terça-feira, 30 de outubro de 2012

Fetiche Inusitado


Ela até que gosta de uma brincadeira de bondage. Algo bem leve mesmo, soft, tipo love bondage em toda a sua expressão. Tá legal que um tapinha na bunda coloca pimenta e uma apertada de leve no bico do seio, mas essas fantasias não fazem tanto a cabeça dessa moça.
Pode parecer estranho, mas o fetiche dela é ter orgasmos.
Tantos quantos seu corpo puder suportar. Não pensem que é sacanagem ou algum tipo de gozação, a moça já teve problemas de tendinite na buceta de tanto orgasmo que arrancou numa tarde de sexo. Precisou ir ao médico, fora as dores no corpo que se queixa constantemente.
E haja desejo pra isso tudo brother, porque se engana quem pensa que ela precisa de um parceiro pra conseguir tamanha proeza. Basta estar com o astral em alta, como ela faz questão de dizer, e a coisa rola na solidão. Da ultima vez que contou conseguiu vinte orgasmos se masturbando, fora outras que nem se deu ao trabalho de contar.
Enquanto algumas mulheres sofrem pra chegar ao clímax e chegam a procurar terapia pra seus problemas, essa mulher encontra orgasmos múltiplos com uma facilidade incrível. Seus relatos são inusitados e chega a ser um fetiche devido à forma como ela curte esse prazer. Através de uma leitura, um filme ou apenas um simples pensamento o orgasmo acontece com tanta facilidade que ela nem se importa com brinquedos estimulantes. Esse papo de consolo não cola. Basta os dedos e uma idéia picante pra tudo funcionar.
Entretanto, garante que nada substitui uma boa transa. E quem quiser se aventurar a domar essa fera tem que estar preparado pra façanha. Não vai pensando que na base do argumento e de criatividade poderá se impor porque a fêmea é uma loba e sabe muito bem o que quer.
Quando perguntei sobre fantasias e fetiches ela foi evasiva. Pouquíssimas experiências amarrada na cama (aliás, essa precisa estar bem presa...) e nada além. Quando falei em outros fetiches ela não associou muita coisa, porém, deixou claro que sem ter qualquer noção sobre o tema, conseguiu seus orgasmos quando lhe tocaram os pés. E o sujeito nem era podólatra ou podo, simplesmente tocou e ela não precisou de muita coisa pra chegar aonde queria.
Evidente que a leitura do blog a levou a descobrir uma diversidade de fantasias que ela pensa em experimentar, razão principal da nossa conversa por email. E ela anda devorando as mais de mil paginas e começa a canalizar as energias pensando em apurar ainda mais seu desejo. O que prova definitivamente que não é preciso ler um romance de sucesso pra saber que BDSM existe...
É fato que ela apenas irá utilizar determinadas fantasias pra acelerar sua criatividade. Porque o orgasmo é pra ela tão natural e corriqueiro que qualquer fetiche seria apenas um elemento a mais pra criar um clima novo em suas intenções.
Engraçado que quando comentei o assunto com uma amiga hoje logo me veio à frase mais óbvia em relação ao tema: “isso é papo, cascata. Existe um limite”. Claro que não tenho como comprovar, embora tenha por principio acreditar no que os leitores e leitoras me dizem, afinal, de que valeria um relato se este não trouxer uma identificação com a realidade. O fato de querer ler uma matéria aqui sobre o que foi dito deve preceder de sinceridade.
Resumindo a ópera. Ela pode ser portadora de algo que se chama DSH (Desejo Sexual Hiperativo) ou simplesmente ter orgasmos múltiplos incontroláveis. Deveria procurar um tratamento? Modestamente creio que se fosse frígida e insensível sim, mas diante do quadro acredito que uma boa parceria que entenda suas necessidades é o que ela necessita.

Nunca escutei por aí que exista fetiche por orgasmos. Pra mim o orgasmo é o nirvana, o tal ponto a ser alcançado e pra isso as fantasias são apenas meios para que se chegue ao desejo. No entanto, a vida nos ensina através de fatos e argumentos e um blog com essa temática deve estar sempre de portas abertas a qualquer novidade que venha trazer conhecimento.
Dizem que as fantasias nunca são idênticas e que em algum ponto elas se diferem, porém, fica aqui o espaço pra quem quiser interpretar o assunto da maneira que achar conveniente.
Quem sabe alguém tem a mesma fantasia? 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Bondage, simples assim!


Incrível como pairam tantas dúvidas sobre as diferenças entre os fetiches de bondage e sadomasoquismo. Muito se fala e defende, mas o fetiche é muito pessoal e por conseqüência individual para ter uma definição coletiva como querem alguns.
O bondage vive sem o sadomasoquismo e o SM leva a vida dele muito tranqüila sem bondage. Na verdade, se criou uma sigla chamada de BDSM (bondage, disciplina, sadismo e masoquismo) e por isso toda essa celeuma. E qual é o conceito de bondage?
Está aqui mesmo, na apresentação dessa página um dos vários conceitos que se apregoam ao fetiche de bondage, e claro, dentro dessa ótica, variadas e diversas vertentes povoam a imaginação de cada individuo apaixonado por isso e que tem a sua visão do assunto. E esse detalhe é que faz toda essa diferença, ou seja, a prática.
Noutro dia assisti a um filme no Canal Brasil da Net que nada tem de fetichista, o ótimo “Doces Poderes” (1996) da competente Lúcia Murat, e numa cena em que o ator Tuca Andrada amarra a excelente Marisa Orth na cabeceira da cama e inicia uma sessão de carícias e beijos, posso daqui afirmar pelos anos de experiência que levo que esse é o conceito principal de bondage. Daí em diante, todos podem tirar a conclusão devida, os caminhos que acharem conveniente, mas a essência é puramente essa.
Alguém que por acaso tenha visto o filme e reparado na cena pode comprovar que não houve a utilização de nenhum instrumento de tortura ou ações que causassem a dor, que não havia uma técnica específica empregada, mas não importa, porque a intenção é que é o xis da questão, e os detalhes somente contribuem na medida em que exista um fetiche mais apurado e concebido de forma consensual.
Porque o ideal para uma prática de bondage é que quem está imobilizado sinta a sensação da impossibilidade de escapar naquele momento, para que a cena produza o efeito necessário.
E isso seria uma condição fundamental para uma prática de bondage?
Não necessariamente, mas deveria ser para produzir a sensação desejada. E não precisa de uma técnica apurada para se fazer valer essa possibilidade, porque basta um “nó diagonal” (para quem tem ou teve noção de escotismo é fácil saber o que é isso) aquele em que você cruza os punhos, amarra em forma de cruz sempre com o nó finalizando atrás do alcance dos dedos, atando novamente por trás da haste de sustentação da cabeceira da cama.
Difícil? Elementar demais meu caro Watson, não, eficiente e basta um pouco de prática e qualquer pessoa está habilitada para fazer. Lembrando sempre que qualquer prática de bondage onde haja somente duas pessoas, deve ser precedida de cuidados fundamentais, como a colocação de um objeto cortante (faca ou tesoura) ao alcance de quem está imobilizada. Prudência e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém, certo?
Mas bondage trás também os defensores e admiradores das heroínas em perigo, das chamadas donzelas em apuros (Damsels in Distress), e delira ao ver uma mulher mordendo uma mordaça se debatendo para se ver livre das amarras. Embora tenham um conteúdo inocente esse pedaço do fetiche é apenas uma tendência entre tantas que o assunto aborda, porque remonta a tempos adolescentes quando do despertar fetichista numa época distante.
Uma segunda corrente defenderia ardentemente o uso de práticas sadomasoquista a partir da eficiência dos nós, mas isso é matéria para outra conversa e pauta para uma discussão infinita que começa e termina no direito de cada um de pensar e fazer o que achar conveniente.

Então, trocando seis por meia dúzia, bondage é o ato de imobilizar uma pessoa para práticas sexuais, através de carícias, beijos, sem o emprego de ações que possam conotar dor ou tortura, mesmo de forma consensual. Se for light ou hard vai depender da força empregada no ato da imobilização, e não necessariamente na utilização de práticas sadomasoquistas.
Essa releitura de bondage que virou tema no blog hoje é apenas a expressão livre de uma opinião pessoal, jamais ousaria pensar que tenho o dom da verdade ou a consciência absoluta do que se imagina ser o fetiche. Aliás, creio que uma 

explanação como essa busca uma discussão sadia e aberta sobre o ponto de vista de cada praticante que naturalmente têm visão própria sobre o que foi mencionado. Simples assim!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Alma Tatuada


A literatura costuma empreender um fascínio nas pessoas capaz de criar um elo entre o imaginário e a realidade. E essa trilogia dos 50 tons anda causando dúvidas, principalmente na mulherada que tem subido pelas paredes com as cenas tórridas narradas pela escritora.
O perigo reside justamente aqui.
Porque uma coisa é lidar com a fantasia como meio experimental pra que uma noite ou duas sejam perfeitas. Outra é conviver com o desejo toda vez que existe a possibilidade de realizar.
O imaginário é cheio de surpresas. Surpresas que causam a inquietação das pessoas diante de fatos. Digo isso porque entender a cabeça de um fetichista é como subir 30 andares de um prédio de costas.
Um fetichista que nasce com o desejo tatuado na alma não tem dúvidas quanto ao que o move, ao passo que uma pessoa que se aproxima de uma fantasia por interesse sexual momentâneo apenas, terá uma postura escapista diante do quadro. Então, é muito vago aceitar as pistas de um romance que faz determinado sucesso como regra. Um fetichista não abandona sua causa por amor, ele pode deixar de lado por conveniência, entretanto, sempre haverá a necessidade suprema de realizar suas fantasias, ainda que estejam tolhidas por decisão pessoal. Nesse caso, o romance não imita a vida.
As pessoas que se aproximam do meio devem ter cuidado extremo quanto às escolhas. Levar um (a) fetichista pra cama é um grande barato. Dá liga, idéias novas, um quadro totalmente impensado anteriormente se abre diante dos olhos e a pessoa navega na fantasia e tira lascas de prazer. No entanto, há que medir o grau de envolvimento para não haver um rompimento irreversível e desastroso. Tentar mudar o pensamento de um fetichista se equivale a tentar trazer um árabe para uma sinagoga. Seria a teoria do efeito contrário.
Nem sempre o que um romance tem como base de apoio e objetivo principal é passível de se tornar realidade. Seria o mesmo que supor que o super-homem voa de fato ou a Penélope Charmosa, a eterna musa dos bondagistas, está sempre em apuros e se salvando.
Se o negócio é tirar uma onda de BDSM que isso fique a critério de um casal sem qualquer ligação com o meio. Porque ao primeiro sinal de cansaço ou repetição de cenas tudo volta ao normal e ninguém sai ferido da guerra. Por isso, entendo e defendo que esse tipo de romance de alto índice de êxito deva ser analisado por pessoas com algum conhecimento do assunto.
Soa ilógico o aparecimento de pessoas em redes sociais criando perfis desconexos a procura de diversão fetichista. Tenho muita paciência ao responder os emails que entopem minha caixa de correio diariamente em busca de informação, mas procuro passar a mesma impressão que é o ponto de partida dessa matéria de hoje.
Fetichismo é divertimento sim, entendo dessa forma, mas deve existir respeito por quem carrega a necessidade do desejo. Do mesmo modo que não se deve induzir pessoas a práticas pouco comuns sem prévio consenso, também é desnecessário tirar um sarro com alguém que vive em busca do seu próprio objetivo.
Claro que pra toda regra existe uma exceção e não é impossível ocorrer uma total identificação com determinadas práticas de BDSM num primeiro contato. Mas são casos raros, porém não oportunistas. A arte de seduzir é extensa e o fetichismo é uma arma. Entretanto, é preciso saber os limites de quem precisa e de quem tenta, assim, haverá o benefício mútuo.

E para as moças que me perguntam com certa freqüência sobre envolvimentos fetichistas fica a dica: a necessidade do que for proposto sempre será evidente e fundamental. Nada afasta o fetichista do seu lugar comum. Ele não vai se contentar com cinco ou seis noites de prazer como se fosse uma terapia. Ele vai querer sempre e mais e será vigilante todas as vezes que o desejo for pra cima da cama. Alguns, por pura timidez, podem deixar de lado, podem até relevar em nome da relação, mas serão tão infelizes que jamais haverá refúgio para suas inquietações, até que ele decida procurar pelo que sempre será a sua razão de existir.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Lia tem Sonhos


Ela é uma mulher linda, atraente e com sensualidade acentuada.
Vinte e um anos de idade, muita história pra contar de aventuras em que cada capítulo retrata coisas incríveis. Vamos a elas.
Moradora da Cidade de Deus no Rio de Janeiro sofreu um estupro aos quatorze anos de idade de forma brutal, por um vizinho que até hoje olha nos olhos. “Na verdade eram três caras, amigos de uma prima viciada em maconha que me levou ao apartamento deles. Drogada e sem possibilidade de reagir diante da violência, pensei em me atirar da janela e só não o fiz porque com o efeito da droga as minhas forças eram mínimas”.
Entregue a vida mundana desde o fato, Lia conta que seus dias passaram a ser páginas de publicações pornográficas em todos os modos e atitudes, até que um dia ainda menor de idade, encontrou nas páginas de um jornal uma “agenciadora” que lhe mostrou o caminho da prostituição. Mesmo correndo riscos por abraçar uma vida de meretrício ainda menor, Lia deu os primeiros passos para um submundo onde impera a lei do silencio e do temor.
Nessa conversa informal, ela apresentou um leque de experiências fetichistas de fazer inveja a qualquer livro ou manual de práticas. “O primeiro caso foi incrível. O cara tinha o aspecto do Pingüim, personagem do Batman, morava numa mansão na Estrada do Joá que tinha até elevador interno. Minha colega que me acompanhou já tinha me dado um toque de suas manias e logo quando chegamos ele nem quis me ver nua, mandou que eu evacuasse em cima de seu peito e assim que consegui tive que espalhar a merda por seu corpo até o pescoço. Saí assustada, mas dali em diante o que veio passou a ser tão normal quanto escovar os dentes”.
Lia sorri e continua com suas jóias raras: um cara que se vestia de empregada, lavava a louça na sua frente e ainda queria umas palmadas, outro que se vestia de mulher (feminização) e gostava que ela fizesse sexo oral com seu membro preso entre as pernas e virado na direção do ânus. Um segundo feminizado era passista e gostava de sambar de biquíni fio dental diante de seus olhos atônitos.
Vários podólatras fizeram parte de seus “clientes”. Desde um cara que exigia que ela usasse salto alto e se masturbava dentro do Scarpin, um outro que pedia que ela se apresentasse de tênis ou longas botas. “Esse era especial, porque além do chulé variado entre os diversos tipos de calçado, delirava quando eu esfregava a bota com força em seu rosto, ou com o cheiro da minha meia usada. Depois era só esperar ele terminar de se masturbar, pegar meu cachê e ir embora. Me davam pouco trabalho e eram muito educados”.
Dentro dessa educação fetichista colhida através desses contatos, Lia despertou ainda mais a cobiça da Cafetina a quem prestava seus “serviços”. Ela conta que havia um sujeito que gostava de ser humilhado desde o momento que ligava para a agencia, então passou a atender seus telefonemas e o ofendia de todas as maneiras possíveis. Excitado, o cara não hesitava em contratar o serviço imediatamente, a tal ponto de atingir o orgasmo em pouquíssimos minutos tão logo ela chegava ao local de encontro.
“Foram muitos, há até os que não me lembro, porém alguns marcaram e ainda fazem parte dos meus dias. O cara que queria ser amarrado com fio de nylon, o que adorava ser penetrado por um consolo e ser queimado com ponta de cigarro, até um bem velhinho que pedia para que eu cagasse numa xícara e depois de jogar o cocô fora dava uma levada superficial e dizia que no dia seguinte daria para a esposa tomar café”.
Lia garante que recebeu várias propostas de fazer sexo amarrada, mas nunca aceitou com medo de sofrer algum tipo de violência por estar indefesa.

Com um largo sorriso estampado na face, Lia contou suas histórias e com toda estrada fetichista que levo nas costas, garanto que muitas delas são mesmo verdadeiras, porque de outra forma ela não teria esse vasto conhecimento para entender de tantas coisas.
O que mais me impressionou foi à maneira despojada e sem subterfúgios que ela me concedeu essa entrevista.
Assumida, ela não se envergonha de nada e alguns arrependimentos a parte de coisas que ela mesma garante que não faria outra vez, Lia tem sonhos com uma vida normal, sem passar pelos abismos que ela tem que enfrentar todos os dias.
As pedras que apareceram em seu caminho jamais conseguiram tirar sua alegria de viver, mesmo tendo que se submeter a tanta maldade e falta de sentimento, o que faz essas experiências fetichistas parecerem os melhores momentos de sua vida de prostituição.
Ela me negou contar seus sonhos e desejos secretos e muito menos assumiu ter gostado de qualquer uma dessas

práticas que ela teve que aprender, mas quando foi embora deixou um vazio que é até difícil de entender.

Um bom final de semana a todos!

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Anarquista, sempre!


Quem me dá a honra de seguir minhas postagens deve saber que quando o papo é BDSM não sou muito chegado ao politicamente correto. E já são mais de vinte anos nessa militância que me conferem o direito de ser anarquista.
O que nada tem a ver com comportamento enquanto fetichista. Há regrinhas básicas que precisam ser seguidas, como em qualquer meio social que seja de interesse freqüentar. Meu anarquismo é mais amplo, abrangente, e vai ao encontro do que se intitulou chamar de prazer e realização.
Sim, porque tem muita gente escrevendo opiniões sobre isso e aquilo de forma tão ortodoxa que não desce, nem com um bom Dreher (se fosse bom mesmo!). Ora, tesão é alguma coisa do tipo pessoal e intransferível e só cabe no bolso de quem tem. Mas ultimamente a coisa tem andado tão feia que tem gente se metendo até no desejo alheio com esse papo bobo de patrulhamento em todas as esferas.
Se alguém tem duvida basta criar um perfil numa rede social lotada de fetichistas como Fetlife, Facebook e prestar atenção aos grupos e opiniões. Claro que nem tudo que se posta faz menção a esse tema, mas muita coisa tem essa lógica.
Há uma distorção quanto ao uso dessas redes. Normalmente se usa esse tipo de espaço como meio interativo, como forma de expor idéias e trabalhos fetichistas de um modo geral. Fotos e vídeos reais deveriam ser o carro chefe, mas nada disso é regra quando se fala de fetiche tupiniquim.
Existe um melhor aproveitamento dos canais, mas ainda há uma lacuna imensa comparado ao que se vê fora de nossas fronteiras. Alguém pode levantar a questão da exposição, afinal, vivemos numa sociedade retrograda de conceitos arraigados a dogmas e preconceitos imbecis. No entanto, não é necessário se expor pra ter um mínimo de identificação com o perfil estabelecido. Não dá pra colocar o rosto tudo bem. Basta elaborar uma cena singela de autoria pessoal e ter o mínimo de trabalho de pegar uma maquina, um celular, e registrar qualquer coisa que não seja afanada da internet.
Postar uma foto dos pés, das mãos ou até do pescoço não é tão difícil assim e fica muito mais intimista e autentico do que pegar uma foto de terceiros e simplesmente postar porque achou bacana.
O fetichista de ocasião, sem identificação com o meio, sobrevive dessas artimanhas. Daí é necessário que exista uma identidade que faça com que haja interação entre o meio e seus habitantes, ou o tempo se encarregará de apagar o período em que o fetichista sem qualquer conteúdo transitou pelo BDSM.
Então vejo essas pessoas anônimas tramitando nos grupos e opinando sobre o comportamento de fulano e beltrana. E justamente essas pessoas citadas são aquelas que por decisão pessoal se mostram por inteiro. A lógica aqui é tão simples como uma conta de subtração de padaria: eu escondo meu rosto e atiro sempre a primeira pedra.
Lindo isso não? E pior que existem pessoas que dão trela a esse tipo de assunto...
Por isso, sempre insisto na mesma teoria de que o politicamente correto está em cada um e seu comportamento junto ao meio em que milita. Se alguém disser que você está fora de contexto porque gosta disso ou daquilo siga sua seta, abrace sua causa e simplesmente passe batido. O BDSM não tem dono, sindico ou procurador pra dizer o que é certo ou errado.

Todos têm o direito de banir ou aceitar ser banido por fazer um cagada que seja irreversível.
Supõe-se que quem habita esse universo seja dono do seu nariz e tenha idade suficiente pra saber o que é correto ou não. O fato de pertencer a um segmento não exime qualquer praticante de seus defeitos ou virtudes porque veio parar aqui. Cada qual traz consigo o melhor e o pior, e cabe a quem se relaciona com quem se apresenta a decisão de conviver ou desistir.
Porém, o básico, o principal, é assumir sempre o que trouxe o interessado até o meio. Isso é imutável, autentico e quem se atreve a 

desmerecer é tão idiota que não consegue saber o quão inconveniente se torna.