sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Luxuria

Uma impulsividade desenfreada, um prazer pelo excesso com conotações sexuais, desfrutar da sensação de dominar, isso é a luxuria. Agora olhem as maravilhas abaixo e me respondam, que pecado há nisso? O que você faria com elas? São trinta e seis modelos genuinamente brasileiras (Pure Bondage), belezas distintas, prontas para os olhares mais diversos que despertarão outros pecados capitais como a cobiça, às vezes a inveja, e tantos mais. Falta apenas terminar os vídeos e elas já estarão prontas para estrear no www.boundbrazil.com. Só mais uns dias e a maratona de mulher bonita começa. Procurei os nós eficientes bem ao estilo bondage americano, encontrei uma fotógrafa (Lucia Sanny) que estudou os melhores ângulos para mostrar a arte por inteiro. Faltam dois passos para o paraíso, estamos quase lá. Desfilo um pedaço desse elenco abaixo para o deleite de vocês. Impossível achar que pode haver competição entre elas porque todas têm algo especial e muito particular. Portanto, enjoy it!

Beth



Monique






Sarah Moon



Talita



Anna



Jackie



Drica

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Pelo buraco da fechadura


Há dois fetiches que caminham de mãos dadas, o voyeurismo e o exibicionismo. Um voyeur tem prazer quando quem está sendo observado não tem a noção de que alguém o está assistindo e, tanto e quanto prazer também terá quando alguém se exibe para ele. Isso é parte de um contexto, porém os fetiches têm vida própria e são totalmente independentes, embora às vezes se completem em determinados casos. O voyeurismo já fez parte de grandes sucessos do cinema e podemos citar Janela Indiscreta de Alfred Hitchcock ou o clássico Dublê de Corpo (Body Doublé) de Brian de Palma. O voyeur nem sempre observa atos sexuais através de câmeras, lentes poderosas ou afins, ele pode gostar de fetiches e observar os pés das colegas de trabalho ou de pessoas que passam pelas calçadas, pode assistir cenas de strip-tease pelas janelas, ou, ainda, deliciar-se com cenas fetichistas em festas desse tipo sem a menor intenção de participar. Muitas vezes um voyeur congela a cena em sua mente para uma possível masturbação posterior ou em alguns casos pode atingir o clímax no momento da observação dependendo, porém, do local onde esteja. Li sobre casais que praticam o voyeurismo entre eles excitando-se de uma forma consensual em locais privados ou até em lojas de departamentos quando ela está experimentando uma roupa e ele a admira através de espelhos ou frestas na porta do provador. É fundamental deixar claro que no voyeurismo não há a interação entre quem observa e quem é observado durante a prática, fazendo-se necessária uma compreensão total de quem o faz.
A definição do exibicionista que o coloca como uma pessoa que gosta de exibir seu órgão genital em público em nada tem a ver com fetiche. O exibicionismo na ótica do fetiche gosta de expor o que lhe garante o prazer. A humilhação é o ponto máximo de um exibicionista dentro do sadomasoquismo, ou seja, quando lhe infringem castigos, dor e quanto mais pessoas presenciarem a sua humilhação mais forte seu efeito terá e seu prazer estará duplamente satisfeito. Alguns cuidados devem ser levados em conta quando existe a prática do exibicionismo, porque há o legal e o ilegal. Promover ato sexual em público sem o consentimento de quem assiste é uma contravenção penal, ou uma importunação ofensiva ao pudor, por isso, deve-se estar atento a este tipo de ato que pode causar problemas sérios para quem os pratica. Em outras matérias alguns assuntos relacionados a este tema foram colocados aqui no Blog, como o caso de mulheres que exibem seus pés quando têm a noção que algum podólatra os está observando e, também, amantes de bondage que fazem o papel de voyeur toda vez que assistem em filmes e novelas alguma heroína indefesa sendo amarrada por seu algoz.
Portanto, se levarmos ao pé da letra muitos fetiches oscilam entre voyeurismo e exibicionismo mesmo não tendo todas as suas características. Para o exibicionista a liga acontece quando sabe que alguém o está assistindo e demonstra profundo interesse, enquanto que o voyeur um simples buraco de fechadura com uma mulher em trajes íntimos por dentro é o nirvana do prazer.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A Primeira Vez


Caros amigos. Hoje, Segunda-Feira, resolvi fazer uma reflexão sobre o que foi escrito e comentado por todos vocês que me dão a honra de ter esse espaço, para chegar à conclusão de que tudo que se faz em prol de algo comum entre tantos realmente é de emocionar. Contudo, achei que seria muito legal refletir e tentar saber de cada um participante dessa coletividade que cresce a cada dia (mais de 12.000 acessos em pouco mais de dois meses) como, quando e onde foi a primeira vez. Falo no sentido que é a razão deste blog existir: o meu, o seu, o nosso fetiche. Vale tudo, desde simples brincadeiras infantis a relações a dois. Buscar na memória é um exercício muito bacana e creio que se cada um puder escrever um comentário para esse assunto, estará ilustrando a matéria e encorajando aos demais a relatarem um pouco da experiência, o que pode contribuir para quem ainda pensa em praticar o fetiche. Ninguém está preocupado com a forma de escrever, ou a maneira de como achar as palavras corretas, é simples, apenas conte como foi em duas ou três linhas, ou se preferir, faça uma redação. E pra começar, vou tentar resumir em poucas linhas como foi minha primeira experiência com bondage, mas suprimindo a fase infantil das brincadeiras em festas juninas, já comentadas aqui ou em outras tão comuns em que aproveitamos para termos os primeiros contatos com o fetiche. Bem, aconteceu há muito tempo (velho não, experiente, por favor!). Naquela época para um adolescente conseguir uma experiência sexual de uma forma geral necessitava a participação das importantes damas de aluguel. Pois foi assim, na antiga Rua Pinto de Azevedo (quem tem cinqüenta ou está chegando lá e mora no Rio de Janeiro sabe a que estou me referindo, mas pra quem não sabe e nunca morou aqui esclareço que esta famosa rua era a principal via das que formavam o complexo da chamada Zona do Mangue, ou melhor, a região da cidade onde havia casas de prostituição, o Red-Light District carioca, guardadas as devidas proporções) onde já havia estado por algumas poucas vezes, conheci uma mulher de uns vinte e poucos anos, quase chegando aos trinta, e juntos tivemos nossa meia hora de prazer por duas vezes. A timidez era uma marca para um rapaz de dezesseis anos e por mais vontade que pudesse ter de tentar realizar qualquer fantasia, a simples idéia de expor a questão já apavorava. Mas havia certa reciprocidade naquela mulher o que me levou a imaginar uma maneira de dizer alguma coisa, e pior, sem ninguém com alguma experiência que pudesse aconselhar e dar uma força ou ensinar um caminho. Resoluto, juntei os vinte cruzeiros necessários e fui a sua procura numa noite de chuva. Levava comigo um pedaço de barbante, desses mais grossos (era o que havia), medindo uns dois metros e muita coragem. Avistei-a na porta com um sorriso de quem já era uma “velha” conhecida, segurando-a pela mão entrei num dos cubículos que chamavam de quarto e ao tirar a roupa puxei o pequeno rolinho de barbante que trazia no bolso, suando frio e quase urinando nas calças lhe propus amarrá-la durante o ato sexual. Só eu sei o que me custou aquilo, fora os minutos sem fôlego que passei. Um sorriso maroto no rosto, algumas perguntas que fui respondendo devagarzinho e aos poucos ela me permitiu que lhe atasse os pés, somente os pés porque queria as mãos livre caso eu atentasse contra ela - pensei. Juntar-lhe os pés e começar a passar aquele barbante inofensivo me fazia tremer as mãos, porque pela primeira vez aquilo saia da minha imaginação e deixava as inocentes brincadeiras adolescentes para virar realidade. Ela aos pouquinhos foi entrando na fantasia e me deixou amarrar-lhe as mãos, quase frouxas, mas era o mais apertado que eu podia sonhar em fazer. Depois desse dia vieram outros com ela e havia perdido a vergonha de vez, fazendo com outras e mais outras, até que um dia a fantasia de bondage deixou de vez a Zona do Mangue e passou a fazer parte da minha vida e de outros vários relacionamentos que vieram pelo caminho. Mas isso faz parte de uma outra história o que não é a razão da matéria de hoje. Assim como eu tive que perder a timidez há vários anos atrás, perca a sua e escreva um pouco de algo que possa contar e mostrar através de um outro relato, como tudo começou dentro do seu fetiche.
Na Foto: A Zona do Mangue no Rio de Janeiro na década de setenta. Após o começo das obras que construiriam o Metrô na Cidade do Rio de Janeiro, a zona do baixo meretrício da cidade foi deslocada para o bairro do Estácio onde entre as construções que ainda restavam a serem desapropriadas ficou uma avenida de casas chamada Vila Mimosa. Hoje a vila segue com o mesmo nome e se abriga num bairro próximo à Praça da Bandeira para onde foi após a construção da Cidade Nova no final dos anos oitenta.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Em algum lugar


O celular toca, aparece um numero desconhecido, Ele atende: alô!
Ela: oi, ainda lembra da minha voz?
Ele: como esquecer te liguei umas trezentas vezes, você sabe...
Ela: não dava e precisei de um tempo
Ele: teve todo o tempo do mundo, mas um “até logo” qualquer um fala.
Ela: deixa pra lá, já foi há tanto tempo, mas você ainda tem aquelas cordas?
Ele: nunca deixei de ter. Por quê?
Ela: sei lá, bateu saudade delas.
Ele: mas você alegou tanta coisa, reclamou de excessos, não entendo.
Ela: é que vi um filme outro dia daí...
Ele: por que não rolou com meu sucessor?
Ela: porque não havia isso, era diferente.
Ele: ainda guardo seu último email, lembra do que estava escrito lá?
Ela: foi um desabafo, na época estava intenso demais. O fetiche era seu, não meu.
Ele: era nosso, fazíamos juntos.
Ela: mas tinha que ser sempre, encheu o saco!
Ele (pensando): porra! Vou perder meu compromisso...
Ela: você está escutando?
Ele: claro, estou pensando no que valeu e no que não valeu a pena.
Ela: tudo foi bom e valeu a pena, senão não haveria saudade daqueles dias.
Ele: mas a saudade é de momentos, não significa tudo e eu sempre quis tudo!
Ela: nesse tempo rolou com alguém?
Ele: às vezes, nada sério, um pouco aqui e outro pouco ali.
Ela: compromisso?
Ele: só umas pessoas que estão me esperando pra um bate-papo, nada além.
Ela: te perguntei se está compromissado com alguém.
Ele: já te disse, nada sério ou que valha muito a pena.
Ela: e o fetiche?
Ele: vivo com ele o tempo todo, dorme comigo e acorda comigo.
Ela: você não se acha egoísta?
Ele: pode ser, mas como achar uma outra maneira?
Ela: poderia pensar melhor, se auto-analisar, saber que nem sempre é assim.
Ele: tem que ser assim, porque perdi tempo demais procurando respostas.
Ela: alguma chance de agente se ver?
Ele: melhor deixar isso no passado (pensou: e agora? Balançou...)
Ela: sem nada sério, apenas algumas vezes.
Ele: você sabe que sou intenso e quero sempre mais. E depois?
Ela: pra que depois? Você sempre disse que tem que ser na hora.
Ele: mas depois você vai embora, some de novo e o fetiche fica comigo.
Ela: mas ele é seu, não meu, você sempre assumiu isso.
Ele: mas se te tocar eu grudo.
Ela: então me amarra e se apega.
Ele largou o compromisso e foi se apegar a ela...
Esse diálogo é real e aconteceu com uma pessoa que eu muito admiro.
Muitos poderiam questionar se valeria ou não esse reencontro, mas o compromisso foi literalmente para o espaço e eles se encontraram novamente. O que vier depois eu conto se um dia souber.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Desejo


Sempre existe alguma coisa que desejamos. Sonhamos com isso diversas vezes na vida, porém, certas coisas desejamos no nosso íntimo, bem lá no fundo e que se revela toda vez que damos de cara com uma foto, um lugar e diversas outras coisas. O fetiche é um desejo, uma luxúria, um pecado gostoso, analise da forma que for, mas ser fetichista é desejar mais, querer mais uma determinada coisa. Engraçado que o fetiche via de regra é associado ao sexo, mas há pessoas que têm fetiche por perfumes, por roupas, sapatos que passam bem longe do desejo sexual. Imagine ver uma mulher razão do nosso desejo amarrada em cima de uma cama, com os pés descalços, calçados, pouco importa, vai da vontade de cada um, cabelos soltos, presos, de qualquer das duas formas, isso toca no olho do desejo que percorre nossa existência dia após dia. Agora imagine outras cenas, diferentes desta dentro daquilo que é o significado de seu desejo e pense como viver sem ele. Desejar é bom demais. Ontem conversava com um amigo que me confessava ficar envergonhado de tanto olhar os pés das mulheres nas ruas, no Metrô, em todos os lugares, porque os pés são sinônimos de seu desejo. Se pararmos para pensar que numa cidade como a nossa onde o calor impera na maior parte do ano, teremos oitenta por cento das mulheres exibindo seus pés em sandálias aguçando seu desejo a cada novo olhar. É ótimo desejar e melhor ainda é quando temos aquilo que desejamos, mas nem sempre a vida é parceira e precisamos sonhar em ter um dia àquilo que tanto almejamos.
A mulher é diferente do homem e adora ser desejada, sentir-se querida, e não me venham com essa conversa que mulher não é objeto porque sentir-se desejada passa muito distante de achar que a mulher é um mero sonho de consumo. Ela é muito mais que isso e quando sabe a dose exata do valor que tem torna-se insuperável, em todas as maneiras e proporções. Mulheres também desejam e enxergam os homens como alvos tanto quanto nós as vemos, porém, muito mais comedidas e reservadas valorizando cada metro quadrado de espaço entre desejar e ter. Elas provocam porque sentem o momento certo, porque têm um sentido a mais, porque sabem o valor da conquista. Enfeitam os pés ao primeiro sinal de que seu objetivo os deseja, preparam-se para cada balada como se fosse uma caminhada para uma batalha a ser vencida. Então, podemos chegar à conclusão de que o desejo é uma fonte da vida, seja carnal ou não, ninguém vive sem desejar e quando existe uma comunhão entre várias pessoas que se unem e formam grupos e amizades, há um cruzamento de informações que serão o aprimoramento de cada parcela de contribuição que uma pessoa possa dar a outra na busca de sentir-se melhor. Temos que admitir que colocar pra fora aquilo que sentimos e desejamos nos dá alivio e quando encontramos com pessoas que sentem o mesmo que nós, grande parte dos nossos desejos começa a se realizar. Todas as formas de desejo são válidas e aceitáveis, desde que o seu direito termine quando o de outros começam. Portanto, busque, caminhe na direção de seu objetivo e não deixe que seu desejo seja pra sempre secreto.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Black is Beautiful


Recebi uma assinatura no meu livro de visitas muito interessante. Ela vem do nosso amigo que assina como Black Star Herói, e resolvi tornar pública a sua questão porque ele menciona o fato de colocar no boundbrazil.com ou não mulheres negras, as quais ele mesmo intitula como nosso principal produto de exportação. Queria me juntar ao Black Star na questão do orgulho de ter uma linda mulher negra posando para o futuro site, queria ter várias dessas Deusas de Ébano (como ele mesmo se refere) para fotografar, mas infelizmente, a única modelo que se apresentou para as fotos foi essa maravilhosa negra que ilustra essa matéria. Existem países onde a questão ridícula do racismo ainda impera, mas estamos aqui para provar que no Brasil nada disso existe e, que nem cabe retórica quando o assunto é esse. O fetiche é individual e a todos pertence independente de raça, credo ou qualquer outra coisa. Uns gostam de ver mulheres brancas, morenas e tantos outros mulheres mulatas ou negras amarradas. Existem sites pelo mundo afora como o (www.ebonybondage.com) que somente aceitam negras como modelos de bondage, buscam uma identificação no quesito raça, mas há que se compreender que eles mostram seu trabalho num lugar extremamente racista o que nada tem a ver com nosso caso. Meu caro Black Star Herói: precisamos de mulheres e não importa se são brancas, negras ou mulatas, necessitamos mostrar bondage como fetiche e as lindas mulheres negras que povoam esse país precisam simplesmente aparecer que serão muito bem vindas em nossa empreitada. Infelizmente não podemos colocar todas as nossas modelos aqui no blog ou no fotoblog, por falta de espaço e porque algumas só nos permitem divulgar sua imagem no site para o qual assinaram a autorização de divulgação de imagem. Contamos até a data de hoje com mais de trinta e cinco modelos fotografadas e que agora começam a ser filmadas e, existem outras tantas a espera o que nos dá a certeza de que no fim do mês estaremos visíveis e com a nossa arte exposta na internet. É necessário, porém, que haja alguma identificação entre as modelos e o fetiche, para que dê “liga” e não seja apenas a exposição de uma imagem inanimada, como se a mulher fotografada fosse um manequim de loja de roupas femininas. Tenha a certeza que com o tempo outras negras virão compor esse elenco e nos ajudarão a divulgar nosso trabalho, exportando nosso talento com o mesmo orgulho que você se refere às Deusas de Ébano.
Na foto: Nélida, modelo exclusiva boundbrazil.com

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

O Colecionador de William Wyler

A primeira vez que assisti a esse filme nos anos setenta ainda era adolescente e bateu direto na minha janela todos aqueles desejos carregados pela infância inteira, sem saber muito bem do que se tratava. Quando vi a linda Samantha Eggar no papel de Miranda Grey ser seqüestrada e amarrada dentro de um furgão, me saltou nas veias que aquilo era a paixão que me queimava por dentro e que não sabia explicar sequer a mim mesmo. Claro que ninguém pode aqui achar que seqüestrar uma mulher e ter com ela seja lá que tipo de relacionamento for, possa ser desejo de alguém que tenha sã consciência. Falo do aspecto fetiche, de ver uma mulher amarrada e querer loucamente, pelo menos naquele momento, estar no lugar do ator Terence Stamp. Quem assiste a um filme sem se transportar pra dentro da história não consegue assimilar a mensagem deixada pelo autor da obra. O Colecionador tenta passar a idéia de um funcionário público que tem sérios problemas de relacionamento com os colegas de repartição, que ao ganhar um prêmio de loteria resolve por em prática todo o seu desejo por uma mulher que ele admira a distancia e, que sua timidez impede que ele se aproxime para qualquer tipo de relação que possa haver. Ao ter a sua disposição o dinheiro necessário para fazer o que bem entenda, ele resolve raptar sua amada e fonte de todos os seus desejos para tentar uma aproximação e fazê-la ter por ele todo o sentimento que lhe corresponda. O nome dado ao filme é resultado de um link que o autor faz entre o protagonista ser um colecionador de borboletas e o fato do seqüestro de Miranda ser mais um objeto de sua obsessiva coleção. Mas as cenas que levam uma pessoa com fetiche por bondage delirar, são as que a mulher aprisionada mostra ao espectador estar em poder de seu algoz, negociando com ele até mesmo a mudança de posição dos braços amarrados e a utilização ou não da mordaça. Ressalte-se que nessa época o acesso a filmes de bondage era inexistente fazendo com que essa obra fosse o único laço entre o fetiche e o praticante. Ninguém pode deixar de admitir que esse filme seja épico, porque ganhou diversos prêmios quando de seu lançamento pela força do roteiro e capacidade de direção e elenco. Ainda hoje se pode adquiri-lo através de sites pela internet como o www.amazon.com ou o www.cduniverse.com. A atuação de Samantha Eggar enche os olhos do admirador de bondage e, principalmente, quem curte o “damsels in distress” (garotas em perigo). O grande momento, em minha opinião, é quando ela está na banheira e algum vizinho vem à porta. Samantha é amarrada por Terence debatendo-se todo o tempo, tentando com os pés acionar a torneira fazendo com que a água transborde o que chamaria a atenção de quem havia chegado. Claro que o final é totalmente infeliz e uma história como essa, trazida para o lado real da vida jamais acabaria bem. Miranda Grey morre por ter sido deixada amarrada sozinha enquanto seu raptor buscava auxilio médico para curar-se de uma pancada desferida por ela na tentativa de fuga. Esse fato induz o autor a deixar a mensagem na última cena que a coleção de Franklin (Terence Stamp) não pararia por ali, quando o mesmo sai em busca de uma próxima vitima de sua coleção. Porém, ficam as cenas de bondage gravadas na memória, fazendo com que esse filme seja marcante para quem viveu essa época e que tinha muita limitação para conseguir algo que mostrasse o fetiche da forma desejada.
Para aqueles que nunca tiveram acesso ao filme, passo o link no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=TYjt7bkEkk4

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Dominadoras Profissionais


Meu primeiro contato com o assunto foi na época do Red-Light District em Amsterdam. Nas vitrines espalhavam-se mulheres loiras e morenas, jovens, de meia idade e senhoras com todo um aparato de dominação por detrás, combinavam o preço para o “serviço” e muita gente atendia aos seus anúncios. Como ser masoquista ou submisso nunca passou por minha cabeça, jamais ousei experimentar tais emoções, mas fui testemunha de tantos outros que saiam felizes com o que era prometido. Anos depois, conheci num bar em Portugal uma bela moça chamada Lady M que oferecia em Lisboa os mesmos dotes e equipamentos para uma bela sessão de sadomasoquismo com a duração de duas horas, com velas e “otras cositas más”. No Brasil, existem algumas dommes profissionais que anunciam através de sites da internet ou de páginas de relacionamento uma dominação completa ou fracionada com o valor do cachê previamente estabelecido. Tudo isso é parte do mundo BDSM que aos poucos mostra a cara e invade o Brasil de norte a sul, porque se existe oferta é porque a procura é grande, e muita gente não consegue através de relacionamentos estáveis a sua dominadora exclusiva. Até que ponto é valido ter uma relação de momento no BDSM? O quanto entendem do assunto essas dommes que apregoam seus serviços e loteiam uma sessão de sadomaso? Pode ser consensual, mas seria são e seguro praticar com pessoas muitas vezes despreparadas para tal?
É difícil responder por que muitas dessas respostas estão dentro de cada um que atende a esse tipo de propaganda e faz disso a sua única saída para praticar seu fetiche. Festas não resolvem certas coisas íntimas, apesar de serem um caminho para um encontro com um possível futuro relacionamento e, se rolar uma play, pode ser que as chances sejam muito maiores para se encontrar o par perfeito. Nos sites onde garotas de programa misturam-se as dominadoras profissionais, uma vasta coleção de pés e sandálias está à disposição para os podólatras aventurarem-se pelos celulares e conseguirem um encontro. Nos Estados Unidos pode-se conseguir uma sessão exclusiva de dominação por telefone, claro que pagando muito bem por cada minuto ao telefone, onde ordens são transmitidas enquanto as dommes preparam a comida da casa e dão conta de seus afazeres. Mas nem tudo é ruim e no meio dessa bagunça sempre há lugar para alguma coisa diferente que possa surgir, porque onde existem duas pessoas se relacionando sempre haverá razão para que algo novo possa acontecer. Jamais cobraria dessas mulheres que se dizem dominadoras todo um procedimento litúrgico do SM, mas poderiam aperfeiçoar-se e saber pelo menos certos termos que envolvem o fetiche. Ainda ontem, li no excelente blog da Phoenix Sub uma lista de perguntas freqüentes que ajudam a tirar dúvidas e conhecer a fundo pelo menos os termos relacionados com a prática do SM. Seria um mínimo necessário para que essas mulheres pudessem atender aos desejos de seus “clientes” com um pouco de conhecimento de causa.
O assunto é vasto e alongar seria desnecessário porque todo mundo sabe a que estou me referindo. Mas fica aqui a matéria e é importante a análise de cada um que queira dar a sua opinião sobre esse tema. É imprescindível deixar claro que por mais que as roupas sejam parecidas, que os acessórios sejam os mesmos, essas profissionais podem ser tudo, porém, jamais seriam Deusas, porque é preciso ter estrada, chão e competência para chegar ao topo.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Close Encounters


Não foi uma simples reunião do Grupo Nação BDSM de Domme Morrigan, ou até mesmo um bate papo entre amigos. Um encontro marcado, isso sim, com titãs do BDSM do Brasil. Juntar numa mesma mesa Mistress Bela, Loba Domme, Senhora Maga, Nefer e Morrigan num só dia têm ares de congresso, um autentico sabbat provando que quando há união todos os lados e vertentes tendem para o mesmo caminho. Louve-se a iniciativa da Morrigan em organizar o evento com muita simpatia e calor humano, trazendo pra perto quem estava longe, dizendo baixinho que onde há o amor à causa a felicidade e alegria enchem o ambiente e nada que seja contrário pode interferir. Estar perto da Senhora Maga depois de tantos anos me faz pensar que o tempo é amigo, porque ele passa, mas nunca nos deixa esquecer que o caminho percorrido longe de quem se gosta tanto é tão bom quando se percorre independente de estar ou não ao lado, seja lá porque motivo for. E fazia muito tempo mesmo, porém a alegria que causa o reencontro é muito maior do que a tristeza causada pelo afastamento, porque muitas vezes na vida optamos por outra estrada, mesmo sabendo que no outro trecho que caminhávamos deixamos muita gente importante pra trás. Quando vi Nefer e Bela trocando idéias, achando que o impossível não existe, fiquei observando a leveza que a proximidade causa às pessoas quando elas comungam do mesmo sentimento e luta embora separadas por míseros quatrocentos e cinqüenta quilômetros. Há algum tempo atrás, numa matéria um pouco ranzinza cheguei a falar que o BDSM precisa de amor, nunca de ódio, porque o amor une e o ódio separa, pra sempre. Faço disso a minha bandeira de vida e prego o respeito mútuo e união onde quer que eu vá, porque é a única forma onde não existem privilégios.
Há pessoas nesse mundo que esbanjam simpatia por onde passam, deixam transparecer no sorriso um semblante que nos leva a pensar que a vida é mesmo maravilhosa. Basta olhar nos olhos da Loba Domme e isso torna-se um decreto, porque seu olhar transmite paz. Essa calmaria aparente esconde uma loba de energia emanando essa indecifrável combinação. Mas ela é isso mesmo, e de mãos dadas com a Bela ela levaria essa mensagem de paz de norte a sul se assim fosse possível, para dizer a todo mundo que pessoas que gostam de BDSM são como qualquer outro ser humano em todas as formas e maneiras de ser.
Pelas participações de apoio que recebo aqui no blog e depois desse encontro de ontem, tive a certeza de que esse sonho é mesmo possível e só depende de cada um de nós, de nossa perseverança, de doarmos um pouco daquilo que somos em nome de uma causa, de nos multiplicarmos, de fazer com que se torne rotina achar que podemos ser aquilo que desejamos e que sempre haverá um amanhã melhor se hoje soubermos fazer cada dia parecer mais importante do que ontem. Que Domme Morrigan seja aqui agraciada porque ela idealizou e fez, achou que era plenamente possível e realizou. Um dia esse encontro será lembrado como o dia que a Nação BDSM honrou seu nome, congregou pessoas e idéias que irão proporcionar um futuro muito melhor para todos nós e outros que algum dia virão se juntar.
(Na foto o Triskele, Simbolo BDSM: "O triskele celta é um elemento geométrico com três esferas sagradas que manifesta e representa a divindade, o princípio e o fim, a eterna evolução, o movimento, a vibração e a perpétua aprendizagem. É representado com três espirais em movimento, que são a manifestação da energia divina. Transportar este símbolo druidico, é como levar os deuses consigo. (...) É igualmente um simbolo das portas que se abrem para entrar no plano energético dos deuses. (...) Mas o triskele pode ter diferentes significados: a tripla manifestação da energia divina - Força, Sabedoria e Amor - que se relaciona com as 3 classes sociais dos antigos celtas: Guerreiros, Druidas e Produtores. Pode igualmente representar a Água, o Céu e a Terra que com o seu movimento se reúnem todos no 4º elemento, o Fogo, representado pelo círculo k os envolve. (...) Pode ainda representar as 3 manifestações que tornam possivel a evolução humana: Corpo, Alma e Mente. Em suma, quem possuir um triskele pode escolher a representação que melhor se adapte ao seu eu interior.")

terça-feira, 12 de agosto de 2008

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

VH e essa gostosa brincadeira a dois, a três, a quatro...


Ele é um verdadeiro garimpeiro da internet, deixa claro seu gosto nas linhas do seu blog, posta vídeos, fotos, publica suas preferências e dá importantes dicas de como amarrar uma amiga sem que lhe cause o menor constrangimento. Estou falando do VH Carioca, dono do espaço com o mesmo nome que pode ser acessado pelo link aqui da página ou diretamente em seu endereço (http://vhdiariosoftbondage.blogspot.com). Com o titulo de “oportunidades”, VH ensina como induzir uma amiga ou até mesmo namorada ao mundo do fetiche através de gostosas brincadeiras que podem começar em grupo e terminar entre quatro paredes. Defensor do soft bondage, VH está há tempos na internet divulgando os trabalhos que envolvem o fetiche, seja em trechos de capítulos de novelas, em filmes, propaganda e ajudando a pessoas como nós que temos a iniciativa de produzir alguma coisa genuinamente nacional. VH aposta que por meio de uma simples brincadeira com algemas pode-se levar alguém a conhecer o âmago do fetiche, sem que isso cause algum medo ou desconforto quando a fantasia for apresentada. Entretanto, a própria “brincadeirinha” é na verdade o começo de toda a história que já liga o motor nos primeiros contatos, ou seja, se levarmos a parceira a participar da brincadeira, já estamos no olho do furacão de onde poderão surgir mil e uma idéias sempre respeitando a forma suave e a participação por vontade própria, sem passar perto de uma relação de dominação.
Através de sites de relacionamento, VH encontrou espaço para conhecer pessoas e levar adiante a sua bandeira, mesmo que para isso tenha usado pseudônimos para garantir a sua privacidade. Lá ele colhe idéias, divulga seu blog e busca conhecer gente assim como ele, assim como nós, que simplesmente queremos contato com um mundo que nos acolha com os braços abertos. Sua página é subdividida em vários segmentos muito bem explicados e de fácil acesso, com link para outros blogs postados por ele, onde cada um desses assuntos é dissecado detalhadamente, desde fotos amadoras a cine e TV.
Totalmente remodelado recentemente, o soft bondage do VH é uma excelente opção de leitura para os apaixonados por mulheres amarradas que terão um contato alegre e muito bem elaborado por alguém antenado com tudo que acontece a respeito do assunto. Não deixem de ler.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Um olhar na lente de Lucia Sanny


Quando nos conhecemos parecia um déjà vu, ou melhor, aquela sensação de que já tinha visto aquilo antes, em algum lugar desta ou de outra vida. Lucia é uma daquelas pessoas queridas que colecionamos e toda vez que olhamos no nosso arquivo, mais nos orgulhamos de tê-la. Tudo começou no momento em que ficou decidido que as produções para o site seriam no estúdio da Fetixe-Rio, gentilmente cedido pela Nefer. Qualquer ajuda técnica naquele momento era bem vinda e assim que a Lucia decidiu fotografar as meninas me senti muito aliviado, pela garantia na qualidade de imagem e pelo conhecimento que estaria a meu serviço. É bom esclarecer que quando o assunto é fetiche a ajuda mútua é coisa normal e Lucia começou a fotografar, e o faz até hoje, por puro amor à causa e porque é parte de sua vida. Na medida em que os trabalhos foram sucedendo a experiência e conhecimento caminharam lado a lado, fazendo com que Lucia lograsse entender cada passo do que seria o trabalho a ser divulgado. Bastaram algumas dicas e ela passou a fotografar e dirigir cada cena com o mesmo padrão que eu faria. A busca da perfeição fica evidente quando ela repete, ensaia, anula e retoca com exímio brilho e amor impressionando a quem já viu muita água rolar debaixo da ponte ao longo desses anos. Ela procura o detalhe, aponta algum erro possível, pensa cada foto exatamente como deve ser feito com uma calma budista, sabendo que cada detalhe é mais importante que vencer a batalha de Waterloo. A fotografia mostra o porquê da cena realizada, a arte da amarração sem nós cegos, a beleza da tatuagem que as cordas desenham sobre a pele após serem removidas, e esse padrão estético precisa ser apresentado na íntegra, glorificando um trabalho que é idealizado momentos antes por quem realiza uma sessão de bondage. A menos de dois meses integrada ao trabalho, Lucia escolhe a melhor posição da modelo, indica seu ângulo favorito e mostra um impressionante entendimento com meu trabalho o que torna difícil aceitar outra lente que não seja a sua. Lucia realiza a parte técnica do pós foto com um carinho de dar inveja a um colecionador de selos zeloso, sabe que não pode de maneira nenhuma utilizar artifícios como photoshop porque quero que as fotos sejam muito reais, ainda que não escondam pequenas imperfeições de natureza humana. É um trabalho totalmente ao vivo, como um programa de auditório onde o erro é imperdoável e faz com que tenha que voltar a estaca zero. Talvez por essa razão, seu trabalho tenha um valor incalculável e é sem sombra de dúvidas uma cópia fiel do que estou desenvolvendo com a parceria de todos vocês, que me honram a cada dia que o contador avança mais um pouco aqui nesse espaço. A lente de Lucia Sanny tem captado uma dança de cordas frenética, muito embora pareçam estáticas, e diversos tipos de olhares, submissos, amedrontados, sofredores, mas acima de tudo felizes por serem objeto de desejo de centenas de outros olhos que se esbaldam no centro de cada retrato. (Na foto: Beth, modelo exclusiva boundbrazil.com)

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

24/7: Verdades e Mentiras


Um dia, quando eu ainda morava em Amsterdam, voltando do trabalho numa madrugada de verão (coisa rara mesmo!) costumava cortar caminho pela ultima Rua do Red-Light District, popularmente conhecido como Bairro da Luz Vermelha, dei uma olhada na única janela acesa e me chamou a atenção uma mulher magra, esguia com a aparência oriental. Confesso que desde que havia chegado há uns seis meses, nunca ousei parar para nenhuma conversa com as “damas” que exibiam seus corpos e dotes pelas vitrines dos Países Baixos. Aquilo já não era diferente pra mim porque o tempo se encarrega de fazer tudo que parece estranho virar normal, mas aquela mulher de preto, envolta entre algemas, colares e chicotes ainda de “serviço” lá pelas cinco da matina era de fazer uma pulga andar atrás da orelha. Fiz o “approach” como qualquer próximo cliente da meia hora e lhe fiz algumas perguntas: primeiro, o porquê de ser a única janela ainda aberta àquela hora e segundo, se haveria alguém interessado numa noite ardente naquele horário. Ela gentilmente me disse que estava ali, ainda aberta, por conta de uma relação totalmente D/S e cumpria à risca as determinações de seu mestre. – Será o cafetão? (Pensei...) Eu não tinha naquele tempo a noção exata de uma relação de dominação e submissão absoluta, mas ela me fez ver que estava cumprindo o que seu mestre determinara à risca, porque tudo era parte de uma relação intensa onde quem se submete tem o dever de executar o que é determinado por quem domina. Mesmo com a experiência acumulada ainda no Brasil no campo do fetiche, apesar da pouquíssima informação que havia sem a internet e, com o que já entendia por estar morando na Capital Mundial dos Fetiches, não havia enfrentado uma situação daquelas a qual eu apenas tinha ouvido comentários. Ali estava o que todos costumam chamar de uma relação de dominação e submissão 24/7, ou seja, vinte e quatro horas diárias durante sete dias da semana. Há os que podem até atribuir essa sigla de outra maneira, mas essa é a forma que vi pela primeira vez num lugar onde muita gente fala e, por incrível que pareça pouco se vê na prática. Depois de mais alguns meses vivendo em Amsterdam e estreitando amizade com os nativos daquele encanto de cidade, pude conhecer as normas e regras do Red-Light District e me fizeram saber da impossibilidade de existir qualquer tipo de rufianismo por aqueles lados. Por conseqüência, naquela noite a bela chinesinha da última Rua me dissera a verdade e me esclarecera uma relação 24/7 na sua essência, sem mais nem menos, contando cada detalhe de como tudo acontecia entre eles. Os dias foram passando e Amsterdam se encarregou de desvendar muitas outras coisas e quebrar muitas barreiras na minha vida, mas resolvi postar essa história na certeza de colaborar no conceito de uma relação onde a entrega absoluta é via de regra, e não existe nenhuma verdade inviolável ou nenhuma mentira inadmissível. Uma relação só existe se houver entrega e compreensão de ambas as partes e se falarmos em uma doação durante vinte e quatro horas por sete dias numa mesma semana, a coisa só funciona se houver uma determinação enorme de quem se envolve sem medo. Muita gente não suporta a idéia de viver o fetiche durante um único dia, quanto mais pelo largo de uma semana. Há que haver limites e por mais exibicionismo que se coloque como ingrediente, creio que o fetiche deve ser encarado como prazer e nunca como forma de afronta ou ofensa a quem está de fora do bafafá. O melhor é que isso venha aos poucos, tomando corpo bem devagarzinho até que a própria vida a dois mostre que o caminho está livre pra quem gosta dessa grande aventura. Poderá haver crítica ao que escrevo, muitos irão concordar e outros tantos vão discordar, porque tudo que envolve uma relação entre duas pessoas adultas a elas deve pertencer. Entretanto, a opinião é válida e cada uma que possa e queira compartilhar esse assunto fica desde já convidado a postar junto comigo os prós e contras sobre essa matéria que sempre foi e será motivo para muita controvérsia. (Na foto, o Red-Light District de Amsterdam)

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Toda loucura será perdoada


Tem gente louca por carrinhos tipo Matchbox, há os que adoram aviões e navios da Revel, alguns colecionam discos antigos de vinil, outros revistas antigas, moedas, chaveiros, são tantas bugigangas que daria pra escrever umas trinta linhas, sem o menor exagero. Por acaso essa gente simpática, que gosta de coisas que outras pessoas também gostam podem ser considerados loucos? Podem sim, dependendo do significado em que a palavra loucura esteja inserida. Sou louco por futebol, louco pelo meu tricolor das Laranjeiras, mas também sou louquíssimo por mulher bonita e amarrada então, nem pensar...
O que pra muita gente parece loucura pra outros é parte da realidade do dia-a-dia. Desde que não me venham com a retórica de que ser fetichista é ser um louco tarado, o resto, bem do resto podem falar o que quiser. Ser louco por alguma coisa não significa ser insano, demente, desvairado ou anormal. Loucura aqui significa gostar demais, ser extremista mesmo, achar que tudo é possível quando sonhar é de graça e não faz mal a ninguém. Temos nossas vidas pública e privada, vivemos no mundo real e enfrentamos a batalha diária como qualquer ser humano, porém, temos um algo a mais que se olharmos nas entrelinhas, nos faz ser diferentes de uma forma bem legal. Verdade que muitas vezes temos que ficar anônimos, manter uma aparência que em diversos momentos está diretamente relacionada com sobrevivência, mas se formos buscar bem lá no fundo do nosso ego, podemos traçar um comparativo com as outras pessoas que apregoam o sexo normal, sem fetiches, e veremos que ter um “algo mais” é sem a menor dúvida uma grande vantagem.
Já parou pra analisar como seria a sua vida sem o fetiche? Desculpe, mas a minha seria uma merda! Não me suportaria mais e viveria os próximos anos como sendo os mais infelizes da minha vida. Há bem pouco tempo criei uma comunidade no UOL K com o nome de louco por mulheres amarradas, aos poucos outros tantos loucos como eu estão se juntando e, em breve, seremos centenas de loucos num canto qualquer, empunhando uma bandeira só pra dizer ao mundo que nossa loucura é a mais gostosa que existe.
Quantas vezes nos dizemos loucos por alguma coisa sem apresentar nenhuma patologia clínica que nos leve a uma internação em um sanatório. Me faz lembrar aquela petulante com o nariz de cadáver (como dizia Nélson Rodrigues), chamada Monica Valdvogel, que no programa Saia Justa durante a entrevista com a Bela do Dominna, referiu-se aos fetichistas como uma bando de loucos e pervertidos. Essa é parte representativa da sociedade politicamente correta da era dos canais alinhados com a opinião de uma elite que raciocina da maneira mais fascista que já existiu. Gente infeliz, que vive com antolhos e não enxerga um palmo a frente do nariz (aliás, que nariz...). E em nome dessa gente que mandarei uma coroa de flores com os dizeres “aqui jaz”, porque louco e pervertido é a mãe (coitada! Mas tive que meter a mãe no meio). Nossa loucura é linda e quando nos reunimos tem muita gente que passa e acha normal demais pessoas alegres e sorridentes dizendo uns aos outros: eu não sabia que havia tanta gente assim como eu!
A vida não é a festa que parece ser, mas enquanto houver vida haverá sempre a esperança em dias melhores, Então, viva a nossa loucura...

segunda-feira, 4 de agosto de 2008