sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Estupro Contratado


Que saudade da Inês...
Uma pessoa diferenciada, inteligente, que não mede palavras, jamais se escondeu atrás de dogmas, preconceitos, qualquer coisa, se mostrava despida diante do que quer que fosse.
Pois num papo fetichista, me contou com todas as letras e detalhes de um caso que vale a pena dividir aqui e, quem sabe, colher algumas opiniões a respeito.
A Inês era casada, vivia uma relação aos pedaços sustentada por filhos e, principalmente, pelo lado societário de uma união que só guardava a sociedade de um comércio. O amor tinha ido pro espaço fazia tempos.
Certo dia ela resolveu mudar, já passava dos trinta e achou que muito havia por viver além do cotidiano cada vez mais restrito. Transou escondido, arranjou namorados extraconjugais, ousou trilhar por caminhos que antes só se escondiam em seus devaneios.
Tragada pelo mundo novo que havia escolhido experimentar, Inês conheceu uma amiga que lhe falou de um cara que havia realizado uma fantasia interessante. Atraída pela história e disposta a entrar em qualquer beco ou viela que lhe desse a emoção que procurava, numa breve conversa pelo telefone tramou os detalhes e escolheu a forma como gostaria de ser estuprada.
Confiou às cegas na amiga, alugou um apartamento num flat por uma tarde e esperou tranqüila e calma a presença de uma pessoa que jamais tinha visto o rosto ou sabia de sua reputação. Era a escolha, por isso assumiu todos os riscos possíveis.
Escutou o toque na porta e ao abrir foi empurrada com força sobre o sofá da sala. Sem chances de reação, foi algemada com as mãos às costas pelo sujeito. Teve a roupa rasgada e arrancada, com os trapos servindo de mordaça desconfortavelmente enfiada pela boca adentro foi impiedosamente violentada diversas vezes, forçada a realizar todos os desejos daquele desconhecido.
Após duas horas de sofrimento consentido, ela juntou os cacos, pagou feliz pelo serviço prestado com ênfase aos mínimos detalhes que ela mesma havia descrito. O sujeito foi embora sem trocar uma palavra de carinho ou amizade, da mesma forma que chegou. Tudo como estava combinado.
Ao fim da tarde ela se foi. Tomou uma ducha fria e escondeu as marcas daquela aventura para que ninguém soubesse o que havia passado.
Poucas pessoas de sua relação mais íntima tiveram acesso a este fato, que reporto como real e autentico. Não é um conto de ficção, a Inês viveu essa experiência de verdade, com coragem e vontade na certeza de que tudo aquilo era parte de uma fantasia orquestrada por ela.
Minha relação com a Inês nunca passou de uma amizade pura e sincera, sem interesses, talvez essa tenha sido a razão dela ter me confessado os detalhes dessa grande aventura.
Ela se preparou para viver aquele dia e acho que sem uma base sólida ninguém conseguiria obter prazer nas cenas que ela descreve.
Qualquer fantasia consentida realizada com parceiros competentes e responsáveis pode ter o efeito desejado, desde que haja confiança e respeito.
E você, faria?

INTRUDER

O vídeo de hoje do Bound Brazil apresenta mais duas estreantes, assim como foi em todo o mês de Outubro.
Sensualidade e disciplina, duas tendências de bondage reunidas num mesmo filme.
Nina e Suelen são vitimas de Mistress Korva. Amarradas e amordaçadas, elas lutam contra as cordas até considerarem a impossibilidade de se libertar.
Punidas pela mão firme de Korva, as duas lindas meninas são obrigadas a tentar se livrar da eficiente amarração de todas as formas possíveis e imagináveis. Despidas e deixadas à própria sorte, elas mostram com riqueza de detalhes os apuros das mulheres capturadas. Um delírio...
Acompanha o vídeo um photoset com belíssimas sessenta fotos dessas duas novas musas do Bound Brazil.

Peço licença para falar nos detalhes do trabalho de bondage realizado para este vídeo.
Deixando a modéstia de lado, perfeito!
Haja inspiração...

Um bom fim de semana prolongado a todos!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Imaginação e Improviso


Uma vez atraído pelo assunto BDSM chegou à hora de pensar em praticar.
Tal e qual todo mundo imagina, a primeira idéia é passar por um sex shop ou vasculhar as páginas de artigos fetichistas pela Internet.
Mas nem sempre o vento sopra a favor e alguns equipamentos que você gostaria de levar pra dentro da cena, custam caro e não estão na vitrine ou nos catálogos. É hora do improviso.
Lembre-se antes de tudo que o jeitinho brasileiro cai como uma luva nessa hora, portanto basta colocar a cabeça para funcionar e criar.
Se a intenção for um cenário sadomasoquista o uso de velas é fundamental, por isso uma passada numa loja de velas decorativas é parada obrigatória. Mas vale a criatividade com o material escolhido. Um pedaço de corda de sisal amarrando as velas dá um toque perfeito às suas pretensões, mesmo que o nó seja desatado para que os pingos sejam utilizados como forma de castigo.
Se dentro do principio consensual a sessão permitir o uso do chicote, que tal improvisar um flogger? Porque na maioria das vezes os sex shops vendem chicote de equitação e o flogger é aquele com um cabo e as franjas penduradas. Como fazer?
Comece por comprar um protetor para cabo de panelas. Prefira os rígidos que possibilitem uma boa “pegada” e nele introduza várias tiras cortadas de uma peça de couro disponível em casa de tecidos. Para mostrar mais intimidade com o BDSM, procure comprar o protetor de cabo de panela da cor negra, adorne com enfeites prateados ou com cordão colorido fino, para garantir um visual mais encorpado ao cenário. Para dar segurança ao flogger, introduza massa de modelar infantil junto com as tiras de couro e aperte bem a boca do protetor com arame de pouca expessura.
Se preferir o uso de prendedores com fivela em lugar de cordas ou algemas metálicas, opte por uma visita a um pet shop onde coleiras de animais podem substituir as famosas algemas de couro. Não há uma medida padrão, porém podem ser feitos pequenos furos que adaptem a fivela à largura dos pulsos que serão presos pelas coleiras. Aproveite para comprar correntes em separado, na metragem que desejar. Servem tanto para prender como enfeites das vestimentas. Se a grana estiver sobrando compre bastante corrente, porque elas ajudam na construção do cenário também.
Tudo pronto pra festa, então é chegado o momento de se apresentar de acordo com a ocasião. Se a mulher for a dominante é indispensável o uso de couro, látex ou vinil. Longas botas, se possível um corselete, maquiagem pesada tendendo para tons escuros, unhas e cabelos na ponta dos cascos. Se ela for à submissa, vale um lindo conjunto de lingerie preta ou vermelha, que deixe mais sexy, vulnerável e desejada.

O mesmo vale para o valete: roupa preta, sapatos também. Pouco importa se for dominador ou submisso, sem um cross dresser qualquer tom dark resolve.
Pessoas com habilidade manual e tendências para artesanato, criam objetos fetichistas incríveis, de dar água na boca a qualquer fabricante.
Tive o prazer de ver e tocar em verdadeiras obras de arte fetichistas feitas à mão com um bom gosto de arrepiar.
O importante é salientar que o fetiche é uma fantasia sexual e, por isso, deve ser tratado com carinho e cuidado e quando o improviso sai melhor do que o que vende nas lojas a satisfação vem em dobro, pela ousadia e destreza.
Faça, pratique, invente, o que vier depois cabe a quem a cena pertence...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O Olhar de Sylja Kuryakin


As vantagens do avanço tecnológico são imensas.
O mundo hoje evolui em um ano o que há quinze anos atrás levava cinco no mínimo.
A Internet, a globalização, e outros fatores, são responsáveis pelo planeta mutante que a geração do novo milênio tem pela frente.
Me acostumei a gostar das imagens produzidas pelo fetiche de bondage desde os anos oitenta, quando fui devidamente apresentado a elas. Primeiro pelas revistas, passei pelo VHS, pelo DVD e hoje navego na grande rede, aliás, chego a produzir bondage do Brasil na Internet.
O “piscar de olhos” é incrível, transforma e impele de maneira muito rápida. Tudo acontece no segundo de um simples click como um passe de mágica. Mas será que toda essa evolução dos tempos de hoje será capaz de produzir os mesmos ídolos que o passado mostrou?
Levando essa teoria para o fetiche que a Internet exibe, qualifica e expurga, qual é a musa dos aficionados colecionadores de vídeos e fotos de bondage hoje em dia?
É, parece fácil, mas não é tão simples assim.
Vou cortar na própria carne: o site Bound Brazil tem hoje em seu elenco cerca de noventa modelos e a cada dia recebo mais fotos ou emails de novas candidatas a musa dos bondagistas assinantes. Desse universo, cerca de dez modelos se destacam na preferência dos membros que sempre elogiam, solicitam trabalhos e as escolhem como preferidas. Resumo da ópera: são muitas e cativam pouco.
Se globalizarmos o resultado é ainda mais expressivo e divisível, levando a conclusão que a quantidade dilui o talento tornando cada vez mais difícil o aparecimento da musa, da desejada, da inatingível.
Lá atrás, quando tudo começou, a indústria fetichista de bondage produziu musas que ficavam em cartaz por mais de dez anos, criavam total identificação com seus admiradores e cativavam um publico sempre seletivo e participativo. Algumas com atuações de três ou quatro anos tinham seu fã clube que reunia gente de todas as partes desejando saber sobre elas, seus dias, sua vida, enfim, pertencíamos à turma do gargarejo.
Outro dia, conversando pelo Facebook com a eterna musa Andréa Neal, falamos nessa relação de ídolo e fã. Sua explicação foi bem simples: “fazíamos com amor”. Aliás, para fazer parte de sua rede de amigos basta me adicionar e ter acesso à página dessa Deusa, onde ela faz questão de recepcionar com muito carinho a quem chega. Hoje está casada, tem um filho e não pensa em voltar a trabalhar em nenhuma hipótese, prefere estar presente na história do fetiche e na lembrança dos admiradores.
Várias musas como Andréa Neal rondaram meu pensamento fetichista por anos a fio e através de uma conversa com meu camarada, colaborador e parceiro Carlos, lembrei de uma dessas maravilhas que apareceram no meu caminho: Sylja Kuryakin.
Pode ser que muitos não a conheçam ou sequer ouviram falar, mas essa Princesa com nome e rosto do leste europeu tinha no olhar o doce sabor da captura, a heroína em apuros, exalando o perigo que todo bondagista congela quando se defronta.
Lembrei de um filme do Eliot Shear e Eric Holman ainda da antiga série EE da Harmony em que a bela Sylja Kuryakin ensina com os olhos o verdadeiro significado da expressão Damsels in Distress. Não recordo o nome do vídeo e nem o ano em que foi produzido, mas tenho a certeza de que essa imagem que eu publico para ilustrar essa matéria é uma das principais razões que me fazem ter a certeza de que bondage é um fetiche único e incomparável, e só quem leva esse sentimento correndo nas veias sabe o real significado do que estou dizendo.
O fetiche vive dentro de nós independente do tempo ou de qualquer fator preponderante. A continuidade depende apenas de nós e de novas musas que queiram assumir um trono que se renova como tudo na vida.
Basta fazer com amor...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O Fetiche Particular


Não é raro ler na internet algumas matérias em que pessoas falam de fetiches.
Está na moda, é chique, mas o resultado nem sempre coincide com a realidade.
Sites ou blogs com dicas femininas procuram passar às mulheres sugestões de roupas e calçados para que elas tenham a aparência de “mulher fatal”.
Mas como seria para nós fetichistas a imagem da mulher fatal?
A lista de idéias seria imensa e infinita, desde o conteúdo por baixo da vestimenta paramentada até detalhes muito particulares. A conclusão é bem simples: o fetiche é totalmente particular, cada um tem a sua preferência.
Detalhes que começam nos cabelos. Soltos, presos em forma de coque, rabo de cavalo, passam pela cor de esmaltes das unhas, no formato das mãos, por axilas lisas ou peludas, da região pubiana e dos pés.
A vestimenta também merece um olhar fetichista: couro, vinil, látex, seda. Botas, sapatos fechados com meias de seda, sandálias, maquiagem, enfim, a “femme fatale” fetichista só é possível descrever através do desejo do próprio amante dos fetiches.
Como explicar o fato de um podólatra gostar de colecionar a pele que solta dos pés toda vez que a mulher vai à pedicura?
Pois é, isto não está em nenhum “manual” ou pertence ao mundo dos estilistas.
Mas é fetiche, praticado por muitos.
Resumindo, milhares de pequenas taras e manias compõem o universo fetichista e por mais que pessoas que não pertencem a esse mundo se esforcem, é muito difícil compreender o que se passa dentro desse globo. Se os próprios fetichistas têm dificuldades de entender gostos diferentes daqueles que estão acostumados, imagine o quanto pesa para quem vem de fora e dá de cara com esse novo mundo de um momento para o outro?
Entender um fetichista e suas nuances é uma tarefa árdua, porque além de esconder simples desejos por timidez ou medo, de uma maneira geral ele não aceita qualquer tipo de negociação sobre o que considera seu nirvana. Este tipo de comportamento é responsável muitas vezes pelo isolamento tão comum entre fetichistas.
A manifestação do fetiche é um sentimento inocente que pode se transformar num vicio incontrolável. É preciso saber conviver com esses desejos estranhos por determinadas preferências sexuais ou objetos.

Aceitar, essa é a palavra mágica que todo fetichista deveria manter acesa como um letreiro de néon toda vez que buscar realizar seus desejos.
Aceitar se relacionar com uma pessoa que está descobrindo seus próprios anseios. Dividir as emoções, deixar que a parceira (o) encontre seu caminho e juntos descubram o rumo para uma convivência feliz.
Portanto, se uma mulher se apresenta “vestida para matar” o melhor é tentar tirar proveito da própria situação sugerida, abrir as portas do mundo sem mentir ou esconder qualquer desejo secreto por mais estranho ou bizarro que possa parecer.
Se não existir razão para um bom começo é muito melhor parar do que apostar num final melancólico e desastroso.
Se o fetiche é particular para quem vive suas experiências, também será pessoal para quem participa de qualquer relação em conjunto.
Respeitar, entender e dividir, não existe maneira melhor de começar uma relação fetichista.
Então, uma roupa adequada é sempre um bom começo...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Dögkeselyű (O Abutre – 1982)


Sempre que me perguntam o significado do termo Damsels in Distress e sua ligação com o fetiche de bondage, me vem à cabeça o exemplo de filmes que marcaram época, para alguns, para muitos, não importa, senão a exibição de cenas em que a atriz está em perigo.
Assisti a este filme há muito tempo atrás e é daqueles em que a cena ficou gravada sem ter um por que, uma lógica exata. É verdade que esta obra do cineasta húngaro András Ferenc ganhou força no começo da década de oitenta abrindo espaço para que fosse possível conhecer um pouco do que se passava dentro de países da então cortina de ferro ou Pacto de Varsóvia para ser mais exato.
Com alguns prêmios na bagagem recebidos em festivais de segunda linha, Ferenc mostra em “O Abutre” um roteiro de suspense dos mais eletrizantes e de final muito pouco provável.
Num tempo de dificuldades econômicas e sociais, um engenheiro tem que se virar como taxista para segurar a barra de suas despesas com a mulher e o filho pequeno. Quando consegue depois de muita luta receber um seguro social que lhe levaria a uma vida um pouco melhor, ele atende a duas senhoras bem vestidas e de excelente aparência, mas ao final da corrida percebe que caiu numa cilada e teve seu dinheiro que carregava na carteira roubado.
Desesperado e com sede de vingança ele começa seqüestrando o cachorro das senhoras, mas como não obtém êxito em receber seu dinheiro de volta, acaba por seqüestrar a filha de uma delas interpretada pela belíssima Maria Glatkowska.
Não fosse o ótimo enredo um motivo para assistir do início ao fim essa trama, as cenas em que Maria aparece nas mãos de György Cserhalmi seriam como gotas num oceano, com uma metragem tão reduzida que passariam despercebidas por qualquer um em meio à história.
Mas na verdade, um bondagista que gosta desse estilo jamais se furtaria a esperar horas a fio por estas cenas, pois exibem uma bela mulher imobilizada num casebre no meio do nada. O realismo das imagens que mostra Maria amarrada de verdade, sem truques baratos, me chamou a atenção e talvez por isso, mesmo passado tanto tempo ainda levo esse filme na lembrança.
Lançado no Brasil pela Globo Vídeos originalmente em Beta Max, um sistema com resolução superior ao VHS que não deu muito resultado por aqui, ter essa obra hoje é uma raridade que alguns colecionadores vendem no Mercado Livre.
Porém não sosseguei enquanto o bravo espadachim Evandro Ynno (salvador dos bondagistas colecionadores) não baixou uma versão digital. Torrei o saco mesmo...
Abaixo os oito links que juntos condensam o filme em partes iguais. Basta clicar e baixar. A versão está em russo, mas como o original é em húngaro e cá entre nós, seria a mesmíssima coisa, vale agora garimpar pelos subtítulos (legendas) e adicionar ao arquivo. O nome original do filme está no cabeçalho da matéria.
Também as melhores cenas de Damsels in Distress numa versão de três minutos.
Uma boa dica para começar bem a semana.

Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5
Parte 6
Parte 7
Parte 8

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A Sombra da Dúvida


Ontem tarde da noite, fui até o Galeto Columbia na Tijuca aqui no Rio com um cara que gosto muito, e além de amigo é o meu médico.
Petiscos e Coca-Cola na mesa, me peguei desconcentrado da nossa conversa porque ao lado algo estranho me chamou a atenção. Devia haver umas doze pessoas descontraídas, conversando, mais ou menos sete mulheres e cinco marmanjos, e de repente uma delas tirou as sandálias pousando os pés no colo da amiga em frente.
Até aí nada demais, porém a morena que acolheu os pés sobre ela passou a acariciar e admirá-los de uma forma tão carinhosa que um fetichista logo percebe e fica ligado.
Não era possível ouvir os papos, as mesas ficam na calçada, além do barulho da rua e das vozes que se misturam como macarronada, tudo impede que se ouça com clareza.
Meu amigo chegou a me cutucar pra prestar atenção ao que ele dizia, mas eu parecia distante com os olhos e pensamento em outro locar, embora ali bem perto. Os carinhos eram tantos e não paravam, causando um ar de satisfação na loira que descansava seus pés num colo macio.
Então pensei: é possível existir mulheres que gostam de pés femininos sem ser bissexuais? Ta bom, quem vê cara não vê coração, mas aquela morena com pinta de rainha de bateria de Escola de Samba nem de longe parecia lésbica...
Os afagos eram visíveis, ininterruptos e carinhosos. Com o rosto quase colado aos pés da amiga, aquela morena assim como eu, não dava a mínima pra conversa ao seu redor e demonstrava claramente que se pudesse beijaria os pés que tanto tocava.
Sei de casos onde mulheres se realizam ao ter seus pés adorados por outras, mas de uma forma submissa, ou seja, algumas dominadoras gostam de ter suas escravas aos seus pés debaixo de ordens, porém, soa mais como um fetiche de humilhação e entrega.
Outras, com menos tendências fetichistas, contam que apreciam pés masculinos e, algumas, confessam meio ressabiadas que olham e admiram os pés das outras mulheres por achar “bonito”. Será?
Como diz uma grande amiga, sempre sobra uma pontinha de desejo escondido dos selinhos nos lábios de tempos adolescentes dentro do banheiro do colégio. Então querer dar uma beijoca nos pés de uma colega tem mais ou menos a mesma conotação.
Como um assumido fetichista, gostaria de ler o que pensam as moças que freqüentam estas páginas. Se é fato que todo homem tem uma queda por ver duas mulheres se acariciando, e isso é um fetiche, aumentaria alguns decibéis se estivesse atrelado a podolatria entre garotas. Ou não?
Estava ficando tarde, por isso pedimos a conta e tomamos o rumo de casa, afinal meu trabalho me espera as dez e ele tinha plantão hoje de manhã. Elas ficaram do mesmo jeito e fui embora com aquilo na cabeça doido pra escrever essa matéria e dividir o assunto.

Easy-Peasy (Extremamente Fácil)

Em qualquer situação complicada é comum buscar o modo mais fácil de resolver.
Com um “stalker” (perseguidor) não é diferente.
Esta é a razão do conteúdo e titulo do filme de hoje do Bound Brazil: Extremamente Fácil (Easy-Peasy).
Carlos deseja encontrar uma forma de invadir o apartamento de uma garota e como se vê impossibilitado de lograr resultado, ataca uma amiga muito próxima e a leva a um local ermo. Consegue o telefone de sua possível vitima sob tortura psicológica em Mayara, que mesmo cedendo e entregando aquilo que deseja o vigarista, é impiedosamente amarrada e amordaçada por ele.
Se fazendo passar por um amigo de Mayara com o intuito de levar uma “encomenda”, Carlos consegue seu objetivo, mas não mostra agradecimento, deixando a bela garota imobilizada até que alguém venha em seu socorro.
O vídeo de quatorze minutos marca a estréia de Mayara no elenco do Bound Brazil e estará disponível hoje para os assinantes.
Com excelente atuação dos protagonistas, Easy-Peasy tem na essência o conceito Damsels in Distress com cenas de cair o queixo.
Confiram!

Um ótimo final de semana a todos!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O Lugar Perfeito


Houve um tempo que o André era o sujeito mais feliz da face da terra.
Vivia o que todos chamam de lua de mel com ele mesmo, tipo “eu me amo”.
Nunca vi ninguém contar as horas para o Domingo passar. Pra ele a musica do Fantástico era tudo de bom que existe no Planeta, e ao amanhecer de Segunda-Feira com um sorriso estampado no rosto corria para o trabalho.
Também pudera...
Podólatra assumido e benzido em sete encruzilhadas, André trabalhava numa sapataria de calçados femininos, o seu lugar perfeito. Você acha muito? Mas tem mais, porque devido ao tamanho acanhado da loja num pequeno shopping, André era o único vendedor disponível e bafejado pela sorte experimentando diversos pares de sapatos nas lindas mulheres que por lá apareciam.
Ardiloso, tinha uma tática infalível para usar e abusar do direito de ver de perto e tocar os pés das centenas de mulheres que pediam algum calçado: trazia sempre um número errado e quando ficava apertado ou folgado, colocava a culpa no fabricante sem o menor escrúpulo para buscar outro e ter a sorte de ficar aos pés de suas eleitas.
Assim passava seus melhores dias, mas havia um problema porque de tanto ver o mar e não poder nadar aos poucos se abria um abismo entre sua realidade e seu sonho. Viver de punheta é complicado...
Um ano trabalhando na mesma loja e colhendo as migalhas que lhe garantiam as masturbações, conheceu uma garota de uma loja vizinha e sucumbiu ao compromisso de gostar. Confessou-se amante de pés, achou reciprocidade e por respeito à pessoa que entrara recentemente em sua vida abandonou os devaneios no entra e sai de belos pés em maravilhosas sandálias.
Os dias felizes deram lugar a outros mais intensos e correspondidos, o que o fez abdicar do emprego em busca de algo mais sólido, pois já pensava em casamento.
Arranjou um emprego num banco e foi feliz pela segunda vez.
Mas nada como um dia após o outro com uma noite bem dormida no meio, e a ânsia da juventude fez com que sua relação fosse parar dentro do ralo. Terminaram.
André ficou sem chão e já não sabia se um dia seria possível encontrar alguém que lhe fosse tão recíproca e amante. A inevitável dor de cotovelo chegou com força e o arrastou de cara pra depressão.
Jurou nunca mais gostar de pés, odiou o fetiche e renegou seu próprio instinto.
Passou dias no escuro sem achar uma saída para seus males. Passou a viver num corpo sem vida, inerte, sem sonhos e fantasias.

Porém o tempo tratou de lhe curar as feridas e mais adiante encontrou uma pessoa por quem se encantou. É sempre assim, a vida é assim. Do fundo do poço pra debaixo do primeiro arco-íris.
André aceitou o desafio e foi viver ao lado de uma pessoa mais madura, sem os devaneios juvenis que lhe faziam acreditar estar diante de um caso concreto.
Reviveu o fetiche e foi correspondido, mas não fez juras de amor à felicidade para não morrer do mesmo mal, embora vivenciasse um presente melhor que o passado recente.
Quase um ano depois, passeando com sua mulher no shopping onde havia trabalhado, André viu-a atraída pela vitrine da loja que um dia fora seu nirvana. Em seu lugar um casal de discretos vendedores, e sem dar uma palavra sentou-se ao lado da esposa e assistiu imóvel o rapaz lhe trazer e calçar o sapato.
Naquele momento um filme lhe passou diante dos olhos quando se viu naquele lugar, e descobriu que a perfeição estava sentada ao seu lado, quando sua mulher lhe mostrou os pés calçados e perguntou: gostou?

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A Cena “Quase” Perfeita


Ninguém aprende o fetiche na escola, e embora existam cursos com noções de determinadas práticas, eles somente têm sentido depois de virem à tona certas emoções.
É necessário sentir o efeito que uma imagem produz dentro do subconsciente, quando acende a chama e dispara uma bomba de milhões de toneladas dentro do peito.
Fetichistas nascem fetichistas, e a descoberta depende do tempo de incubação que o sentimento tarda para se manifestar.
Mas de repente existe uma imagem bem na nossa frente que estampa tudo aquilo que imaginamos como nosso desejo mais intenso, e o controle é tão difícil quanto andar na corda bamba. Podemos então dizer que se produziu o efeito desejado.
A idéia é tentar colocar cada pingo em seu devido “i”, por isso vou falar na minha cena perfeita.
Claro que como produtor e bondagista declarado, centenas de imagens que criei levam um pouco do que por anos habitaram os meus dias. A receita é simples: gostar.
Algumas pessoas desenvolvem habilidade para realizar trabalhos de bondage mesmo sem ter a veia bondagista, porém, sem a orientação necessária acabariam apenas copiando o que os mestres idealizam.
Hoje li uma matéria pelo Twitter sobre o crescimento do mercado fetichista no Brasil no site da Abril: http://tinyurl.com/yk9hxer
O fotógrafo Thiago Marzano cita a novela Viver a Vida da Rede Globo onde mulheres e casais procuram profissionais para ensaios fetichistas e ele próprio se confessa atraído pela idéia, a ponto de expor seu trabalho na Erotika Fair.
Tudo isso é muito bom, eleva a condição do fetiche, mas ao mesmo tempo coloca em xeque profissionais que adquirem a tal habilidade em realizar amarrações sem ter o feeling fetichista correndo por dentro. Eles copiam, nada além disso.
Em resumo, nem só de técnica vive um bondagista e essa não é a única das virtudes.
Viver cada segundo de uma cena, uma sessão, e depois apreciar a obra, a pessoa que está indefesa tentando se libertar ou sucumbindo ao efeito punitivo e restringido que as cordas realizam.
Isto é bondage e não importa se o estilo é americano, japonês, brasileiro ou francês, porque a essência deve estar acima de tudo, assim como o prazer de quem realiza a cena, sem pensar em detalhes fotográficos que os profissionais cuidam.

Hoje divido meu bondage aqui no blog, num site comercial para poder cobrir os custos de um trabalho, enfim, vivo em busca da cena perfeita, aquela que dorme dentro da minha imaginação e ainda não foi possível traduzir numa imagem.
Exorcizei meus próprios demônios e assumi o que gosto sem medo de ser feliz, porque a felicidade está dentro do nosso sentimento.
Durante anos passei meu conhecimento a muitos, da mesma forma que recebi de outros.
Realizei o sonho de criar um site genuinamente brasileiro, consegui formar uma mulher bondagista de excelência (Mistress Korva) e, mesmo no papel de produtor de filmes, ainda me arrepio com uma bela e eficiente amarração de bondage.
Alguns acham defeitos em meu trabalho, por essa razão ouço e procuro desenvolver mais e mais, sem pensar que o tempo de prática é suficiente para me sentir acima do bem e do mal.
Em minha opinião há duas conclusões a tirar: não existe bondage sem um bondagista de verdade e não existe um bondagista sem uma mulher para dividir a cena perfeita.
Fora isso é plástica sem conteúdo.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O que menos importa


Num mundo cada vez mais rotulado de siglas e significados é comum que se defina o personagem que mais se enquadra no perfil das pessoas. E por que personagem?
Porque nosso caráter e comportamento definem a maneira de atuar nesse grande cenário chamado vida.
Daí essas pessoas podem ter um lado B através de uma vida fetichista, que nem sempre pode estar estampada no currículo de cada um, mas engana-se quem pensa que na porta de entrada deste mundo as características pessoais ficam do lado de fora, porque elas refletem diretamente pelas atitudes e convivência.
Por isso, o que menos importa quando me relaciono com pessoas fetichistas é o segmento o qual essas pessoas pertencem. Dominadores, submissos, podólatras, bondagistas, voyeur e exibicionistas, bizarros, enfim, valorizo o ser humano e suas virtudes sem elogiar ou desmerecer seu modo de ver as coisas.
Tantos anos de experiência nesse mundo fetichista me levam a concluir que até mesmo nas pessoas com tendências fetichistas mais “perversas” habita um lindo anjo azul. Pois é, que se danem os psicólogos que pensam o contrário, porque é preciso ter convivência com determinado segmento social para poder traçar um perfil das pessoas que a ele pertencem.
E este longo prefácio, me serve de introdução pra falar na alegria de ter tido o prazer de passar um final de semana ao lado de uma dessas pessoas que a vida nos dá de presente a cada dez anos.
O convívio com minha amiga Lady Vulgata não só me possibilitou ter esta certeza, como contribuiu em vários aspectos para meu aprendizado e conhecimento. Para um fetichista esta busca por informação deve ser eterna e quanto mais houver oportunidade de estar ao lado de pessoas que possam somar, melhor para quem souber aproveitar a chance e evoluir.
Por mais que as páginas de um blog carreguem um pouco do que o autor dos textos pensa, nada melhor que ver de perto, de sentir as emoções de suas histórias, apreciar uma visão diferente daquela que escolhemos como única.
Se aqueles lindos olhos verdes pudessem falar, eles contariam as aventuras de uma severa Mistress em seus momentos de glória, mas ao mesmo tempo sussurrariam baixinho toda a doçura que emana de uma alma ímpar, cheia de alegria e humildade.
Como é bom saber que o fetiche não permite arrogância e estupidez, que o tesão não modifica a personalidade de ninguém quando existe coerência e sabedoria para entender o certo e o errado.
Enfim, foram dias de cansaço e trabalho árduo em meio a produções dos mais variados tipos para fazer o site Bound Brazil decolar em seu primeiro ano de existência. Mas foram dias incríveis, que reverenciaram uma rainha presente num reino bondagista, sem preconceito, sem dogmas, com a alma nua expondo sentimentos e opiniões construtivas.

O site uniu como os nós que apresenta, recebeu de braços abertos quem dele se aproximou com pureza de espírito, e segue representando um desafio para corações e mentes que ousaram construir um castelo num mundo de areia.
Pode ser filosófico, mas não é um clichê barato recheado de rimas bregas e oportunistas.
A verdade é uma só: a fortuna sorri aos audazes. E se isso for realmente verdade, haverá o dia do reconhecimento, do juízo final, mas antes é melhor aproveitar os momentos que a vida proporciona da forma mais simples.
Porque viver com simplicidade é o caminho para conviver com gente decente, honesta e brilhante.
Lady Vulgata, obrigado por ter vindo, obrigado por acreditar, obrigado por tudo!

(Foto: Mayara com estréia prevista para Sexta no Bound Brazil)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Anjos, Demônios e Novidades.


50

Diz à numerologia que o número cinqüenta tem em seu aspecto positivo o sucesso.
Se é mesmo verdade, e meu lado místico gosta mesmo de acreditar nisso, tenho o prazer de anunciar que o Bound Brazil exibe a seus assinantes o vídeo de numero cinqüenta.
Com o site prestes a completar um ano de existência, dá uma ponta de orgulho saber que essa marca foi alcançada com muita luta, trabalho e criatividade de todos que se juntaram nesse projeto que já se mostra infinito, afinal, se somados estes clipes tem a metragem total de mais de treze horas.
Bastou produzir o primeiro e na mesma balada idéias foram aparecendo criando know-how para que novos objetivos sejam vislumbrados. Destes pequenos clipes, ganhamos conhecimento para num vôo mais alto produzir nosso primeiro longa que estará à venda em nossa loja virtual a partir da próxima semana.
Então vamos ao vídeo de hoje.
“Devil or Angel”, (Anjo ou Demônio) tem no elenco Sally Pepper que faz sua estréia como uma grande promessa de ser uma bondagette de excelência, encenando uma garota “mandona” que faz valer sua vontade de não deixar sua amiga sair para uma festa. Morena é amarrada em diferentes etapas chegando a incríveis sessenta metros de cordas utilizados para a imobilização.
Daí o titulo do vídeo, porque se para muitos é uma maldade sem precedentes tantas voltas de corda, para os amantes dos laços e nós Sally Pepper é um anjo, realizando a fantasia perfeita.
Mas uma terceira personagem (Carolina) entra em cena para mudar o rumo da história e Sally pode ser vitima de suas próprias cordas, porém o final fica reservado para quem tiver a chance de assistir o filme.
Muito em breve estaremos chegando à centena, e se conseguimos caminhar até aqui nada mais me assusta.

Novo site do Mestre K@

Para quem gosta de uma boa leitura BDSM, ilustrado com vasto material fotográfico de qualidade, nunca é demais lembrar que meu amigo Mestre K@ está de endereço novo e roupa de gala.
No remodelado Reino de K@ é possível viver as emoções de um lugar imaginário através de uma viagem fetichista que qualquer um gostaria de experimentar, principalmente porque suas escravas (todas com nomes começados pela letra K) recepcionam os visitantes com toda a pompa tradicional.
Num mundo de magia recheado de gostosas fantasias de dominação e podolatria, tudo é permitido sem se importar com a vida real.
O Link: http://www.mestreka.com/




Sabadão

Amanhã tem um daqueles Sábados de bondage que será motivo de matéria aqui na próxima Segunda. Com direito a estréias e uma visita de Gala, é estar preparado para um festival de novidades que vem por aí. Haja Coração!

Um bom fim de semana a todos!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A Nossa Kate Mahoney


Somos bondagistas e como tal temos nossas heroínas.
E de onde elas surgem? Do fundo da nossa imaginação, do que captamos nos seriados de TV, nossas musas, namoradas, esposas e amantes.
Nossas heroínas habitam nossos sonhos e desejos que às vezes, durante um longo tempo vivemos de forma clandestina, na calada da noite.
Queremos capturá-las, salvá-las, pouco importa, criar uma sensação indescritível que só passa despercebida por quem nunca conseguiu sonhar este sonho.
Quantas vezes quisemos ser os vilões, torcemos por eles em busca da cena perfeita pra ficar gravada na memória e quem sabe um dia virar realidade inserida numa gostosa fantasia com alguém que sonhamos um dia conhecer.
Somos bondagistas sim, e essa essência inocente é o que nos move, nos une como os nós que tanto gostamos de fazer, de ver. Nos chamam detalhistas, sistemáticos, fetichistas sem sal, sem tempero, mas temos orgulho de gostar daquilo que só a nós pertence.
O love bondage é muito mais de um simples conceito fetichista, é o amor que temos por esse sentimento que consideramos tão perfeito que jamais ousamos pensar em existir sem ele. Vem da alma, como algo inexplicável que sequer perdemos tempo em saber como foi parar ali.
Gostamos de cordas, de lenços, de fitas adesivas, de algemas, de pés (amarrados de forma lateral ou cruzados, descalços ou calçados), vivemos nossos detalhes da maneira que mais nos convém, que mais nos excita.
Cada um com sua pequena diferença, de contexto, de conteúdo, de emoções.
Mas somos uníssonos quando criamos as nossas heroínas e dividimos entre nós na mais plena harmonia que impressiona a quem jamais imaginou que esse bando de loucos pudesse existir.
Imaginem um jogo de cartas onde cada um trouxesse a sua dama. Agora pense numa roda de praticantes trocando essas cartas de diferentes naipes, com a alegria de poder perceber no cara ao lado a mesma interação à sua canastra. Depois, embaralhe as cartas e coloque-as viradas do avesso para que cada um possa reencontrar sua dama preferida.

Dali diversas heroínas seriam citadas e a mais pedida, mencionada em todas as listas, seria a eleita.
Não viajamos num trem sem destino e tão pouco trafegamos numa estrada sem fim, temos nossos delírios sem ser sonhadores banais tentando viver fora da realidade. Apreciamos a fantasia e defendemos nossa bandeira com consciência absoluta de saber o que queremos.
Sempre haverá espaço para novos bondagistas e suas heroínas, vilões e heróis com suas artimanhas para que nosso desejo nunca se perca nas sombras do preconceito e da incompreensão.
Qual mulher em sua vã filosofia pessoal, nunca sonhou ser capturada e depois libertada por seu salvador?
Queria estar nesse sonho e se um dia puder nascer de novo, minha maior alegria seria ter o desejo de ser um bondagista.


Kelsie Chambers e Andrea Neal, duas das mais solicitadas heroínas de videos de bondage.

Kate Mahoney foi à heroína de um seriado de televisão chamado no Brasil de “Dama de Ouro” na década de noventa.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ciúme


O que é o ciúme? O ciúme, em princípio, é um sentimento tão natural ao ser humano como o tédio e a raiva. Nós sempre vivenciamos este sentimento em algum momento da vida, diferem apenas suas razões e as emoções que sentimos.
De positivo a proteção, de negativo a destruição de uma relação.
Daí é possível traçar um paralelo entre ciúme e inveja, citar a questão patológica quando esse tipo de sentimento, que aparentemente é inocente, se transforma em paranóia e diversos outros aspectos estudados por psicanalistas.
E quando o ciúme interage com uma relação fetichista?
Está preparado? É pedra ribanceira abaixo...
Muitos negam, mas a grande maioria dos dominadores ou donos sente um ciúme doentio e incontrolável de suas submissas, escravas, quando se aproximam de alguém fetichista como eles. Não falo isso da boca pra fora, porque presenciei casos que por pouco não terminaram em tragédia grega.
A mulher dominadora lida melhor com essa relação do que o homem quando está no comando das ações. Talvez pelo machismo histórico ou pelo próprio sentimento de poder sob a pessoa a quem “possui”, o certo é que em determinados casos eles chegam a proibir adicionar outros “senhores” em sites de relacionamento social ou até mesmo em blogs construídos em sua homenagem.
Num mundo reduzido onde poucos se assumem, o ciúme fetichista pega mais que gripe no inverno e ninguém está imune, porque não existe vacina, ainda.
Quem sente ciúme tem a compulsão de verificar constantemente as suas dúvidas, a ponto de se dedicar exclusivamente a invadir a privacidade e tolher a liberdade do parceiro: abre correspondências, bisbilhota o computador, ouve telefonemas, examina bolsos, chega a seguir o parceiro ou contrata alguém para fazê-lo. Toda essa tentativa de aliviar sentimentos, além de reconhecidamente ridícula até pelo próprio ciumento, não ameniza o mal estar da dúvida, até o intensifica.
E esse tipo de reação que a pessoa trás ao longo da vida vai se refletir com mais intensidade ainda na cadeia fetichista. As opções são poucas e raras, tipo assim: “a nega é minha ninguém tasca eu vi primeiro...”.
A timidez e a insegurança, comum em algumas pessoas com tendências submissas atenuam o ciúme que os faz atingir níveis insuportáveis, causando escândalos e discussões exacerbadas até mesmo na presença de terceiros.

O fato é que ninguém gosta de ver a pessoa amada sendo cortejada, admirada. Por menor que seja a reação sempre causa uma dor lá no fundo do cotovelo. Há os que se controlam e os que descarrilam como um trem desgovernado.
Algumas pessoas costumam chamar certas reações de ciúme brando, mas na verdade o sentimento é igual, o que muda é o controle que o ser humano tem sobre suas emoções.
O ciúme pode até matar quando se transforma em ódio, que o diga Otelo e sua Desdêmona. Por isso é bom estar seguro e admitir uma verdade imprescindível: ninguém fica com ninguém quando não quer. Se flertar com outro é porque a relação foi para o espaço e tentar seguir em frente é causar aborrecimento desnecessário para ambos.
Assumir a perda, reconhecer os erros que levaram a esse epílogo é uma forma de aprendizado para um possível novo relacionamento mais estável e duradouro.
Assim é a vida, assim também tem que ser num relacionamento fetichista.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Outubro de Novidades


Essa é para quem gosta de bondage.
Segunda-Feira com cara de Domingo, fim de feriado prolongado, nada de matéria, de tópico, publico hoje as novidades de Outubro do site Bound Brazil.

Terps e Anna pra quem gosta do fetiche tipo “Outside”, com cara de Rio de Janeiro numa tarde de sol.



Carolina mostra uma tendência muito interessante e sempre solicitada, onde a menina é capturada na saída do banho, ainda de toalha.

Por fim, Alessandra que fez sua estréia num bondage dentro do ambiente de trabalho.


Três sets diferentes mostrando o fetiche de bondage em várias tendências, esse é o espírito do Bound Brazil prestes a completar um ano de existência.
Na próxima semana o arquivo fotográfico ultrapassará as onze mil fotos e cinqüenta vídeos.

Uma canja para os amigos do blog com essas mulheres maravilhosas mostrando tudo aquilo que mais gostamos...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A Tarde Negra (Marrom)


Marcou tudo com a devida antecedência.
Algemas, chicotinhos, grampos, na maleta do cara era tudo arrumado com cuidado.
Horácio é perfeccionista, tudo que faz e planeja tem o devido cuidado e organização.
Dominador de corpo, alma e coração, leva o fetiche tão a sério que às vezes discutimos porque brinco com algumas coisas aqui no blog. Mas não nos faltam amizade e respeito.
Conheceu a Wanda, totalmente submissa sexualmente, mas de uma personalidade muito forte, o que difere com exatidão a submissão sexual da social. Uma coisa nada tem a ver com a outra.
Marcaram passar um Sábado inteiro juntos e resolveram ir a um Shopping Center para comer Sushi. Se esbaldaram num rodízio à japonesa e meu bravo amigo Horácio passou dos limites. Comeu como um legionário faminto, o que vinha traçava sem o menor constrangimento, deixando uma preocupação na Wanda se agüentaria ou não todo o tesão prometido.
E lá foram eles, felizes e contentes até pararem no primeiro Motel que havia pelo caminho. Ela estranhou a princípio porque haviam feito outro roteiro e aquele lugar não estava nos planos. Porém não sabia que a barriga do Horácio dava mais voltas que uma montanha russa desgovernada e tudo que ele queria era o primeiro banheiro decente que houvesse pelo caminho...
Sem graça, desengonçado e com o suor frio escorrendo pela face, Horácio se apressou em descer do carro já na garagem privativa e abrir a porta da suíte com pressa. Wanda notou que algo se passava e até imaginou o problema, por isso nem se importou com a correria do organizado Horácio que até a estimada maleta deixara pra trás no banco do carro.
Entrou como um louco quarto adentro e por pouco nem tem tempo de abaixar as calças.
Sentou no trono desajeitado, meio de lado e defecou como um príncipe a ponto de perder as forças a cada “golfada”. O pior é a pouca privacidade que os banheiros de Motel oferecem aos freqüentadores, a curta distancia entre a cama e o toalete, o que faz com que o odor e o barulho denunciem a pessoa que está em palpos de aranha.
A diarréia parecia infinita e a cada tentativa de terminar Horácio se via as voltas com as cólicas e a caganeira. Visivelmente incomodada, Wanda abriu a janela para se livrar do cheiro desagradável, enquanto o Horácio seguia trancado no banheiro.
Fraco e molhado após uma ducha fria para se livrar dos males, Horácio ajeitou-se ao lado da namorada implorando por compaixão. O ruído das cólicas saltava os olhos e para o trono ele foi pelo menos umas quatro vezes antes de desistir.
Assumiu a derrota como um lorde e prometeu revanche.
Hoje admite a broxada com bom humor e carrega consigo uma decidida certeza: Wanda sempre, Sushi nunca mais!

UM BOM TRABALHO?

Qual bondagista nunca sonhou com uma colega de trabalho, bem próxima, toda amarradinha como manda a regra do fetiche?
Pois pensando nisso, o vídeo de hoje do Bound Brazil – Good Job – torna esse sonho totalmente possível.
Na estréia da bela Alessandra, um “certo” colega de empresa faz realmente um bom trabalho, de bondage é claro.
Amarrada e amordaçada, tentando ajuda através do telefone sem sucesso, ela mostra como uma estreante deve se apresentar aos admiradores do fetiche.
Num excelente trabalho de edição e filmagem da Lucia Sanny e Evandro Ynno, o vídeo de doze minutos e meio está disponível para download a todos os assinantes do site na noite de hoje e é daqueles de guardar no cofre.
Junto com o lançamento, um photoset de sessenta fotos da novata Alessandra (foto).

Um bom final de semana (prolongado) a todos!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Coisas que agente não esquece


Quem sabe a chuva me deixou nostálgico a ponto de contar uma história, ou pode ser que em algum momento tenha lembrado disso como se estivesse num fundo de baú trancado a sete chaves, vai saber, o fato é que certos momentos ficam mesmo marcados e reviver dá até saudade.
Era início da década de oitenta, muito jovem senti aquele término de um namoro que já durava cinco logos anos como uma paulada na cabeça. Passado um mês, notei que terminar uma faculdade e iniciar a outra ao mesmo tempo além de trabalhar em expediente de seis horas por dia mais nos finais de semana, não me deixava muito espaço pra ficar pensando. Foi aí que apareceu a Rose na minha vida.
Típica carioca morena clara de pele macia Rose era irmã de um amigo e apesar de nos conhecermos há tempos, nunca rolou qualquer tentativa de aproximação, porque além de ser comprometido ela conhecia a minha então ex namorada.
Mas numa das viradas da vida acabamos nos embolando depois de uma noitada e então pude notar sua exuberância naquele motel. Saí de lá com mil idéias e planos e como um legitimo “tarado” me preparei para o ataque...
Dois dias depois, numa Segunda-Feira no silencio da noite, assisti na Bandeirantes ao filme “Horas de Angústia” (Terror Among Us), já falei dele aqui, e aquelas aeromoças amarradas e amordaçadas selaram o destino da Rose: era assim que eu a queria!
Até então, meu bondage era inocente demais, sem muita imaginação ou ousadia. Quando conseguia começar a conversa sobre o fetiche e colava, tudo acontecia na base do improviso, corda era cadarço de tênis, tira de roupão quando a grana dava para uma suíte, ou qualquer coisa parecida que estivesse por perto. Mas depois daquele filme decidi que tinha que ser com roteiro, iria viver minha própria saga bondagista e ponto final.
No Sábado seguinte com a Rose engatilhada, fui até uma loja de ferragens e comprei dois rolinhos de cinco metros cada daquelas cordinhas de três milímetros de espessura que se usa para pendurar secador de roupas. Bolei meus primeiros cortes desajeitados e resolvi apresentar minhas armas durante a “batalha”.
Naquela época eu tocava na boate do Clube Costa Brava aqui no Rio de Janeiro no bairro do Joá, e aquela vista do mar aberto, mesmo à noite de cima da ponte era ponto de partida para arrastar aquela morena e saciar meus desejos. Parei de tocar lá pelas duas da madrugada, e a Rose já calibrada de Martini Doce (ela era louca por isso!) nem pestanejou em terminar a balada numa cama quentinha.
Era verão e ela naquele vestido branco e de sandália de tirinhas branquinhas me deixava tremulo pra guiar o carro. Quando apresentei as cordas já dentro do motel, tremi mais que vara verde, mas mantive minha pose soberana de saber o que fazia. Foi então que a safada me sussurrou no ouvido: “o que você vai fazer comigo com essas cordas...”.
Tive que segurar pra não babar ali mesmo, porque o Zé Mané lá embaixo deu sinal de vida de uma forma incontrolável...
Tirei seu vestido e amarrei cada pulso em cada tornozelo, deixando-a aberta e vulnerável com uma mordaça branca entre os dentes que armei com as tiras do roupão.
Percorri cada detalhe do corpo perfeito com minha língua como se fosse uma estrada na direção do paraíso, fiz aquela mulher ter múltiplos orgasmos antes de explodir no final de uma sessão de bondage das mais completas que já tive...

A Rose foi minha primeira modelo e parceira de bondage de verdade. Com ela experimentei o que minha cabeça ordenava, mãos às costas de quatro, mãos e pés amarrados na banheira de hidromassagem, enfim, desejava e fazia com cumplicidade total, porque até aquela mulher só havia recebido permissão para a prática de bondage, porém a Rose praticou junto comigo e curtia cada momento com um prazer que me assustava de tão intenso.
Da merda à glória em tão pouco tempo, era difícil de acreditar e confesso que me achava o cara mais feliz desse planeta, até que um dia uma pessoa a quem tenho em alta consideração e respeito, com quem ainda me relaciono mesmo passados tantos anos, me chamou num canto e contou sobre as aventuras da Rose quando não estava comigo.
Desci do altar com dignidade e chamei-a as falas. Mas ela foi tão sincera ao afirmar que nada havia além de uma aventura que me dei conta ser a pura verdade...
A Rose era uma mulher livre que só se prendia quando estava amarrada na cama. Ela argumentou que eu acabara de sair de um relacionamento muito sério e se dizia jovem demais para deixar de usufruir o que a vida podia lhe dar de melhor.
Minha fantasia produziu o efeito desejado e ela confessou que aproveitou cada momento como se fosse o ultimo, mas havia outras a buscar das quais eu não fazia parte.
Fiquei com as lembranças de um verão inesquecível, tanto que anos depois me restam palavras pra escrever sobre a Rose e minhas fantasias de bondage.
Nunca mais soube nada dela...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Festas Cariocas


Então o fetiche resolveu de vez invadir a noite carioca e se instalou no berço da boemia desta cidade. O bairro da Lapa com suas lendas, histórias e uma ascensão meteórica de uns anos pra cá, virou palco das festas fetichistas que acontecem no mês de Outubro no Rio de Janeiro.
Sigam a seta e anotem o endereço: Heavy Rock – Rua do Riachuelo 18, Lapa.

Nesta Sexta, dia nove, o fetiche entra em cena no Chopp da Vamp.
Um evento que já faz parte do calendário fetichista que começou num encontro tipo roda de amigos, hoje recebe as práticas fetichistas de braços abertos num esquema estilo happy hour, com início às cinco da tarde.
Mistress Vamp manda avisar que a festa tem hora pra acabar e só rola até às onze da noite, sem direito a after hours.
Por isso, é bom se apressar e chegar o mais cedo possível para garantir espaço na festa.




Para os anjinhos, maus ou bons, Mrs. Nefer está anunciando a próxima edição da badalada Festa Fetixe. (Com X mesmo, igual à cruz de Santo André, um símbolo fetichista).
Fetixe Angel Night, é o nome do evento que acontece dia quinze de Outubro no mesmo Bat Local.
Esta é a centésima décima sétima (ufa!) festa Fetixe no sétimo ano de existência.
Os números não mentem, o que garante aos freqüentadores um evento de peso, digno de figurar entre os melhores do país.
Podólatras, dominadores e rainhas, submissos, bondagistas, enfim, fetichistas em geral fazem da Fetixe um ponto de encontro e com certeza lá estarei assim como em tantas outras edições para sentir a força dessa comunidade que se multiplica a cada nova festa da Nefer, aonde todo simpatizante que chega é acolhido por quem gosta e conhece esse mundo.
A Fetixe começa às oito da noite e só acaba quando a bateria fica fraca. Portanto aproveite até a última gota...
Informações complementares e lista amiga no site: http://www.fetixe-rio.com

Concluindo, para quem sempre envia email a respeito de programação de festas e eventos fetichistas, uma excelente dica com opções diferentes de um mesmo segmento.
É escolher a melhor roupa preta ou dress code e partir sem pestanejar, afinal para quem mora por aqui nada melhor que comparecer aos dois eventos.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

A Dura Realidade


Um dia alguém me falou: “o certo seria conseguir apoio político e tentar reconhecer o BDSM como uma sub cultura. Assim como os homossexuais ‘conseguiram’ quem sabe...”.
Conseguiram o quê? Ter direito a uma união estável onde o parceiro (a) fica com a pensão? O que mais? Nem a adoção lhes é permitida, porque uma juíza alegou que uma criança necessita chegar aos doze anos de idade para entender perfeitamente a sexualidade, claro porque esta magistrada imagina que essa pobre criatura indefesa pode ser influenciada, inserida num mundo mundano pelas mãos de inconseqüentes.
E o que pensaria esta senhora dos fetichistas? Melhor nem tentar começar a imaginar...
Quem pagaria o lobby em Brasília para que os ilustres legisladores votassem a favor de uma causa tão insignificante sem molhar o bico?
Embora saiba perfeitamente que esta nação está longe de ser o País das Maravilhas, confesso que muito se assemelha à Terra do Nunca, mas que nada tem de parecido com a história de Peter Pan, simplesmente porque aqui nada acontece Nunca.
Se um possível bem intencionado (êta, coisa rara...) realmente pensasse em propor tal reivindicação o primeiro fetichista a se apresentar perderia a guarda e o direito de ver os filhos, seria considerado incapaz, louco, pervertido e poderia sofrer a perseguição implacável do órgão repressor do novo milênio, legitimo sucessor do antigo SNI, a idolatrada Policia Federal.
Apareceriam jovens promotores que iriam para a televisão com palavras de ordem, seria instaurada uma caça às bruxas e aos bruxos, padres e pastores nos excomungariam sem piedade.
Então pra que buscar reconhecimento? Pra chegar ao trabalho, em casa, numa roda de amigos batendo no peito se auto-intitulando fetichista? O preconceito seria ainda maior, ninguém suporia chegar perto de alguém com essas “virtudes”. Seríamos tarados, porcos e violentos. E eles?
Bom, quem ousaria falar de uma “autoridade” que estupra crianças, que rouba o erário público, que se apodera do dinheiro do povo em beneficio próprio, vive à beira do caos, de escândalos, que pratica sexo anal de modo selvagem na calada da noite com prostitutas pagas com cartões de crédito oficiais, claro tudo em nome da transparência...
Esta gente que iria defender a minha causa? Desculpem, mas prefiro a clandestinidade coletiva à exposição em praça pública.
Tudo que se mistura a política cheira a falcatrua por essas bandas, ninguém faz nada de graça, nem ajuda sem ser “ajudado”. Por que tentar convencer o mundo, as pessoas, que nosso sexo tem fundamento mesmo sendo diferente?
É muito melhor abrir as portas da minha casa e receber quem eu quero, quem pensa na minha sintonia, quem comunga com meus sentimentos, pelo menos assim eu vivo em paz.
Que
persigam as minhas idéias, o que eu escrevo, o que eu publico, mas deixem minha vida de lado porque problemas eu tenho muitos a resolver todos os dias e nunca precisei de nenhum político para tratar dos meus assuntos.

Eu era criança e me lembro do dia em que a Leila Diniz colocou um biquíni expondo a gravidez na Praia de Ipanema e depois foi ao Programa do Flávio Cavalcanti falar um monte sobre a ditadura. Tocou um foda-se geral e nunca mais apareceu nas telas do cinema até morrer num acidente de avião três anos mais tarde. Hoje, milhares de mulheres exibem suas lindas barrigas prenhas em qualquer praia e nunca precisaram de apoio político pra tal, simplesmente seguiram um exemplo e resolveram ousar.
A ditadura foi para o espaço, ninguém lembra dos babacas que condenaram esse gesto de liberação e a Leila virou um símbolo não de luta, mas de atitude.
É disso que precisamos: de atitudes.
Se somos fetichistas devemos assumir perante nós mesmos e a quem nos entende, nem que seja num clube fechado, dentro de casa, em qualquer lado desde que diante de um olhar que respeite, que admire, que jamais condene.
Ninguém precisa se expor ou procurar auxílio onde à porta tem cinqüenta trancas. Não cometemos nenhum crime, nascemos assim e temos o direito de expressar nossos sentimentos como qualquer um, exigimos respeito e preservamos nossa dignidade.
Não devemos nada a ninguém, por isso tenha sempre em mente aquele sábio ditado: “quem com porcos se mistura, farelos come”.
Conheço muitos fetichistas e pessoas bacanas em Brasília e isso é só o que vale a pena.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O Melhor de Dois Mundos


Ela tinha um casamento sólido, um marido bem posicionado e uma vida estruturada há alguns anos. A casa em ordem, planos para ter filhos e segurança.
Aos vinte e sete anos descobriu que existia o fetiche numa viagem a Bruxelas com seu marido e ficou de boca aberta, queria experimentar viver aquele conto de fadas, mas ele fechou a porta para as aventuras que rondavam a sua cabeça.
Decidida ela encontrou o caminho da Internet e nos bate papos acabou se envolvendo numa transa fetichista com um cara que também era casado, e por cinco anos sustentou uma vida dupla onde conseguiu encontrar o que de melhor havia nos dois mundos que passou a habitar.
Hoje seis anos se passaram e ela mostra uma cultura fetichista invejável, mas o castelo de mentiras trouxe conseqüências nada agradáveis. Seu casamento antes sólido e feliz se afundou em problemas e descaso que culminaram numa iminente separação. Os filhos não vieram e ela se sente frustrada embora acreditando que o pior já passou.
O parceiro fetichista vive feliz, segundo suas palavras, e conseguiu segurar a barra sem destruir o que havia conquistado a tal ponto que lhe faz pensar que tudo foi orquestrado, que caiu numa armadilha ardilosa em ser a “outra” por tão longo tempo.
Reencontrei a Valentina com trinta e três anos e muita história pra contar, ainda que sem um rumo definido ela se auto-analisa em busca de um relacionamento perfeito. Nunca deixou de sonhar com o fetiche dentro de casa, tem certeza absoluta que vai conseguir, porém suas atividades profissionais dos dias de hoje não lhe deixam tempo de sobra para um possível novo envolvimento.
Switcher com tendências dominadoras ela não tem pressa, mas com a absoluta certeza de que vai conseguir conciliar uma vida a dois e o fetiche debaixo do mesmo teto, aposta todas as suas fichas numa grande cartada que espera viver, tudo a seu tempo sem pular etapas.
Valentina me autorizou a falar de sua vida aqui nessas páginas porque considera importante relatos que conjuguem fetiche com vida pessoal. Relacionamentos partidos existem aos montes e o envolvimento do fetiche nesses casos é quase imperceptível. Entretanto este é um caso comum para pessoas que tentam levar a fantasia sexual para dentro de um namoro ou um casamento e não são correspondidas.
Não é fácil viver duas vidas, optar por um caso extraconjugal para satisfazer desejos sexuais e voltar pra casa tentando acomodar as coisas representando um papel, como se o melhor do filme ficasse do lado de fora.
O ideal seria tentar de todas as formas, e se no final jamais fosse possível unir as duas coisas, fazer uma opção definitiva mesmo que signifique abrir mão de um lado em detrimento do outro. Pular a cerca, enganar, é mentir pra si mesmo e experimentar dias, meses ou até anos de um inferno infinito que só se permite saber quem já ousou tentar viver duas vidas ao mesmo tempo.
Por mais que se pense que está sendo planejado de maneira perfeita, o golpe acaba aniquilando a pessoa que orquestra esse tipo de situação. Quem não sabe não sente, não sofre e não pensa, ao contrário de quem vive nessa corda bamba.

BOUND BRAZIL NA TV

Faz mais ou menos seis meses que gravamos o vídeo “Hard Sell” e foi lançado pelo Bound Brazil na mesma época, em Março deste ano.
Um dos vídeos mais elogiados pelos membros do site, essa produção resultou numa matéria do Programa Zona Quente da Net que exibiu no canal à la carte Sexy Hot com a apresentação da belíssima Carolyne Ferreira.
As cenas tipo “Behind the Scenes” foram gravadas durante as filmagens em estúdio numa tarde de Sábado, com as modelos Scarlet, Anna e Giulia, e as imagens captadas em duas câmeras com a Lucia Sanny e o Evandro Ynno.
Tudo isso você pode conferir no vídeo abaixo, além do que pensam as modelos Scarlet e Anna, e ainda uma rápida edição da entrevista que concedi à Carolyne sobre o trabalho do site.
Para quem assina o Sexy Hot uma oportunidade de rever essas imagens e para quem não tem acesso à chance de conferir os bastidores do Bound Brazil e mais uma aparição do fetiche na televisão brasileira.
É só clicar!


sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A Luz do Fetiche


Esqueça o fetiche por algumas linhas dessa matéria.
Pense num dilema que é comum em determinadas situações quando se está prestes a ter uma relação sexual. Escurinho, penumbra ou luzes acesas?
Então escolha a opção que mais te agrada, trate de combinar com a parceira (o) e tenha uma noite maravilhosa. Parece simples, mas como isso depende de alguns fatores nem sempre é fácil um consenso.
Agora volte ao fetiche e as coisas começam a complicar ainda mais.
Fetichistas góticos não pensariam duas vezes e optariam por um ambiente negro, macabro, sadomasoquistas recorreriam à penumbra das velas e criariam uma aura medieval, ainda que em cima de lençóis brancos de linho.
Aqueles que tiram à excitação do que os olhos gravam, buscariam toda a luz possível de acender nesse momento e através da imagem captada arrancariam gozos intensos.
Como explicar a um podólatra que os pés que ele beija e adora somem na escuridão?
E se quiser complicar ainda mais, coloque uma pitada de timidez que algumas mulheres carregam pra cama e não se sentem à vontade diante das luzes acesas. Sim, mas o cara faz questão de holofotes, quer ver e registrar os melhores momentos para guardar dentro da mente, às vezes pelo resto da vida, mas terá que convencer a tímida companheira que longe do escurinho fica apática, frigida e incompleta.
Um amigo outro dia me chamou de chato porque em diversas matérias procuro complicar e falo de casos que algumas vezes parecem sem solução. Talvez em certos casos contados aqui ele tenha razão, mas tente enxergar os fatos, a realidade e com certeza vai ser fácil observar que embora não seja um conflito insolúvel, esse problema acontece de verdade e não é fruto da minha imaginação.
E qual a solução ideal? Simples, agradar a Gregos e Troianos, um dia pra você e um outro pra parceira (o). Assim a transa rolaria no escuro e sob as luzes da ribalta e cada um teria a oportunidade de viver novas experiências e quem sabe se habituar a entrar na onda aceitando a opinião de quem merece ser levado em conta.
Assumindo a condição de chato, mesmo sem querer, devo dizer que nem sempre é tão fácil... (Cacete! Lá vem o cara de novo... Porraaaaaaaaaaaaaa!).
Fazer o que Zé? Porque já conheci uma mulher que só aceitava no escurinho, sem chance de acontecer alguma coisa com uma luz em cima.
É como o velho e bom ditado: shits happens! Que em português é assim: merdas acontecem.
Daí é pegar ou largar porque sem consenso nada feito.
O que eu prefiro? Na maioria das vezes as luzes, afinal qual bondagista que não quer ver a mulher e o efeito de suas cordas? Mas às vezes também pinta um clima na penumbra. Mais ou menos assim.
Portanto as luzes do fetiche podem ser claras ou escuras, pouco importa desde que a relação seja iluminada de energia e prazer. O resto se ajeita.

BONDAGE NO QUINTAL

Já recebi várias mensagens desde a criação do Bound Brazil sobre bondage e shibari.
Nada tenho contra o shibari, acho uma arte maravilhosa e grandes mestres com um incrível talento praticam, mas o site tem a tendência do Bondage Americano, por isso às vezes não rola amarrações de shibari.
Mas ao começar um vídeo com a Terps entendi que nada cairia melhor que uma amarração no estilo do shibari, o Kinbaco, tão Japonês que só faltaram os olhos puxados na modelo.
O cenário: um quintal, com churrasqueira e tudo, nada mais original.
A modelo: topless, para realçar os desenhos que as cordas percorrem num belo corpo de mulher.
Assim nasceu o vídeo “Backyard Bondage” que o Bound Brazil apresenta na noite desta Sexta-Feira. O olhar da Terps tem combinação perfeita com os braços indefesos da Anna numa posição Elbow Tied, com os cotovelos e as mãos presas às costas.
Luxúria, Fetiche e Realidade. Assim pode ser definido esse vídeo de pouco mais de dez minutos que mostra o fetiche caseiro, mais amador impossível.
De lambuja um photoset completo, com sessenta fotos das moças. É tudo de bom.

A todos um excelente final de semana e muito fetiche!