terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Bastinado


Nada é mais fetichista que os pés.
A mulher quando quer e sabe, conquista com os pés.
Porque existem muitas formas de gostar dos pés femininos no universo fetichista. Claro que nem todas agradam, mas aqui as cores e sabores se misturam e criam essa atmosfera única e permissiva a quem se dispõe a tentar.
Os pés atraem a submissão. O castigo imposto por eles. Por outro lado, atraem olhares dominantes.
E uma das faces dominantes de gostar dos pés femininos responde pelo nome de bastinado.
Bastinado é bater com um bastão, mas em BDSM se utiliza o termo pra exemplificar castigos nas solas dos pés. Os pés são amarrados e nas solas se aplica o castigo, a punição. Sim, um ato sadomasoquista, antes que alguém observe. Deve existir total consentimento pra tanto.
Há quem goste, também há quem considere um ultraje castigar algo que tanto se idolatra.
E dentro do grupo dos apaixonados por bastinado há os obcecados, como em toda fantasia fetichista. Pessoas que assinam sites especializados nesse tipo de prática e que garimpam pequenos vídeos pela internet, uma vez que é um fetiche que muitas vezes omite rostos e passa tranquilamente diante dos olhos de censura nos canais.
O também chamado “foot whipping” é cercado de histórias e lendas.
Muitos observam o bastinado em castigos da idade antiga e existem relatos que até hoje em alguns países do oriente se utiliza de tal prática como forma de punição a infratores da lei. Uma tortura que deixa marcas quase imperceptíveis que acabou migrando para o universo do BDSM e atrai muitos praticantes.
Evidente que quando se fala de dor e prazer existe toda uma conjuntura que rege esses elementos. Ninguém aceita um castigo desse porte sem ter a certeza de que influenciará em suas reações corpóreas a ponto de despertar interesse sexual. Portanto, as moças que gostam de ter seus pezinhos adorados e acariciados não precisam olhar as solinhas bem cuidadas e imaginar vergões de açoite. Isso é uma prática pra quem tem interesse.
E os interessados em bastinado têm um vasto acervo à disposição.
Uma das obras que mais me chamou a atenção foi com a belíssima modelo Ariel Anderssen de quem sou fã de carteirinha. Como bom fetichista costumo cultuar o que é bem bolado e possui conteúdo. E esse filme conta a história de uma designer de sapatos, a jovem inocente (Ariel Anderssen) que bate de frente com um chefe inescrupuloso que insiste que ela deve ser duramente castigada por uma série de reclamações de clientes sobre pés doloridos depois de terem usado seus projetos de calçados.
Belas moças encenando coisas bem reais. Isso é o fetiche!

Existem aficionados que curtem fetiches combinados e cócegas e bastinado figuram em algumas produções. Não há qualquer relação entre ambos no âmbito do BDSM, mas os produtores aproveitam a lei da procura e realizam seus filmes em busca dos distintos perfis. As historinhas começam com cócegas e terminam numa dolorosa sessão de bastões nas solas indefesas.
E como prudência e caldo de galinha nunca foram causadores de males, vale ficar atento 

aos efeitos nocivos de sessões de bastinado. As solas dos pés possuem terminações nervosas ligadas a vários órgãos do corpo humano, daí é preciso saber o limite de quem se dispõe a tal prática e conhecer com consciência as zonas onde é possível aplicar o castigo pra não causar danos maiores a saúde de quem consente a tortura.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Mais um Desafio


Se é mesmo verdade que tudo só começa depois do Carnaval vou entrar nessa.
E vou com tudo a que tenho direito, afinal, quando é possível melhorar o que deu certo por que não tentar?
Ok, melhor esclarecer.
Muita gente me pergunta pelo próximo filme longa metragem que andei adiando algumas vezes. Mas havia motivos, e o principal deles evidentemente que foi a premiação do Bondage Awards que conferiu ao The Resort o prêmio de melhor filme.
Não dava pra tentar emplacar uma obra nova sem medir o resultado da anterior já que existia a possibilidade de vencer a disputa.
Porém, às vezes existe a tal zona de conforto, a maré mansa, e você fica absolutamente estático e automaticamente sentado sobre um prêmio e não se toca que há uma evolução.
Entretanto, o melhor do fetichismo são as estradas e os encontros.
Como eu gosto disso!
Gente de mente sadia, brilhante, que agrega, conspira, e você se liga na mais alta voltagem. Por isso, entreguei o roteiro, o desenvolvimento, nas mãos de quem respira fetiche, escreve como poucos e tem a veia pulsante: Bruna Zach, a maior poetisa gótica que conheço.
Para quem ainda não a conhece aqui vai à dica: http://www.poesiadabruna.com/
Plenamente satisfeito e tranqüilo tenho certeza da aceitação, tanto do elenco - com excelentes novidades - como de público e critica.
E como se chega a tal consenso?
Na base do conceito do cada macaco no seu galho e na tática infalível que atesta uma coisa bem simples: quando você quer ter o melhor nada mais descomplicado que escolher quem tem competência pra realizar. E nesse quesito, a Bruna reúne todas as qualidades pra criar uma história que eu possa produzir e fazer dela mais uma bandeira em busca de um novo êxito.
Claro que há conversas adiantadas a respeito do trabalho, tanto com a Bruna quanto com o elenco. Algo trancado a sete chaves, coisas que nem eu mesmo sei e de olhos vendados (olha o bondage na área!) não troco uma vírgula porque confio plenamente no que virá.
Junte-se a isso uma mudança de rumos no site está em pauta e chegando aos assinantes.
Os pequenos roteiros estão de volta. Clipes reduzidos como manda o figurino, porém com seqüências que serão finalizadas em dois ou três capítulos.
Mas o papo hoje é o novo longa metragem e o roteiro da Bruna Zach.

Confesso que estou doido pra ler. Primeiro porque sou fã de carteirinha do blog, das poesias da moça desde muito tempo e admirador da trajetória da Bruna no BDSM. Com isso, o combustível fica garantido e a viagem projetada. Essa adrenalina andava em falta...
É esperar e pensar em levar isso pra produção entre Abril e Maio. Essa é a melhor parte.
E pra quem curte o fetiche na tela, apenas uma certeza: vem aí uma história inesquecível.
No mais desejar a todos um excelente Carnaval, esperando que todo mundo possa curtir adoidado da maneira de melhor convier. Se puder pintar 

um fetiche por máscaras melhor ainda, quem sabe um Carnaval apimentado não dá uma idéia pro ano todo?

Bruna, a bola é tua!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

SM Rechter (1997)


No início de 1997, Koen Aurousseau era um juiz respeitado no tribunal de primeira instância em Mechelen, na Bégica. No final do mesmo ano, ele foi acusado de agressão física e incitação à prostituição, envolvido num escândalo que foi estampado em jornais.
Koen foi logo condenado, removido de sua banca e mergulhou em uma depressão financeira e emocional que o fez perder a casa e tentar o suicídio. Sempre ao seu lado estava sua esposa, Magda, a mulher que se sentia responsável por tê-lo nesta confusão.
Porque foi Magda quem pediu a Koen cinco anos antes para explorar os limites sexuais com ela e visitar um clube de SM. Sadomasoquismo consensual entre adultos não é ilegal, mas, quando a vida privada do casal inesperadamente se tornou pública, o promotor público pegou pensado.
Esse é o enredo de SM Rechter, um filme pra quem gosta de BDSM.
Sexo, política, vingança e revelação de segredos combinam para tornar esta história rica em detalhes. O diretor Erik Lamens fez sua estréia no cinema em SM Rechter (ou juiz SM se traduzido ao pé da letra). - "Pensei muito tempo antes de filmar essa trama, porque foi difícil encontrar o ângulo certo para encaixar o roteiro" - disse Lamens. E continuou: - “Era um projeto perigoso, e eu não conseguia encontrar a perspectiva correta.”
Tudo começou com uma crise no casamento do Juiz e sua esposa Magda. Por causa disso advém uma longa depressão levando o casório à beira do divórcio, e, naquele momento, Magda, sua esposa, revelou algo que ela tinha escondido por 30 anos: seu interesse por sadomasoquismo. Tentando salvar o que ainda restava o Juiz disse: “se isso pode ajudar, vamos tentar. "
Lamens, o diretor, viu isso como o coração da história.
O filme é destinado à controvérsia, assim como o processo judicial em que se baseia. Chegou a ser considerado o filme mais polêmico do ano mesmo sendo rodado num dos lugares onde a expressão fetichista e a escolha sexual é respeitada. No fundo a idéia do diretor era mostrar às pessoas a história de uma mulher que consegue deixar no escuro um desejo mesmo depois de anos de casamento, e mesmo assim, a aceitação do marido ainda que enganado seja surpreendentemente verdadeira.
Mas talvez o mais perturbador para o público seja o conceito de sadomasoquismo em si. O filme não se coíbe de ilustrar as práticas do casal, e flerta até com experiências complexas pouco conhecidas fora da comunidade SM. Para o espectador não deixa de ser um quadro de referência, porque há muito sobre e BDSM no roteiro. A maioria das pessoas não está familiarizada com esse tipo de sexualidade.
É um filme  que trata do assunto com seriedade e mostra que  há uma “ética” entre as pessoas que praticam BDSM a ponto de impressionar quem assiste a obra. E a questão principal não orbita em torno da idéia se o publico aceitaria ou não o BDSM dentro de uma relação. O que está em jogo é se o Magistrado deve ou não continuar seu trabalho independente do tipo de opção sexual que escolhe.
Vale a dica pra assistir por completo.
Existem versões em Flamenco (Idiomas da Holanda e Norte da Bélgica) com legendas em Inglês disponíveis pra baixar na net, e basta dar uma garimpada com cuidado que pode ser conseguido na base do 0800.
Eu recomendo pra qualquer coleção.

O trailer é original de 1997

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Praticar


No BDSM você pratica por prazer ou diversão. Inegável isso.
Se juntar as duas pontas é o prelúdio da perfeição. Sim, porque em mais de vinte anos de militância direta nesse meio não consigo enxergar BDSM sem prazer, nem pra mim e muito menos pra alguém. Por mais que tentem me convencer do contrário.
Mas basta entabular um papo sadio nos fóruns da vida e não é difícil encontrar adeptos fetichistas que defendem a tese de praticar pra “ver no que vai dar”. Isso mesmo, ver no que vai dar.
Dessa forma, em se tratando de uma dominadora se relacionando com um masoca interessado, o pobre diabo será uma autentica cobaia da senhorita em busca do seu próprio desenvolvimento, e assim por diante. Seria justo? Saudável?
Alguns defenderiam a tese do combinado que não sai caro. Tá bom, a onda agora é ressuscitar esse papo de contrato e depois dizem que a trilogia dos 50 tons é uma bosta e totalmente fora dos preceitos do BDSM real. Então convenhamos que sim, que fique valendo a teoria do BDSM experimental preconcebido através das negociações da vida que ocorrem por aí. Assim mesmo seria um envolvimento temporário e totalmente capenga, sem nexo, sem sal e com data de validade bem próxima.
Porque se essa teoria for válida, esse amigo escriba aqui seria o príncipe consorte, afinal, eu pratico a arte do bondage infinitas vezes por ano de forma totalmente profissional. Porém, se o praticante não possui um canal desse tipo com o fetiche, apenas em eventos e festas ele poderá pensar em praticar BDSM por diversão ou aprendizado, já que não haverá o envolvimento direto entre as partes.
Muita gente pode e deve discordar da minha tese. Acho que o debate é importante em qualquer circunstância. Mas não consigo alcançar essa linda de pensamento que assume diretamente a pratica do BDSM sem envolvimento, sem sexo, sem prazer.
Já cansei de responder a emails de interessados que me perguntam se rola tesão quando estou produzindo pro site, mas dou uma passada no assunto aqui: não, definitivamente não rola paudurescência alguma enquanto estou produzindo uma cena para o site. Ponto.
E quando a sessão de BDSM tem o mero caráter profissional, ou seja, paga-se pelo fetiche?
Bom, alguém teria de vir aqui e contar como tudo se processa, já que não sou do ramo e não entendo do riscado. Entretanto, é um caso isolado. Quem se dedica a tanto deve ter uma visão particular que extrapola a essência desse papo. Porque a questão proposta envolve duas pessoas que se combinam e se habilitam pra tal programa.
Sempre é preciso pautar pela própria ótica pra se buscar uma analise consciente, e, por conta disso, prefiro olhar pelo fetiche de bondage. O sujeito que gosta de cordas não vai imobilizar uma mulher pra ficar olhando pra reação dela, certo? Por mais que exista uma corrente de praticantes de bondage que defenda esse lado do fetiche, quero crer que essa mesma galera planeja um final bem bolado pra trama. Ninguém aqui está falando de brincadeiras adolescentes em que se buscava imobilizar uma amiga pra depois relaxar no banheiro através de uma sonora bronha.

Como dizem por aí o papo aqui é reto. Estamos analisando hipóteses de envolvimento direto. Sonhos e devaneios ficam pra outro artigo. Portanto, a musa, a heroína, vai participar da trama diretamente ou você estará relegado a um punheteiro contumaz pro resto dos seus dias. E ela... Bom, ela a ver navios!
E assim como no fetiche de bondage outras práticas têm seu começo, seu desenvolvimento e seu final feliz. As pessoas que aparecem no meio com o intuito de tirar uma “casquinha” normalmente são descartáveis e desaparecem com o tempo, aliás, num curto espaço de tempo.
Resumindo, na minha ótica, ou você vai a uma festa pra se divertir e experimentar o bombom ou vai com alguém pra cama e coloca a prática a vera. Claro, sem esquecer de combinar tudo antes, afinal, consentimento é bom e necessário.