quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Lipstick (1976)


Se você tem fantasias sexuais de estupro consentido esse filme funciona como um verdadeiro manual de instruções de como realizá-las. Mas é sempre bom lembrar que aqui tratamos de fetiches, e, por isso, ninguém deve sair por aí em busca de uma aventura deste tipo com uma desconhecida.
E nessa mesma tocada, vale recordar que os filmes sempre foram um estimulante para o fetichista que encontra em determinadas cenas o combustível para aditivar suas fantasias.
Muitos fetichistas têm no estupro consentido um alvo a ser alcançado em suas fantasias. Pode até parecer simples quando dois adultos resolvem criar um jogo onde exista uma cena desse tipo que irão interpretar, porém, não é fácil de realizar se ambos não estiverem cem por cento entregues à trama.
O filme Lisptick dirigido por Lamont Johnson embora tenha no elenco as irmãs Margaux e Mariel Hemingway, foi duramente atacado pela critica cinematográfica da época que o classificou como uma obra de baixa qualidade. Levou cacetadas de grupos feministas devido ao desfecho do caso em tribunal, ou seja, a não condenação do estuprador. Banal, sensacionalista, estes foram alguns adjetivos que classificaram Lipstick, de bom apenas o desempenho de Mariel Hemingway foi ressaltado.
Entretanto, pra galera fetichista o script tem serventia.
As curvas perfeitas da super modelo que cai na armadilha de um professor de música e é violentada por ele em sua própria cama. Amarrada, incapaz de se defender ela é sodomizada com força. Aqui o fetiche fala alto e se realizado consensualmente dá liga.
Mas o filme parece mostrar um estupro a sério, embora o tipo de estupro em que a vítima não tenha sido ferida com gravidade seja duvidoso perante as pessoas em geral. Mas o roteiro pretende superar os preconceitos de uma sociedade que sempre suspeita de que uma vítima de estupro tem o que ela pediu. A única vez que Lipstick é crível é durante a seqüência de julgamento, quando Anne Bancroft, aparecendo como a advogada ferozmente determinada em provar que a vítima foi violada, representa o caso não só para Miss Hemingway, mas também para todas as mulheres. É quase como um filme de reportagem forense, mas é eficaz.
Eu costumo dizer que não me baseio tanto pela critica quando resolvo assistir a um filme. Muitas vezes há exagero da parte de críticos que têm tendência a achar que os filmes considerados por eles como “B” não prestam. E as obras com um punhado de fetiches no enredo normalmente levam esse selo, que no meu entendimento nada tem de depreciativo.
Lipstick não tem muita lógica. Não há argumentos excessivos que levem o espectador a imaginar cenas diferentes das que o diretor procurou colocar em seqüência. Apenas o julgamento é capaz de criar o tal hiato que a sétima arte gosta tanto de introduzir em suas produções.

Diria que bem editado tem lugar garantido na coleção de quem gosta de assistir atrizes famosas vivendo a heroína indefesa nas garras de um vilão sem escrúpulos. De resto não acrescenta tanto.
A nota triste fica por conta do suicídio de Margaux Hemingway vinte anos depois de interpretar essa história.
Pra quem gosta de guardar cenas de relevância fetichista segue abaixo uma edição da cena de estupro que trouxe Lipstick pra matéria de hoje.




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