quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Paris, France (1993)


Diria que foi uma grande cartada.
O diretor Jerry Ciccoritti queria filmar algo bem sensual e atrativo e depois de flertar com o BDSM descobriu que estava ali o fôlego que faltava pra fita decolar.
Duas décadas antes alguns diretores tinham passado a receita, baseado nisso, Ciccoritti seguiu a trilha e filmou Paris, France.
Ora, se não é possível liberar as suas fantasias sexuais dentro de um casamento sem graça é melhor sair pra tentar. Lucy, interpretada pela eficiente Leslie Hope, finalmente encontra um jovem capaz de desbloquear o lugar erótico escondido dentro dela própria. A concupiscência desinibida deles libera a adrenalina necessária em seus atos que culminam em cenas vigorosas de sexo e paixão.
Este filme tem a marca de Leslie Hope, não só por ela seduzir o espectador com suas palavras, mas também através da nudez bem aplicada no enredo. Na verdade, ela comanda as ações, principalmente nas cenas de BDSM que é o que nos interessa aqui na resenha.
Há algumas partes do filme que são muito boas e outras que são muito ruins. Às vezes é um drama e às vezes é uma comédia, o problema é que muitas vezes é engraçado quando não deveria ser, e, por isso, e só por esse detalhe, nota-se que o diretor perdeu um pouco a rédea.
Basicamente é a história de uma mulher que tem um caso em Paris e decide escrever sobre isso. Se envolve com um bissexual arrogante que havia escrito uma novela sobre um “Serial killer” que ela conheceu através do próprio marido, dono de uma editora. Mas ela quer mesmo é viver todas as experiências eróticas possíveis antes de se aventurar a escrever, então resolve se envolver em relações de sexo intenso e selvagem com seu novo amante, aproveitando o clima de uma cidade como Paris para dar vazão a sua volúpia, descobrindo aos poucos todos os fetiches possíveis.
Paris, France, é uma produção do Canadá e claramente nossos amigos do norte sempre colocaram alguns produtos quentes no mercado na área de cinema independente.
O fetiche se apresenta em trajes de gala no filme. Ora através de comportadas cenas de bondage realizado com toalhas e venda daquelas que se usa em avião pra dormir, ou em tomadas de dominação realizadas com trajes de couro onde Leslie Hope mostra toda a sua exuberância como dominatrix. Os amantes da podolatria são atendidos com excelentes cenas.
O mais importante, porém, é a introdução das cenas fetichistas dentro de um enredo até certo ponto pobre, porque o brilho que os atores emprestam aos personagens é intenso, assim como a excelente fotografia e posicionamento de câmeras nas tomadas.
Jerry Ciccoritti não apresentou um clássico do BDSM no cinema na década de noventa, mas o filme é eficiente num aspecto geral e não deixa cobranças indevidas em espectadores ávidos por cenas fetichistas. Talvez a concorrência com Basic Instint de Sharon Stone lançado quase de forma simultânea tenha apagado um pouco o brilho desse filme, mas quem gosta da telona vai recordar de algumas das cenas de Leslie Hope em Paris, France.

A versão em DVD é muito bem feita e se houver possibilidade eu recomendo que você busque alugar em alguma loja especializada ou se arriscar a baixar na Internet a versão na íntegra. Lembrando que encontrei em alguns sites de download a versão fracionada em quarenta a um links. Será preciso muita paciência pra baixar tudo.
Entretanto, pra quem gosta de fetiche bem feito exibido pelo cinema esse filme não pode faltar na sua coleção.

Assistam ao trailer oficial do filme.




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