quinta-feira, 25 de agosto de 2011

OTS Carry


Reza a lenda que bondage é o fetiche que abriga aqueles que gostam de ver mulheres amarradas. Certo? Quase, porque existem caminhos dentro do fetiche de bondage onde as cordas não são convidadas a participar da festa.
Ontem, em conversas com um amigo bondagista rolou o papo do OTS Carry Fetish.
E pra quem não conhece vale a definição: OTS = Over The Shoulders, e quando este termo é inserido numa historinha de captura num filme de ação onde a heroína está em absoluto perigo, o desejo fica explícito no instante em que o vilão carrega a mocinha nos ombros, amarrada ou não.
Algumas variações são comuns para os praticantes e amantes de OTS Carry. Uns são fanáticos por ver a mulher desacordada, de preferência após uma captura na base do clorofórmio, outros preferem que a “vitima” apareça esperneando e certos grupos são viciados em OTS Carry quando a menina está amarrada e amordaçada.
Portanto, pra quem pensa que a definição de bondage no glossário fetichista tem a ver apenas com nós eficientes e imobilizações perfeitas e assimétricas aqui vai mais uma dica.
Em se tratando de um fetiche que chegou por aqui faz pouco tempo, alguns praticantes têm uma visão muito limitada da fantasia. Na verdade, em países onde o fetiche se desenvolveu há mais tempo, algumas vertentes reúnem grupos de apaixonados fetichistas que criam comunidades dedicadas à fantasia. Tal fato ocorreu por uma razão bem simples: a ligação do fetichista com as imagens disponíveis.
Numa época de pouca divulgação as imagens de mulheres em apuros vinham condensadas em filmes ou revistas em quadrinhos. Estamos falando de um tempo que remonta a metade do século passado, portanto, é um fator a ser analisado com a devida relevância.
Quando Irwing Klaw decidiu recortar trechos de histórias de raptos encontradas em revistas e vender este material por remessas de correios de costa a costa nos Estados Unidos, o interesse dos admiradores ficou tão evidente que ele resolveu em conjunto com sua irmã Paula criar pequenos vídeos, os chamados “teasers” com a participação de jovens modelos em busca do estrelato. Aqui nasceram as primeiras produções com material exclusivo fetichista que revelaram mitos e musas, sendo a mais famosa delas a rainha das pinups Betty Page.
Klaw produzia ao gosto do freguês. E a imensa quantidade de pedidos de suas obras continham incríveis variantes quando o assunto era captura. Os gostos eram apurados e variavam desde simples mulheres amarradas e amordaçadas, cenas de handsmother (quando a vitima tem a boca abafada pelo vilão) e o OTS Carry, quando o espectador queria assistir a mocinha sendo carregada nos ombros pelo algoz.
Irwing Klaw conseguiu reunir todas as tendências de bondage numa única obra a qual batizou de Teaserama que foi proibida numa época de guerra fria, principalmente quando Klaw já sofria perseguição do comitê do Senado Americano contra a subversão por ter utilizado os correios dos Estados Unidos para a remessa e recebimento de vales postais com seu trabalho.
Hoje com o fetiche totalmente evoluído e em flagrante expansão nos Estados Unidos, vários grupos paralelos se formaram e navegam pela Internet em busca do material de preferência.

Não é difícil encontrar sites que exploram estes segmentos em conjunto com a própria imobilização. Alguns portais se especializam em apresentar estas vertentes combinadas e vez por outra produzem pequenos vídeos (comparados aos famosos Teasers de Klaw) para atrair novos assinantes. Ainda que exista um emaranhado de portais explorando o mesmo conceito, alguns sites são considerados especializados em determinados segmentos. O Bound Brazil, por exemplo, embora apresente produções de capturas com handsmother e clorofórmio, tende a exibir bondage combinado com podolatria, outro segmento com imensa procura.
Finalizando, o OTS Carry pode ser admirado quando um vilão carrega uma vitima nos ombros, uma mulher também pode fazer este trabalho ou até mesmo vários raptores para uma mesma menina em perigo.

Nenhum comentário: