sexta-feira, 31 de julho de 2009

Sexta-Feira Fetichista


Então, qual é a boa?
Acho que é sair do trabalho, tomar um banho caprichado, escolher a roupa adequada, espirrar um perfume de leve e se tiver um contato, alguma coisa marcada, se preparar com vontade.
Cada um no seu quintal, certo? Melhor contar como eu estenderia meu varal.
Com o bolso forrado rolaria um jantar intimista, de preferência com uma vista de cair o queixo, daquelas de impressionar, e um bom vinho para dar o arremate perfeito.
Mas se a grana tiver curta, vale até um sanduba desde que a esquina seja limpa e o cara que te sirva o faça com elegância.
Até um Lorde comeria um churrasquinho de rua se for bem servido!
Existem boas opções e embora eu não seja um expert em dicas gastronômicas sempre soube me virar numa hora de aperto.
Se estiver no Rio de Janeiro, uma parada no Cervantes de Copacabana e depois uma esticada na praia da Urca para contemplar a paisagem com estilo. É calmo, seguro e estimulante, afinal pra história ter um final condizente os estímulos são fundamentais.
Depois a levaria pra minha casa e com muito cuidado apresentaria as minhas armas: um metro e meio de corda, um pedaço de malha bem branquinha para uma mordaça e quantos orgasmos ela agüentasse ter.
Um bom mestre bondagista realiza os desejos de uma dama em apuros, completamente nua, em cima de um belo salto para lhe garantir a elegância. Um cenário iluminado pela penumbra e com um eficiente “blues” como trilha sonora.
Daí é só fazer com que a imaginação tome conta da cena, entrar de cabeça na fantasia, deixando o mundo lá fora para que outros se importem.
Substituir a mordaça por uma venda e deixá-la querer e pedir o que gosta, se fazer vulgar onde deve ser deixando a timidez grudada na roupa jogada num canto qualquer.
Ao vê-la cansada, jogada, fazê-la ressurgir, e ao ser libertada voar como uma águia sedenta em busca da justa reciprocidade que eu fiz por merecer.
Depois acender um cigarro contemplando uma noite sem retoques que ficará na memória ainda que outras a sucedam.
Espero que o telefone não me acorde tão cedo...

Esta postagem é dedicada a todas essas mulheres maravilhosas no dia do orgasmo!

A ESTRÉIA DO CHACAL

E pra colocar mais pimenta nessa Sexta fetichista, estréia hoje no Bound Brazil o filme “The Jackal”.
No primeiro episódio, Carlos (The Jackal) planeja roubar os dados dos clientes de uma empresa da qual foi demitido recentemente.
A Secretária interpretada pela bela Jackie é sua nova vitima. Sob o efeito de clorofórmio é surpreendida pelo vilão que a deixa amarrada e a obriga entregar um CD com os arquivos que ele está a procura.
Sem alternativa, Jackie revela o paradeiro do material que o Chacal está à caça, mas ainda assim é amordaçada ficando a mercê do intruso por um longo tempo.
Ótimas cenas de bondage (Chair & Hogtie), atuação impecável dos personagens, fazem desse vídeo uma das melhores produções do Bound Brazil.
Acompanha a estréia de hoje um photoset com os melhores momentos desse filme.
Aguardo os comentários dos assinantes.
Um excelente final de semana a todos!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O Valhacouto de Patifaria


Esparramado no sofá da sala depois de se encharcar de cerveja num fim de tarde de Sábado, o cidadão viu a mulher vestida de preto, meias de seda, maquilagem reforçada e soltou o verbo: “Toda enfeitada pra ir naquele valhacouto de patifaria!”.
Ela nem se fez de rogada, ajeitou o vestido, deu o último toque no cabelo e saiu porta a fora sem se importar com os mesmos comentários mesquinhos de sempre, afinal, o que restava do casamento eram aparências.
Mas o clima de fim de festa nada tinha a ver com os últimos acontecimentos quando ela decidiu tomar uma atitude e viver sua vida. A submissão social, a humilhação diária vivida com dificuldade ao chegar do trabalho e ter que dividir as despesas da casa com um sujeito que a tinha como um pingüim de geladeira, como cozinheira e arrumadeira, companheira para lhe ajudar a vomitar a bebida misturada a torresmos que ele trazia de qualquer birosca maldita.
Cansada de sentar num canto da sala e sonhar com a vida das atrizes de novela, ela comprou um computador a prestação e resolveu se aventurar pela internet em busca de uma vida divida com o monitor. Escondida entre o sonho e a realidade usava apelidos provocantes e se sentia jovem, atraente e desejada, mesmo que só lhe servisse para afagar suas noites solitárias.
Um dia ele chegou estranho e ao vê-la de conversas na internet desferiu-lhe um tapa na cara, chamou-a de vagabunda e escarrou em suas costas. Ela se afogou num pranto incontido e jurou que nunca mais viveria aquela vida.
Abandonou o traste ainda que debaixo do mesmo teto e prometeu jogar seu nome na lama.
Arquitetou asneiras, pensou na mais cruel das vinganças e foi salva do precipício por uma amiga virtual que lhe abriu um jogo limpo, com novos horizontes.
Conheceu o fetiche.

Articulou-se, era inteligente, leu as liturgias e se viu numa densa encruzilhada quando deparou com submissão. Imaginou-se vivendo seu próprio drama, mas logo percebeu que nada era a mesma coisa e havia diferenças limítrofes entre sua vida desgraçada nas mãos de um cretino e sua entrega a um “Dom” que lhe desse o devido respeito.
Pensou em pertencer ao mundo das dominadoras, extravasar suas angustias nas costas do primeiro submisso ordinário que cruzasse seu caminho, mas ponderou novamente entre as duas vidas e percebeu que não podia entrar num mundo que se abria trazendo seus traumas e sua derrota.
Como tinha a veia submissa resumiu sua procura e hoje pertence a alguém que sabe de seus problemas, divide seus medos e acredita na química alcançada através da cumplicidade. Os tapas não significam ofensas, são apenas parte de um castelo que estão construindo juntos para quem sabe selar de vez o destino qualquer dia desses.
O mundo estúpido e ignorante que ela hoje deixa pra trás de maneira soberba, é parte de um passado sem volta, sepultando agressões e desrespeito que uma dama jamais poderia sofrer.
Ainda no mesmo sofá, ele hoje conta as horas para que ela chegue em casa e jura desesperado nunca mais sucumbir a bebida e ao destempero.
Sem esconder de onde volta, ela conta os dias que lhe separam de uma vida nova, e então de uma vez por todas ir embora e não ter que lembrar daquelas noites de pesadelo...


UM CARINHO

Hoje recebi um premio.
De alguém que eu muito admiro e respeito. De uma pessoa que aprendi a gostar apesar da distancia, que de uma maneira sincera escolhe esse blog como um dos melhores e me entrega um selo chamado de BLOG DE OURO.
A você PaSioN e todos os amigos da Espanha, meu muito obrigado pelo carinho e admiração.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

O Fetiche por Mulheres BBW


Elas começaram a aparecer na cena fetichista como as rainhas do Facesitting, que é uma prática predominante em cenas de dominação e submissão onde as mulheres sentam sobre o rosto do parceiro para forçar o contato vaginal ou anal. É a chamada dominação erótica.
Claro que essa prática de BDSM também é realizada por homens tendo mulheres como submissas, porém é muito mais freqüente de modo contrário.
Estas cenas em sites através de fotos e vídeos, trouxeram ao estrelato mulheres com uns quilinhos a mais, sempre buscando uma forma mais sufocante para mostrar o fetiche.
Aos poucos essas garotas foram tomando a cena de assalto e muitas tornaram-se especialistas no assunto.
Não foi difícil uma migração dessas famosas dominadoras para outros cenários do fetiche, aparecendo cada vez mais em sites de SM empunhando um chicote com longas botas e feições sádicas.
Mas as gordinhas não pararam por aí e resolveram desembarcar nos sites de bondage como Damsels in Distress. No começo causaram um impacto nos aficionados por fotos e vídeos deste segmento, acostumados às modelos esbeltas e muito magras que os especialistas buscavam no intuito de realizar trabalhos de bondage mais retos e menos ousados.
Aos poucos venceram barreiras, foram ganhando fama e admiradores. Os bondagistas descobriram que elas não forçavam expressões de desconforto na montagem das cenas, pois como havia dificuldades em suportar certas posições de bondage, como hogtied e outras, as gordinhas encaravam as lentes mordendo mordaças cleaved gag com força num realismo impressionante.
No começo do novo milênio elas deixaram de ser uma aposta e viraram realidade, fazendo sucesso em sites consagrados como o Moraxian, que cada vez mais exibiam essas gracinhas lutando contra as cordas e levando à loucura seus fãs.
Desde esse tempo pra cá, diversos outros sites de bondage adotaram as BBW (Big Beautiful Woman) pressionados por pedidos de seus próprios assinantes.
E nós do Bound Brazil que sempre buscamos essas belezas, lançamos ontem em nossos quadros a primeira das várias BBW’s selecionadas através de um anuncio aqui mesmo nesse blog há alguns dias atrás.
Atendendo a pedidos de nossos assinantes e meu próprio desejo, apresento hoje Perolla como a primeira BBW a posar num ensaio fotográfico para o site.
Com desenvoltura de veterana apesar de estar realizando o primeiro trabalho, Perolla posou com vigor num trabalho de bondage elaborado com cuidado que realizei, com o intuito de mostrar as qualidades de uma bela gordinha em apuros.
É preciso sensibilidade para observar um set de bondage com uma BBW e seus detalhes, porque mesmo utilizando idênticos procedimentos de amarração como em uma mulher mais magra, elas apresentam um resultado totalmente diferente do habitual e mostram-se mais indefesas, devido a pouca mobilidade, uma das razões principais do sucesso alcançado nesse segmento.
Se para um bondagista ver uma mulher magra juntar os cotovelos amarrados às costas é um néctar, é legal ficar atento a pressão das cordas nos braços das gordinhas e se deliciar com as marcas muito mais evidentes que elas irão proporcionar.
Cada dia eu gosto mais desse fetiche!

Link para a página de BBW do Moraxian: http://www.moraxian.us/bbw/

terça-feira, 28 de julho de 2009

A Primeira Fração


Ontem foi mesmo o “lazyday”.
Preguiça por todo lado devido à falta de uma boa noite de sono desde Sexta passada.
Saí do 24/7 na companhia de três dominadoras perversas.
Qualquer submisso daria um cesto de ouro se pudesse para estar em meu lugar, mas dividir apartamento com essas feras soltas é complicado Zé, você dorme na sala de preferência fechando só um olho.
A bem da verdade elas são uns “amores”, mas por não terem praticado como esperavam senti que passaram a me olhar com ares demoníacos e água na boca, tipo cachorro em frente àquelas máquinas onde o franguinho roda nas padarias...
Mas pra minha alegria incontida tudo passou e não virei o personagem do filme “O Livro das Revelações”, aliás, tem até matéria dessa trama aqui no blog onde o cara passa o diabo na mão de três dominadoras, contra a vontade é claro.
Sobrevivi.
E ontem na reminiscência de meus últimos suspiros de uma Segunda-Feira preguiçosa, pestanejando, topei com um filme no Canal Brasil muito interessante para os adoradores de pés: Cinco Frações de uma Quase História (2008).
Num trabalho de seis diretores experientes em longas e curtas metragens, o filme é dividido em cinco histórias interligadas, como frações, sendo a primeira delas o motivo da matéria de hoje.
Carlos, personagem interpretado pelo ator Leonardo Medeiros é um fotógrafo obsessivo que entrou numa fase podólatra.
Sua tara pelos pés das moças é tão insana que o torna capaz de protagonizar cenas absurdas em plena luz do dia na Cidade de Belo Horizonte. Como uma raposa perdida no galinheiro, ele não sabe atrás de qual das presas vai primeiro. Cada pé que se depara ele fotografa em busca de uma obsessiva idéia de montar uma exposição sobre pés femininos.
Taxado de tarado e pervertido pelas mulheres de quem se aproxima, desde a namorada, transeuntes e garotas de programa, a louca corrida pelas fotos para compor a exposição dá lugar a uma verdadeira busca frenética que o transforma num podólatra desgovernado, a ponto de se atirar aos pés da própria analista para saciar sua sede.
Normalmente os amantes e adoradores de pés, carinhosamente chamados de podólatras, costumam andar pela rua com os olhos grudados na calçada ou em qualquer lugar onde um belo par de pés lhe chamem a atenção. Mas quando a coisa foge ao controle e transborda o balde, como no filme, é preciso refletir para que um fetiche não se torne obsessivo a ponto de criar um abismo profundo entre o sonho e sua realização.
Não pensem que é fácil para um podólatra conviver com esse desafio, porque se o sujeito for um “louco por bundas” nem na praia terá a possibilidade de ter uma inteira a suas vistas, enquanto o podólatra sofre, principalmente nos dias de verão com os muitos pés à mostra em sandálias cada vez mais atraentes.
Portanto, a primeira das cinco frações aborda um aspecto fetichista comum e interessante, deixando de lado alguns exageros como a namorada que lhe negava fotografar os pés e a prostituta que o agride por lavar, beijar e cheirar os seus. O filme, porém, é recheado de passagens interessantes para os podólatras e cenas ousadas e sensuais como a que eu posto aqui em vídeo.
De quebra, vai o link para baixar o filme na íntegra porque as outras partes também são muito legais.

5 Frações de uma Quase História: http://www.megaupload.com/?d=FYMGTC8Q

segunda-feira, 27 de julho de 2009

B+D+(SM)² = ?


A resposta a essa equação depende de cada um de nós, praticantes dos fetiches que compõem essa sigla.
Postei essa expressão matemática para falar do evento do último final de semana que reuniu um grande numero de fetichistas no Clube Dominna em São Paulo. Pessoas de várias partes do país numa grande confraternização, uma iniciativa da Bela que já virou parte obrigatória do calendário fetichista.
E por que a equação?
Porque terminamos assim o bate papo no final da minha palestra no evento. E essa participação de todos prova a importância do debate como iniciativa de buscar consolidar a manifestação fetichista dentro de todos nós. Por que não seguir com o debate aqui?
Essa conversa sobre o BDSM no Brasil começou quando em determinado momento alguém me perguntou como, onde e quando nasceu o BDSM por essas bandas. Não me sinto um dinossauro pré-histórico, embora admita que se não fosse o mais antigo (não o mais velho..rs) presente ao evento, na certa era um “dos”, mas a resposta é clara, porque o BDSM nasceu e nasce dentro de cada um de nós, apenas do começo do movimento se pode ter uma noção.
O importante não é estar atento a fatos históricos e sim a renovação que fica evidente a cada ano que o Dominna celebra o 24/7. Novos rostos, gente nova na cena, números ensaiados e bem realizados, pessoas bem vestidas dentro do contexto do evento, enfim, a prova de que aqueles que começaram tudo isso estavam certos e hoje sentem orgulho de ver como a semente floresceu.
Pudesse todos os fetichistas de norte a sul estar presentes no fim de semana passado e o resultado seria ainda mais representativo. Mas eles estão nos sites, nos blogs, relatando suas experiências, expressando opinião, provando que as práticas não se limitam a clubes ou encontros.
Sempre falei que esses encontros e festas deveriam ser interativos, para que em cada canto mais e mais adeptos tivessem acesso. Ainda que reconheça as dificuldades de criar uma caravana fetichista pelo país a fora, acredito que um dia isso possa se tornar realidade, afinal se naquele tempo quando se pensou num movimento o resultado de hoje era um simples sonho, por que não esperar que as pessoas se mobilizem ao ponto de criar uma interação desse porte?
Assumir o fetiche diante de nós mesmos, ter atitudes compatíveis com o ambiente que se freqüenta, respeitar quem junto conosco leva adiante esse segmento, essa sub-cultura, são aspectos importantes de uma corrente que jamais pode se partir. Que as diferenças fiquem de fora, que o preconceito jamais penetre em nossas cabeças e, principalmente no nosso meio.
Cada vez que me vejo no caminho de São Paulo indo a um encontro dessa natureza, várias coisas me vêem à cabeça e como um filme me faz lembrar de fatos e momentos do meu aprendizado, que na verdade, nunca termina. Os anos se passaram, mas as emoções são as mesmas como se fosse à primeira vez. É incrível como o tempo não apaga certas lembranças...
Não me considero um saudosista, meu tempo é agora, mas como qualquer ser humano tenho o direito de sentir saudades de pessoas que junto comigo juntaram as pedras para construir esse castelo que cada dia fica mais forte.
(Nota: A imagem que ilustra essa matéria foi feita a partir de uma foto de Nick Veasey)

sexta-feira, 24 de julho de 2009

BDSM: A Passion of Life


Nessa data se comemora do dia dedicado ao BDSM (Bondage, Disciplina, Sadismo e Masoquismo).
E por que essa data? Porque o dia e o mês sugerem uma relação que é sonho de muitos fetichistas, ou seja, viver esse envolvimento por vinte e quatro horas durante sete dias na semana.
É, portanto, tempo de fazer uma reflexão sobre os atos e comportamento de quem pratica e simpatiza com os fetiches que compõem essa sigla.
Então, começo a minha reflexão.
Praticar meu fetiche durante sete dias da semana nunca foi meu objetivo. Me considero aquele fetichista de ocasião, e procuro levar a vida na boa sem ficar vidrado em ter uma hora ou um dia certo pra realizar minhas fantasias.
Acredito que existe o momento exato que o universo conspira a favor e as coisas rolam com naturalidade. Dessa forma, sou uma pessoa comum como qualquer outra que gosta de coisas particulares (bondage), aliás, dentro de um encontro de fetichistas achar duas pessoas que gostem da mesmíssima coisa é como enxergar uma agulha num palheiro, porque sempre existe algum diferencial que por menor que seja, serve como um cartão de embarque para entrada nesse mundo.
E é nesse mundo que habitamos e dele tiramos nossas mais ardentes emoções, que é necessário ter todo o conhecimento possível para saber conviver com tudo e com todos.
Por isso, celebrar hoje o “Dia Internacional do BDSM” é ter noção do que essa sigla representa em nossas vidas, sem exageros, respeitando amigos, parceiros, amores, desamores, práticas, enfim, mostrar sabedoria para conviver com tudo isso sete dias por semana ou apenas uma vez ao mês, porque a responsabilidade não muda de acordo com o tempo ou assiduidade.
Concluindo, a celebração desse dia não significa que todos os fetichistas estão obrigados a praticar no período que a data sugere, mas deve servir como um dia em que o orgulho de ser fetichista esteja estampado no rosto de cada um, mesmo que essa alegria fique restrita a você e, por enquanto, mais ninguém.

THE PUNISHMENT

Duas colegas de trabalho discutem.
Severa, Scarlet não suporta a falta de atenção de sua amiga Miuky durante as tarefas e decide punir a colega através de um castigo, onde exige que a bela oriental leia calada um manual de como fazer seu trabalho bem feito.
Mas Miuky não aceita a punição e por isso sofre as conseqüências.
Amarrada e amordaçada fica a mercê dos caprichos de sua perversa amiga que pratica “smoking foot fetish” e outras maldades com ela.
Ainda hoje, o Bound Brazil apresenta aos seus assinantes um photoset exclusivo com as melhores imagens do vídeo em sessenta fotos.
E por falar em celebração do Dia Internacional do BDSM, amanhã estarei no Clube Dominna em São Paulo, onde à meia noite farei uma palestra sobre fetichismo, vergonhas, medos e afins.
Espero vocês por lá. É imperdível.
Um bom fim de semana a todos!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Fobia


Quando ele chegou com a conversa de usar umas tiras de pano para amarrá-la na cama foi logo rechaçado. Alegando fobia de ficar presa, ela se esquivou por onde pôde e o fetiche ficou pra próxima.
Mas como os insistentes são sempre premiados, afinal se é verdade que a fortuna sorri aos audazes o melhor é seguir tentando, ele não desistiu atacando a tal fobia de frente gastando saliva toda vez que chegava o momento da transa.
Com sabedoria foi aos poucos galgando cada conquista saboreando a vitória mesmo que ainda não tivesse vencido o torneio.
Primeiro atou-lhe os pés, assim as mãos ficavam livres e ela tinha os movimentos que tanto reclamava. No principio odiava ter os pés presos, mas na medida em que aumentavam os batimentos cardíacos e ela se ligava na relação sexual, o caso ficava esquecido e só era lembrado quando ele a libertava.
Incansável, chegou às mãos prendendo uma de cada vez até que ela se acostumasse com a idéia de explorar todos os sentidos sem a possibilidade de reagir, de participar, ficando à mercê de interagir somente quando ele deixasse.
Porém havia algo de podre no Reino da Dinamarca, e na hora que o sujeito quis introduzir uma mordaça ela chiou mais que panela de pressão e por pouco tudo veio por água abaixo.
Há que se levar em conta que para quem sofre de algum tipo de fobia de ficar presa uma mordaça é difícil de aceitar, principalmente se for uma tipo “duct tape” pela agonia que causa a quem tem esse problema.
Compreensão e cumplicidade são atos obrigatórios para que uma relação fetichista tenha o efeito desejado e seja duradoura. Nesses casos, uma mordaça tipo “cleaved gag” através de um lenço comum sem introduzir um “stuff” (aquele paninho que se coloca dentro da boca antes de amarrar o lenço), é a melhor solução.

Fobia é um temor por determinados objetos, animais, lugares ou situações, portanto obrigar alguém com esse tipo de ansiedade a suportar o insuportável, é uma violência sem limites com requintes de insanidade. Como por exemplo, colocar uma pessoa que tem pavor de baratas numa sala totalmente fechada na companhia de milhares desses bichos.
A melhor maneira de encarar esse problema para que não interfira de forma definitiva dentro do fetiche é abrir caminho aos poucos para que esses temores sejam ultrapassados, lentamente, até que chegue o limite. (Mais uma vez os limites...).
Só conhece os limites alheios quem tem a exata noção dos seus.
Hoje mesmo estava lendo uma matéria no excelente blog “Confissões de Uma Mistress” da Lady Vulgata, onde ela deixa claro essa questão dos limites, tanto dela própria quanto de alguém em busca de saber até onde chegar. Essa é uma questão abrangente, mas essencial para quem pratica ou quer começar a se enfronhar no mundo do fetiche.
Seja preponderante e ao mesmo tempo paciente com quem está sendo levado a um lugar que nunca fez parte da sua vida, onde as portas que se abrem apresentam um cenário diverso e totalmente novo.
Guie, mas deixe que o mistério seja desvendado pela pessoa que escolhe esse rumo para que não fiquem marcas ou cicatrizes que a façam regredir e nunca mais tentar uma nova aproximação a essas práticas.
Viva e deixe viver. É mais ou menos assim.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Celebridades Amarradas


A semelhança é incrível e parecem verdadeiras quando se olha de cara.
Estou falando das montagens impressionantes do Mr. Stitch’s Lab, onde rostos de atrizes famosas e celebridades são cuidadosamente sobrepostos em corpos de modelos amarradas.
É o famoso bondage clonado.
O elenco é numeroso e qualquer mulher famosa pode ganhar poses numa boa sessão de bondage pelas mãos habilidosas de Reginald Stitch.
Sarah Jéssica Parker, Jéssica Biel, Angelina Jolie, Megan Fox, Hilary Duff são algumas vitimas dos truques quase perfeitos do Stitch.
Mas não é tão fácil ter acesso a essas fotos montagens, porque você deve se cadastrar no grupo do Mr. Stitch no Yahoo e esperar pela resposta que aceite seu acesso às centenas de fotografias dessas celebridades. E mais, existe uma justificativa que deve ser preenchida de forma obrigatória onde é preciso descrever as razões pelas quais você deseja fazer parte do grupo.
Para se inscrever a ver esse arsenal fotográfico aqui vai o endereço:
http://groups.yahoo.com/group/stitchslab/
Terminadas as apresentações vamos aos detalhes. Nem tudo que reluz é ouro e algumas montagens do Stitch pecam pelo excesso, e contrastam com outras que mostram-se mais reais.
Mas essa não é uma novidade porque alguns sites exploraram esse segmento e ainda apresentam seus trabalhos pela internet, porém a grande diferença do Stitch’s Lab é a diversidade das famosas e a escolha das posições que as atrizes são exibidas, além, claro, da boa qualidade de imagem se comparada a outros que têm a mesma idéia.

Muitos amantes das cenas de meninas em apuros (Damsels in Distress ou DiD), sonham em poder assistir essas beldades amarradas e tendo os gritos sufocados por boas mordaças, por isso vale a pena ter uma prévia de como essas musas seriam filmadas nesse tipo de cenário.
Não tenho conhecimento se essas celebridades autorizam essa foto-montagem com seus rostos famosos, o que considero inofensivo desde que essas imagens não apresentem nenhum tipo de perversão que ponha em risco a reputação dessas pessoas.
No caso do Mr. Stitch’s Lab o fetiche é puro e inocente e deve ser visto e apreciado por fetichistas que realmente tenham interesse nesse material, caso contrário essas imagens soam como figurinhas de álbuns juvenis e perdem todo o sentido.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Pernas


Sou totalmente contra aquela frase que diz: perna é a primeira coisa que se põe de lado numa transa. Afinal de contas, trepar sem olhar uma perna tesuda é o mesmo que beber coca-cola sem gás...
Viciado em bondage como sou, não seria leviano afirmar que uma das melhores imagens de uma amarração perfeita começa pelas belas pernas, juntas ou cruzadas numa sintonia geométrica.
Mas há detalhes nas pernas das princesas que cada um mostra a sua preferência. Que me desculpem as lindas meninas de pernas cabeludas, mas a sensação que tenho ao tocar numa perna cheia de pelos é a mesma de transar com um zagueiro do Madureira!
Mulher nasceu lisinha e tem que permanecer assim a vida toda, bem depilada como uma bola de encher de festa infantil. A meia de seda desliza melhor, a pele fica cúmplice dos beijos e carícias, enfim, são inúmeras vantagens que compensa o sofrimento que a cera quente causa a algumas. Eu disse algumas porque as que gostam de uma dorzinha devem apreciar esse “castigo”.
Na adolescência tinha um vicio incontrolável de olhar as pernas das professoras na sala de aula, tanto que um dia cheguei a levar um esculacho da cara cair. E as colegas de saia justa e plissada com a meia enrolada no tornozelo valiam umas três masturbadas diárias.
Morder uma batata da perna lisinha é uma sensação tão gostosa que deveria ser degustada de joelhos em reverencia ao indescritível momento. Quando tem marquinha de corda então, sai de baixo, é ouro sobre azul.
Chego então a iminente conclusão que sou um “Pernólatra”.
E se esse termo ainda não faz parte do glossário BDSM não se preocupem, pois acabei de inventar.
Faz uns dois anos estava indo para Petrópolis com minha namorada e paramos num restaurante chamado de Casa do Alemão. Quem mora aqui no Rio de Janeiro conhece bem o lugar. Mas em determinado momento fui surpreendido por um beliscão porque estava de olhos grudados num belíssimo par de pernas em cima de um salto perfeito...
É sou mesmo incorrigível...
Perna em bondage é um fetiche perfeito. Quando a mulher está com as pernas suspensas e amarrada pelos tornozelos, gera uma sensação de impossibilidade de reação capaz de levar a loucura qualquer bondagista que se preze. O efeito da exposição e vulnerabilidade é passível de coisas que até o diabo duvida.
Muitas mulheres ficaram famosas ao longo dos anos por terem pernas consideradas irretocáveis, mas imagine amarrar as pernas da Ana Hickman? Um metro e vinte centímetros de pernas, ta lá no Guinness Book, seria preciso alguns bons metros de corda pra sessão ficar perfeita. Um sonho de consumo...
Devaneios a parte, prometo nos próximos dias bolar um set fotográfico no Bound Brazil fazendo diferentes amarrações nas pernas de uma das modelos, claro, com uma canja pra galera que freqüenta esse blog. Pode deixar que peço ao Evandro Papa Mike pra colocar num link para download.
Resumindo, as pernas podem não ter o mesmo apelo de uma bunda, nem tão pouco ostentam o titulo de preferência nacional, mas garanto e assino em baixo que elas tiram o sono de muitos pernólatras como eu, afinal elas começam quando o sonho dos podólatras termina e deságuam as portas do paraíso.
Ou alguém aqui duvida?

(Crédito da foto: Restrained Elegance)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Vergonha


Se para um fetichista existem barreiras não tenho a menor dúvida em afirmar que a primeira a ser vencida é a vergonha. E o primeiro passo para isso é começar a assumir os próprios sentimentos.
Ninguém duvida que admitir ser fetichista, ter prazer por coisas estranhas perante a sociedade é um estágio elevado, mas se o fetichista puder começar a conviver com seus próprios desejos já é uma vitória.
Saber que o prazer é diferente, pensar no sexo de uma maneira pouco convencional, pequenos detalhes que fazem de nós capítulos a parte da vida. Não que nosso tesão esteja acima do bem e do mal, apenas gostamos de alguma coisa que para muitos passa despercebido.
Por muito tempo convivi com a vergonha diante do meu nariz, hoje ando com ela no bolso e sem o menor constrangimento assumo o que gosto de forma direta, só me resguardo o direito de não comentar minha vida pessoal a quem não me interessa ou não esteja ligado a ela.
Simples, assim como o sujeito que gosta de olhar a bunda das mulheres na rua e conta aos amigos numa mesa de bar, mas evita falar nisso no ambiente de trabalho. Porém, assim como ele uns trezentos gostam da mesma coisa e não acham nada demais, mas vá lá que eu diga que gosto de mulher amarrada? Risadas, deboches, espanto, seriam algumas das reações das pessoas a minha volta. Mas a vida me ensinou a dar uma resposta à altura e a esses devo solenemente dizer: FODAM-SE!
Claro que nem sempre foi assim e já contei muita história verdadeira aqui nas muitas páginas desse blog, onde tive que lutar comigo mesmo pra mandar a vergonha pro inferno.
Só que o tempo me fez perceber que a vida é muita curta pra brincar de esconde-esconde e cada vez que me continha perdia uma baita chance de ser feliz.
Outro dia saí daqui da empresa tarde, eram umas dez da noite. Na companhia da Nefer que veio me fazer uma visita, passamos pelos arredores da Lapa que fica aqui perto e na calçada tinha um monte de travestis ganhando o pão de cada dia, e no meio da “turma” havia um em especial que fez um trabalho no Estúdio da Fetixe com quem minha amiga Mistress precisava falar para dar um recado. Alguém acha que tive alguma vergonha de parar o carro pra falar com o travesti? Mas se alguém que conhece meu carro passasse e me visse parado ali?
Juro que não repito a palavra horrorosa de alguns parágrafos atrás, mas a expressão vale pra essa galera também, até porque a Nefer assim como eu não estava nem aí pra nada e pra ninguém, portanto só tem vergonha quem deseja ter.

Há dias atrás quando postei a matéria para a seleção de meninas gordinhas, uma leitora chamada Elvira me falou nos comentários que se sente envergonhada por conta de utilizar lingerie numa transa. Por não ter as medidas de miss, se diz constrangida na hora H.
Elvira, a mulher é gorda por excesso de gostosura e a lingerie vai lhe cair muito bem se você a olhar com bons olhos, principalmente tendo a consciência de que a pessoa que deitou contigo está interessada em você, e não importa o resto. Tudo que você colocar para apimentar a transa só vai contribuir e te garanto que ele vai gostar cada vez mais.
Coloque varias lingeries e aproveite para experimentar umas cordinhas de vez em quando, porque além de não fazer mal nenhum você já tem certa base sendo leitora aqui do blog.
Vergonha não dá em poste e nem em parede, mas só chega perto se agente quiser, caso contrário ela passa e ninguém se dá conta.
Experimente começar através do teclado em conversas de computador, participando de grupos e, principalmente, freqüentando festas do meio. Garanto que a convivência com outras pessoas vai gerar um amadurecimento capaz de criar a segurança necessária para driblar esse problema.
Depois passe a receita diante.
"Se você já construiu castelos no ar, não tenha vergonha deles”. (Henry David Thoreau)
Habite-os!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Eu Nunca Aprendo


Há meses venho batendo na mesma tecla e empunhando uma bandeira (o Vinhas adora essa história de bandeiraço!) sobre valorizar o que um dia foi moda e se perdeu pelo caminho.
Claro que não sou nenhum saudosista de varanda e acredito em revitalizações que acompanhem a evolução das coisas, porque o que foi bom não fica pior devido ao efeito do tempo. Primeiro foram às revistas de bondage que já estão em fase de pré-lançamento e desde o ano passado quando a história do Bound Brazil começou, falo sobre a produção de um longa recheado de bondage e aventura com duração de uma hora e meia.
Há pouco tive que aplaudir o Bound N Sexy sair na frente com essa idéia, mas não abro mão das minhas convicções e desde a semana passada comecei a plantar a semente que um dia dará saborosos frutos.
Mas tem muita pedra pra remover nessa caminhada, começando pela necessidade de fazer tudo sozinho, arcando com todos os custos, uma vez que achar que haverá algum patrocínio baseado na lei de incentivo a cultura para uma produção fetichista é sonho de uma noite de verão.
E sai caro: elenco, locação, produção e finalização é coisa de gente grande e o amadorismo fica do outro lado da rua. Mas para os que possam estar achando que desisto melhor tirar o cavalo da chuva, afinal se o site era uma novela sem fim durante os meses que antecederam seu lançamento e passei por cima, umas barreiras a mais pra pular é mole! Ou quase...
Pensando bem, ninguém quer ter sua marca exposta a temas taxados pelo preconceito de algumas dúzias de idiotas e a mídia, como sempre, vai cair de pau. Dos críticos deve-se esperar mais cacetada ainda, afinal que graça tem pra essa gente mulheres amarradas o tempo todo dentro de um contexto de pura aventura? Quem sabe eles prefiram os filmes onde um cara sozinho pega uma metralhadora e assassina criancinhas pra fazer todo mundo chorar? Mas isso vende e paga muito bem...
Aos poucos estou juntando os pregos, o martelo e a madeira para um dia construir a casinha. Já existe um estudo do elenco, cenários, vários orçamentos estão em cima da mesa para serem analisados e um dia sai do papel, nem que eu tenha que continuar trabalhando até tarde da noite como faço todos os dias.
Ninguém precisa ser órfão de produções fetichistas de qualidade por aqui, contentando-se com legendas sem ter o feeling do idioma ou ser obrigado a desviar a atenção da tela pra saber o que se passa. Deixemos as legendas pra eles lá fora, em bom inglês.
Por enquanto vamos produzindo pequenos vídeos de quinze a vinte e poucos minutos que o assinante do Bound Brazil pode baixar rápido e assistir, com isso vem à experiência necessária pra chegar na hora da onça beber água preparado e com vontade de encarar o desafio.
E por que não?
Mulher amarrada, bondage, BDSM, é uma grande idéia...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Mulheres de Óculos


Fetiches existem aos montes, todo dia se fala de um diferente aqui além dos mesmos que são a razão da existência desse blog. Porém, há aqueles que nos tocam e que ao vermos uma foto ou um vídeo a cera transborda.
Mulher amarrada usando óculos; meu calcanhar de Aquiles...
Com mordaça tipo OTM (over the mouth), aquela que tapa a boca por inteiro, viro trapezista e dou cambalhotas no ar. Meu reino por uma mulher assim, é mais ou menos por aí.
De repente eu possuo algum trauma por não ter tido a oportunidade de amarrar minhas professoras primárias na infância, mas a verdade pura e simples é que a imagem que ilustra o fetiche quando bate à porta causa um terremoto e só quem sente essas coisas esquisitas sabe o que estou dizendo.
Bom, pensando nisso e aproveitando para satisfazer meus próprios devaneios, a matéria de hoje enfoca esse assunto de forma direta: os óculos nos rostos femininos como instrumento de fetiche.
Diriam os submissos que adoram suas donas usando óculos negros que combinem com suas roupas de couro, botas e demais assessórios, enquanto nós bondagistas assumidos se tivermos o gosto por mulheres com um belo par de óculos em apuros, na certa gostaríamos de ver nossas musas amarradinhas fazendo uso dos mesmos.
O certo é que os óculos quando inseridos neste contexto tem diferentes conotações: na dominação e submissão sugere a professora austera e disciplinadora, enquanto numa cena de bondage significa a menina indefesa transmitindo pelo olhar detrás das lentes toda sua incapacidade de libertar-se das cordas que a sujeitam.
Outro dia um amigo me perguntou por que eu não produzo mais cenas de mulheres de óculos amordaçadas no Bound Brazil além das poucas que existem, mas é bom que se diga que nem sempre nosso apelo fetichista pessoal deve imperar na construção de um portal comercial onde centenas de vertentes de bondage precisam ser apresentadas. Vontade dá, é claro, mas é preciso ter controle, embora admita que gosto disso pra cacete!
É aquela velha história: se estiver amarrada e amordaçada com óculos nos olhos nem olhe pra mim, senão viro fera e que alguém te proteja da minha fúria! De repente esse raciocínio me impeça de gravar esses tipos de cenas mais a miúdo, sei lá. Mas é o mesmo efeito que uma mulher praticando “dangling” (aquele balanço que a mulher faz tirando e calçando o sapato) causa num podólatra; masoquismo puro ficar olhando sem poder tirar casquinha...
Mas a onda aqui é mostrar o efeito dos óculos numa cena de bondage.
E pra satisfazer a rapaziada que é louca por isso e freqüenta meu clube, posto dois brindes: a Monique (AKA Scarlet) numa foto de um set no Bound Brazil e um vídeo pra lá de especial com a belíssima modelo Charlotte, uma cortesia do site Escapevideos (http://escapevideos.com/) com um trabalho de bondage de primeira produzido pelo estúdio Captured Snapshots.
Reparem na simplicidade da cena e a diferença que os óculos fazem quando Charlotte se mostra em apuros.
Aperte o sinto e tire todo mundo da sala...

terça-feira, 14 de julho de 2009

Efeitos Colaterais


O cara era tímido demais, mas mesmo assim foi se chegando e achou seu lugar.
Numa noite de Sexta colocou a roupa preta e saiu pela primeira vez atendendo a um flyer para uma festa fetichista.
Louco por pés deparou-se com muitos que tinham o mesmo fetiche. Olhou, observou e foi embora blasfemando contra o que achou um absurdo. Jamais se imaginaria em uma luta corpórea disputando a chance de beijar uns pés lambidos por outros e jurou nunca mais voltar.
Com a antena ligada naquele mundo, decidiu dar uma passada no mesmo lugar alguns meses depois, nem que fosse para tomar umas e voltar pra casa com a mesma impressão. Naquela noite chuvosa com pouca presença de público, surpreendeu-se num papo alegre e demorado com uma dominadora e ficou amigo.
As trocas de emails começaram e ele viu as nuvens se abrindo para um novo horizonte que jamais supôs existir. Aprendeu bastante, ouviu demais e viu-se envolvido.
Ele queria apenas podolatria, sequer consentia pensar em outra coisa que passasse além da linha imaginaria que impôs como fronteira.
Ela ansiava por iniciar alguém, não admitia nada que viesse com um passado fetichista para dentro de seus muros, desejava a virgindade.
Se encontraram em outras festas, depois das festas e nos dias sem festa.
Ela ensinou a liturgia das práticas fetichistas, falou de sua vida, das expectativas, das experiências, dos bons e maus momentos, do âmago de uma relação desse tipo.
Foram longas noites a partir de então sempre comandadas pelas mãos firmes daquela mulher serena e dona das ações. Aos poucos ela ultrapassou as fronteiras e colocou cordas e algemas em cima da cama.
Suas longas botas matavam-lhe a sede pelos belíssimos pés que exibia sempre com um tom diferente na coloração das unhas, sugava-lhe em pequenas doses pra dentro de seu dungeon e o fazia engatinhar atrás da oportunidade de lhe lamber os pés.
Introduziu pequenos castigos toda vez que ele passava dos limites e passou a ser a dona da fronteira que não mais lhe pertencia daquele dia em diante.
Com claras e más intenções foi seduzindo até chegar ao bote felino, amarrando-lhe, açoitando a quem renegava um dia na vida estar em tal condição.

Um dia chegou austera, com os lábios pintados de negro da cor de suas botas. As ordens foram diretas, sem subterfúgios e o levaram a ser amarrado e submetido a severos castigos seguidos de afagos demorados, beijos por todo o corpo e os pés de sua dona a seu dispor.
Ao final, lubrificou-lhe o ânus e aos poucos o possuiu com os dedos até a dura penetração lateral com um pênis de silicone. Ele gemeu abafado pela mordaça aceitando aquilo na forma mais pacata que podia parecer, até que ela percebeu que seu pênis perdera a ereção por completo e resolveu parar por ali.
Ele juntou suas roupas, cabisbaixo, e desapareceu sem nunca mais dar notícias.
Ela me conta que jamais aceitou tal situação com normalidade e isso custou caro trazendo-lhe efeitos colaterais que hoje ainda a afastam de qualquer grupo ou reunião fetichista. Só de pensar em ter feito algo de errado a uma pessoa a faz desmontar, e o único consolo que ainda a mantém com esperanças de encontrar um novo caminho nas vielas fetichistas é o fato de ter conversado com seu ex-parceiro sobre tudo que poderia ocorrer.
Quem sabe a timidez e a vergonha de ter sido penetrado o tenham afastado ou, simplesmente, não tenha compreendido até onde iriam os desejos de sua parceira, pecando por não deixar claro o seu próprio limite.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Dieta Zero


Se existe uma coisa que a vida me deu de graça foram os amigos. Disso me orgulho, e muito. E essa militância fetichista aumentou ao longo dos anos essa cota de amigos.
A distancia me faz ter saudades de alguns, de outros recebo sempre noticias e diversos os tenho por perto.
Nesse final de semana por conta de uma matéria publicada num jornal aqui do Rio, um camarada que não via há tempos resolveu lembrar do escriba aqui. Paulo é um desses caras que a natureza esculpiu. Sempre alegre e brincalhão tira grandes sarros com seu lado fetichista e o transporta para o dia-a-dia sem o menor problema ou complexo.
Submisso assumido andou por anos a fio em busca de uma rainha que fosse capaz de ser a dona de todos os seus desejos e até pequenas frustrações, como ele mesmo deixa claro, até dar de cara com alguém por quem teve que ralar as calças até ficar roto para chegar perto.
Começou como o terceiro de uma lista de preferências de sua dona e das migalhas que lhe sobravam construiu um castelo que serviu de escada para alcançar o primeiro posto. Hoje, goza da exclusividade de ser o único a servir sua Mistress e nem lhe passa pela cabeça dividir o que foi conquistado, embora saiba que uma relação desse tipo a qualquer momento pode dar lugar a essa forma de disputa. Poligamia de escravos é um direito de qualquer rainha.
Mas o momento é bom e Paulo comemora agora a possibilidade de gozar de intensos quinze dias em companhia de sua dona pelas férias que ambos combinaram tirar ao mesmo tempo, para juntos tentarem algo tipo 24/7.
Pra quem pensa que tudo foram flores, Paulo passa a receita: humildade e aplicação.
Chegando aos quarenta e com boa estrada e conhecimento, viu-se obrigado a perder a barriga que o chope e o sedentarismo lhe deram de brinde, pois sua rainha o queria magro para atender seus caprichos. Sob ordens restritas, seguiu uma dieta com impressionante comprometimento perdendo peso até chegar próximo ao que sua dona impôs como meta. Segundo ele nada foi fácil, abriu mão de muita coisa em nome de um bem maior.

Em sua dieta ministrada, recebendo castigos em troca de merecimento por peso perdido, Paulo viu sua barriga murchar com muita força de vontade e perseverança. Pronto para os dias de “festa” que se aproximam e feliz da vida encontrou na sua dedicação a solução de seus problemas.
E se a moda pega, vou começar a procurar uma rainha que me coloque na linha, ou humildemente pedir a uma dentre as muitas que conheço e respeito que me façam perder uns quilinhos.
Bom, o importante nessa história é a confirmação que o fetiche pode mudar a vida das pessoas fazendo com que haja mais amor próprio que seja suficiente para levar uma relação adiante com mutuo respeito, porque ninguém consegue gostar de ninguém não tendo afeição por si mesmo.
Tudo isso é uma prova de que levado a sério o fetiche cura males além da depressão.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Sacananear ou outros: um Fetiche diferente?


Conheço muito fetiche e já vi ao vivo e a cores diversas práticas desde simples sessões de podolatria até cenas impressionantes de Scat (Fetiche por fezes).
Isto posto, nunca vi ou tive notícias de algum fetiche que pudesse estar diretamente ligado à sacanagem, principalmente quando ela não é gratuita, mas com claros objetivos escrotos. E como esse espaço trata de fetiches e o assunto de hoje foge um pouco a regra, vale a explicação.
Porque quando você coloca um site no ar precisa de um domínio, que nada mais é que um endereço com um nome em que você escreve na barra do navegador e ele acessa o portal. Esse domínio é vendido por sites que dão suporte aos servidores de internet por todo o planeta identificando os portais para serem acessados.
Um cara em New York vendeu um domínio chamado de “pizza.com” pela bagatela de dois milhões e seiscentos mil dólares. Pouco? Eu até penso que sim, afinal ele pensou antes de todos...
Portanto, seu domínio é sua marca registrada, seu DNA e sem ele ninguém te encontra.
E onde está a sacanagem? Elementar meu caro Watson, porque se você possui um site com uma boa quantidade de acessos e não renova o domínio a tempo, ele simplesmente fica a deriva, sem nome, sem nada e só pode ser acessado pelo endereço de IP, a identidade que o portal tem, o famoso protocolo de internet. O pior é que a renovação custa à fortuna de 9.95 Dólares, cerca de 20 Reais, por ano.
Uma mixaria que pode colocar todo um trabalho na lona, em questão de segundos, porque o site que te vende o domínio não avisa com o mínimo de antecedência do vencimento e da conseqüente renovação. Na falta de pagamento te corta na hora e você é pego com as calças na mão.
Esse problema está nesse momento ocorrendo com o site Bound Brazil, que apesar de ter renovado seu domínio deve aguardar as não menos tradicionais 24 horas até a regularização. Aqui mora a verdadeira sacanagem.
Aos membros tanto do Brasil quanto do exterior foi passado o endereço de IP, com o qual qualquer um pode acessar o site sem ter a necessidade de escrever o nome na barra do navegador.
Para quem quiser acessar o site antes do prazo sacana do vendedor de domínio aí vai o IP: http://205.234.197.50/. Com esses números digitados no seu navegador você pode acessar o Bound Brazil, e se for membro basta colocar seus dados de acesso e pronto.

TEACHING BONDAGE

Hoje a continuação do vídeo Self-Bondage da semana passada.
Jessy encontra Miuky praticando self-bondage e resolve ensinar como se faz uma verdadeira prática do fetiche.
Com categoria de quem conhece, Jessy amarra Miuky e se diverte com a amiga imobilizada, porém é surpreendida por um misterioso intruso que a faz prisioneira ao lado da amiga. Despidas e postas em trajes íntimos as duas debatem-se tentando se livrar das cordas e mordaças.
O filme tem tudo para agradar com ótimas tomadas de bondage e diversificação de mordaças, além da sempre competente edição da Lucia Sanny.

Na atualização fotográfica a beleza negra de Gardênia em sua estréia no Bound Brazil. Linda!
Bom fim de semana a todos!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

O Dia Que Virei Suco!


Na verdade todo mundo gosta de falar de coisas que deram certo e ninguém sai por aí falando de micos, de vaciladas, derrotas, coisas assim.
Pois chegou a hora de revelar as famosas roubadas.
Era uma morena daquelas que ninguém desvia o olhar. De babar mesmo.
Eu, com meus vinte e um aninhos nas costas, um humilde discotecário (na época DJ era discotecário mesmo!) da casa noturna que ela era habituè, mantinha o olhar vidrado naquela Deusa e já a havia comido durante o banho várias vezes ininterruptas. Era muita bronha, dia após dia sem a menor cerimônia.
Inatingível, cobiçada, nunca me passou pela cabeça nada além de um simples “oi” que ela balbuciava quando passava pela cabine e sempre dava de cara comigo.
Um dia, Valentina (nome real mesmo, afinal lá se vão anos e ela nem deve lembrar) pediu uma musica e ficamos amigos. As punhetas aumentaram consideravelmente devido a proximidade.
Até que numa Quinta-Feira sem graça ela bebeu um pouquinho a mais e não quis ir embora com as amigas, só queria dançar até o final como nunca havia feito antes. Passou horas na pista de dança, às vezes solitária, exibindo seu corpo perfeito diante de olhares libidinosos dos sacripantas.
Lá pelas tantas chegou bem perto e insistiu em me chamar para dançar. Com a casa vazia, já com os gatos pingados não menos embebidos em álcool, deixei a timidez de lado e me entreguei ao balé frenético entre doses de whisky. Nem pensei na possibilidade de me mandarem arranjar outro emprego, só tinha olhos pra aquela maravilha de morena de quase um e oitenta de altura.
Devido ao estado etílico da mulheraça não foi difícil trocar beijinhos e arrastá-la para o primeiro motel. Alegre pela bebida e feliz pela conquista, parti feito louco com a melhor mulher da casa, linda e maravilhosa no banco do carona do fusquinha. Aliás, deve ter sido uma das melhores bundas que aquele velho banco teve o prazer de dar abrigo!
Escolhi a melhor suíte sabedor que deixaria ali boa parte do meu mísero salário suado, mas o que é um peido pra quem está com calça borrada? Era apostar todas as fichas ou sair do jogo.
E lá dentro começou um jogo que já estava desesperado pra participar, afinal já havia feito tanta preliminar pensando nela que seria apenas carimbar o passaporte pra felicidade. Porém, me dei conta após centenas de beijos e roupas tiradas que o Zé Mane lá embaixo seguia dormindo qual gato em saco de armazém.

Comecei a ficar apavorado e procurei a primeira coisa mais fácil pra bolar um bondage rápido que fizesse o pinto desgraçado dar o ar de sua graça. Peguei o cadarço do tênis, era o mais próximo, lógico, e nem precisei falar nada, ela já estava em estado de tesão absoluto e topava qualquer fetiche aquela altura do jogo.
Amarrei suas mãos e a fiz tremer da cabeça aos pés. Cartas na mesa, eu era o dono do jogo e tinha aquela mulher inteirinha na minha mão. Só não contava com a minha incrível falta de apetite momentânea e num piscar de olhos cheguei a triste conclusão que havia broxado.
E dá-lhe língua e dedo pra fazer aquela mulher gozar, mas em certo momento ela pediu, rogou, implorou pela participação do instrumento. Só que eu não tinha um confiável...
Muito a contra gosto tive que confessar, docemente constrangido mandei aquela velha conversa tipo “não sei o que houve”!
Ela deu um sorriso amarelado e tentou me dar uma força. Nada, nem um guindaste faria o Zé Mane acordar do sono profundo em que se metera. A vergonha já me coloria o rosto de vermelho e se pudesse teria metido à cara no vaso sanitário ou cortado o pinto com uma gilete.
Me lembro que olhava aquelas pernas esbeltas e abertas e fiquei mais depressivo que meu pênis desacordado. Era a primeira broxada na vida. Pensei em tantas outras mulheres “menos interessantes” em que sequer havia dado sinais de negar fogo e fiquei sem entender o que estava acontecendo.
Diante de tanta tentativa inglória a Valentina desistiu e quis ir embora.
Arrasado e vencido, jurei vingança ao pênis traidor pelo mico que me fez passar e o ameacei de morte caso voltasse a ficar de prontidão outra vez que eu pensasse naquela mulher ou naquela noite.
Naquele dia tive a certeza de ter virado suco pela primeira vez...

A HORA E A VEZ DAS GORDINHAS (BBW)

Este resumo não está disponível. Clique aqui para ver a postagem.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Por Todos os Meios


Dizem que somos produtos do meio em que vivemos. Eu concordo, em parte, porque muitas vezes temos que nos adequar, afinal não inventamos a fórmula e os critérios do mundo ao qual fazemos parte.
Mas o ser humano é sábio e consegue se adaptar a tudo e a todos. Senão vejamos.
Reza a lenda que quando foi criado o cinto de castidade o homem inventou o primeiro abridor de latas, e se isso é verdade ou mentira ninguém pode comprovar, ou alguém por aí tem notícia segura dessa invenção?
No “mondo fetiche” acontece à mesma coisa, pratica-se sob as normas e regras, mas em muitas vezes deve-se inventar e criar para ultrapassar a cerca. Ajeita-se daqui e dali em busca de um ponto comum.
Comigo aconteceu uma história muito interessante. Dez anos se passaram e ainda lembro com riqueza de detalhes.
Nunca tive aptidão para imprimir castigos e não faz parte do meu repertório, mas uma vez não passava pela minha cabeça deixar aquela princesa escapar, mesmo que fosse necessário fugir um pouco à regra. Ela exigia o castigo antes de qualquer relação.
Fazia um frio de rachar parede em São Paulo naquela noite de inverno e depois do jantarzinho aconchegante aquela garota bonita mostrou a que estava disposta ao tirar o sobre tudo.
E não tinha outro jeito Zé, era pegar ou largar e como quem tem anos de sereno não leva banda de tartaruga, pensei em duzentas possibilidades até que olhando para a varanda do apartamento apareceu a idéia de estalo.
Peladinha como veio ao mundo, coloquei uma cadeira na varanda e com boas laçadas realizei um bondage de tirar o chapéu, deixando a pobrezinha sentir o ar gelado da noite paulistana tal e qual apareceu nesse mundo. Mas antes me certifiquei se a parte da varanda na qual ela foi amarrada pudesse oferecer algum tipo de visão a algum voyeur da meia noite na vizinhança, até porque ela nunca havia confessado dotes de exibicionista.
Os orgasmos se sucediam cada vez que a retirava do suplicio e a trazia à cama quente e abrasiva madrugada adentro. Foram várias vezes, ela pedia o castigo pelas atitudes toda vez que se derramava num gozo profundo e sem fôlego.
Me senti realizando, sem pressa, e achei incrível aquele entra e sai de uma forma que acabei realizado com algo inédito que jamais havia planejado.
Conclusão: deixe a mente vagar e as idéias virão com naturalidade e podem se tornar uma grande jogada sempre e quando sejam discutidas antes para não ferir o principio da consensualidade.
Melhor fazer daquele jeito do que açoitar contra a vontade.
Nunca tenha receio de tentar alguma coisa diferente que de um momento pra outro pode vir a ser muito melhor do que se imagina. E deixe sempre a vergonha de lado, porque quem tem vergonha não sobe em ônibus e, como sempre é bom achar lugar de preferência na janela, pra que ficar de fora?

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Diferentes Caminhos


Entre os praticantes existem duas correntes de fetichistas: os que seguem à risca os procedimentos litúrgicos e ortodoxos e os que entendem o fetiche de uma forma mais pessoal, tomando por base aquilo que mais agrada. São os anarquistas.
Essa diferença algumas vezes é notada em textos, blogues, contos, sites ou até em festas, mas ela fica mais evidente entre quatro paredes.
Alguns expressam essa opinião de forma livre e deixam escapar pelas palavras publicadas uma leitura pessoal do fetiche. Por ter essa característica, sou um anarquista sim.
Claro que adoro ler sobre procedimentos tradicionais fetichistas e considero um aprendizado importante e necessário, porém gosto do tema livre e respeito todo mundo desde os tradicionalistas ao camarada que dá um tapa na cara da mulher e depois a faz urinar em sua boca.
É o tesão do cara, o prazer acima de tudo.
Tem gente me achando libertino demais e por conta disso sentam o sarrafo porque escrevo sobre tudo e todos meio que em cima do muro. Nada disso, sem essa de subir no muro, é apenas uma questão de respeito.
A leitura sempre foi um ótimo caminho para o perfeito entendimento, mas o efeito dessa enciclopédia cultural fetichista sem prática é o mesmo que chupar bala sem tirar o papel. Nula, e sem sentido, como sair da universidade formado e esquecer o diploma no fundo de uma gaveta.
Tentar, essa é a palavra chave. Sem iniciativa nada acontece.
Há dois dias estava com a Lucia Sanny, a melhor fotógrafa e cinegrafista do Planeta, explicando a uma modelo iniciante do Bound Brazil como fazer self-bondage. Essa mulher nunca tinha escutado falar que isso existia, muito menos viu alguma foto ou vídeo relacionado com o assunto, mas na medida em que foi se amarrando soltou o seguinte: “essa ‘porra’ está me dando tesão!”
Garanto que ela vai ter uma conversa com o namorado, sei lá, e de repente tentar sentir o que eu cansei de explicar através de teoria.
Todos os dias pelo mundo afora milhares de pessoas se “acham” em caminhos que nunca imaginaram seguir, porque apesar de não ter a veia fetichista de batismo são capazes de enxergar o prazer quando dão de cara com alguma coisa interessante.
E é pra essas pessoas que também escrevo todos os dias aqui.
Não virei um libertino-anarquista-progressita-degenerado por conta da idade, mas esse túnel do tempo me fez enxergar tudo por um ângulo diferente o suficiente para admitir que o BDSM não é apenas um guia de conduta e comportamento, mas uma subcultura social capaz de agregar todos debaixo do mesmo teto.
Falar de fetiches sem frescura e com naturalidade. É só isso que eu quero!

SELF-BONDAGE

Nauticus meu velho, já era hora de rodar teu roteiro.
Há tempos leio e escuto o cara falando num vídeo de self-bondage.
Então, taí o que você queria!
O vídeo de hoje do Bound Brazil trás novidades além do roteiro do Nauticus.
Self-Bondage é a primeira parte de uma história que tem início na curiosidade de uma linda garota com traços orientais (Miuky), pelas fotos de uma antiga revista de bondage.
Estando sozinha, resolve repetir as cenas das fotos através uma auto-amarração com cordas, silver tape e algemas.
Lentamente e com muita categoria, ela começa pelos pés, passa pelos joelhos, coloca a mordaça e finaliza com as algemas prendendo suas mãos para trás.
Com o cuidado necessário, as chaves são deixadas ao seu alcance para uma emergência, mas naqueles momentos ela se sente prisioneira e experimenta as delicias de uma sessão de bondage pela primeira vez.
Surpreendida pela amiga Jessy, impossibilitada de se livrar das algemas e cordas ela fica à mercê dos caprichos da maldosa colega.
O vídeo terá a continuação na próxima semana, mas essa primeira parte mostra toda a sensualidade de uma excelente prática de self-bondage. Basta conferir.
Nas fotos, um screen set com cenas do vídeo e belas roupas íntimas.

Um ótimo fim de semana a todos!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Pillow Talk II (Epílogo)


Bom, a conversa mudou e de agora em diante você é dono e senhor da situação pronto para o que der e vier.
Arranjou a namorada fetichista, ou que tem as tendências necessárias apesar de estar ainda em processo de descoberta pessoal. Aliás, nada mais chato que essa história de achar o caminho certo como se vendesse um mapa na esquina...
Mas você ouviu e leu o suficiente para saber que existe o princípio consensual, e por isso, procura dar mostras à parceira de entendimento total do fetiche em busca de uma confiança ímpar para que ela desabroche em suas mãos.
Aos poucos, porém, você percebe duas coisas: a primeira que ela tem “certa” dificuldade de entender todas as suas manias adquiridas, e por mais submissa que possa parecer ela precisa de afeto e compreensão, e a segunda é que ela tem seus desejos que devem ser respeitados assim como os seus.
Nada de guerra dos sexos e muito menos conflitos fetichistas, mas a barra pesa quando alguma coisa sai do eixo e desejos diferentes batem de frente. Daí a ver o trem descarrilar é um pulo, porque o que cada um aprende durante o convívio é o suficiente para imaginar onde está o certo ou o errado.
Resumo da ópera: ou cede ou vai tudo para o espaço.
Compromisso desfeito, não é raro encontrar sua antes submissa ditando ordens e com um escravo na coleira na próxima festa do gueto. Você se espanta, mas ela esbanja a energia que vocês trocaram durante o relacionamento e mostra claramente que aquele aprendizado era o verdadeiro caminho.
No começo você fica puto, mas depois amadurece e entende que aquela era realmente a tendência da sua ex cadelinha.
E como a fila anda, você parte pra caçada outra vez disposto a dar uma resposta a altura ao insulto de ver sua outrora submissa de botas longas, maquilagem escura, cabelos com gel e um escravinho de segunda na ponta da corrente.
Procura daqui e dali, vaga pela internet em salas de bate-papo fetichistas, envia e recebe fotos sem ter certeza de estar lidando com a pessoa certa, perde um tempão tentando convencer sua nova parceira em potencial a dar a cara, esquecer preconceitos e “se assumir” a seu lado, enfim, passam meses e a “dor de corno” aumenta na medida em que você imagina que passou recibo de babaca, inflando o ego de uma agora admirada dominadora rodeada de submissos que fariam de tudo para lhe lamber as botas.
Esses fatores te fazem afastar um pouco do underground e você sucumbe ao mundo baunilha renegando seu próprio prazer. Inventa casos, cria monstros e tenta uma vida fora do circuito com uma mulher que nunca ouviu falar do assunto de forma direta.
Com um cuidado extremo você inicia todo um processo de catequese junto a sua namorada e aos poucos a convence a “liberar” algumas coisas diferentes. Ela percebe suas artimanhas e ciente de realizar seus desejos, coloca em prática seu plano mais ardiloso possível e o deixa literalmente debaixo de seu absoluto controle, quebrando a barreira em doses homeopáticas.
Sem perceber, você se encontra dominado por ela Zé, experimentando uma coisa totalmente diferente e se apaixona a cada nova dose do remédio que ela prescreve.
Nesse novo relacionamento ela dá as cartas, aceita e nega de acordo com o que você faz por merecer e controla sua vida sexual de forma taxativa e soberana.
Um dia, cada vez mais dependente você percebe que essa “liderança” de relacionamento pode transformá-la numa perfeita domme, e vacinado de vezes anteriores nem passa por sua cabeça um retorno ao gueto fetichista com ela a tira colo.
Louco para experimentar novas emoções você deixa escapar um pedido entre os dentes, faz com que ela te imobilize para as práticas sexuais e se transforma no mais novo switcher da praça.
É..., assim é a vida com muitas surpresas pelo caminho, mas desde que exista a felicidade nada mais interessa.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Tempos Modernos


Eles começaram a produzir filmes de bondage em 1994.
Lá se vão quinze anos e a dupla Eliot Shear & Eric Holman segue firme em seu propósito levando o fetiche a milhares de pessoas nesse Planeta.
Vencidos pelo avanço tecnológico já não encontram espaço para suas grandes produções, e hoje apresentam suas obras na novíssima versão HD em sua cadeia de sites liderada pelo selo FM Concepts.
E o que mudou desde a produção de seu primeiro sucesso reconhecido, o Clássico “Bondage on Stage” de 1995 pra cá? O fetiche é o mesmo e a fórmula é exatamente igual, mas aos poucos a tecnologia sugeriu que esses filmes fossem vistos diretamente no computador fazendo com que a história seja mais direta, com enredos mais simples.
Em “Bondage on Stage” Elliot cuidou da edição e finalização deixando para Eric o encargo de dirigir o vídeo. A idéia foi introduzir cenas de podolatria misturadas com seqüências de bondage num roteiro de suspense muito bem elaborado.
Campeão de vendas da antiga Harmony Concepts, onde tudo começou, o filme é destaque até hoje no IMDb (The Internet Movie database), um imenso catálogo de todos os sucessos que o cinema A ou B e a televisão produziram.
Mas eles queriam mais e a Harmony não permitia que diretores atuassem diretamente junto as modelos com exceção às cenas em que esses produtores amarravam as meninas.
Porém, Elliot sucumbiu a seu desejo por pés e não havia outra maneira de atuar diretamente nos filmes em cenas de podolatria sem contrariar as regras rígidas impostas. De mãos dadas, buscaram o desafio da independência e criaram dois anos mais tarde um selo que gerou mais de doze sites com grande êxito na rede.
Passado todo esse tempo, Shear e Holman recentemente decidiram por mudanças radicais e seu portal exibe um novo padrão.
Essa aposta atual da FM Concepts em só produzir vídeos, elimina do cenário alguns itens importantes no desenvolvimento do fetiche ao longo desses anos, como as fotografias e as grandes sinopses que funcionavam como contos erótico-fetichistas, despertando interesse nos assinantes.
Troquei algumas idéias e conceitos com o Eric ontem pelo Google Talk e coloquei meu ponto de vista que é totalmente diferente da visão que ambos têm sobre o futuro dos portais comerciais fetichistas. Enquanto estou preparando uma revitalização das revistas bondagistas e sigo valorizando o material fotográfico, Eric acha que o momento não requer esse tipo de atividade, e joga todas as suas fichas num novo conceito, afirmando que em pouquíssimo tempo o “live show” através de webcams será a grande sacada.
Creio que essa divergência de idéias existe face ao interesse de mercado que surge em torno do local onde são produzidos os sites. A cadeia da FM Concepts é estabelecida na Califórnia, berço do cinema mundial e palco de grandes novidades que chegam a assombrar pela forma veloz como tudo acontece, enquanto outros sites dividem-se em outros locais onde a concorrência não é tão direta assim.
Mas nem sempre a galinha do vizinho é mais gostosa e há que se levar em conta que o publico para esse tipo de produção ultrapassa as fronteiras da costa oeste americana. Por isso, ainda acredito no balanceamento da cadeia fetichista alimentar, ou seja, com espaço para tudo e pra todos, onde o novo pode ser o antigo com outra roupagem.
Em breve, sites como o Bound Brazil ou o Bound Hotties de Jake Ryan, estarão apresentando seus vídeos em HD e aderindo às produções em tempo real com transmissão programada em webcam, entretanto, não precisarão abrir mão de seus conceitos e métodos em nome de avanços tecnológicos, preservando aspectos e fatos que sempre foram receita de sucesso.
Particularmente, devo a Eric Holman muito de meu aprendizado que hoje coloco em prática, respeito sua opinião e seu senso profissional que o fez chegar ao topo, mas não abro mão dos meus conceitos e aposto num fetiche tradicional apresentado da forma devida aceitando desafios enquadrados nas novidades dos tempos modernos.
Pra mim bondage está acima de qualquer discussão sobre presente, passado ou futuro, e suas obras e realizações vencerão o tempo e qualquer nova tecnologia.

(Foto: Cenas do filme Bondage on Stage)