segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O Prisioneiro do Tempo


Por Marcelo V.

Tudo aconteceu há sete anos.
As conversas pela Internet tomavam quase todo o dia. Até o trabalho estava complicado (eu trabalho com eventos). E de tanto insistir ela me enviou o que eu mais queria: as fotografias dos seus pés.
Sou podólatra, mas um daqueles muito tímidos, capaz de arranjar mil desculpas quando passo na rua e não consigo desgrudar os olhos do que me atrai. Antes desse caso, vivi relacionamentos e fui incapaz de falar sobre meu fetiche. Quando achava que ia ser a hora tentava um beijinho aqui e outro ali e sempre as malditas cócegas pra atrapalhar. Aliás, cócegas e podólatras é um caso sério, porque quando você consegue chegar perto a mulher fala: “nem pensar em tocar no meu pé, eu morro de cócegas”.
Mas com ela foi diferente, e acredite, depois de falarmos pela Internet durante quase seis meses criei coragem pra confessar que morava na mesma cidade. Até o dia em que marcamos de nos encontrar.
Ela queria um relacionamento sério e eu queria os seus pés. Nem me importava com mais nada além disso, porque via a chance de pela primeira vez encontrar com alguém que sabia o que eu queria. E quando olhei pra aquela mulher de mais de um e setenta em cima de um salto que a deixava mais alta que eu quase tive um troço. Tremia mais que vara verde e ela notou minha timidez.
Em poucos dias estávamos namorando e por conta disso eu tinha a minha disposição aqueles pés tamanho trinta e oito (ou trinta e nove) prontinhos pra mim. Ela só usava salto alto o que aumentava o meu desejo consideravelmente. Passava o dia inteiro trabalhando numa empresa na Rua Uruguaiana e sempre que nos encontrávamos no final do dia desembrulhava seus pés de dentro do sapato e saciava seu cansaço com longos beijos e massagens.
Foram quatro anos vivendo a mais pura felicidade que até hoje pude experimentar.
Guardei todas as fotos, todas as meias que ela me presenteou depois de usadas, enfim, colecionei as coisas materiais e esqueci do mais importante: a continuidade da nossa relação.
Minha vida desregrada devido ao meu trabalho e o imediatismo dela foram às razões que fizeram com que nossos caminhos seguissem rumos diferentes. Ela nunca se importou em realizar meu fetiche, jamais questionou o que eu gostava e, talvez essa seja a razão de tanto arrependimento que carrego comigo.
Hoje ela está casada, tem uma filha, vive com alguém e nem sei se ainda lembra daqueles anos da mesma forma que eu. Será que conheceu outro sujeito que gostasse de pés?
Pode parecer dor de corno, mas isso ainda insiste em martelar minhas lembranças.
Nunca mais consegui viver meu fetiche como naqueles anos. Pode ser que hoje não me falte coragem de abordar alguma mulher e lhe confessar meus desejos, mas a sensação é de que alguma coisa ficou no passado e se perdeu pra sempre, porque sinto que jamais será a mesma coisa.
Sempre que leio seu blog ACM e presto atenção nos casos que descreve aqui me dá uma vontade enorme de falar sobre esse episódio. Então resolvi escrever. Já cheguei a pensar em buscar uma terapia, em fazer uma análise, mas tenho pra mim que o problema está muito mais ligado ao fetiche do que outra coisa.

Outros relacionamentos vieram e já beijei outros pés com muita dificuldade pela minha timidez, mas independente disso acho que aquela aventura fetichista ficará guardada pra sempre e tenho absoluta certeza de que será impossível esquecer ou viver alguma coisa parecida outra vez.
Abraços
Marcelo

(Minha opinião sobre a mensagem do Marcelo está no espaço de comentários a esta matéria)

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Rabiscando Nós


Toda imobilização termina com um nó.
Talvez alguém possa pensar que ando viajando na maionese ao fazer tal afirmação, afinal qualquer pessoa sabe disso. Mas esta semana conversando no Fetlife com uma pessoa muito especial, tipo uma jóia rara lapidada com excelência, um assunto veio à tona: o nó de marinheiro.
Por quê? Porque é hábito de muita gente associar nós bem feitos numa cena de bondage com aqueles velhos e conhecidos nós com nomenclatura própria, os quais a grande maioria conhece porque enfeitam quadrinhos. São os nós navais que o marinheiro aprende quando o assunto é navegação.
Então me lembrei das várias vezes em que deparei com fatos onde os nós de uma imobilização de bondage totalmente erótica são comparados com estes nós. Algumas modelos do Bound Brazil falam isso, chegam a perguntar se eu teria sido marinheiro devido à harmonia dos nós.
Não. Nunca fui marinheiro ou icei velas num barco.
Na verdade um bondagista busca um traço. Começa copiando o traçado de alguém até acabar descobrindo a sua própria vocação. Talvez por esta razão os americanos nos chamem de “riggers”, que traduzido para o português seria um armador. Alguém que constrói através de uma armação segura e eficaz. Nada impede que uma pessoa com conhecimento dos nós navais se aventure por esta estrada, aliás, muitos o fazem ou devem fazer, entretanto em todos esses anos não conheci um bondagista com esta técnica, ou pelo menos, ninguém me falou sobre suas origens.
Embora nunca tenha tido experiências com o escotismo, devo confessar que o chamado “nó direito” me fascina. Trazido para o bondage erótico, o nó direito é aquele em que os pulsos da parceira ficam cruzados e as cordas tratam de unir como se fossem os dois galhos que os escoteiros usam para fazer uma cruz.
Como sempre costumo dizer por aqui, o importante de uma imobilização é que seja eficiente. Se der pra ficar bonita melhor, parabéns ao construtor da armação. O aspecto visual conta dentro e fora do quesito exibição, em festas ou em sites. Há também casos em que os bondagistas fazem questão de levar a imobilização simétrica pra dentro de suas experiências sexuais. Desde que a parceira goste, permita e tenha paciência tudo fica natural.
Talvez um dia mude meus traços e tente aprender a técnica náutica com o intuito de realizar uma boa imobilização. Não sei se dará certo ou se visualmente ficará atraente, mas a idéia está começando a me seduzir, principalmente depois das conversas com a Kamahleoa. E pasmem, a moça sabe tudo e mais alguma coisa sobre os nós navais.
O que deve ficar claro quando se fala de bondage como fetiche erótico é a busca do prazer através da privação de movimentos. É lógico que a imobilização pode ser atribuída a uma cena que represente uma mulher em perigo, como nos sites especializados, onde o seqüestro lúdico e consentido dá o tom, mas enquanto posições ou simetria de nós o resultado sempre busca o aprisionamento como forma de domínio.

Irritando Scarlet

Ninguém deve incomodar uma tigresa. Essa é uma das leis da selva.
Nesta fantasia de bondage a interpretação da verdade ao pé da letra faz sentido. Porque deixar uma fera como a Scarlet toda amarrada tem as suas conseqüências.
Quem prova tudo isso é a belíssima Barbara Lopes no vídeo de hoje do Bound Brazil: “don’t piss me off”.



Nessa trama as cordas aparecem de forma simétrica e também com o claro objetivo de aprisionar, ou ainda, castigar.
Um bálsamo para os loucos pelo fetiche em todas as formas.
As melhores imagens estão registradas num lindo photoset.
A matéria de hoje é dedicada a Kamahleoa e sua doce interpretação do fetiche de bondage. Nós, bondagistas, te agradecemos por gostar tanto do que mais nos excita.
Beijos

Um bom fim de semana a todos!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Agonia dos Limites


Basta abrir os olhos de manhã pra perceber que existe um novo desafio à nossa frente. Algumas vezes simples, outras mais complicado, mas viver os desafios ou vencer os limites do dia-a-dia é sempre uma tarefa, árdua ou não.
Certos desafios nos impõem limites. E todo dia é assim.
Uns gostam e alguns detestam, porém faz parte da vida. E apostar em encarar o sexo com erotismo é sempre um desafio a mais. Embora prazeroso, é preciso vencer alguns limites.
O primeiro desafio é o medo. Muita gente tem medo de encarar sentimentos, principalmente aqueles que a sociedade taxa, renega e rejeita. Ninguém quer se sentir um rejeitado, obrigado a viver relegado a escombros sociais por preconceito ou vergonha.
A primeira pergunta que vem a cabeça é: como vou olhar pra minha família, para meus filhos?
Daí vem o primeiro passo que a principio é o grande desafio.
Só que até chegar a esse ponto alguns fetichistas travam batalhas inglórias contra eles mesmos, abusam de desculpas e colocam sistematicamente a culpa na preservação. E assim que vencem a barreira adentram num universo tão desejado quanto um filho pródigo e se esbaldam numa carreira desenfreada como se cada dia fosse o último. Neste ponto, muitos quebram a cara, vivem conflitos e alguns nunca mais retornam. É preciso ter persistência e harmonia de pensamento, que só o profundo conhecimento é capaz de trazer.
Então é hora de fazer valer a própria vontade, o desejo que os trouxe até aqui.
A Internet ajuda. Os sites de relacionamento são um convite farto e o fetichista descobre através das redes sociais que não está sozinho, que muitos têm os mesmos problemas.
É hora de escolher um nome, o chamado “Nick” e conseguir um avatar que esteja alinhado com a fantasia que ele pretende viver. No perfil, fotos da rede são colocadas quase diariamente e retratam tudo aquilo que se espera ser parte de um universo restrito, ainda, ao campo da imaginação.
Até que chega finalmente à hora de dar os primeiros passos reais, transportar a fantasia do imaginário para vivê-la entre quatro paredes. A primeira experiência real, aquela que ninguém esquece e que vai ficar guardada a sete chaves, relembrada ainda que suplantada posteriormente por outras bem sucedidas.
O fetichista estará diante de seu segundo grande desafio: saber o seu próprio limite diante da fantasia e da parceira.
Até onde a submissa (ou o submisso) vai suportar os castigos? Onde está o limite da dor para o masoquista? E o sádico, qual a barreira a ser transposta?
Será que o bondagista sabe onde terminam todos os desenhos e nós?
Diante dos limites os fetichistas precisam refletir. E isso vale pra todos. Podólatras, exibicionistas, voyeurs, infantilistas, enfim, a lista é extensa e a reflexão iminente. A busca por ultrapassar os limites e vencer desafios pode ser benéfica por um lado e prejudicial por outro, uma vez que os limites de uma relação podem ir de encontro a uma segunda tentativa em caso de insucesso. O que um dominador impõe a sua parceira pode não ser o mesmo que um segundo imponha a mesma. Portanto, é preciso entender que o limite pertence àquela relação, mas numa segunda chance as coisas podem caminhar de forma distinta.
Vencer os limites é válido desde que não se torne uma agonia ou obsessão.
Durante muito tempo meu objetivo foi fazer uma amarração perfeita, usar as cordas como castigo ou fazer delas a razão do tesão de algumas mulheres.

Antes disso também exorcizei fantasmas e briguei com o espelho, mas nunca perdi a esperança de um dia vencer os desafios que o universo fetichista me mostrou.
Ainda há desafios pela frente e limites a superar.
Assumir o lado B já foi uma etapa difícil e acho que depois disso tudo fica muito mais simples.
Quem sabe o próximo passo esteja em produzir um filme que me dê tanta satisfação quanto The Resort? Pois é, quem sabe?

As fotos que ilustram o artigo de hoje são uma homenagem a um grande parceiro: Robert Deane do site Bondage Damsels.
Keep your good work Robert!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Stolen Souls (2003)


Da série “clássicos do BDSM” uma excelente dica pra quem gosta de ver na tela uma aventura que transborda fetiches, e melhor, com qualidade. Os trabalhos do diretor Lloyd A. Simandl agradam pela trama bem executada e pela excelente escolha do elenco.
Ele reitera total confiança no talento de Marcela Hodna e desfila lindas garotas da Republica Checa como de costume.
Em “Stolen Souls” Simandl aposta novamente na captura e venda de belas mulheres, só que desta vez num mundo moderno, onde o mercado da prostituição milionária é o alvo.
O filme conta a história de uma louca homicida que escapa de uma instituição mental e se junta a um criminoso, especializado na importação de mulheres da Europa para a América. Com a sua chegada a operação cresce e até mesmo seu chefe mafioso se apaixona devido as atitudes cruéis de sua parceira. Nada a impede, porém, de seduzir seu receptador o obrigando a aceitar todas as suas condições, e ao mesmo tempo, saciando seus desejos.
O filme foi lançado em DVD no ano de 2003. Os diálogos são em Inglês e só é possível adquirir com legendas em holandês por conta dos distribuidores a Focus Film Facts / Three Line Pictures.
Na Internet o filme é comercializado pelo site Bound Heat.
Simandl é uma daquelas raras reminiscências dos anos setenta e oitenta, do cinema especializado na exploração do que atualmente é chamado de WIP – woman in prison "mulheres na prisão" ou, ainda, DiD – damsels in distress "mulheres em perigo".
Numa altura em que a maioria dos diretores se policia demais com medo de suas próprias sombras ou se escondendo atrás das saias da correção política, Simandl optou por um nicho de gênero politicamente incorreto e busca sucesso com ele. Mais do que isso, ele conseguiu trabalhar bem esse filão e, muitas vezes, com total controle sobre o assunto ou em execuções bem nítidas, sem nenhuma contestação vinda de patrulheiros da ordem fetichista em questão.
Simandl outra vez aposta suas fichas em cenas lésbicas onde a sedução, mesmo imposta pela captura, acontece de forma suave e convincente. É a chamada lei de mercado, onde o que importa é agradar ao público que consome este tipo de produção. Buscam-se detalhes que possam refletir na tela pequenos desejos que juntos formam um todo.
Algumas tomadas de “Stolen Souls” são de tirar o chapéu, principalmente, quando existe a resistência das garotas forçadas a realizar cenas de BDSM. É o fetiche pulsando em sua forma mais pura ofuscando cenários bem montados e harmoniosos com a trama, e fazendo com que o espectador nem se importe se a arma é de brinquedo ou de verdade, ou ainda, que não existam especialistas em efeitos especiais por trás das câmeras.
Para os colecionadores o DVD está disponível em sites como o Amazon, porém, pela rapidez da entrega é totalmente aconselhável que os interessados utilizem o Bound Heat onde é possível comprar o arquivo e executar o download.
Para os loucos por BDSM, cenas lésbicas e garotas em perigo, o trailer abaixo mostra tudo isso com requintes de crueldade.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

43 Graus


Largo da Carioca, Rio de Janeiro, entre uma e duas da tarde.
Bom, quem é daqui do Rio sabe o inferno que é cruzar esse imenso largo num começo de tarde de verão. Pra quem não conhece, melhor nem imaginar a lua...
Ontem, passava tranqüilo e calmo – sim, porque se você se apressar chega encharcado no destino – para ir almoçar e em meio às costumeiras barracas que vendem de tudo, artistas populares suportavam os 43 graus que o termômetro mostrava em busca de audiência.
Lá pras tantas cruzei com um monte de gente fazendo uma roda e no meio estava um negão atarracado e um magrinho moreno com uma corda na mão. O negão colocou uma bacia no chão e aos berros desafiou qualquer um dos que assistiam a amarrá-lo com aquela corda afirmando que se soltaria com facilidade.
Daí tive que parar pra ver a habilidade (?) do seu parceiro. Claro que ninguém se atreveu a realizar a tarefa e coube ao parceiro amarrar o cidadão. Da forma como ele montou o circo qualquer pessoa sairia com facilidade daquela imobilização. Pra começar a corda era muito grossa e velha, o que facilitava tremendamente o desafiante. Depois a forma como ele fez o serviço, deixando os braços do cara paralelos ao corpo sem cruzar nas costas.
Dito e feito. Em questão de segundos o negão saiu da armadilha e catou a grana dos que colocaram dentro da bacia.
Claro que fiquei pensando em voltar lá com uma bolsa de cordas decentes e dar uma laçada naquele negão, colocar duas bacias no chão, uma pra mim e outra pra ele, e no fim da tarde sair com uma grana preta no bolso. Mas a onda do cara não é essa na verdade. Dizem que ele está lá na Carioca faz um tempão, coisa de trinta anos e no passado chegou a se apresentar em programas de auditório na televisão.
A moral da história é simples: você pode ganhar uma grana onde e quando quiser, menos tomando o que é dos outros.
Se os transeuntes param pra assistir aquele entretenimento em via pública há tanto tempo é porque o cara montou muito bem seu espetáculo. O cidadão é comunicativo, sabe explorar com habilidade a brincadeira e, quem sabe, sustenta uma família com o que consegue amealhar ali. Por outro lado, o meu fetiche não tem nenhum negão suado na fita. Ainda se fosse uma linda gata de biquíni naquele calorão eu poderia até pensar no assunto, mas nada disso faz parte do show daquele sujeito.
E além de tudo isso, ao lançar o desafio, no fundo ele sabe que as pessoas que se juntam pra ver o numero não querem estar no centro das atenções. Com isso, ele tem aquele magrinho que deve levar uma graninha pra dividir a cena. Há o risco de aparecer um bondagista doidão e acabar com a festa, é óbvio, mas seria uma chance em um milhão, o que preserva a mega-sena do sujeito e seus assistentes (há uma menina que recolhe a féria).
É legal ver o bondage na rua, mesmo que seja concebido sem a devida elegância e fetichismo.
Quem sabe não fica aqui uma boa lição pra quem quer introduzir uma brincadeira de cordas em sua próxima aventura sexual? Pois é, lance um desafio. Amarre sua parceira (ou deixe que ela o faça) e conte no relógio o tempo que ela levará pra se libertar. Um joguinho é sempre um bom exemplo de desmistificar as coisas e seu tesão e fetiche estarão garantidos.

Isso vale até para os fetichistas acostumados a esse tipo de “game”. Uma aposta é sempre bem vinda e existem centenas de fetichistas que se excitam com o escape.
Apenas tenha cuidado com o que será apostado neste jogo. Há certas mulheres que dariam tudo pra ganhar uma partida e depois ficar com a faca e o queijo na mão. Duvida? Eu não.

As fotografias que ilustram o artigo de hoje são uma cortesia de um amigão, um parceiro de longa data e um craque quando o assunto é bondage: David Knight. Ficar treze anos na vitrine não é pra qualquer um.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Irônicos Pervertidos


Numa festa a mulher vira e diz assim: - dá um tapa na minha cara!
Cercado de baunilhas por todos os lados eu coço a cabeça, acendo um cigarro, olho daqui dali e a mulher ainda está sentada no mesmo sofá olhando pra minha cara.
Daí pergunto: - você me conhece de onde?
Ela, ainda sem me tirar os olhos, responde: - te vi no canal sexy hot (isso ela falou bem baixinho) e você estava amarrando uma garota lá. Aliás, não foi só uma vez. E não adianta negar porque sei que você é sadomasoquista!
Cacete! Não bastasse o meu barbeiro ter me visto, o ascensorista do meu prédio e o dono do posto de gasolina, aquela mulher de uns trinta e poucos anos trazendo um copo na mão e com aspecto de bêbada, parecia tirar onda com a minha cara.
Tentei acalmar os ânimos: - escuta, eu não sou sadomasoquista, sou bondagista!
Piorou brother. A mulher soltou um “o que?” em alto e bom som o que fez com que os poucos que ainda não tinham tido o desprazer de se deliciar com a cena me lançassem olhares.
A gente até tenta disfarçar, procura uma rima aqui e outra ali, mas a bebida faz com que certas pessoas sejam insistentes e passem dos limites. Então com calma tentei tirar a mulher do foco e a convidei a ir para a varanda do apartamento do casal de amigos promotores da festa. Imaginem... Um apartamento!
Mas de nada adiantou. A criatura queria encher a minha paciência ali mesmo.
E insistiu: - preciso de um corretivo pra deixar de ser trouxa. Meu marido está bem ali, na outra sala, dando bola pra uma morena que acabou de conhecer. Olhei pra você, lembrei do programa e pensei: tem que ser agora, em público, para que ele saiba que estou notando a sacanagem!
Cara era impossível acreditar que aquela altura do campeonato tudo aquilo estava acontecendo comigo. Pedi licença, levantei e me preparei para ir embora. Minha boa educação não me permitia outra atitude. Porque vontade de lhe dar um bom tabefe não me faltou.
Notando a saia justa em que eu estava meu amigo que me convidara para a festa veio em socorro. Pegou a mulher pelo braço e aos poucos a convenceu de acompanhá-lo. Ela foi, claro, mas vociferou todas as asneiras que me havia dito antes, agora em alto e bom som.
Fiquei mais sem graça que um sujeito que perde a sunga na praia.
Já pensaram na cena? O cara está lá azarando uma mulher e de repente, do nada, alguém dá uma bofetada na cara da sua esposa. Ia dar uma merda de fazer inveja...
Minha vontade ali era matar o Zegui e a galera do sexy hot que me pediu a entrevista. Jurei vingança, xinguei o pobre coitado que não tinha nada a ver com o fato umas trezentas vezes, até tomar coragem de ir ao bar montado e pegar alguma coisa pra apagar o incêndio.
Meio que escondido de tudo e de todos fiquei observando as pessoas na inútil tentativa de entender o que eles haviam pensado sobre o que viram. A esposa do meu amigo chegou perto e me convenceu a ficar. Topei!
Distraído, nem vi a doida se aproximar outra vez. Ela voltou mais calma e pensei: vai pedir desculpas e coisa e tal...
De forma serena e suave ela chegou e me disse:
- já falei com meu marido. Contei o que te disse e o que te pedi. Ele assistiu ao programa comigo e também te viu lá. Acho que tenho um pouquinho de masoquista por dentro e queria mesmo experimentar algumas coisas diferentes.

Tentei dizer a ela como as coisas acontecem no BDSM. Falei a respeito de uma aproximação com o meio e afirmei que estava no programa falando de um filme que produzi, com modelos e atrizes que haviam encenado as cenas. Tentei argumentar que a realidade fetichista é outra e que na tela não é preciso gostar de práticas para realizar um trabalho.
A mulher me olhou de cima em baixo e num instante respondeu:
- E se eu te apertar os culhões, ganho um tapa?



As Fotos que ilustram o artigo de hoje são uma cortesia do meu amigo Joe (JBRoper)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Sem Noção


Aqui no Brasil a novidade ainda não anima, mas é comum ver pelo mundo celebridades flertando com cenas fetichistas em ensaios, clipes musicais e outros. Por aqui algumas arriscam um passo e aproveitam para usar de imagens deste tipo para subir degraus.
Nada contra a utilização do fetiche como vil metal. Eu faço isso com o site e seria hipócrita em achar que o que é certo pra mim é errado para os outros.
O problema está na concepção do trabalho. A moça merecia um elemento a mais.
Ora, se me arrisco a produzir um filme de longa metragem onde é necessário o emprego de tecnologia mais apurada, busco opinião abalizada, ou seja, assumo a minha incapacidade de lidar com algo que não domino. Entretanto, nestes ensaios realizados com atrizes ou modelos os senhores produtores lançam mão de um pedaço de corda horroroso dos mais pobres e baratos que existem à venda e pronto; está feito um grande trabalho com uma modelo que há bem pouco tempo se viu as voltas com o noticiário policial por supostamente ter sido aprisionada por traficantes de uma favela.
E tudo isso acontece por simples desinformação. Esses caras não sabem que existem pessoas capacitadas para produzir imobilizações como deve ser e outros tantos que gostam de ver tais cenas, que apreciam o que se faz para suprir suas necessidades fetichistas e sexuais. A moça amarrada na árvore é produto de uma história que nem mesmo se sabe se é real ou não, mas se houvesse pesquisa e vontade, uma opinião a respeito do fetiche seria consultada.
Mas eles não têm tal noção e as cordas no ensaio são apenas um elo entre uma linda mulher nua e o que foi notícia. Resumo da ópera: num ensaio com imagens fetichistas nós não estamos na lista de convidados.
O que os produtores quiseram mostrar fica definido apenas pela nudez de uma belíssima modelo, que é a verdadeira razão do ensaio. A corda ao redor do corpo enrolada de qualquer jeito numa árvore é apenas um detalhe sem graça, que faz alusão a um fato somente. Um apreciador de bondage com o vasto material que existe hoje em dia espalhado pela Internet, sequer se arriscaria a tocar uma punheta diante de tal imobilização. A Joana Machado, essa sim, merece todas as bronhas possíveis e imaginárias independente das cordas desalinhadas e fora de contexto que seus produtores inventaram na cena.
Daí um site que usa e abusa do direito de falar asneiras, o EGO, vem com uma conversa de que a Joana Machado está amarrada numa árvore em seu novo ensaio e bota banca sobre o assunto como se fosse profundo conhecedor do fetiche. O que este portal sem graça faz é falar da vida de ilustres desconhecidos que participam de reality shows em busca de um dia estar nas páginas de mais um portal consumista que a Globo criou.
De fetiche falamos nós, que vivemos e sabemos como se faz.
Eles que falem de outras coisas e procurem informação antes de dar uma opinião.
Mas que essa Deusa merecia uma amarração melhor disso eu não tenho dúvidas...

Cordas

Aqui sim é possível ver boas cordas que amarram de verdade.
Num belo trabalho de bondage realizado pela Korva e com uma participação excelente do Carlos, o Bound Brazil exibe aos seus assinantes na noite de hoje o vídeo Clinic Assault II.
A moreníssima Gracie faz sua estréia e pela foto ao lado já dar pra ter uma idéia do que essa garota é capaz para seduzir um bondagista.


Um photoset com as melhores cenas do vídeo também estará na tela nesta Sexta.
A primeira produção após as minhas merecidas férias é de dar água na boca. A Korva mandou bem e o traço foi totalmente preservado. Boa cheia menina!

Um bom final de semana a todos!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Curvas


Ontem visitei um blog muito bacana da Dog Pet. Coloquei um link aqui pra quem quiser dar uma olhada. Porém, o que me chamou a atenção foi um artigo falando de uma suposta rejeição de alguém por uma mulher porque era gordinha.
Claro que existem detalhes que somente lendo a matéria se pode ter uma idéia melhor do conteúdo, e este artigo não tem o intuito de contestar o que ela postou ou o que os leitores disseram.
Fato é que as mulheres com curvas acentuadas fazem a diferença. A questão é histórica e muita gente já falou sobre isso por aí. Numa época em que magreza era sinônimo de feiúra as gordinhas davam as cartas, mas de um tempo pra cá, convencionou-se que ter medidas de manequim é fator preponderante para ser a mulher perfeita.
O que todos se esquecem é que a beleza física é uma questão de gosto. As pessoas se aproximam por vários outros motivos também e não só pelo aspecto físico de quem lhes gera interesse. Isto sem contar a questão fetichista, porque neste caso, o sentido muda radicalmente já que a atração acontece de uma forma totalmente diferente.
Claro que neuras e traumas acontecem a qualquer instante e, por isso, algumas pessoas – principalmente as mulheres – acima do peso vivem as voltas com balanças e medicamentos se mostrando não satisfeitas com seu quadro atual. O que não é suficiente para esquecer que existe muita gente com fetiche por mulheres gordinhas loucos para que essas meninas continuem em forma, ou melhor, da forma que lhes é conveniente.
Quer um exemplo? Posso afirmar que pelo menos vinte por cento dos assinantes do site Bound Brazil preferem as mulheres com curvas. Isto num universo de mais de quatrocentas assinaturas por mês. É um espanto? Não, apenas uma preferência.
O importante disso tudo é que a mulher perceba que está agradando. Ela não pode se sentir diminuta diante de um fato. A mulher pode ser bonita sim se estiver acima do peso, principalmente quando se assume como tal. O que não vale é se esconder atrás de um programinha de photoshop recortando imagens que um dia podem se tornar reais quando um encontro se dá de forma definitiva. Há casos assim.
Quem se ama se cuida.
Faz algum tempo vi dois caras conversando sobre isso no Bar do Bardo aqui no Rio, um lugar que às vezes freqüento. Tudo por conta de uma gordinha bunduda que passou exibindo seus dotes. O sujeito que desdenhou não tirou o olho da garota e o amigo ao perceber tirou onda com a cara dele. Essa fez sucesso!
E outras tantas fariam também, desde que não se importassem com alguns quilinhos a mais. Claro que há casos de obesidade mórbida o que acaba por causar enfermidades. Mas são casos que necessitam de tratamento médico, um assunto totalmente diferente do que está sendo debatido aqui.
Na verdade as gordinhas estão na moda. Nos Estados Unidos as BBW”s são sinônimo de sucesso, o que prova toda a capacidade de sedução das curvas. No universo fetichista muitas aparecem como dominadoras e outras tantas como submissas, sempre atraindo olhares cheios de desejo daqueles que não desviam um só minuto.

Então, se o approach rolar pela internet o melhor é ser sincera e dizer a verdade. Nada de esconder medidas ou ter vergonha de admitir que convive bem com certas coisas e depois passar por aperto. Esconde a cara, mas mostre as medidas, assim fica mais fácil quando a relação sair da ficção para virar uma história real.
Nessa estrada fetichista já experimentei diversas sessões de bondage com gordinhas e magrinhas e sabe qual a conclusão que eu cheguei?
“As cordas ficam bem com todas.”
E fim de papo!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Fetiches e BDSM


Na vida há fetiche pra tudo.
Existem pessoas com fetiches por moda, dinheiro, poder, enfim, o fetiche pega nas pessoas como uma gripe e não desgruda mais. Porém, aqui se escolheu falar dos fetiches sexuais, que representam as fantasias sexuais e, por isso, as pessoas podem pensar que para ser um fetichista é preciso gostar de atividades ligadas ao BDSM.
Porém, não é necessário pertencer a um grupo de BDSM para ter um fetiche. Há casais que fantasiam com swings, ménage a trois e outras brincadeiras de adultos conhecidas como taras sexuais.
Entretanto, esta gente praticante deste tipo de fantasia não se excita com cordas, correntes, velas ou chibatas. O sexo é o coringa do jogo, e o fetiche criado em torno dele apimenta relações e cria um elo de cumplicidade que é capaz de segurar até crises.
Claro que existem casos em que as pontas se juntam e estes praticantes de jogos adultos também se envolvem em atividades fetichistas ligadas ao BDSM. Isto ocorre, de uma forma geral, quando a descoberta por prazer pelos fetiches que envolvam bondage, dominação e disciplina acontece mais tarde, ou seja, estas pessoas não carregam a veia sadomasoquista desde os primeiros passos, e descobrem nas fantasias ligadas a estes fetiches um quesito a mais na busca pelo prazer.
Aliás, quem não busca o prazer na vida? Se vestir bem é um prazer.
Existem mulheres com fetiches por roupas de couro ou sapatos de salto alto que quando deparam com a possibilidade de utilizar estes objetos com intuitos sexuais, adentram no universo BDSM e acabam se transformando em praticantes. Aprendem tudo sobre o fetiche e escolhem um rumo a seguir. É preciso ter coerência para analisar alguns comportamentos em particular, porque nem sempre o tesão por vestimentas de couro ou látex é de exclusividade de mulheres com tendências dominantes.
Por mais que reze a lenda que as dominadoras sejam usuárias de corseletes ou botas existem várias submissas sexuais que morrem de amores por este tipo de roupa.
Faz pouco tempo escutei de uma amiga que esteve na Itália no ano passado, todo o descontentamento de ter freqüentado um evento classificado como fetichista sem ter visto qualquer manifestação de BDSM por lá. Segundo ela, os praticantes estavam vestidos a caráter, mas nenhuma cena com práticas dominantes rolou na festa.
Em lugares onde o fetiche funciona como uma sub-cultura é comum existir este tipo de evento, onde pessoas se apresentam em dress code sem, no entanto, haver práticas ou afins.
Aqui quando se fala em festa fetichista as pessoas costumam associar imediatamente a praticas de BDSM e se preparam para assistir cenas de uma masmorra transportada para um palco de uma casa noturna. Infelizmente tudo começou muito depois por essas bandas, e as pessoas se perdem quanto a conceitos.

Outro dia assisti uma consultora de moda feminina no canal GNT vociferando bobagem quanto ao tema fetiche. Se ela se limitasse a falar do que entende, sobre o fetiche enquanto moda, não haveria qualquer problema. Mas no momento que misturou as estações e passou a falar em comportamento e conduta ela perdeu a pose e a oportunidade de ficar de fora.
A coisa é simples e não tem erro: a mulher pode sair para uma festa montada num corselete negro e vinho, com uma saia de couro e um sapato de fazer inveja ao primeiro podólatra na próxima esquina. Até aí é um dress code fetichista que um evento assim solicita. Mas se uma entendida em moda sugere a utilização de um “chicotinho” o melhor é mudar de canal e esquecer tudo que ela tentou explicar.
Resumindo: numa festa a fantasia eu posso me vestir de Superman (aliás, ficaria ridículo cacete!), mas daí a abrir a janela e voar existe uma distancia enorme, talvez a mesma da loura vestida de preto segurando o tal “chicotinho”.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Caligula’s Spawn (2008)


As imagens desse filme são daquelas que muitos fetichistas desejariam um dia viver.
Neste caso de qual lado estar é o que menos importa. Os cenários falam por si e a época e o enredo soam como se tudo saísse de dentro do nosso imaginário.
O filme Caligula’s Spawn produzido na Republica Checa no ano de 2008 não é uma obra que mereça um lugar de destaque na coleção de um cinéfilo qualquer. É preciso ser fetichista para gostar de cada detalhe que o filme apresenta. Porque o fetiche pulsa o tempo todo e não dá refresco ao espectador.
A bela e perigosa traficante de escravos Druscilla pratica todos os costumes da Roma Antiga – tudo em excesso – e comanda soldados que buscam belas jovens para satisfazer seus fetiches antes de serem negociadas. Mas mesmo com todo o poder e excesso, pode ter seus limites contestados e as punições podem ser muito graves quando ela cruza com um inimigo e corre o risco de cair em desgraça.
Porém, independente do enredo pobre e altamente manjado, as cenas fetichistas e a beleza do elenco são os principais destaques. Cenários condizentes com a trama e um bom guarda roupa são responsáveis pela boa produção.
O filme de Lloyd A. Simandl não empolgou quando foi comercializado em DVD. Poucos tiverem contato com a obra e por aqui passou sem ser notado. A versão original foi dividida em duas partes, sendo o segundo lançamento realizado um ano depois.
Caligula’s Spawn – A dinastia de Calígula em português – pode ser encontrado para download na internet em vários sites especializados com distribuição do portal Bound Heat. Também é possível garimpar e conseguir baixar gratuitamente com muita paciência, tomando os devidos cuidados com os links que são verdadeiras arapucas eletrônicas espalhadas pela rede.
Comprar a versão original nas duas partes é o mais adequado e correto.
Melhor do que falar sobre o roteiro é deixar que as boas imagens do trailer da primeira parte mostrem todo o contexto fetichista que o filme apresenta.
Pra quem é louco por filmes épicos e imagina as cenas fetichistas que poderiam fazer parte do roteiro, essa produção vai alcançar o objetivo desejado.

Caligula’s Spawn (2008) - Trailer

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Vícios


Se ainda assim eu chegasse à conclusão que o BDSM anda sem sentido, ao receber hoje, aqui no trabalho a visita da Lady Vulgata mudaria de opinião. A razão é simples: sou viciado em conversar com a Lady e temos muito em comum.
Esse é um dos meus vícios. Há outros, todos temos, nocivos e inofensivos, mas são vícios.
Conheci uma submissa viciada em provocar a ira de seu parceiro para tirar castigos sórdidos, e assim, ter uma noite perfeita. Há algum mal nisso? Claro que não. Seria a chamada lei da oferta e da procura brother, quanto mais birra mais castigos e assim, algumas vezes, se faz uma história.
O fetichista pode ser viciado na fantasia. Para alguns o fetiche é mais que um prazer, é algo capaz de transportar o desejo até a mente num piscar de olhos. Uma imagem que seduz, esteja ela num site na internet, numa revista ou na próxima esquina. Sendo assim, viver o fetiche vinte e quatro horas por dia seria um tormento? Não, desde que seja possível lidar com isso.
Outro dia uma amiga que nunca praticou nenhum fetiche, mas morre de curiosidade de saber como se faz, me perguntou se um masoquista sente prazer quando prende o dedo ao fechar a porta. Veja bem, se for uma dominadora ao fechar a porta com o dedo dele espremido acho que ele alcançaria o prazer, desde que tudo isso seja feito de comum acôrdo. Porém, se for por acidente acho que ele solta um tremendo palavrão!
Isso serve pra dizer que o fetiche pode ser um vício gostoso, sempre e quando acompanhado de horário, regras e lugar. Nunca soube de algum amigo ou amiga masoquista martelando o dedo do nada pra sentir prazer. É preciso todo um contexto para que a dor se transforme em prazer.
Esse exemplo serve para todo tipo de manifestação fetichista, sem distinção.
O importante é que exista prazer.
Algumas mulheres que se apresentam em sites ou blogs como dominadoras profissionais oferecendo seus serviços, de uns tempos pra cá resolveram trocar chibatas ou velas por consolos pendurados na cintura pra satisfazer homens que se dizem submissos. Olha, posso levar cacetada aqui, aliás, vou levar, mas a verdade tem que ser dita.
Basta dar uma olhada na Internet e visitar uma página com garotas de programa. Lá é fácil encontrar a grande maioria afirmando que faz dominação e se diz especialista em inversão de papéis. Isso garante uma clientela, é claro, mas uma galera que não está interessada em nenhuma sessão fetichista. O que eles querem é uma garota bonitinha vestida de preto que lhes dê prazer. Pra esses caras aquela é a “dominadora perfeita”. Quanto maior o cacete pendurado no cinto melhor a cotação.
E qual seria o preparo dessas garotas para realizar tal fetiche? Nenhum, elas fazem para saciar vícios de sujeitos que simplesmente gostam de um determinado tipo de fantasia.
Isso é errado? Não, ninguém pode afirmar isso uma vez que existe quorum para que tal atividade coexista, mas vale lembrar que a inversão deve ser precedida de cuidados que essas garotas não fazem a mínima idéia.

Não sou um moralista de bandeira em punho e tão pouco dono da verdade. Praticar bondage, podolatria ou um fetiche mais simples com prostitutas tem um grau de risco muito menor que uma inversão, ainda que a busca da prática seja um vício. Como diz um amigo lá de Lisboa: “não é qualquer dominadora que vai dar um pontapé nas minhas bolas, ainda que eu seja viciado nisso.”
Portanto, ser viciado em fetiches é bom, desde que haja controle sobre tudo que se faz ou imagina fazer. Caso contrário, eu sairia amarrando todas as mulheres que cruzassem comigo na rua.

E caso isso aconteça não se esqueçam: eu fumo “Free Light” e gosto de beber água de coco...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Alguém e um Lugar


Ela é submissa e vive um casamento muito doido.
E bota doido nisso. O marido é gay, assumido e declarado e ela nada tem de lésbica.
Deu pra entender? Bom, eu demorei e só depois de muito papo talvez tenha ficado convencido.
É assim: eles são amigos, íntimos, “daqueles pau pra toda obra”. Ela é descendente de argentinos e o pouco que restou da família anda por lá com os quais ela não tem o mínimo contato. Ele um cara bem sucedido, sozinho no mundo. Um emprego bacana que lhe garante receita suficiente pra bancar as coisas boas da vida. O mesmo acontece com ela.
Pois bem, resolveram assinar um documento que lhes garanta uma velhice tranqüila e dentro de uma total cumplicidade e harmonia vivem sossegados e felizes debaixo do mesmo teto. Fora de casa é cada um na sua. A integridade física é a única coisa que importa quando se preocupam um com o outro. Costumam dividir os segredos, falam de amores e loucuras sem medos.
Quando a conheci achei a história fantástica. Parecia um enredo de novela daqueles que ninguém imagina se o final vai ser mesmo feliz. Só que aqui o casamento veio antes o que embaralha mais ainda a cabeça de quem chega.
A “M” é daquelas submissas integrais. Coloca o dono num pedestal e nem quer saber se vai levar um tombo de lá ou não. Entra com tudo e mergulha de cabeça para pertencer a alguém. Cruzou com o fetiche há uns bons anos e desde então se dedicou muito, apanhou da vida (sem trocadilhos, por favor!) quando se viu envolvida com esposas ciumentas atrás de salvar relacionamentos perdidos. Mas nem pensa em desistir, do fetiche e da forma como encara tudo.
Particularmente acho legal quando uma pessoa abraça uma causa e vive por ela.
No caso da “M” tudo simplifica já que tem uma vida estabilizada lastreada por uma união com alguém que compartilha de sua busca. Ela diz que seu companheiro (é assim que ela o chama) a aconselha, aprova ou desaprova algumas atitudes e lhe dá conforto nos momentos difíceis. Ela garante que age da mesma maneira quanto aos percalços do marido.
E assim levam a vida.
Há muito tempo, num sábado à noite quando nos encontramos em São Paulo ela me contou um segredo e nessa mesma época a ajudei a realizar um sonho. Essa é a minha maior recordação da “M”. De lá pra cá apenas nos comunicamos por mensagens e quando achamos que a vida está um pouco sem emoção tratamos de lembrar de algumas coisas. Nisso a gente combina...
Confesso que devo a “M” um momento muito feliz e ela sabe disso, talvez por isso tenha escrito este artigo hoje. É muito bom saber que o fetiche é capaz de fazer com que a vida tenha mais sentido e que desses encontros e desencontros sobrem coisas maravilhosas as quais guardamos pra sempre...

Milena in Trouble

Um parceiro bondagista lá dos States ao ver esta fotografia postada na minha página do Fetlife disse: não é preciso uma boa cadeira de madeira para dar sentido a uma cena de “chair bondage” – em bom português, uma mulher amarrada na cadeira.
E o cara tem razão. Às vezes uma poltrona confortável dá outro sentido à cena mostrando que a dificuldade é a mesma, embora numa cadeira de madeira possa parecer que o suplicio de estar imobilizada seja mais complicado.
Os assinantes do Bound Brazil têm a chance de assistir hoje essa bela loura e seus problemas enquanto amarrada e amordaçada no vídeo “Milena in Trouble”.
Belas imagens fotografadas pela Lucia Sanny compõem um delicioso photoset.

Um bom final de semama a todos!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Eu Nunca Esqueço…


Faz exatos vinte anos e parece que o tempo não passou. As lembranças às vezes são tão vivas que ficam próximas e o passar dos anos inexiste em certos momentos.
Coube ao destino que meus primeiros passos no universo fetichista fosse em Amsterdam, a capital do pecado, pelo menos até o Onze de Setembro, como diz meu amigo Arjan. Claro que o fetiche vivia dentro mim, aparecia nas minhas aventuras, mas foi exteriorizado por lá, onde pessoas se mostram com tanta naturalidade que se a princípio assusta, com o tempo ajuda.
O Olav era um sujeito tranqüilo. Me ajudou muito a perder a timidez.
Tinha um caso com uma submissa bem alta, uns vinte centímetros a mais. A cena era até engraçada; aquele baixinho sentando o sarrafo na grandona.
O fetiche é assim, ou seja, nada é estranho onde tudo é estranho.
Um dia rolou uma festa e o Olav entrou com sua submissa puxando-a por uma corrente presa à coleira. Ela trajava um macacão de vinil negro e dava pra notar que as calças eram largas com um buraco entre as pernas. Permaneceu num canto quase calado por boa parte do tempo sem falar com ninguém como era de costume. Pensei até que havia um problema entre eles.
Mas o pequenino dominador tinha algo em mente, por isso, a fisionomia pensativa.
Tomou de assalto uma mesa de madeira, deitou ali sua parceira com os braços acima da cabeça e as pernas abertas. Naquele momento, diante do olhar de todos, Olav tinha a sua submissa na altura exata, e era capaz de olhá-la de cima para baixo.
Tirou do bolso dois pares de algemas e uma caixa de taxinhas. Usou as algemas para prender os pulsos da parceira e com um martelo pregou delicadamente as calças da moça no tampo da mesa.
Não pensem que foi simples. O cara deve ter pregado mais de cem taxinhas para deixar a garota com as pernas imóveis e totalmente abertas. A cena tinha um visual interessante, principalmente porque as taxinhas tinham as cabeças prateadas, o que provocava um brilho extra a imagem.
A mulher estava imóvel. O medo era visível em seu semblante, afinal, um erro na cacetada e a taxinha lhe cortaria a pele, fora a inevitável dor da martelada...
Mas o Olav foi cirúrgico e terminou de preparar a cena sem um errinho sequer. A submissa jazia com as pernas imóveis expondo sua genitália pelo buraco no macacão. Daí todos se aproximaram, inclusive eu, para ver o que seria dali por diante.
Entre conhecidas práticas e atitudes bizarras como a introdução do cabo do martelo envolvido com uma camisinha, o Olav roubou a cena e fez a festa. Até aí nada de demais, pois em se tratando de uma play party os que atendem ao chamado conhecem aquilo que vão assistir, mas aquele holandês bacana e parceiro me confessou um segredo que durante anos me “martelou” (nada a ver com o martelo introduzido vagina adentro!) o pensamento: o cara só conseguia ereção aos trinta e poucos anos quando a coisa acontecia em público. Entre quatro paredes nada rolava, por mais que a cena fosse recheada de suas taras.
Exibição é um fetiche, muito comum quando aliado a práticas sadomasoquistas, mas ao se tornar indispensável para alcançar a paudurecência devida dá curto circuito. Soube depois que o sujeito chegava a pagar por audiência e nas festas ejaculava diversas vezes nas calças enquanto se entregava às praticas.

Conversamos diversas vezes sobre o assunto e tivemos um bom convívio nos quase três anos que fiquei por lá. O Olav não abriu o jogo a muitas pessoas e a sua introspecção durante as festas passou a ter sentido pra mim depois que soube dos problemas. Isso explicava o longo tempo que passava observando todas as atividades até se arriscar na sua.
Passei a compreender também as trocas freqüentes de parceiras. Aceitar esse tipo de comportamento do parceiro não é fácil.



Como tudo na vida costuma aflorar quando completa um ciclo, esses vinte anos desde o começo em Amsterdam até os dias de hoje devem render umas boas histórias...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Nossos Sonhos


Um dia, faz mais de um ano e meio, escrevi isso aqui.
De repente me deu vontade de publicar outra vez. Acho que valeu a pena...

Nossos sonhos são comuns, simples e cabem dentro de uma noite de sono.
Nossos sonhos são tão reais quanto nossa imaginação nos conduz a eles. Sonhamos sempre e cada vez mais.
Compartilhar os sonhos é importante, pois se torna o primeiro passo para trazê-los ao mundo real. Sonha-se a cores, em preto e branco, com detalhes ou por um todo, com o impossível, o improvável e até com o que está bem perto, a um passo de ser verdadeiro.
O que ultrapassa o campo de nossa imaginação é uma grande parte do que queremos para nós mesmos, porque quem vive sem sonhos e sem esperança apenas vegeta, não projeta, não busca o destino.
Ninguém luta por aquilo que não almeja e desejar é um direito.
Conheço pessoas que sonham demais e nunca tentam fazer esse sonho se materializar, são somente sonhadores, eternos, e trancam a vida dentro dos sonhos vivendo com eles, e pior, sem compartilhar, sem pelo menos tentar viver aquele momento feliz que existe dentro de si mesmo.
As surpresas que a vida nos reserva por várias vezes apontam caminhos para que nossos sonhos se tornem reais, mas muitas vezes não percebemos e criamos nossas próprias barreiras que via de regra acabam em profundo arrependimento.
Sonhar é bom, desde que não se transforme em obsessão porque anula e aniquila muita coisa boa que está ao nosso redor. É preciso saber sonhar e conviver com esses sonhos com harmonia e compreensão para trazê-los aos nossos dias de realidade.
Quando o fetiche desperta em cada um lá no começo da nossa existência, lutamos em aceitar por nos sentirmos diferentes, sem saber na verdade que muito melhor é ser diferente do que ser sempre igual, porém evoluímos acompanhados de perto por um furor que nos consome entre pensamentos impublicáveis, e porque não dizer, secretos.
Até encontrarmos um caminho que nos leve a desvendar esse mistério a alguém, vivemos prisioneiros desses devaneios como vitimas de uma conspiração particular, onde nada é desvendado além das nossas noites solitárias.
Não é necessário ser um fetichista para ter seus próprios “mitos” desde que ninguém os tema, porque o temor à nossa verdade pessoal cria uma angústia incurável que pode levar a abismos depressivos.
Melhor é viver uma saudade do que aceitar a idéia da falta de coragem de ter deixado de tentar. Só é possível sentir falta do que deixamos por nossas vidas se um dia desfrutamos de um momento inesquecível, porque toda a dor de uma lembrança é suportável por simplesmente ter acontecido.

Só não sente saudade quem nunca teve a felicidade de viver um grande momento na vida.

Nem todos os sonhos podem ser realizados, no entanto, podemos exibir com orgulho a façanha de ter vivido uma parte deles, mesmo que não tenha sido de forma completa.

Divida seus sonhos, passe adiante como num jogo de cartas e veja como é bom compartilhar o que a vida nos dá de melhor.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Faces da “Mesma” Laranja


Quando o assunto é prazer cada um necessariamente puxa a brasa para a sua sardinha, e se este termo nem é o melhor a ser empregado, pelo menos explica, em parte, o que eu quero dizer.
Fetiche é igual à bunda (isso pra ser sucinto): cada um tem o seu, e normalmente não abre mão, e não deve, porque seria ilógico gostar do que os outros gostam só pra agradar. Então, é natural que os espaços destinados a cada uma dessas expressões fetichistas esteja repleto de assuntos do interesse de quem os publica.
A conta é simples: cada qual costuma freqüentar o lugar que mais lhe agrada. Seria a lei da vida, ou da Internet, quem sabe até a lei da selva. O que noto, porém, é uma certa dose de ufanismo exagerado em algumas pessoas quanto a defender o que lhes parece o melhor caminho.
Aqui fala-se de tudo. Parece o samba do crioulo doido. Não tenho nenhum interesse de julgar, achar esse melhor do que aquele porque não pratico algumas coisas. Pois bem, se elas não me servem, não alcançam meu deleite pessoal, procuro falar naturalmente com o conhecimento de quem por experiência adquirida viu, viveu por perto e abocanhou ensinamento de craques que ao longo dos anos desenvolveram o fetiche por essas bandas.
Não é porque gosto de bondage que o que está em volta não presta.
O Fetlife, por exemplo, explica bem esse conceito. Se alguém procurar observar bem notará que existe uma divisão. E ela aparece por conseqüência. O cara tem um site, vende, precisa de assinantes para se manter ativo. Aproveita o espaço grátis e enche de propaganda de suas atividades fetichistas. Com isso, a grande maioria de fotos ou grupos de discussão pertence à turma dos bondagistas. Chega a ser hilário ler como legenda da foto algo assim: “veja mais na atualização de hoje do site”.
As modelos fazem o mesmo. Nem se preocupam mais em atualizar perfil em sites onde costumavam postar seus trabalhos. E assim o fetiche comercial segue seu rumo.
Entretanto, há uma diferença básica em se tratando de preferências. Por aqui é mais comum encontrar fetichistas se expressando com tendências podólatras e sadomasoquistas. Os bondagistas são poucos, ou ainda se ocultam. Os blogs de dominadores e submissas são a maioria, assim como as páginas que apresentam fetiche por pés.
E se existe tal diferença lá fora ela fica evidente apenas pelo aspecto comercial do fetiche. Claro que há podólatras e sadomasoquistas aos montes, fazendo fila, mas que não significam a maioria quando o assunto é página vendida na rede.
Embora muitos possam imaginar que utilizo meu blog apenas para divulgar o Bound Brazil não é assim que a banda toca. Primeiro porque o blog existe há mais tempo que o site, e depois porque costumo variar o assunto o máximo possível. Gosto do que a galera escreve e pública, principalmente as meninas. Tem cada papo de mexer com a imaginação.
E haja imaginação brother...
Já li situações capazes de fazer a cabeça balançar e como disse o Léo outro dia aqui, aos poucos essas gatas estão deixando o sentimento fluir e, por isso, ousadia e versatilidade é o que mais se lê nos inúmeros blogs espalhados pela Net.

Talvez ver uma fotografia de uma mulher com a bunda pro alto querendo levar uns tapas não me excite tanto, mas saber que ela arranca orgasmos com tudo isso me deixa bolado, e doido de vontade de exercer meus domínios que o tempo e o compromisso comercial deixaram de lado.
Portanto, isso aqui serve pra dizer que noves fora qualquer preferência disso e daquilo o fetiche não é divisível. Tendências são tendências e segmentos são apenas formas de sentir prazer através de uma bela e excitante fantasia sexual.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Aventura Real


Quantas vezes você se viu às voltas com o desejo de viver uma fantasia sexual real?
E em seu sonho (sonho mesmo!) as coisas acontecem de uma forma que só você imagina, ou que talvez possa parecer até inacreditável se compartilhada com alguém.
Pode ser perigoso, radical demais até, mas quem nunca teve a expectativa de viver uma fantasia real, tipo aventura, como num filme de ação? Ainda que essa historinha montada por sua imaginação tenha ficado restrita ao mundo do faz de conta, ela resiste ao tempo e vira e mexe está de volta quando menos se espera.
Isso é fetiche e não há outra palavra que possa explicar de onde isso vem.
Dirão os patrulheiros da boa conduta que toda expressão fetichista deve ser precedida de consensualidade. Tá bom concordo, e comungo do mesmo pensamento. Mas que dá vontade de sair dos trilhos dá, e isso é inegável.
Essa é uma daquelas situações em que combinar demais estraga. A surpresa fica de fora, uma vez que ao haver o trato e o consentimento você já tem uma prévia do que vai acontecer. E uma aventura real tem que ter o elemento surpresa, ainda que seja realizada por parceiros.
Já falei aqui mesmo no blog de empresas na Inglaterra e Estados Unidos especializadas em realizar fantasias de seqüestros consentidos ou capturas forjadas. Existe, não é apenas produto da minha imaginação.
Mas de repente você conhece uma amiga fetichista e nunca teve com ela nenhum tipo de intimidade. Ela conhece teus segredos e você os dela. Natural, são amigos. Um dia, sem mais nem menos, ela resolve te pedir uma carona e arma teu seqüestro em teu próprio carro. Te leva pra algum lugar, te coloca uma venda e você está amarrado e amordaçado onde ela assim planejou totalmente sob seu domínio e controle.
E aí? Vai ou não vai?
Bom, em condições normais de tempo e temperatura confesso que não resistiria, mas dependendo das aptidões fetichistas da moça ou em se tratando de algumas tantas que conheço juro que teria uma tremedeira de dar dó...
Mas digamos que ela respeite os teus limites e te faça feliz? Então essa seria a tal aventura perfeita, tudo aquilo que um dia você sonhou e do nada virou realidade...
Este é apenas um dos muitos exemplos de como uma aventura pode começar. Há outros, existem outras mentes fetichistas trabalhando e, por isso, seria leviano tentar saber o que se passa ao redor.
Em anos lidando com isso já vi aventuras deste tipo produzir excelentes resultados e finais catastróficos. Gente que se viu às voltas com pessoas sem escrúpulo e outras que encontraram a razão do fetiche através de uma fantasia bem feita. Como foi tratado, como tudo chegou ao final ninguém sabe. Acho que os segredos devem ser mesmo arquivados e guardados a sete chaves por quem de direito, ou aparecer num blog como um relato de uma fantasia realizada da forma como se imagina.
A razão de existir de um site fetichista é promover a sensação da aventura, por isso, tanto se cultua o termo “damsels in distress”, a chamada menina em perigo. Da captura em diante tudo é permitido sonhar, desde uma simples aventura de vilão e mocinha até uma masmorra escura.
Aventuras sexuais não devem ficar restritas a um primeiro encontro. Elas devem imperar e fazer parte da vida de parceiros para que a relação não fique vazia. Viver um relacionamento fetichista é igual a viver uma união chamada de baunilha. A renovação das energias é importante e a imaginação deve fazer parte do dia a dia dos parceiros.

Muitos enviam suas fantasias para serem publicadas aqui. Algumas têm uma conotação real, outras parecem roteiros de filme, mas pouco importa, uma vez que descritas são capazes de servir como incentivo a muitos que andam a procura da aventura perfeita, ou quem sabe reviver o que um dia foi irretocável.

(As fotos que ilustram este artigo pertencem a minha amiga Caroline Branson. Para saber mais sobre essa musa, acesse o meu Fetlife)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Sexta na Tela


Hoje o assunto é bondage…
Aliás, muitas vezes o assunto aqui é bondage, mas hoje em especial vou falar do vídeo que o site Bound Brazil exibe na telinha. Além de uma crônica muito bacana do Léo Vinhas sobre a recente série do site “Érotic Bondage Game”.
Faz pouco tempo que escrevi aqui sobre minhas férias no site. Pois é, estou no descanso até Março chegar. Mas antes de gozar de merecido afastamento depois de dois anos e tal de trabalho ininterrupto, deixo a todos uma obra daquelas de assinar em baixo; um vídeo que define um conceito, protagonizado por duas feras, talvez as meninas que ao longo desse tempo de Bound Brazil eu mais gostei de gravar. Estou falando da Terps e da Scarlet.
Duas musas. Reconhecidas no exterior, com convites para gravar em sites estrangeiros, medalha entre as melhores do mundo, o que faz com que a realização de um trabalho com essas garotas necessite de uma direção vigorosa e firme, caso contrário, elas tomam de assalto a cena e ninguém segura mais.
O vídeo não tem um titulo. Foi impossível relacionar o que elas produziram com algum nome em especial. Ficou simplesmente Scarlet & Terps. Pra quem conhece as duas, pra quem gosta de um bondage com todos os requisitos, é possível prever o que essas meninas andaram aprontando.
Basta uma idéia e alguns pedaços de corda. No manjado sistema de revanche que normalmente cria o ambiente para que uma cena de bondage tenha sentido, elas brincam com os dois lados da moeda e mostram que para encenar o fetiche a noção de dominar ou ser subjugada pouco importa, pois o que vale é levar ao espectador tudo aquilo que ele quer ver.
Como sempre, as melhores imagens da trama ficam registradas através de belas fotografias da competente Lucia Sanny e sua lente super indiscreta.

Erotic Bondage Game – uma opinião

Por Léo Vinhas

Desde que a pornografia começou a ser filmada, ela sempre foi feita para o deleite masculino. E quando começaram a pensar o óbvio – que mulher também se excita visualmente – inventaram o tal de “pornô com historinha”, que acabaram se tornando aqueles soft porns horrorosos que faziam a alegria dos programadores da Sexta Sexy e do Cine Privê –
deles e de milhares de punheteiros, claro, porque

siririca é que aquilo não rendia.
Porém, há uns anos – e em grande parte graças à segunda revolução sexual provocada pela internet (pare e pense: foi mesmo uma revolução?) – o maravilhoso mundo da pornografia começou a ganhar cores femininas. Elas resolveram deixar de lado o papel de meros objetos e resolveram assumir direção e protagonismo de suas obras.
Dá para ler mais sobre isso aqui e principalmente aqui, mas o fato é que algumas mulheres – lésbicas, heteros e bis – cansaram da demonstração de destreza física e acrobacias extremas que virou o mercado pornô tradicional. Longe dos clichês de que “mulher gosta de romancezinho”, elas se permitem ser ousadas, mas nunca deixando de lado o fato de que elas querem que seu trabalho seja assistido por uma mulher. Ou mais de uma... Então temos relações filmadas do ponto de vista feminino – ou seja, como elas fantasiam, e não como nós, homens, fantasiamos (e me recuso a crer que todo homem tenha as mesmas fantasias siliconadas e plastificadas).
Falo disso tudo para dizer que o que me surpreendeu ao ver que os vídeos Erotic Bondage Game II e III, do Bound Brazil, foi que o Tony (ACM) teve essa visão feminina. As meninas transam numa fantasia bondagista que eu e ele gostamos muito, claro. Mas as meninas transam como mulheres e para mulheres – quer dizer, não são meros fantochezinhos de uma relação que um marmanjo entende como “lésbica”. E cara, o vídeo é delicioso!
Isso não é exatamente um “auto-jabá” – isso aqui é apenas um espaço cedido pelo Tony no qual eu posso escrever sem me prender às restrições formais que regulam meu trabalho “oficial”. E justamente por essa liberdade, posso dizer que compartilhei o vídeo com as poucas amigas que gostam de bondage – uma, aliás, nem gosta tanto assim, mas gostou muito da cena.
“Lésbicas”, “hetero” e outras palavras-clichês aparecem aqui para ajudar o entendimento, mas os dois “volumes” de Erotic Bondage Game fazem o básico do qual muitos se esquecem: tratar mulheres como mulheres.
Você não viu? Vá lá no Bound Brazil e veja, se for homem. Ou se for mulher, claro.

Pra terminar um registro importante:
No ultimo dia 31 de Janeiro um futuro bondagista deu o ar de sua graça.
Um gurizão lindo e saudável é a nova missão dos meus amigos Nauticus e Becky.
Como filho de peixe peixinho é, nem preciso dizer o que espera esse novo habitante do nosso planeta. Fica, porém, meus desejos de total felicidade aos pais que durante o ano esperaram com ansiedade por este momento.
Bola cheia brother!

Bom final de semana a todos!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Rhianna (S&M)


Num lugar onde as cenas fetichistas são encaradas como expressões culturais, não é difícil encontrar artistas flertando com este segmento.
Apesar do BDSM estilizado (opa! - saquei essa do Léo) várias foram às cantoras que usaram o jargão fetichista em seus clipes e canções.
Agora é a vez de Rhianna com a musica S&M.
Pra conferir, o clipe e a letra.
Quem quiser buscar a tradução não precisa ter muito trabalho. Na Internet é fácil.

Na na na na na come on
Na na na na come on, come on, come on
Na na na na come on
Na na na na come on
Na na na na na come on
Na na na na come on, come on, come on
Na na na na
Feels so good being bad (Oh oh oh oh oh)
There's no way I'm turning back (Oh oh oh oh oh)
Now the pain is my pleasure cause nothing could measure
(Oh oh oh oh oh)
Love is great, love is fine (Oh oh oh oh oh)
Outta box, outta line (Oh oh oh oh oh)
The affliction of the feeling leaves me wanting more
(Oh oh oh oh oh)
Cause I may be bad, but I'm perfectly good at it
Sex in the air, I don't care, I love the smell of it
Sticks and stones may break my bones
But chains and whips excite me
Cause I may be bad, but I'm perfectly good at it
Sex in the air, I don't care, I love the smell of it
Sticks and stones may break my bones
But chains and whips excite me
Na na na na come on, come on, come on
I like it-like it
Come on, come on, come on
I like it-like it
Come on, come on, come on
I like it-like it (Na na na)
Come on, come on, come on
I like it-like it
Love is great, love is fine (Oh oh oh oh oh)
Outta box, outta line (Oh oh oh oh oh)
The affliction of the feeling leaves me wanting more
(Oh oh oh oh oh)
Cause I may be bad, but I'm perfectly good at it
Sex in the air, I don't care, I love the smell of it
Sticks and stones may break my bones
But chains and whips excite me
Na na na na come on, come on, come on
I like it-like it... (Veja mais)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A Fábula da Uva


Um amigo da terra dos Beatles gosta de bondage.
Até aí nada de mais. Normalmente meus parceiros têm gostos parecidos com os meus. Só que esse cidadão excêntrico e pra lá de moralista encheu a boca – ou melhor, a tela – pra dizer: não admito sexo pago de maneira nenhuma!
“Mas nem se rolar um bom bondage?” – retruquei. E o cara fincou pé e ainda ficou meio atravessado comigo como se eu estivesse tentando convencê-lo do contrário. A rigor, a conversa sequer passava perto de convicções, afinal, estávamos falando de um amigo comum do outro lado do Atlântico, da terra do Tio Sam, que se confessou um adepto de programas com mulheres de vida horizontal para práticas fetichistas.
A tática do americano é simples: agenda o programa, amarra as meninas, fotografa e leva o material pra sua coleção. Algumas, devidamente autorizadas, acabam na sua página do Fetlife.
O impressionante é que o sujeito deixou escapar que comia a mulher do vizinho e pra conseguir tamanha proeza ele entregava umas uvas do seu quintal. A chamada taxa do sexo pago por meio de uvas frescas e maduras é conversa de bêbados? Afinal, para este inglês repleto de conceitos e virtudes o que vale é o vil metal, grana, ou dê o nome que quiser? Uvas para este indivíduo soam como “um agrado” jamais como propina.
Mas ainda assim gosto muito do cara e nossa amizade, ainda que virtual, já ultrapassa os sete anos. Costumo aceitar muita coisa dos meus amigos, ou não os chamaria assim, mas hipocrisia desmedida não dá brother, soa como achar que só a minha bunda que suja se eu sentar no lodo.
Tem certas coisas que alcançam uma melhor sonoridade quando ditas com sinceridade, e às vezes admitir certas atitudes politicamente incorretas é bem melhor que posar como Clark Kent e virar o Super-homem de frente pra uma janela. O cara é ou não é. Porque esse negócio de fazer pose para os amigos como se fosse um paladino da moral e bons costumes é papo pra boi dormir e o mundo está repleto dessas criaturas.
Sexo pago é simples: tem hora pra começar e pra acabar. Lavou ta novo, sem problemas e se rolar uma próxima começa tudo outra vez. Não há cobranças – fora o cachê, é claro – e tão pouco crises de ciúmes ou telefonema no dia seguinte. Existem pessoas que topam, até preferem, justamente em se tratando de arremedos fetichistas quando há o risco da exposição.
O cara pode não revelar suas preferências. Pode não espalhar aos quatro cantos que liga pra uma cafifa e descola uma loura montada num salto alto pra exercer seu direito líquido e certo de realizar uma bela trepada com bondage, mas não é legal usar de tal artifício para depois fazer pose de santo e afirmar: comigo não rola, jamais paguei por sexo!
A fábula da uva contada por meu amigo Inglês revela o resultado de uma equação simples: é dando que se recebe. Só que o justiceiro da terra da Rainha se acha acima do bem e do mal ao utilizar de um artifício chantagista, ou seja, colocando uvas no cesto da vizinha no claro sentido de convencê-la a trair o marido para participar de uma orgia fetichista com ele.
Estamos cansados de ver falsos moralistas pregando os bons costumes aos outros enquanto na surdina, na calada da noite, praticam atos horrendos que comparados a simples expressões fetichistas seriam impublicáveis. E tudo começa numa simples conversa quando fica evidente a visão distorcida dos fatos.

Meu amigo da Inglaterra tem hábitos simples, seria incapaz de cometer atos atrozes e isso é fácil de perceber nas entrelinhas. Errou feio e pisou na bola ao cornetar um fetichista (amigo comum) em suas atitudes. Vá lá que eu considere alguns aspectos que separam americanos e britânicos pelo comportamento e modo de vida, mas daí a sentar o sarrafo sem critério e colocar todos que se arriscam com prostitutas em suas farras bondagistas num mesmo saco é apelação.
Neste caso, uvas e grana têm um mesmo sentido e igual serventia.
Concordam?

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Viciados em Bondage


Por Léo Vinhas

Qualquer garimpeiro da internet já se deparou – e muito provavelmente se deliciou – com os vídeos postados por alguém que assina “comscidoc”. São vídeos totalmente amadores, captados via webcam, com belas mulheres vivendo ao máximo a fantasia da “donzela em perigo”. Todos postados de graça, primeiro no YouTube (do qual foi sumariamente banido), depois no Dailymotion (onde ainda há videos) e por fim no Mediafire.
A curiosidade de saber como tais vídeos foram feitos nos levou a investigar quem os fazia. E encontramos: é um PhD em Ciência da Computação (daí o “doc” no nome) de 44 anos que vive nos arredores de Atlanta, Geórgia (EUA), que obviamente prefere permanecer anônimo. E é também uma pessoa de fino trato, agradabilíssima e que sabe bem o que quer. Praticante de bondage a vida toda, há cinco anos ele começou a produzir seus vídeos, mas é melhor ler o que ele próprio tem a dizer sobre sua trajetória.

1) Acho que a primeira coisa que todo mundo que já viu seus vídeos quer saber é: como você encontra garotas tão naturalmente bonitas que estejam dispostas a aderir às suas fantasias bondagistas?
Tenho mais de 1.000 vídeos de webcam, alguns de garotas que compartilham um interesse em viver a fantasia de “damsel in distress” e concordaram em brincar em frente às suas câmeras (e eu nunca posto esses clipes), outros são de sites pagos nos quais as garotas o fazem por uma taxa. Acho que eu tenho muito dinheiro e pouco bom senso.

2) Quando você descobriu que se interessava por mulheres amarradas e amordaçadas?
Acho que nasci com esse interesse. Algumas de minhas primeiras memórias são de ficar fascinado sempre que eu visse mulheres amarradas e amordaçadas na televisão. Eu achava que era a Única pessoa no mundo com esse interesse e achava que eu era um pervertidozinho. Conforme fui envelhecendo, foi ótimo descobrir que eu não estava sozinho e foi ainda mais excitante quando encontrei garotas que compartilhavam do mesmo interesse.

3) Alguns caras não gostam de ser amarrados, mas isso não é parte da diversão também?
Não para mim. Não sou nada submisso. É uma coisa sexual e não tenho qualquer interesse em ver homens no papel de “dudes in distress”. Não sou gay ou bissexual. Estou interessado apenas em ver mulheres amarradas e amordaçadas.

4) Você faz e publica seus vídeos de graça. Ainda assim, você sempre encontra uns malas que se acham no direito de dizer a você o que fazer e como, e até reclamam dos resultados. Diante disso, o que te mantém motivado para continuar a fazer o que faz?
Isso é a única coisa que realmente me incomoda. Encontrei algumas pessoas realmente ótimas por aí, mas de longe a maioria dos e-mails que recebo são de malas que acham que eu deveria passar meu tempo postando cenas que se adéquam aos critérios do que eles querem ver. Qualquer um que já tenha feito uma postagem vai te dizer a mesma coisa. É frustrante e eu costumava reagir de uma maneira muito negativa, mas com o tempo eu cheguei a um ponto ao qual sou capaz de ignorá-los. As pessoas precisam entender que essa é uma área muito subjetiva e todos têm prioridades diferentes envolvendo o que gostam ou não. O que me importa são as mordaças, mas elas devem ser de pano, nos estilos “cleave” (entre os dentes) ou “OTM” (cobrindo a boca). Não me importa o jeito que a mulher está amarrada contanto que tal tipo de mordaça esteja aplicada. Recebo muitos pedidos por mordaças com fita e eu subo esses vídeos se os encontro, mas eu não saio do meu caminho para encontrá-los e editá-los. Apenas gosto de compartilhar a cena rara com a qual me deparei e acho que isso fornece a motivação.

5) Você sempre usa webcams. Nunca tentou uma filmagem mais complexa, ou o aspecto Amador da webcam é parte da diversão?
Gosto da variedade de mulheres com as quais posso fazer um vídeo com uma webcam. Eu poderia preferir outra mídia porque a qualidade fica restrita à qualidade da câmera que a moça tem, mas não quero me envolver em nenhum tipo de produção maior. Realmente curto o aspecto amador da coisa e ver as garotas desempenhar o papel é parte da diversão. A maioria delas leva tudo numa boa e realmente se diverte.

6) Onde seus vídeos podem ser encontrados atualmente?
Costumava postá-los no Dailymotion, mas havia muitos problemas técnicos que estavam me enchendo o saco e por isso eu parei de postar por lá. Eu tentei postá-los no Mediafire, mas eles viviam sendo deletados então eu simplesmente parei.

7) Agora uma pergunta bem parcial: tendo visto bondage do mundo todo, você acha que há algum aspecto do "Brazilian bondage" (isso é, garotas brasileiras) que é diferente?
Eu adoro Brazilian Bondage, vocês do Bound Brazil têm um ótimo site, as mulheres são tão bonitas e sexy! Elas parecem trazer uma autoconfiança aos clipes e eu gosto muito disso. Sempre fui atraído por mulheres fortes e gosto de ver essas mulheres em um cenário de “damsel in distress” no qual ela está braba consigo própria por cair em uma situação em que ela está indefesa. Sou um grande fã da Hanna Vitoria, mas parece que ela não está mais trabalhando com vocês. Pergunte a ela se ela não gostaria de trabalhar pra mim via webcam (risos). Também sou um grande fã da Terps e da Scarlet/Monique – acho que ela é uma domme e não uma sub, mas adoro vê-la amarrada (risos). Viajei pelo mundo e sempre achei as latinas extremamente sexy, mas me encantam as asiáticas também. O lance é que eu gosto de todas as mulheres. (risos)



Miranda
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