segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Amarre seu homem


O que esse espaço tem de bom deve-se a forma democrática como atende aos seus leitores.
Como eu nada tenho de ortodoxo e tão pouco ando com um tal livrinho de regras de conduta BDSM debaixo do braço, acho que a opinião de todos é valida, direta ou não, embasada em conceitos ou simplesmente uma visão paralela qualquer.
E o que mais de me deixa feliz é receber de uma pessoa que pode ser considerada “baunilha” por praticantes fetichistas estar presente no blog, e, além disso, buscar uma mescla de conceitos que retratam a sua visão.
A Ana é uma terapeuta, psicóloga das boas. Minha amiga é verdade, mas aqui, a seguir, ela posta uma visão que o fetiche de bondage, do qual se fala muito nessas páginas.
Ela não reivindica um lado dominatrix, embora pelo título possa parecer algo semelhante, entretanto, como toda mulher inteligente e sagaz ela mostra que está cada vez mais admirando um universo que antes ela via com olhos distantes, um planeta onde a grande maioria dos habitantes é composta de pessoas normais.
Então, melhor deixar a Ana dar o recado. Aspas pra moça!

"Quando li a Saga Os Filhos da Terra, de Jean M. Auel, em que Ayla e Jondalar no caminho de volta a aldeia de origem, eles se deparam com uma aldeia de mulheres que dominavam aquele clã e mantinham os homens enjaulados, mal tratados, amarrados, uni os pensamentos.
Essa historia de um sexo dominar o outro foi desde os primórdios mesmo ora com homens totalmente submissos, despersonalizados, ora com mulheres nulas. To escrevendo isso para falar dos fetiches e especialmente do bondage..., esse assunto que adentrou no meu universo psíquico recentemente em conversas na net. O uso de cordas para viver uma fantasia de submissão, misto de terror, aprisionamento, tesão, coisas da modernidade...
Não posso deixar de dizer que fiquei curiosa e futuquei o site do meu amigo para ver o que me despertava.
Deixei as associações fluírem como psicóloga e lá fui eu... E confesso que me despertou um pouco de tudo, tudo mesmo. Sim porque nós temos todos esses componentes dentro de nós e o que fazemos com eles diante dos estímulos aí eu diria que é a sabedoria de fluir entre o normal e o patológico das relações humanas.
Sim, porque a linha é muito tênue entre o normal e o patológico. Nesse caso, meu querido Nietzsche, diria: “Tudo é permitido, mas na justa medida”. Nunca mais me esqueci disso para analisar os terrenos sadios e insanos que pisamos.
O que me chama a atenção é que sempre colocam a mulher como dominada, aprisionada. Paradoxal com tanta mulher com poder no mundo afora, mas enfim num mundo que podemos criar tudo, então la vai.
Convido a retornarmos a Era Glacial! Isto mesmo! Amarre seu homem... Antes que alguma insana seduza-o e você o perca. Amarre-o de forma a deixá-lo louco de tesão, e quando você perceber que ele está realmente rendido, renda-se você também, ate-se a ele como nunca viu, e não se surpreenda que ele peça pra você repetir a façanha...
Use a corda sim para atar fortemente a relação em amor, carinho, tesão, cumplicidade, amizade e tudo de bom que a felicidade a todos se faça sempre presente."

Somente um comentário: Ana, a visão das mulheres aprisionadas as quais você se refere no belíssimo texto é uma conseqüência dos impulsos de um bondagista e de seus seguidores que amam essa página e se deliciam com as nossas heroínas.
Embora existam os que gostariam de ser aprisionados por elas, as moças em perigo ainda têm cadeira cativa em nossos subconscientes.

Obrigado por escrever pra nós!
E volte sempre...

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Sr. ACM:
Belo texto.
Já foi época em que vivemos na época da caverna onde os homens dominavam as mulheres, isso ficou nos primórdios. Hoje em dia as mulheres não estão tão submissas como antigamente. Atualmente nas relações as mulheres gostam mais de dominar do que ser dominada, isso significa evolução e demostar que cada dia que passa as mulheres estão ocupando o seu espaço em todos os aspectos.
Pelo lado psicológico o BSDM é visto como um omportamento que se caracteriza pelo prazer/dor ao maltratar e ser maltratado. Isto implica em graus para mais ou para menos, podendo chegar a condições totalmente patológicas.Trata-se de algo que beira o limite do desvio social, da parafilia (quando o prazer sexual não se encontra na cópula mas em alguma atividade/objeto paralelo) fugindo assim à relação de amor/prazer que dignifica e enobrece a sexualidade humana.
Várias são as causas que podem desencadear esse tipo de conduta. Uma das mais encontradas nos relatos terapêuticos remonta à infância, quando a criança só conseguia a atenção das pessoas amadas através de punições.
Embora os fetichistas considerem-se experts no desempenho sexual e na obtenção de orgasmos, pode-se pensar em BDSM sem orgasmos, sem uma conotação sexual explícita, se pensarmos na ótica dos fenômenos psíquicos, na adesão ao sofrimento moral ou ao prazer com o controle.