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sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Suplício
Não vai me dizer que você tem que ir ao banheiro outra vez? – aquela mulher já estava no limite.
É essa porra de caganeira que não passa... Também, podia ter evitado esse negócio de comida japonesa que sempre que coloco pra dentro devolvo com incrível facilidade – Disse o sujeito quase desesperado.
E foi pela terceira vez, não tinha jeito. Era cagar ou morrer!
Ela ficou na cama ainda de salto como ele pediu e um pedaço de corda na mão.
Na cabeça do cidadão sentado no vaso além da agonia angustiante somente o fato de estar numa bela e confortável suíte de motel era capaz de aliviar o estresse, sim porque as dores da cólica davam voltas e reapareciam.
- Porra, que belo dia pra passar a tarde cagando! – vociferou.
De fato, porque ademais da vergonha de estar naquela terrível situação à incerteza de que os odores haviam invadido o ambiente aniquilava sua combalida mente fetichista.
- André! – gritou – porra, to de saco cheio de ver programa de auditório cacete!
Uma voz tímida e sôfrega surgiu baixinho e pra entender ela precisou abaixar o volume da TV.
- Muda de canal pô! Quer que eu vá aí mudar?
- Precisa não idiota, melhor você terminar por aí mesmo – disse a conformada parceira.
Olhos fixos da telinha e muita impaciência que a faziam sacudir as pernas em descompasso. Não podia imaginar o que estava havendo e já começava um processo de se apiedar do rapaz e sua interminável caganeira. Foi até a porta do banheiro e mostrou solidariedade:
- Quer ajuda aí André?
- Sai daqui e volta pra cama. Daqui a pouco vai danar a reclamar do cheiro.
- Daqui a pouco? Porra, tá foda André – falou com a voz nasalada.
- Se manda estou quase terminando.
Embora estivesse ali pra comandar a cena ela obedeceu. Lógico que era um sábio conselho aquele, afinal o distinto cavalheiro recolhido no banheiro estava entregue as baratas e totalmente aprisionado por sua própria condição momentânea. Mas ela insistiu ainda:
- André, vou tirar esse salto que está me matando.
- Vai fazer isso? Tá maluca? E o cheiro?
- Não é possível que você ainda possa pensar em cheiro aí dentro com as narinas impregnadas.
- Porra, mas é outro cheiro Marina.
- Ok André, eu fico de salto - se conformou.
Mais meia hora e o combalido André reapareceu. Banho tomado, fraqueza infinita exposta em sua expressão cansada, se ajeitou na cama e deitou ao lado de sua Deusa. Ela afagou-lhe os cabelos deu um beijo carinhoso na testa e ele estendeu as mãos para ser amarrado como haviam combinado.
Ela prontamente se mostrou de novo interessada e atou-lhe as mãos e os pés bem firme como estavam acostumados a fazer. Ele tirou-lhe o salto com os dentes e sorveu-lhe os pés suados como queria.
De repente a barriga o traiu. Tentou se levantar e notou que seus pés estavam amarrados ao pé da cama e sequer deu tempo de implorar que ela o libertasse. André explodiu em merda e o quarto virou uma latrina. Marina fugiu da cena e tentava achar forças pra livrá-lo das cordas.
Como terminou tudo isso? Em doces gargalhadas que meus dois amigos fantásticos soltam quando me contam essa história.
Hoje, em plena sexta-feira o dia da cerveja, planejam passar a madrugada agarradinhos comemorando dois anos de felicidade plena e encaixe total do fetiche. A prova de que boas parcerias podem perfeitamente conviver com uma bela relação afetiva.
Só espero que não haja comida japonesa...
Um excelente final de semana a todos, em especial a estes dois amigos que nem o tempo e a distância me impedem de admirar de montão.
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