que a “vitima” apareça esperneando e certos grupos são viciados em OTS Carry quando a menina está amarrada e amordaçada.
Portanto, pra quem pensa que a definição de bondage no glossário fetichista tem a ver apenas com nós eficientes e imobilizações perfeitas e assimétricas aqui vai mais uma dica.
Em se tratando de um fetiche que chegou por aqui faz pouco tempo, alguns praticantes têm uma visão muito limitada da fantasia. Na verdade, em países onde o fetiche se desenvolveu há mais tempo, algumas vertentes reúnem grupos de apaixonados fetichistas que criam comunidades dedicadas à fantasia. Tal fato ocorreu por uma razão bem simples: a ligação do fetichista com as imagens disponíveis.
Numa época de pouca divulgação as imagens de mulheres em apuros vinham condensadas em filmes ou revistas em quadrinhos. Estamos falando de um tempo que remonta a metade do século passado, portanto, é um fator a ser analisado com a devida relevância.
Quando Irwing Klaw decidiu recortar trechos de histórias de raptos encontradas em revistas e vender este material por remessas de correios de costa a costa nos Estados Unidos, o interesse dos admiradores ficou tão evidente que ele resolveu em conjunto com sua irmã Paula criar pequenos vídeos, os chamados “teasers” com a participação de jovens modelos em busca do estrelato. Aqui nasceram as primeiras produções com material exclusivo fetichista que revelaram mitos e musas, sendo a mais famosa delas a rainha das pinups Betty Page.
Klaw produzia ao gosto do freguês. E a imensa quantidade de pedidos de suas obras continham incríveis variantes quando o assunto era captura. Os gostos eram apurados e variavam desde simples mulheres amarradas e amordaçadas, cenas de handsmother (quando a vitima tem a boca abafada pelo vilão) e o OTS Carry, quando o espectador queria assistir a mocinha sendo carregada nos ombros pelo algoz.
Irwing Klaw conseguiu reunir todas as tendências de bondage numa única obra a qual batizou de Teaserama que foi proibida numa época de guerra fria, principalmente quando Klaw já sofria perseguição do comitê do Senado Americano contra a subversão por ter utilizado os correios dos Estados Unidos para a remessa e recebimento de vales postais com seu trabalho.
Hoje com o fetiche totalmente evoluído e em flagrante expansão nos Estados Unidos, vários grupos paralelos se formaram e navegam pela Internet em busca do material de preferência.

Não é difícil encontrar sites que exploram estes segmentos em conjunto com a própria imobilização. Alguns portais se especializam em apresentar estas vertentes combinadas e vez por outra produzem pequenos vídeos (comparados aos famosos Teasers de Klaw) para atrair novos assinantes. Ainda que exista um emaranhado de portais explorando o mesmo conceito, alguns sites são considerados especializados em determinados segmentos. O Bound Brazil, por exemplo, embora apresente produções de capturas com handsmother e clorofórmio, tende a exibir bondage combinado com podolatria, outro segmento com imensa procura.
Finalizando, o OTS Carry pode ser admirado quando um vilão carrega uma vitima nos ombros, uma mulher também pode fazer este trabalho ou até mesmo vários raptores para uma mesma menina em perigo.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

BDSM em Anos de Horror


Vamos combinar o seguinte: tudo que é proibido é mais gostoso.
Se essa regra estiver valendo aqui vai uma dica daquelas consideradas imperdíveis.
O filme a ser visitado hoje é Love Camp 7, do ano de 1969 com direção de Lee Frost. Mas estejam preparados porque vocês vão topar com cenas de puro sadismo, ainda que alguns críticos tenham a insensatez de classificar Love Camp 7 como um triller de Damsels in Distress.
Toda a trilogia do “Love Camp” tem um mesmo roteiro: sacar cenas de BDSM de atrocidades cometidas em campos de concentração Nazistas durante a Segunda Grande Guerra. Porém, neste episódio o couro comeu.
Não há partes do filme que desvie o espectador do quesito “tortura”. Nos lançamentos anteriores havia uma dose de trama capaz de enriquecer o roteiro por desvios propositais, embora fosse pura embromação. Entretanto, esse caminho tortuoso ludibriou a exigente BBFC Britânica e sua censura implacável que permitiram a exibição destes episódios anteriores.
A partir do ano de 2002, depois de analisar vários recursos para a liberação de uma obra durante trinta e três anos, Love Camp 7 foi definitivamente considerado banido. Existem outros setenta e dois filmes atualmente que são impedidos de serem exibidos ou comercializados no Reino Unido, sendo que nenhum deles levou o selo de “banido” como Love Camp 7.
Há razoes pra isso, principalmente culturais e políticas.
E como tudo tem início? Duas jovens oficiais se disfarçam de prisioneiras de guerra e são levadas a um campo de concentração na esperança de obter alguma informação de um cientista que está sendo mantido prisioneiro por lá, mas infelizmente as coisas não caminham como o desejado e elas são submetidas a todos os tipos de tortura aplicadas nos demais prisioneiros.
Noves fora Love Camp 7 seja uma obra de ficção, todas as cenas de torturas e de humilhações passam ao largo de serem consensuais. Explico: quando se fala em BDSM como um fetiche espera-se que os praticantes usem o termo consensual para suas práticas. A dor une sádicos e masoquistas num mesmo cenário e tudo é realizado totalmente em comum acordo. Entretanto, quando isso vem pra tela a idéia é criar uma trama que dê lógica ao que se tem como base para o enredo, no caso o BDSM. Fica claro então que as cenas devem representar uma realidade pensada pelo escritor do drama e causar o impacto em quem assiste ao filme.

Existem pessoas espalhadas pelo mundo nos dias de hoje que cultuam cenas de Nazismo como fetiche. Nada a ver com partidos neonazistas ou ideologias políticas. Há bares em lugares da Ásia onde o fascínio por uniformes e acessórios utilizados por Nazistas são evidentes e temáticos. A partir do uso desses paramentos não é difícil encontrar fetichistas que encenam torturas e humilhações com estes trajes.
Portanto, se a praia do leitor aqui do blog for cenas de sadomasoquismo o filme fará o efeito desejado. Caso contrário fique distante, porque as cenas são fortes e impiedosas.


Como brinde, em se tratando de um filme de muitos anos atrás, aqui vai um link onde é possível assistir online a Love Camp 7. Caso haja interesse pela obra a Amazon tem um exemplar novo e dois usados à venda.
http://www.megaporn.com/video/?v=SEPY7NKI

Fiquem com um trecho do filme.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Liberté, Egalité e Vansifudê!


Sophia Loren, uma vez teria admitido: “Sex appeal é cinqüenta por cento do que você tem e cinqüenta por cento que as pessoas pensam que você tem.”
Segundo pesquisa os franceses são os melhores amantes do mundo.
Pois bem, menos mal que essa pesquisa foi realizada em território francês e tomou como base o depoimento de mulheres nativas. O estudo baseou-se em relatos das mulheres com vida sexual ativa comparado com depoimentos de representantes do sexo feminino de outros países.
Na verdade, Sophia Loren tem muito mais razão que os tais pesquisadores e suas conclusões nada elucidativas, os doutores Jean-Jacques Coupoix and Pierre C. Beaurreot, por exemplo. O homem tem em mente um senso de capacidade sexual muito além do próprio limite e em qualquer parte do planeta costumam atribuir para eles próprios o título de amantes perfeitos.
Claro que os nomes descritos acima não passam de uma sacanagem sutil com o povo francês, entretanto o estudo existiu e teve aprovação das mulheres.
O que virou notícia, no entanto, dá conta de que setenta e seis por cento dos franceses disseram que o revés sexual estaria causando-lhes problemas de relacionamento.
O estudo mostrou que um entre cada quatro homens, ou mulheres, disseram ter usado as desculpas de dores de cabeça, stress, cansaço ou a proximidade de crianças para evitar ter relações sexuais com seus parceiros.
E a pesquisa descobriu, ainda, que a metade dos franceses sentiu que às vezes eles simplesmente "não tiveram desejo" de ter relações sexuais. A abordagem contradiz uma enquete realizada anteriormente, mais precisamente seis meses atrás, em que encontrou quarenta por cento dos homens franceses pensando que eram os melhores amantes, e os mais inteligentes e mais engraçados na Europa.
Soberba pouca é bobagem...
Especialistas admitem que os homens com problemas de impotência sofrem por se sentirem menos masculinos o que pode torná-los hostis e até agressivos. Estes mesmos estudiosos afirmam que se o corpo se acostuma a não ter sexo à libido tende naturalmente a desaparecer. Abre o olho monsieur!
Eu acho essa conversa de pesquisa sobre melhores amantes uma grande babaquice. É pura balela sair por aí pesquisando quem trepa mais e melhor. Não é difícil encontrar supostos estudos que apontam os latinos, principalmente brasileiros, franceses, espanhóis e italianos apregoando para a si o titulo de melhor amante do mundo. Basta à cabeça estar em ordem, o coração em dia e muitas idéias a por em prática para o sujeito exercer as delícias do sexo em qualquer idioma ou em qualquer lugar do planeta.
Em verdade, se condicionou apregoar tal qualidade sexual aos franceses pelo que representou ao longo da história toda a liberdade de expressão conquistada por esse povo alegre e gentil, e em parte pela literatura e expressões de arte em geral, como o teatro e o cinema. Alguns atores viveram personagens imaginados pelos autores livres de preconceito e espalharam pelo mundo uma idéia de magia sexual e fetichista.

Durante muito tempo tal relação entre sexo ardente e estes atores despertou um interesse oculto nas mulheres por uma noite de sexo intenso com homens franceses. Hoje, a globalização não permite este tipo de viagem imaginária ao mundo da fantasia.
Qual mulher na flor da idade não imaginou ser uma das preferidas do agente 007, o James Bond numa de suas aventuras? Sexo com fantasia sempre foi e será um grande estimulante natural. Mas não precisa falar francês pra ser o grande astro da tela...


A foto no alto da matéria é uma cortesia do meu amigo francês Romain do site Bound Club Net.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Imagem Nua


A exibição da pornografia é contestada.
É do tipo de imagem que alterna comportamentos. O sujeito aprecia a cena pornográfica na solidão, em retiro, e renega quando está em público.
O problema é que de um tempo pra cá a associação da pornografia com imagens ordinárias ficou em evidência. Isto porque a mídia coloca num mesmo patamar um casal praticando sexo e um animal que lambe as partes íntimas da mulher na frente das câmeras.
E tem sido assim.
O sexo parece chulo quando não é praticado com elegância, por isso, deveria existir uma classificação mais exigente entre vulgaridade e expressão artística. Porque ninguém sai por aí vociferando contra uma obra de um artista plástico que resolve pintar um casal numa noite de sexo.
Talvez as sombras expliquem a complacência com a imagem, sei lá, ou quem sabe a beleza consiga manter a cena pornográfica num determinado padrão.
E o que seria o ideal?
Hoje é comum assistir a programas em canais a cabo exaltando as produções cinematográficas dos anos setenta, as famosas pornochanchadas, como obras “Cult”. Vale lembrar que tais produções foram intensamente criticadas e renegadas no tempo de seus lançamentos. Segue-se aqui um clássico exemplo do pornográfico que passou por um imaginário filtro de complacência da crítica e hoje é visto com bons olhos.
Poderá haver ressalvas quanto ao que o cinema produzia em anos de chumbo. Eram obras com um cunho muito mais inocente do que nocivo, no que concordo plenamente. Entretanto, é bom que se admita que esta mesma crítica especializada rotulou artistas e diretores que se decidiram por esta expressão à época e simplesmente os renegaram.
Em nada se compara produções vigiadas por um alto índice de censura nas quais nem mesmo as genitais eram passíveis de ser exibidas com a pornografia fechada de hoje em dia, ou de tempo atrás. Ainda assim essas obras sofreram todo o tipo de rechaço possível naquela época.
A pornografia pode ser desnecessária pra uma boa parte da sociedade, porém, ela está intrínseca na existência de milhares de pessoas que fazem disso um fetiche.
Me faz lembrar de um amigo lá atrás na década de oitenta que procurava nos motéis por novas produções pornográficas por ser um verdadeiro alucinado em ter relações sexuais com belas imagens de sexo explícito como pano de fundo. E da mesma forma outros habitantes do universo fetichista conservam o mesmo hábito.
Se tomarmos por base que muitas expressões fetichistas estão relegadas ao confinamento por decisão expressa de seus praticantes, a pornografia também alcança os mesmos índices de rejeição social de outras práticas. É normal que alguns fetichistas busquem a preservação da imagem na sociedade e a própria sobrevivência ao manterem no anonimato as suas preferências sexuais. No entanto, a falta de divulgação dos chamados “gostos excêntricos” contribui para que o patrulhamento tão comum e sempre em atividade rejeite tais práticas.

O nicho pornográfico talvez seja um dos poucos segmentos que consegue – ou admite – congregar num mesmo espaço as chamadas imagens bizarras e as cenas de nudez tidas como comuns. Os diretores criam as mais incríveis histórias de sexo em cena e como num passe de mágica é muito natural transar com a professora da academia de ginástica e em seguida assistir a uma cena de estupro de uma colegial.
Os amantes da pornografia convivem com estes elementos porque estão acostumados a navegar por este universo.

Da mesma forma que um sadomasoquista lida com a dor e prazer e um exibicionista com o sexo em público. Há que saber compreender esse planeta e seus habitantes antes de dar os primeiros passos em sua direção ou até mesmo criticar quem disso faz sua fonte principal de prazer.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Strike a Pose!


Se preferir diga Xiiiiiis!
Porque hoje é o dia mundial da fotografia. E como fetiche não sobrevive sem ser fotografado nada melhor que homenagear quem se dedica a este segmento, na frente ou detrás do clique.
O registro oficial do fato, a declaração autenticada do trabalho, sem fotografia a vida seria vazia, nua e pobre de lembranças.
Portanto, a todos estes intrépidos fotógrafos que por anos nos trouxeram as imagens que tanto bem fizeram aos nossos olhos no dia dedicado a eles um agradecimento especial.
Do lado de cá onde a fotografia é a essência do que publico no Bound Brazil, meu muito obrigado a Lucia Sanny, ao Evandro Ynno e todas as modelos por tudo que fizeram e fazem para levar o bondage do Brasil aos quatro cantos deste universo.
De lambuja quatro momentos de grandes trabalhos que realizamos juntos.

Um bom final de semana a todos!




quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Com Mais de Trinta


Elas já passaram dos trinta. Começaram cedo a posar para intrépidos fotógrafos em cenas de bondage. Por mais de uma década deram as cartas e mostraram como uma heroína deve se comportar diante das lentes.
Após um tempo, porém, não foram mais vistas.
Muitas histórias sobre seus paradeiros estão postadas em fóruns fetichistas, principalmente na terra do Tio Sam onde essas musas têm status de Deusas da indústria. É comum encontrar relatos desencontrados e variadas versões sobre as famosas divas americanas dos anos noventa e começo do milênio. Há admiradores que garantem escrever sobre fatos reais que incluem alcoolismo, envolvimento com drogas, problemas familiares diversos e até religião.
E mesmo que tudo isso não passe de uma grande falácia, um conto desmedido de quem não tem o que fazer, não é difícil que algumas dessas versões acabem se tornando reais pelo aspecto repetitivo e de divulgação. Um sujeito posta aqui e outro repete ali. Está montada uma farsa que pela difusão num segmento estreito assume caráter de realidade.
Verdade que eu gostaria de saber com certeza sobre a vida de algumas delas.
Com o advento do Fetlife ficou mais fácil trocar figurinhas com produtores mais antigos que vez por outra conseguem informações fidedignas. Mas num todo há muito mistério em torno disso.
Há aspectos que conspiram para que existam essas incertezas. A própria renovação iminente que a indústria exige termina por afastar algumas modelos que fizeram história na juventude e não aceitam a concorrência com quem chega. Muitas mulheres famosas não toleram a fase madura com naturalidade, ainda que exista um público sedento pelas chamadas MILF’s norte-americanas. O próprio significado de MILF sugere vulgaridade. Seria em português: “mamães que eu gosto de comer”. Com isso, algumas divas não se sentem confortáveis de aparecer na mídia com essa nomenclatura chula e optam por desaparecer incógnitas.
Claro que o que se publica nos fóruns e se comenta pelo Fetlife às vezes faz sentido. Existem casos de envolvimento com drogas pesadas, casamentos desfeitos com produtores falidos, álcool, questões familiares e também religiosas. A arte exibida em sites não existiria sem a participação de seres humanos o que torna o segmento factível de ter um histórico como em qualquer outro nicho social existente no planeta.
Entretanto, em meio a este mar de incertezas e histórias sem nexo algumas musas com mais de trinta ainda perturbam o sono de bondagistas. Não é fácil convencê-las a enfrentar as lentes e postar o trabalho sem photoshop, a batalha é dura. Aqui no Brasil, no Bound Brazil, tenho esse tipo de problema e o placar ainda é muito desfavorável, mesmo depois de quase três anos de imagens exibidas na rede.
Fatores diversos imperam quando há a tentativa de trazer uma mulher madura para um site fetichista e o principal deles é a idade dos filhos. Com a popularização da Internet essas mulheres maravilhosas, verdadeiros exemplares da perfeição segundo Balzac, morrem de medo que seus filhos as encontrem num papel de vitima dentro de um ensaio bondagista.
Segundo meu amigo Seether, do site Shadow Playing, é uma luta invencível, passível de desistência. E olha que o cara vive no olho do furacão, no país onde o preconceito não tem a mesma dimensão daqui.

Pra terminar uma historinha sobre ex-musas da indústria fetichista.
Faz mais ou menos um ano estive envolvido em longas conversas com a ex-modelo Tori Sinclair. Nada além de bons papos e historinhas interessantes sobre trabalho e vida fora da indústria fetichista. Ela me contou muitas passagens e sempre deixou claro uma enorme vontade de voltar a ficar diante das câmeras. No entanto, alegou que poria em risco um casamento já consolidado há tempos, admitindo em certos momentos que um dos motivos de seguir na relação era um tipo de acordo com o marido para que tudo fosse esquecido e ela

nunca mais voltasse à ribalta.
Infelizmente tal atitude nos tirou a alegria de ver essa Deusa no melhor da idade...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Cenas do Cotidiano


O Garçom: “doutor olha aquelas pernas ali. Que mesa hein? Mereço uma gorjeta caprichada porque essa foi na cara do gol!”
Achei estranho. Primeiro eu não havia pedido a mesa e segundo como aquele garçom sabia da minha preferência por pernas? Coisas do cotidiano. O cara nem viu meu diploma pra saber do meu doutorado e me dá o titulo, assim, sem mais nem menos e ainda espalha aos quatro cantos?
Mas as pernas...
Sabe aquelas que qualquer sujeito gostaria de ter a sua mercê? E eram tão bem feitas, perfeitamente esculpidas pela natureza humana que até um gay seria capaz de admirar. Bom, neste caso, mesmo com certa ponta de inveja, mas bateria palmas de qualquer jeito.
O cara voltou com a bebida e não esqueceu de valorizar o local privilegiado onde eu me encontrava. Quase o mandei ter calma, a “gurja” já estava garantida. Mas ele me cutucava como se quisesse – ou precisasse - me conduzir àquela paisagem deslumbrante.
Pensei: “esse cara é fetichista”. Ótimo, tinha tudo pra ser mesmo, mas será que está escrito na minha testa que sou ou minha cara já conseguiu alguma fama por aí? Nem uma coisa e nem outra. Porque basta ter admiração por determinadas partes do corpo humano do sexo oposto – ou do mesmo – pra existir uma ponta de fetichismo em quem admira.
O mais estranho em todo esse conceito é assistir de camarote a complacência que se tem com determinados fetiches, ou taras, enquanto por outros a aversão é total e irrestrita. O sujeito pode ser um tremendo tarado por bundas femininas que todo mundo bate palmas. Dirão: “sujeito macho, sabe o que quer”. Alguns mais exaltados chegam ao cumulo de admitir que este simpático cidadão que baba diante de uma bunda perfeita seria o genro ideal...
Mas vai o camarada confessar que gosta de pé? Nojento é pouco, o afastamento social é alarmante e isso apenas retrai pessoas a confessarem suas preferências sexuais. Claro que há exceções, mas o couro come quando existem desejos fora dos padrões que a sociedade criou como “normais”.
Imaginem uma filha confessar sentir desejos por tapas, pingos de vela e etc...? Isso pra ser mais ameno e não entrar no âmago da questão. Pobre moça alijada de seus direitos sociais!
Por isso, procurei disfarçadamente observar as belas pernas da moça que tranqüila degustava a refeição diante dos meus olhos. Numa terra de exclusão e costumes esquisitos é melhor resguardar posição do que levar com um tomate pela testa.
Então me deparo com alguns especialistas de estudos sociais e da mente humana que afirmam ser os meus desejos estranhos demais para serem compreendidos. Que a sociedade latina tem um cunho religioso muito grande e blá, blá, bla. O discurso ficaria perfeito se esta mesma sociedade também torcesse o nariz para o sujeito que gosta de cú. Afinal, cordas talvez não sejam tão ofensivas assim...
Porém, de que adianta reclamar? Nada muda, mesmo que todo dia se insista em bater na mesma tecla. É melhor guardar as emoções e compartilhá-las com quem entende, compreende e não faz pouco caso.


Já perdi as contas do quantas vezes esse tipo de atitude panfletária que me leva a rompantes em defesa dos direitos fetichistas me prejudicou. Este blog seria, enfim, um muro das lamentações. Acabei de ter um baita prejú por conta disso.
Dizem que se conselho fosse bom seria vendido, mas vá lá que hoje estou de bom humor e não vou cobrar: a melhor fotografia de uma cena que salta os olhos num lugar público é a que a mente arquiva. Não é preciso rever a foto pra relembrar o quanto aquele instante foi agradável. O nosso pensamento é tão metafísico que grava e nos revela sempre que temos vontade. Experimente.
Porque ninguém me tira da lembrança alguns momentos especiais que vivi.
E assim, aquela linda mulher se levantou e foi embora. Mas antes me brindou com uma barra de saia enrugada expondo uma linda dobra de joelho e panturrilhas exuberantes.

Gravei e dei a gorjeta pro cara!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O Desaparecimento de Alice Creed (2009)


A dica de hoje tem um alvo: os apaixonados por filmes onde a mocinha em perigo é a principal atração. Um afago pra galera que lota o blog da Sasha Cohen em busca de uma cena tirada de uma trama desse gênero. É o fetiche por DiD (Damsels in Distress) dando as cartas.
E essa vem da terra da Rainha.
A obra é assinada pelo diretor britânico J. Blakeson. Uma trama de suspense e ação com um final totalmente imprevisível, aliás, ruim seria se o final fosse manjado.
Dois ex-detentos Danny (Martin Compston) e Vic (Eddie Marsan) resolvem seqüestrar Alice Creed (Gemma Arterton), filha de um milionário em busca de um polpudo resgate. O golpe é bem planejado e bem sucedido. Porém Vic não sabe que Alice e Danny têm um relacionamento e que lá adiante poderá definir o enredo.
Alice odeia o pai e, por isso, foi convencida por Danny a participar da trama.
O filme de cara mostra o cartão de visitas aos apaixonados por meninas em perigo. Alice é amordaçada e encapuzada para ser levada a um cativeiro e lá é deixada amarrada e algemada a uma cama. As cenas que se seguem já valeriam o ingresso pra turminha gargarejando na primeira fileira, principalmente quando a suposta vitima é fotografada nua diante de um jornal da data para que seja enviado ao seu pai.
Mas existe um roteiro e muito bem orquestrado por sinal.
Alguns críticos podem ter uma visão conturbada sobre o filme, principalmente pela presença de praticamente três personagens e umas quatro locações apenas. Mas o filme é vigoroso e cheio de reviravoltas o que o torna capaz de prender a atenção do espectador do primeiro ao último minuto.
Como se trata de uma trama de suspense seria patético da minha parte dissertar sobre tudo que ocorre durante a apresentação deste artigo. Outras cenas de capturas se sucedem, entretanto com resultados imprevisíveis e inesperados para quem está de olho grudado na tela.
Para os fãs de carteirinha de lindas atrizes em situações de perigo o filme é altamente recomendável como mostram as imagens do trailer que segue abaixo. O cinema cada dia que passa reproduz com maior fidelidade algumas cenas de bondage bem reais, inclusive fazendo uso de materiais específicos, neste caso, com uma eficiente Ball Gag que garante o silêncio da vitima quando cativa.
Oitenta por cento da crítica especializada garantiu um resultado de avaliação de quatro estrelas na imprensa do Reino Unido. Uma votação expressiva para uma produção que basicamente foi realizada em DVD. O filme de J. Blakeson foi indicado para o prêmio Raindance no British Independent Film Awards 2009.

No site da Amazon é possível garantir um exemplar para fazer parte da sua coleção.
Como se trata de um filme com uma temática fetichista exclusiva de um segmento, pode ser que não se enquadre no perfil de outros apaixonados por obras cinematográficas que retratam coisas que gostamos de ver. Em minha visão, porém, vale o roteiro e a boa direção que prova que uma boa produção não necessita de cenários mirabolantes e um quadro imenso de atores e atrizes pra ser eficiente e positiva.

Vale à pena conferir.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O Fetiche Filosófico


Na verdade eu não imagino que uma mulher num ato sexual deva estar imóvel, incapaz ou impossibilitada de ter qualquer tipo de reação. O fetiche é pela fantasia, não por atitudes.
O sujeito pode ter a fantasia de ser um bebê quando o assunto é sexo. Pode suplicar por alguma parceira que lhe coloque talco nas virilhas e o faça dormir num acalanto. Mas ele apenas deseja, e por mais que isso possa se materializar, tal fato só ocorrerá se existir alguém que concorde participar da aventura.
Por isso costumo dizer: se o negócio é empurrar velhinhas da escada me pergunte antes se quero participar. Se eu aceitar não será nada demais ver a pobre e inocente velhinha rolando escada abaixo, caso contrário, chamo a polícia.
O fetiche por mais estranho que pareça às pessoas como um todo tem sua filosofia, um argumento de quem pratica. Não adianta criticar ou sugerir. Sexo não se sugere a ninguém. As pessoas só praticam aquilo que lhes interessa.
Atração sexual por alguma coisa em particular ou por alguém é um caso que não se explica.
E cada vez que existe a possibilidade de sugerir a fantasia sexual a alguém no intuito de achar parceria, existe sempre uma idéia a mais em quem o desejo alcança. Sim, porque as possibilidades de respostas são diversas e raras, desde uma simples rejeição contumaz, o famoso “passa fora” até a aceitação da brincadeira de adultos.
Um amigo sugeriu uma cena de bondage a uma namorada. Ela não só topou como apareceu com creme chantilly e outras guloseimas mais.
Então, simplesmente achar que estou ficando louco antes de fazer uma análise concreta dos assuntos que escrevo é cretinice.
Isso porque um blog por mais que queira não educa, ele orienta, e este é o único intuito passível que tenho compreensão. Posso divulgar as fantasias, tanto as que acho viáveis em meu entendimento como possível participante, como as que conheço e menciono por serem parte dum mesmo universo.
Penso que é normal receber críticas quando um assunto se torna público. A Internet é pública. Já encontrei matérias que escrevo em outros espaços sem que me fosse solicitada qualquer autorização pra tanto. Paciência, a coisa rola dessa forma. Entretanto, se servir como base para qualquer tipo de debate construtivo e interessante é sinal que cumpriu o papel para o qual se designa.
Normalmente eu costumo responder os emails que recebo de forma direta, sem tornar o assunto do conhecimento de todos, principalmente dos que lêem meus artigos. Porém, alguns assuntos merecem se tornar públicos porque mencionam os amantes de fantasias sexuais de uma forma generalizada. O que é totalmente errado.
Generalizar nunca é bacana e muito menos compreensível. Todos têm direito a pensar de uma maneira singular, própria, e acho que num segmento extremamente reduzido e discriminado qualquer opinião que possa juntar todos numa mesma canastra fica fora de questão.
Portanto, Yolanda, ninguém se submete a práticas de BDSM sem vontade própria.

Nenhuma mulher ou homem aceita ser imobilizado num ato sexual se não for a sua fantasia imaginar o abuso, o rapto ou até mesmo uma simulação de estupro. Isso vem do âmago das pessoas, do desejo escondido. Talvez um especialista seja a pessoa mais indicada a desvendar suas dúvidas. Eu apenas falo da coisa que é latente, que existe e é real. Não julgo o sentimento, eu falo dele sem cometer qualquer deslize.
As meninas que aparecem em meu site têm contrato assinado de divulgação de imagem, bem específico, onde o tipo de cena está detalhado para que não paire nenhuma dúvida sobre o que é exibido.

Se uma pessoa se dispõe a pagar para admirar o conteúdo do site o faz porque gosta, porque encontra diversão no que está na tela. Sim Yolanda, é possível se divertir com cenas fetichistas e com fantasias sexuais. Se fosse uma coisa forçada elas não estariam diretamente ligadas a um momento de prazer e descontração.
Obrigado por seu email.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Ela, a Vizinha


Acho que a vizinha não lê meu blog.
Não tem cara de fetichista. Mas fetichista tem cara?
Não sei não, mas tirando uma meia dúzia nem todos andam de preto todos os dias ou caminham pelo planeta com um letreiro na testa.
Mas a vizinha tem um negócio interessante. Um não. Vários. Porém, aqueles braços compridos e as pernas perfeitas dão o que pensar.
Talvez se ela participasse de algum concurso de beleza balzaquiana não ficasse entre as finalistas, mas isso é entre ela e eu, diga-se de passagem. Várias vezes já me peguei de olhos grudados naquela panturrilha, aliás, que batata brother... É de babar.
O cheiro da vizinha também é de parar o trânsito. Refresca minhas narinas e renova meus sentidos quando coincidentemente nos esbarramos no elevador. Aquele bom dia suave, convidativo (pelo menos pra mim) e a sensação de que será um dia perfeito. Claro que tudo é uma questão de educação e bons modos, mas aquele sorrisinho de lado já despertou grandes idéias neste coração fetichista cinqüentão.
E posso garantir que em todas as situações criadas por minha mente pervertida ela estava amarrada. Ah, se estava. Totalmente! Também, a cabeça é minha e dentro dela vale tudo.
Começa a existir um problema quando essas idéias tomam forma.
Mas minhas taras têm limites. Ainda bem que sempre existiu uma boa dose de consciência entre eu e meus pensamentos mundanos. O problema é que a vizinha é convidativa, diria.
Está sempre elegante e isso me tira do sério, um suave veneno que mata aos poucos sem deixar pegadas.
Noutro dia descia apressado já imaginando aquele trânsito cruel em Botafogo e fui agraciado por sua presença. Mudança de humor instantânea e ato continuo já estava com as minhas baterias antiaéreas voltadas para uma bela cena fetichista na imaginação. Nada a ver com punheta mental, apenas delírios.
Imaginem, a verdadeira e legitima “girl next door” das fantasias de bondage. E não é? Ela mora ao lado, quer dizer, quase ao lado, mas mora no mesmo prédio. Ela poderia topar ser atriz dos meus filmes, musa das minhas fotografias fetichistas, nunca se sabe! Certo mesmo é analisar a questão como uma tentação platônica causadora de uma paudurescência momentânea.
Porque minha idéia não é trazer a vizinha a uma exposição pública. A onda é fazê-la participar de minhas cenas secretas, aquelas que guardo a setecentas e setenta e sete chaves.
E se a vizinha for lésbica? Diria o advogado do diabo aqui ao lado: traz pra uma suruba!
Insano pensamento cretino! Se bem que, analisando o caso com calma...
Na verdade seria necessário ter um pouco mais de dados para analisar a coisa como um todo.
Tudo que consegui até agora foi um “oi” e um sorriso amarelado. No mais, ela já chega de olho no celular e nas mensagens que verifica enquanto o elevador faz o percurso. Ela fica no térreo, eu desço até a garagem e se despede com o tchauzinho cinzento. O que é um fato normal, afinal a sacanagem está apenas dentro da minha cabeça e não na dela.

Tivesse uns trinta anos a menos podia pensar em ficar nu pra chamar a sua atenção como na musica, mas hoje em dia daria internação, nem diria um processo, seria internado num manicômio qualquer por tempo indeterminado.
O pensamento do fetichista é muito interessante. Ele é capaz de construir um castelo em poucos segundos e depois habitá-lo toda vez que for preciso reconstituir a cena. Basta que exista alguém como alvo perfeito de suas taras, ou diria, virtudes. E meus castelos sempre foram lindos e bem arejados...
No próximo encontro com a vizinha talvez eu lhe

diga um alô com mais ênfase. Quem sabe não puxo conversa ou até mesmo lhe faça um elogio? E se ela não gostar, pior pra ela, melhor pra mim.

Um excelente final de semana a todos!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Fotos x Vídeos


Tai uma dúvida cruel.
O que você prefere fotografias ou vídeos? Claro que o papo é sobre fetiches, todos eles.
Dois conceitos diferentes de mostrar as cenas. A animação do filme ou os detalhes da fotografia. Confesso que já topei com este assunto inúmeras vezes e as opiniões divergem.
Concordo que tirar uma foto é menos trabalhoso, instantâneo e pouca gente se importa em posar para uma câmera fotográfica. Com o vídeo o buraco é mais embaixo.
Algumas pessoas se acham “distorcidas” nas imagens em movimento quando não se vêem com aptidão pra coisa. A diferença existe, e embora sensível, ela está num simples aspecto: para uma foto basta uma pose enquanto num vídeo é preciso ação.
Até aqui a discussão girou em torno do enfoque fotógrafo e modelo ou cinegrafista e atriz.
Porém, é preciso alongar o assunto quando se fala em colecionar este tipo de imagem.
Neste caso os conceitos se mostram totalmente distintos.
Os critérios analisados são parecidos. Um bondagista, por exemplo, colecionador de vídeos, alega que a fotografia é inanimada e não desperta tanto interesse pela falta da ação. Um gemido de uma mulher amordaçada não pode ser degustado numa foto, mas num vídeo a coisa rola. Fora o struggling, aquele gesto comum em cenas de bondage onde a modelo se contorce tentando se libertar.
Outras ações comuns a este tipo de produção são fatores que desequilibram a preferência dos colecionadores de matérias de bondage pelo planeta. O chamado hand gag que se processa durante a captura da heroína quando a mesma tem a boca tampada pelo algoz, o clorofórmio e o próprio ato de imobilizar em cena.
Entretanto, aqueles que tendem a colecionar fotografias também têm as suas alegações. Afirmam que numa cena filmada não é possível a observação de pequenos detalhes das amarrações. O material de composição das cordas, o tipo de algema, fitas, lenços, enfim, uma gama de minuciosas delícias que compõem esse universo. Sem contar o fato de através de uma imagem inativa ser possível observar aspectos da cena que passariam despercebidos durante a rodagem de um filme.
Seria então uma discussão interminável?
Suponho que sim, porque noves fora estas preferências citadas, não é difícil verificar que há grupos que não ficam sem os dois temas em questão. Um aprendiz de nós de bondage ou shibari pode desenvolver sua pratica através da observação de fotografias, e após ter total controle de suas ações realizar um vídeo de sua própria performance.
O meu parceiro VH que possuiu um acervo invejável de situações de captura e bondage é um exemplo de que é plenamente possível ter atração por fotos e vídeos na mesma proporção. E tudo isso fica bem claro nos grupos que ele criou na rede, onde os bondagemaníacos se esbaldam com uma coleção super completa.
É importante perceber que toda essa celeuma transcende uma questão que eu considero fundamental: as cenas amadoras e as profissionais. Este conceito também gera alguma discussão relacionada com preferências.

Há fetichistas que somente consideram viável colecionar as próprias cenas amadoras ou até de terceiros, desde que não haja o aspecto profissional envolvido no âmbito. Para outros pouco importa. E há ainda aqueles que preferem as cenas produzidas de forma profissional pela qualidade do material exibido, tanto nas fotos como nos vídeos.
Portanto, existe uma necessidade de entendimento quando se fala em admirar produções em fotos ou vídeos. Por mais que fique explícita a preferência por determinado tipo de imagem, há outros aspectos que precisam ser analisados para desmembrar a questão como um todo.
Como produtor, costumo realizar meu trabalho de forma a atender estes dois conceitos. É inegável que o fato de manter trancado todo o acervo de minhas experiências amadoras faz com que fique claro que até mesmo quem expõe seu trabalho a milhares de pessoas por ano de maneira pública também guarda seus segredos.
Em fotos ou vídeos, é claro.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Provando o Veneno


Normalmente as crônicas dos filmes aqui no blog seguem uma linha: a mulher em apuros.
As condições são diversas, desde as capturas exibidas em tramas de suspense até aquelas pré planejadas pelos casais em busca da fantasia.
Pois bem senhoras e senhoritas é chegada a vossa vez.
Então, as moças interessadas em ter seu parceiro ao total dispor anotem a dica: Cages.
Este é um filme belga de língua francesa, mas está disponível com subtítulos em Inglês.
A história é interessante e vale a pena ter na sua biblioteca de DVD. É basicamente um enredo sobre um casal que estava separado. Eve (Anne Coesens) se reaproxima de seu antigo amante Damian (Sagamore Stévenin) para reconsiderar a ruptura. Ela trabalha como uma espécie de motorista de ambulância com a capacidade de salvar vidas. Seria o que chamamos por aqui de paramédica. Mas um acidente a deixa gaga.
Um ano mais tarde, Eve ainda mal resolvida com a sua gagueira perde espaço na relação e vê seu amante frustrado e a ponto de ter um caso com uma mulher chamada Lea. Quando ela descobre o caso de Damien, se toca e traça um paralelo de sua própria omissão durante este tempo e determinada a mostrar-lhe o erro que o está quase levando a uma possível troca tenta uma reaproximação.
É hora de mostrar o poder ainda que as palavras sejam escassas.
Sem prévio aviso, ela decide levá-lo para a cama para brincar com seu corpo. De posse de tiras ela o amarra em forma de “x”, e inicia a brincadeira com uma massagem lenta e sensual. Em seguida ela brinca de todas as formas possíveis e imaginárias com o instrumento do cidadão indefeso fazendo com que o camarada atinja um nível de ereção que possibilite a introdução. A dita paudurescência real.
Quer saber? De dar água na boca brother... Mas não pára por aí. Resoluta, introduz o membro do sujeito imobilizado e atônito em sua perseguida. Serviço completo!
Tudo isso é muito fetichista e sensual. Um excelente conceito de bondage ou BDSM para os que assim preferirem com todos os predicados. É também um filme genuinamente erótico. Ambos, Coesens e Stévenin encenam de forma perfeita e carregam com eles uma carga poderosa de energia sexual por romperem tabus o que brilhantemente guia os espectadores.
Não há quem não simpatize com eles de cara. Seja por meio de emoções sucessivas e estados psicológicos ou mentais que fazem parte do ato sexual, tornando a experiência cinematograficamente perfeita.
“Cages” é uma produção realizada na Bélgica em 2006 pelo diretor Olivier Masset-Depasse.
A versão em DVD é possível ser encontrada em sites especializados como o Amazon.
O roteiro visto pelo aspecto fetichista serve como parâmetro para que os praticantes de bondage avaliem as duas faces da moeda. Claro que muitos dos loucos por jogos de imobilização na hora do sexo possuem suas preferências estabelecidas. Entretanto, nunca é tarde para admitir uma troca de posição durante a brincadeira de adultos. E para quem está disposto a provar do próprio veneno vale até dar dicas a parceira de como restringir os movimentos, isso se ela não for uma tremenda observadora e captar todas as manhas do sujeito neste sentido.

Em minha opinião em se tratando de fetiche de bondage seria a chamada revanche sem retoques. Porém, o que fica visível na cena é a forma como a transa é concebida, totalmente baseada no elemento surpresa. Ela tinha a intenção e ele de nada sabia. Quer melhor?
Minha única restrição fica por conta da rejeição dele no final do ato. Com todos esses anos de bondagismo nas costas eu jamais reclamaria de uma iniciativa desta natureza.


Portanto meninas, muita atenção a cena postada abaixo e mãos à obra.
Garanto que dias quentes estarão à sua espera nos próximos meses, anos...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Pra Guardar


Hoje não tem artigo.
Motivo: estava amarrando algumas lindas garotas por aí...
O resultado disso, por completo, pode ser conferido esta semana no Bound Brazil.
Mas pra não deixar a galera do blog na mão, uma pequena amostra.
Daphne e a estreante Mariana em cenas do curta Struggling.
Vale salvar.




segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Terapia da Restrição


Você pode até tentar a terapia por conta própria, afinal a teoria do self-bondage – restringir a si mesmo – funciona quando a maré não está pra peixe.
Porém, o ideal é que exista alguém por perto e possa fazer parte.
Tudo pode começar por imagens. Você navega no assunto pela rede e percebe através de fotografias e vídeos o tipo de restrição que deseja. Claro que pode ser antes ou durante o ato, porque depois pra mim não tem graça.
E por que a restrição dos movimentos durante o ato sexual seria uma terapia?
Porque tudo que se faz pensando em melhorar o desempenho sexual não deixa de ser uma terapia. Para os fãs funciona como praticar o desejo maior e aos que pela primeira vez experimentam a oportunidade de conhecer uma transa bem legal. Portanto, se alguém se dispõe a realizar uma fantasia dessa natureza deve estar em total sintonia com o fato.
Ainda que seja somente para agradar a alguém a fantasia deve ser realizada com esmero, sim porque existem pessoas que se deixam imobilizar porque o parceiro gosta. Entretanto, não obtém vantagem com isso, se limitam apenas a atender aos anseios de alguém.
Logicamente este grupo de pessoas estaria fora do contexto do self-bondage, porque mesmo que o ato de se auto-imobilizar seja solicitado durante a prática esta pessoa estará realizando um desejo de alguém, não o próprio, ainda que esteja se restringindo.
Parece complicado quando se discursa a respeito. Quando se fala em fantasias sexuais cada qual mostra a sua preferência ou até mesmo total aversão, além disso o aspecto da repetição transforma a brincadeira de adultos em fetiche o que para algumas pessoas não interessa tanto. Todo fetichista já vivenciou situações deste tipo.
Bondage não é uma fantasia extremamente perigosa quando praticada com os devidos cuidados, como manter por perto um instrumento cortante em caso de algum infortúnio com quem restringe a parceira e evitar cordas apertadas em determinados lugares onde à falta de circulação sanguínea pode trazer prejuízos.
Por isso vale a tese: se o sexo vai mal traga um bondagista pra sua cama, ou faça você mesmo na falta dele, o que nem de perto é a mesma coisa. Partindo então deste principio, vale ficar atento aos detalhes que podem fazer o trem andar proporcionando uma bela viagem.
Desde os seqüestros lúdicos bolados entre os parceiros até a participação de uma terceira pessoa na fantasia. Nada pode ser descartado quando o assunto é prazer.
Um amigo louco por bondage contratava meninas de vida horizontal para suas aventuras com a namorada. Mas se engana quem pensa que rolava sexo a três ou coisa do gênero. A participação da moça era apenas para o ato da captura, ou seja, ela o ajudava a amarrar a namorada através de uma historinha bolada com antecedência e depois se retirava. O sexo era apenas entre os dois. Alguns podem dizer que o sujeito jogava grana pela janela, porém segundo o próprio a brincadeira só era permitida até a página dois...
O universo das fantasias é complexo. Conheço pessoas que chegaram para realizar desejos de parceiros e com o tempo não conseguiram viver sem eles. É o chamado vício sadio.
Claro que nem tudo é festa e existe muita rejeição a uma simples brincadeira de bondage. Há pessoas que comparam práticas sexuais fetichistas por pura falta de conhecimento e preferem ironizar a fantasia em lugar de melhor compreender seus aspectos. Pior pra eles.

E nem pense que não saber lidar com cordas e nós simétricos avançados é razão para desistir da fantasia. Qualquer coisa que possa restringir movimentos é válida, desde simples pedaços de pano a algemas metálicas, passando por fitas adesivas caso a parceira permita.
É óbvio que vale aprender a manusear as cordas, principalmente para os apaixonados pelos desenhos que elas produzem. Vale tirar fotos, filmar, ou seja, guardar uma cena bem resolvida como souvenir de um dia perfeito, desde que haja consentimento de quem participa. Esconder câmera nem pensar. Já soube de casos que terminaram em muita confusão por causa disso.

A terapia da restrição é extensa e positiva, basta experimentar.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Suplício


Não vai me dizer que você tem que ir ao banheiro outra vez? – aquela mulher já estava no limite.
É essa porra de caganeira que não passa... Também, podia ter evitado esse negócio de comida japonesa que sempre que coloco pra dentro devolvo com incrível facilidade – Disse o sujeito quase desesperado.
E foi pela terceira vez, não tinha jeito. Era cagar ou morrer!
Ela ficou na cama ainda de salto como ele pediu e um pedaço de corda na mão.
Na cabeça do cidadão sentado no vaso além da agonia angustiante somente o fato de estar numa bela e confortável suíte de motel era capaz de aliviar o estresse, sim porque as dores da cólica davam voltas e reapareciam.
- Porra, que belo dia pra passar a tarde cagando! – vociferou.
De fato, porque ademais da vergonha de estar naquela terrível situação à incerteza de que os odores haviam invadido o ambiente aniquilava sua combalida mente fetichista.
- André! – gritou – porra, to de saco cheio de ver programa de auditório cacete!
Uma voz tímida e sôfrega surgiu baixinho e pra entender ela precisou abaixar o volume da TV.
- Muda de canal pô! Quer que eu vá aí mudar?
- Precisa não idiota, melhor você terminar por aí mesmo – disse a conformada parceira.
Olhos fixos da telinha e muita impaciência que a faziam sacudir as pernas em descompasso. Não podia imaginar o que estava havendo e já começava um processo de se apiedar do rapaz e sua interminável caganeira. Foi até a porta do banheiro e mostrou solidariedade:
- Quer ajuda aí André?
- Sai daqui e volta pra cama. Daqui a pouco vai danar a reclamar do cheiro.
- Daqui a pouco? Porra, tá foda André – falou com a voz nasalada.
- Se manda estou quase terminando.
Embora estivesse ali pra comandar a cena ela obedeceu. Lógico que era um sábio conselho aquele, afinal o distinto cavalheiro recolhido no banheiro estava entregue as baratas e totalmente aprisionado por sua própria condição momentânea. Mas ela insistiu ainda:
- André, vou tirar esse salto que está me matando.
- Vai fazer isso? Tá maluca? E o cheiro?
- Não é possível que você ainda possa pensar em cheiro aí dentro com as narinas impregnadas.
- Porra, mas é outro cheiro Marina.
- Ok André, eu fico de salto - se conformou.
Mais meia hora e o combalido André reapareceu. Banho tomado, fraqueza infinita exposta em sua expressão cansada, se ajeitou na cama e deitou ao lado de sua Deusa. Ela afagou-lhe os cabelos deu um beijo carinhoso na testa e ele estendeu as mãos para ser amarrado como haviam combinado.
Ela prontamente se mostrou de novo interessada e atou-lhe as mãos e os pés bem firme como estavam acostumados a fazer. Ele tirou-lhe o salto com os dentes e sorveu-lhe os pés suados como queria.
De repente a barriga o traiu. Tentou se levantar e notou que seus pés estavam amarrados ao pé da cama e sequer deu tempo de implorar que ela o libertasse. André explodiu em merda e o quarto virou uma latrina. Marina fugiu da cena e tentava achar forças pra livrá-lo das cordas.

Como terminou tudo isso? Em doces gargalhadas que meus dois amigos fantásticos soltam quando me contam essa história.
Hoje, em plena sexta-feira o dia da cerveja, planejam passar a madrugada agarradinhos comemorando dois anos de felicidade plena e encaixe total do fetiche. A prova de que boas parcerias podem perfeitamente conviver com uma bela relação afetiva.
Só espero que não haja comida japonesa...
Um excelente final de semana a todos, em especial a estes dois amigos que nem o tempo e a distância me impedem de admirar de montão.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O Aspecto “Love Bondage”


O que delimita o conceito do fetiche ainda é a perfeição. Talvez a exuberância de uma cena afague os anseios de quem espera para ver o que a imaginação anda buscando por aí.
Às vezes o cinema ensina, perpetua e tonifica o desejo do espectador.
O filme “9 Songs” não é uma maravilha e possui um enredo clichê e pobre.
Porém (ainda bem que existe aqui um “porém”), um diretor pode criar uma cena para poucos e atentos espectadores que esperariam horas a fio pelo deleite. Essa é uma das vantagens do cinema novo europeu: incluir o chamado conteúdo “hardcore” num enredo convencional de forma livre e dinâmica.
Neste filme de 2004 o diretor Michael Winterbottom acertou a mão. Escolheu um cenário simples com boa e eficiente iluminação para exibir a bela Margo Stilley num contexto fetichista dos mais atraentes. Para os aficionados por bondage a garantia do fetiche beirando a perfeição e para aqueles que nunca ousaram viver uma fantasia dessa natureza o necessário empurrão para sair do armário e deixar a imaginação fluir.
Quase sete minutos de êxtase que conseguem superar qualquer deslize quando da construção da história. Porque nem sempre uma obra é recheada de imagens e conceitos que estamos interessados em assistir.
Noves fora a cena em questão o filme tem ares de documentário. Um jovem casal que realiza cenas de sexo entre as performances de um concerto de Rock. Mas a idéia aqui não é fazer uma análise da obra e seu conteúdo, e sim analisar o fetiche de bondage inserido no roteiro que transcorre do começo ao fim seguindo ao pé da letra a cartilha de fazer bem feito.
Como sempre se ressalta aqui, para realizar o fetiche de bondage não é necessário ter uma técnica de nós apurada e tão pouco material especifico. O casal em cena segue a intuição e utiliza o que tem ao alcance para introduzir a fantasia. Meias de seda e um cinto são capazes de roubar cada minuto da cena e de deixar quem assiste com água na boca.
Dirão os analistas da objetividade que tudo é óbvio demais, que ela tinha a possibilidade concreta de se livrar da imobilização com facilidade. Pois é, mas a idéia não é bem essa. O que o diretor imaginou foram os aspectos que envolvem o fetiche como um todo, desde o óleo para uma massagem erótica até a maneira como ele conduz sua parceira a implorar pela penetração.
Bondage é um fetiche cercado de definições. Cada um tem por bem entender o conceito do fetiche de acordo com o próprio desejo. Porque o ato de restringir os movimentos durante a relação sexual pode dar margem a qualquer fantasia que se entenda por bem realizar após a primeira etapa. Entretanto, na cena de “9 songs” fica explicito o conceito de love bondage.
Não existe captura, suspense ou damsels in distress, tão pouco sadomasoquismo ou qualquer outra expressão de BDSM.
Ainda que os fetichistas tenham suas preferências a única forma de enxergar o fetiche nestes sete minutos é atrelar o aprisionamento à busca de emoção e tesão.
Aos cinéfilos interessados em colecionar obras fetichistas que o cinema apresenta fica a dica do filme na íntegra. Aos que guardam espaço em suas galerias para cenas importantes que retratem o fetiche em sua essência vale gravar esta edição e saborear cada detalhe, para quem sabe, fazer parte de sua próxima aventura fetichista.

Isto é Love Bondage!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Efeitos Colaterais


O cara era tímido demais, mas mesmo assim foi se chegando e achou seu lugar.
Numa noite de Sexta colocou a roupa preta e saiu pela primeira vez atendendo a um flyer para uma festa fetichista.
Louco por pés deparou-se com muitos que tinham o mesmo fetiche. Olhou, observou e foi embora blasfemando contra o que achou um absurdo. Jamais se imaginaria em uma luta corpórea disputando a chance de beijar uns pés lambidos por outros e jurou nunca mais voltar.
Com a antena ligada naquele mundo, decidiu dar uma passada no mesmo lugar alguns meses depois, nem que fosse para tomar umas e voltar pra casa com a mesma impressão. Naquela noite chuvosa com pouca presença de público, surpreendeu-se num papo alegre e demorado com uma dominadora e ficou amigo.
As trocas de emails começaram e ele viu as nuvens se abrindo para um novo horizonte que jamais supôs existir. Aprendeu bastante, ouviu demais e viu-se envolvido.
Ele queria apenas podolatria, sequer consentia pensar em outra coisa que passasse além da linha imaginaria que impôs como fronteira.
Ela ansiava por iniciar alguém, não admitia nada que viesse com um passado fetichista para dentro de seus muros, desejava a virgindade.
Se encontraram em outras festas, depois das festas e nos dias sem festa.
Ela ensinou a liturgia das práticas fetichistas, falou de sua vida, das expectativas, das experiências, dos bons e maus momentos, do âmago de uma relação desse tipo.
Foram longas noites a partir de então sempre comandadas pelas mãos firmes daquela mulher serena e dona das ações. Aos poucos ela ultrapassou as fronteiras e colocou cordas e algemas em cima da cama.
Suas longas botas matavam-lhe a sede pelos belíssimos pés que exibia sempre com um tom diferente na coloração das unhas, sugava-lhe em pequenas doses pra dentro de seu dungeon e o fazia engatinhar atrás da oportunidade de lhe lamber os pés.
Introduziu pequenos castigos toda vez que ele passava dos limites e passou a ser a dona da fronteira que não mais lhe pertencia daquele dia em diante.
Com claras e más intenções foi seduzindo até chegar ao bote felino, amarrando-lhe, açoitando a quem renegava um dia na vida estar em tal condição.

Um dia chegou austera, com os lábios pintados de negro da cor de suas botas. As ordens foram diretas, sem subterfúgios e o levaram a ser amarrado e submetido a severos castigos seguidos de afagos demorados, beijos por todo o corpo e os pés de sua dona a seu dispor.
Ao final, lubrificou-lhe o ânus e aos poucos o possuiu com os dedos até a dura penetração lateral com um pênis de silicone. Ele gemeu abafado pela mordaça aceitando aquilo na forma mais pacata que podia parecer, até que ela percebeu que seu pênis perdera a ereção por completo e resolveu parar por ali.

Ele juntou suas roupas, cabisbaixo, e desapareceu sem nunca mais dar notícias.
Ela me conta que jamais aceitou tal situação com normalidade e isso custou caro trazendo-lhe efeitos colaterais que hoje ainda a afastam de qualquer grupo ou reunião fetichista. Só de pensar em ter feito algo de errado a uma pessoa a faz desmontar, e o único consolo que ainda a mantém com esperanças de encontrar um novo caminho nas vielas fetichistas é o fato de ter conversado com seu ex-parceiro sobre tudo que poderia ocorrer.
Quem sabe a timidez e a vergonha de ter sido penetrado o tenham afastado ou, simplesmente, não tenha compreendido até onde iriam os desejos de sua parceira, pecando por não deixar claro o seu próprio limite.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

The Day After


Esse artigo deveria rolar numa Segunda-Feira, mas nem sempre a memória é capaz de conduzir os dedos na direção correta e a órbita algumas vezes fica em desalinho com os dias da semana.
Porque o assunto de hoje é algo comum que acontece no mundo todo e com toda a gente. Porém, decidiram criar uma terminologia específica para os fetichistas e suas angústias.
Estou me referindo a um tipo de síndrome que resolveram batizar de “Monday Morning Rebound Syndrome”, que nada mais é que a dor de consciência após um final de semana de orgias.
Vamos ser mais exatos: a síndrome da Segunda-Feira, segundo especialistas, se deve ao remorso ou arrependimento de pessoas que exploram determinadas situações fetichistas e se vêm em conflito com seus pensamentos. Tipo assim: “será que o que eu fiz é o certo?”
É óbvio que há um bocado de exagero nisso tudo e, principalmente quando se generaliza todo um processo de rejeição a certos atos que pressupõem algum tipo de arrependimento de quem os pratica, mas não é um fato inusitado que qualquer ser humano na face da terra nunca teve o desprazer de experimentar, seja em atividades ligadas ao fetiche sexual ou não.
Acontece que estudiosos do comportamento humano resolveram listar esse tipo de atitude, a qual deram o nome de síndrome, e passaram a estudar o assunto como uma parafilía, ou seja, um desvio de conduta daqueles que sentem remorso por seus atos quando relacionados com o sexo.
Mas alguém poderá dizer: “ontem saí com um cara horripilante e só descobri depois que já estava num quarto de motel. Se arrependimento matasse...”.
Como todos podem ver a tal síndrome do remorso numa manhã de Segunda pode acontecer com qualquer um, fetichista ou não. Entretanto, estudar a mente de fetichistas virou moda em todo o planeta. Nos Estados Unidos, onde os casos de fetichistas praticantes confessos são muito mais visíveis, qualquer desencontro é o primeiro sinal de distúrbio.
Ora, fetiche não é uma droga que mata, que aniquila o corpo e a mente. É um estilo de vida, um modo especial de ver as coisas e de sentir prazer. Mas mesmo assim, especialistas procuram pelo em ovo e numa terra onde até famosos confessam suas manias, sempre haverá quem aproveita a chance de faturar um pouco com isso.
O melhor é que nada existe de alarmante neste contexto se você é uma pessoa normal que sabe lidar com algumas dúvidas. Porque se existe algum desequilíbrio em alguém que não saiba interagir com um programa furado ou com alguns excessos cometidos num final de semana é natural que esta pessoa procure um especialista que possa ajudar a solucionar o problema. No entanto, a generalização do fato inserido no universo fetichista soa como um tremendo exagero.
Afinal, depois de um final de semana e uma Segunda de rebordosa, é normal que haja um puta arrependimento pra quem as coisas saíram totalmente contrárias ao planejado.
Pra mim, depois de anos lidando com prós e contras o melhor remédio e dar outra chance a sorte ou até mesmo ao azar. Ninguém está livre de naufragar após sonhos desfeitos, da mesma forma que o sol pode brilhar e a Segunda-Feira se transformar num dia iluminado e maravilhoso que possa lembrar as delícias do fim de semana passado.

Tomar parte de um jogo de BDSM precede uma conscientização total e irrestrita. Vale um estudo do assunto com muita profundidade e da pessoa que estará diretamente inserida na fantasia. Feito isso, as chances de remorso diminuem consideravelmente e haverá uma boa oportunidade de repeteco.
Toda manifestação fetichista é sadia quando sabemos lidar com ela.
Resumindo, se há um drama de consciência após uma entrega consentida numa relação fetichista basta dar uma pausa, olhar ao redor e achar as razões pelas quais nada deu certo.

Depois de tudo basta tentar outra vez. Sem síndrome!