Foda-se o mundo, não nasci pra ser santo!
Dessa forma olhei pra janela e resolvi que já era tempo
de mostrar a quem desejasse e a mim mesmo meu enredo dos próximos carnavais.
Poderia ter começado assim a entrevista para o portal
Scream & Yell, mas a história precisa ser contada muitas vezes pelo personagem,
porém, ignorando alguns pensamentos desse mesmo personagem quando conflitam com
sua existência.
Tá legal: o Léo Vinhas é meu amigo. Ponto.
Ele gosta de bondage, curte todas as meninas “facing the
peril”, mas o cara é jornalista e escritor, e dos melhores, daí ser
entrevistado por quem além de ser craque de bola também enxerga a veia, torna o
papo bem interessante. E fluiu...
Pra quem quiser conferir, lá vai o link do portal:
Tudo isso que foi dito conta a história de um projeto, um
trabalho e um desafio.
Muitas vezes as pessoas confundem o profissional e o
pessoal. Isso é fato, porque um site representa a arte, pura e simples, sem
retoques, e tudo que a entrevista condensa é sobre a história do portal que
obviamente se mistura com a minha.
No entanto, se o fetiche de bondage é uma bobagem pra
muitos fetichistas por aí, algumas ressalvas devem ser preservadas. Porque o
desejo alheio por mais idiota que possa parecer a olhos críticos, para outros
faz um bem danado. Na verdade esse papo medíocre
não rola. Prefiro o olhar positivo ao negativo, o resto é mimimi.
Por isso, devo concordar com a impressão de quem me deu a
honra de ler a entrevista: segurar a barra de um site na web é foda! Todo mundo
pensa que é simples, o cara faz aquilo que gosta e se diverte trabalhando. Em
parte é inegável, e ainda que não tenha dito isso na entrevista o Léo escreveu.
Porém, vários fatores precisam ser analisados cansativamente.
A ousadia, a persistência, e por que não dizer, a relação
com quem leva a imagem a quem quer ver. Mulher é por natureza bicho grilo. Desconfia
da sombra. No primeiro ensaio fazem de conta que filmar e posar é uma exposição
da beleza, do cabelo, enfim, um trampo de modelo como se fosse pra vender
roupas pra Renner.
Mas a onda é outra, a história é bem diferente e o publico
exige porque sabe o que procura.
Então elas têm que encenar a menina em apuros; aquela
mesma dos filmes de suspense, dos desenhos animados da Penélope Charmosa. E até
que haja essa compreensão do cenário há um abismo e, não obstante, até mesmo a
beleza sucumbe. Quantas mulheres lindas deixaram de ser musas dos assinantes?
Várias...
Encenação é tudo quando se fala de portal de bondage.
Até mesmo a diversidade de tipos físicos das meninas
entra em questão. Criar desenhos com as cordas, pirar em imobilizações com bom
apelo visual em corpos diferentes é um desafio. Seria muito simples se as moças
obedecessem a um único padrão. Mas a banda não toca nesse compasso e o cidadão
que vos escreve tem que suar um litro exato pra tentar assimilar que o melhor pra
fulana nem sempre será pra beltrana.
Por tudo isso manter um site ativo e competitivo é
complicado.
Muito bom levar um prêmio, ter reconhecimento, legitimação,
saber que de alguma forma você foi feliz naquilo que resolveu construir, mas
tem dias que o cansaço bate e você pira.
Melhor seria reservar as melhores cenas de bondage pra
mim mesmo como sempre foi e apenas criar meus enredos e tramas. Mais uma vez
repito o que já virou um mantra: escolhas.
O fetichismo é uma conjunção de fatos que advém das
nossas escolhas.
E mais um ano vem pela frente.
Estamos estudando algumas mudanças, além dessa questão
absurda do nome que um dia será resolvido. Nessas horas me lembro de muita
coisa que falei na entrevista. Lances do passado, tempos de sonhos e de planos.
Mas a vida seguiu e a realidade está aí pra desafiar e
tentar seguir fazendo a diferença.