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segunda-feira, 5 de março de 2012
Reescrevendo Teorias
A grande vantagem de viver num mundo globalizado é ter acesso total.
E acesso é algo impagável. Simples atualizações te garantem estar em dia com tudo. Daí basta querer saber, conhecer e se interar. Isso derruba tabus e conceitos pré-concebidos.
Portanto, o que sempre se supôs ser um mistério já não é mais e quem se julgava ter a chave da teoria exata hoje a divide com milhões que comunguem do mesmo interesse.
Não é assim?
Pois é, foi-se o tempo. É lógico que experiência não se acha no Google ou na Wikipedia, mas as teorias estão expostas por quem se digna a dividir. Claro que é bom lembrar que tudo que existe e é acessível foi postado por seres humanos, passíveis de enganos como qualquer mortal, principalmente quando se fala em BDSM.
BDSM é uma sigla internacional que define um conjunto de desejos praticados por fetichistas.
Mas é só isso? Não, algumas regras básicas são interessantes e em particular no tocante a condutas. As pessoas têm por hábito dizer que pertencem ao mundo do BDSM sem ao menos experimentar de forma real certas peculiaridades que existem dentro da própria sigla, ou seja, Bondage, Disciplina, Sadismo e Masoquismo.
Como não? A menina disse que tem um “dono”, que ela se dedica totalmente a ele quase vinte e quatro horas por dia e etc... Pois é, mas esquece de dizer que ele mora na China e ela no Afeganistão, o que significa que estamos diante de experiências apenas virtuais. Sem problemas, ele manda e ela obedece de forma fiel, mas a pratica se restringe a mensagens de email, MSN, ou facebook. Fotos e objetos são fartos, porém, onde está o contato?
A adrenalina é restrita a teorias e desejos que não se consumam...
Não é necessário ser um bam bam bam pra ser praticante de BDSM. Qualquer pessoa pode se aventurar a essas práticas desde que possua conhecimento suficiente daquilo em que está se metendo, assim não quebra a cara e tão pouco se arrepende. Porque BDSM é pra quem gosta, o resto é perfumaria e fantasia realizada duas vezes por ano.
Certo, mas e algumas práticas que não estão na sigla? Normal, porque quem criou esse quadrado se fosse permitir que todos os fetiches fossem assinalados acabaria inventando uma autentica sopa de letrinhas, tamanha é a quantidade de fetiches que podem englobar esse universo.
Ora não sou sádico e muito menos masoquista, mas gosto de bondage, portanto, estou nessa. Mas pode ser que o individuo seja apenas um podólatra e que não costuma interagir seu desejo com qualquer prática de disciplina ou de bondage. Nesse caso só mesmo espremendo e arranjando um lugar, porque o fetiche é parte dos tais que não listaram na criação da sigla, embora não exista fetichista que não reconheça esses e outros dentro do meio.
Visto isso, se chega a conclusão que algumas teorias são falhas quando se fala em dar os primeiros passos no universo fetichista. É necessário analisar com paciência e calma e achar nas entrelinhas do significado onde estão seus pares, ou seja, as pessoas que dividem o mesmo quinhão do bolo. Nem todo podólatra gosta de se submeter, de trampling, portanto, nesse caso, há vagas e ele precisa apenas encontrar a sua.
Outro fato isolado, mas que está implícito na sigla, diz respeito à submissão e ao masoquismo.
Nem toda submissa aceita o prazer pela dor. Ela pode gostar de receber ordens, de se submeter a caprichos e desejos, mas pode não aceitar a dor como prêmio ou via de prazer. Esse é um assunto complexo, merece um artigo inteiro pra que se possa provocar um debate sadio entre pessoas praticantes, mas não custa deixar claro que a letra D da sigla pode ter a conotação de disciplinar, mas não deixa de abrir precedentes quanto à forma de impor essa mesma disciplina (ou dominação, como sugerem alguns).
A idéia que fica sobre as teorias é que sempre podemos reescrever os capítulos de acordo com as próprias conveniências que possuímos. Desde que respeitadas às regras criadas pra englobar o assunto e sem “mimimis” ou
beicinhos porque este é um papo de gente grande.
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