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sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Tempos Modernos
Quando eu era garoto a idéia que se tinha de um cara de cinqüenta era a de um sujeito broxa sentado no sofá ao lado da patroa, então denominada “do lar”, assistindo programa Silvio Santos metido num pijama listrado, linha zebra, da Casa José Silva e coçando os culhões.
Só que as coisas mudaram. Ainda bem.
O cidadão cinqüentenário hoje esbanja energia, não se aposenta no velho sofá e a esposa não cuida apenas do lar como antes e tem seu espaço.
São os tempos modernos. E o que o fetiche tem a ver com isso? Tudo ora, porque as pessoas que hoje se encontram tramitando por essa faixa etária estão mais vivas e pulsantes como nunca, com a energia em dia, aproveitando a experiência acumulada com o tempo pra ditar o rumo de suas aventuras.
E eu estou nessa. Firme e forte como se ainda estivesse nos trinta.
Porque se a mente comanda o corpo é bem provável que a pujança sobreviva. Começa a valer então o quesito imaginação, capaz de mover até almas com a cor baunilha pra dentro do circulo que se abre mostrando o sinal do caminho dos que saboreiam a idade adulta.
Outro dia disse aqui: toda mulher ao chegar aos quarenta deveria experimentar levar um fetichista pra cama, e vice e versa. Porque isso implica em multiplicar sentidos, soltar as amarras da hipocrisia e alcançar a plenitude.
Na verdade, pouco importa se isso aconteça aos trinta ou aos cinqüenta. O que vale é estar habilitado e ciente de que olhar a novidade com bons olhos faz bem pra pele, pro espírito.
O melhor estimulante sexual de todos que já inventaram é estar de bem consigo mesmo. É achar tesão onde antes talvez fosse um canal para o qual nem se movia os olhos. É andar na contramão da própria sabedoria que por anos a fio imperou em seu subconsciente. Ou o distinto cavalheiro cinqüentão ainda acha possível bombar quatro menininhas de vinte numa saída noturna sem Viagra? Não dá brother, e não me venha com essa conversa de que pendura uma toalha molhada no bicho porque tudo é artificial, ou seja, sem o sonho azul já era. Portanto, o melhor a fazer é mudar a linha de pensamento, abraçar outra cultura, procurar espaço onde você ainda é bem vindo e não se exporá ao ridículo.
O resumo da ópera é simples: não precisa ser fetichista ou praticar fetiches esporádicos pra seguir em atividade. Basta ter energia, vontade, e não se entregar ao óbvio. A rotina é o pior dos males que assola as relações. Ninguém resiste a isso, nem mesmo aqueles que se julgam os senhores da perfeição, ou melhor, homens e mulheres maduros que ao verem seus relacionamentos indo pro saco por conta de uma rotina ingrata passam a pensar que a culpa é daqui ou dali sem fazer uma autocrítica, e com isso, levam esse ranço vida afora estabelecendo uma cumplicidade mórbida com um flagelo que se negam a admitir.
Não existe verdade absoluta, nós escolhemos o caminho.
E já que a vida brindou essa galera romântica dos anos setenta e oitenta de chegarem até aqui firme e forte, é hora de mostrar equilíbrio e estarem atentos as sensíveis diferenças.
Deixar a porta aberta a novas experiências é uma dica aceitável. Pouco importa o que lhe atraia, porque o importante é estar de bem com a vida e sempre acelerando. Outro dia falava com uma amiga, a Ana, uma mulher culta e inteligente na casa dos quarenta e ela me disse que ao ler meu blog alguns fetiches a aguçam, e ela anda pensando seriamente em levar algumas dessas coisinhas pra seu dia-a-dia.
Ponto pra ela, porque é sinal que a minha amiga não está nem um pouco interessada em ver a vida passar na janela.
Como o poema da Zélia Gatai que a Lili me mandou outro dia sobre os homens maduros. O texto é longo, mais há um trecho que reproduzo aqui encerrando o assunto: “Por que o mais importante não é a idade denunciada nos detalhes de suas fisionomias e sim os raros valores de suas personalidades. O importante é perceber que os seus corações permanecem jovens...”
Um bom final de semana a todos!
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Maturidade
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