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segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Imagem Nua
A exibição da pornografia é contestada.
É do tipo de imagem que alterna comportamentos. O sujeito aprecia a cena pornográfica na solidão, em retiro, e renega quando está em público.
O problema é que de um tempo pra cá a associação da pornografia com imagens ordinárias ficou em evidência. Isto porque a mídia coloca num mesmo patamar um casal praticando sexo e um animal que lambe as partes íntimas da mulher na frente das câmeras.
E tem sido assim.
O sexo parece chulo quando não é praticado com elegância, por isso, deveria existir uma classificação mais exigente entre vulgaridade e expressão artística. Porque ninguém sai por aí vociferando contra uma obra de um artista plástico que resolve pintar um casal numa noite de sexo.
Talvez as sombras expliquem a complacência com a imagem, sei lá, ou quem sabe a beleza consiga manter a cena pornográfica num determinado padrão.
E o que seria o ideal?
Hoje é comum assistir a programas em canais a cabo exaltando as produções cinematográficas dos anos setenta, as famosas pornochanchadas, como obras “Cult”. Vale lembrar que tais produções foram intensamente criticadas e renegadas no tempo de seus lançamentos. Segue-se aqui um clássico exemplo do pornográfico que passou por um imaginário filtro de complacência da crítica e hoje é visto com bons olhos.
Poderá haver ressalvas quanto ao que o cinema produzia em anos de chumbo. Eram obras com um cunho muito mais inocente do que nocivo, no que concordo plenamente. Entretanto, é bom que se admita que esta mesma crítica especializada rotulou artistas e diretores que se decidiram por esta expressão à época e simplesmente os renegaram.
Em nada se compara produções vigiadas por um alto índice de censura nas quais nem mesmo as genitais eram passíveis de ser exibidas com a pornografia fechada de hoje em dia, ou de tempo atrás. Ainda assim essas obras sofreram todo o tipo de rechaço possível naquela época.
A pornografia pode ser desnecessária pra uma boa parte da sociedade, porém, ela está intrínseca na existência de milhares de pessoas que fazem disso um fetiche.
Me faz lembrar de um amigo lá atrás na década de oitenta que procurava nos motéis por novas produções pornográficas por ser um verdadeiro alucinado em ter relações sexuais com belas imagens de sexo explícito como pano de fundo. E da mesma forma outros habitantes do universo fetichista conservam o mesmo hábito.
Se tomarmos por base que muitas expressões fetichistas estão relegadas ao confinamento por decisão expressa de seus praticantes, a pornografia também alcança os mesmos índices de rejeição social de outras práticas. É normal que alguns fetichistas busquem a preservação da imagem na sociedade e a própria sobrevivência ao manterem no anonimato as suas preferências sexuais. No entanto, a falta de divulgação dos chamados “gostos excêntricos” contribui para que o patrulhamento tão comum e sempre em atividade rejeite tais práticas.
O nicho pornográfico talvez seja um dos poucos segmentos que consegue – ou admite – congregar num mesmo espaço as chamadas imagens bizarras e as cenas de nudez tidas como comuns. Os diretores criam as mais incríveis histórias de sexo em cena e como num passe de mágica é muito natural transar com a professora da academia de ginástica e em seguida assistir a uma cena de estupro de uma colegial.
Os amantes da pornografia convivem com estes elementos porque estão acostumados a navegar por este universo.
Da mesma forma que um sadomasoquista lida com a dor e prazer e um exibicionista com o sexo em público. Há que saber compreender esse planeta e seus habitantes antes de dar os primeiros passos em sua direção ou até mesmo criticar quem disso faz sua fonte principal de prazer.
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