terça-feira, 22 de novembro de 2011

A Perfeita Imperfeição


O imperfeito é tolerável, muita gente pensa assim.
Mas se for levado em conta que a própria busca da perfeição tem início a partir de alguma coisa imperfeita, é hora de dar uma olhada no que parece imperfeito com outros olhos.
Não é insano buscar a perfeição, é legitimo, mas renegar o imperfeito é obtuso.
O fetichismo muitas vezes se mostra por imagens e algumas delas realizadas de forma totalmente amadora apresentam traços de imperfeição, principalmente quando são produzidas por pessoas de pouca, ou quase nenhuma, identificação com o assunto.
Algumas manifestações fetichistas pegam, apesar de não serem doenças, principalmente quando pessoas alheias a tudo que acontece por essas bandas tentam os primeiros passos. O resultado é muito mais emocional do que plástico. Porque observar a destreza e boa vontade da parte de quem se dispõe a realizar uma cena é muito mais importante do que andar atrás de toda plasticidade perfeita que possa existir.
E melhor que realizar as imagens é dividi-las com os interessados em ver os tais detalhes que norteiam a visão fetichista. Até aqueles grupos que essas imagens talvez não digam tanto hão de reconhecer esse tipo de iniciativa. O Fetlife está transbordando de imagens fetichistas, produzidas, porém, por pessoas envolvidas diretamente com o fetiche, seja através de sessões solitárias ou com a participação de parceiros.
Entretanto, minha idéia ao montar esse artigo é enaltecer quem chegou outro dia, quem passou vários anos de vida sem ao menos saber que toda essa loucura que existe ao redor é capaz de mover pensamentos de um segmento. E da mesma forma que é complicado explicar como tudo isso funciona em nossas cabeças, é prazeroso ter em mãos algo preparado com tanto carinho que chega a saltar os olhos.
Nessas horas não me sinto um pervertedor. Pessoas adultas, donas do seu nariz, têm total capacidade de julgar participar ou não desses jogos, ainda que de forma indireta, totalmente virtual. Até que um dia a porta se abre e elas se vêm envolvidas com toda a magia que esse universo é capaz de despertar.
Mas isso o tempo dirá, assim como a própria participação de quem se aventura, que pode ser como uma forma de agradar a alguém ou a si mesma pra se ver como tantas outras pessoas que já têm seu lugar cativo do lado de cá.
Me confesso um apaixonado por esse tipo de imagem. A vida inteira foi assim, e nos dias de hoje onde a tecnologia é capaz de resolver esses casos num clique, e fazer aparecer uma imagem tão esperada embutida numa mensagem de email, dá uma sensação de imediatismo tão grande que faz a vida parecer simples como dar dois passos à frente.
E não deixa de ser, porque simplificar as coisas ainda é a melhor forma de viver.
As imagens que ilustram o artigo de hoje e que fui autorizado a dividir com todos que me dão a honra de passar por aqui, vem de uma pessoa que até bem pouco tempo não tinha conhecimento do tanto que o planeta fetiche evoluiu. Não diria que se trata de um self-bondage perfeito – daí a razão pela qual insisti tanto em falar em perfeição no texto – porque a pessoa que gentilmente realizou esse desejo além de não possuir a técnica do bondage, sequer sabia como fazer pra se atuo-fotografar. Deu no que deu e o resultado está aqui.

Pra mim está irretocável. Por se tratar de um ensaio prematuro apenas baseado em fotografias que ela tem acesso por estar por aqui e por ela não possuir material básico que pudesse retratar uma imobilização completa, eu dou a nota máxima.
Claro que se a Ro insistir outras imagens vão aparecer de uma forma mais clara e, talvez, aos poucos ela chegue a alcançar a própria perfeição, já que se trata de uma pessoa inteligente e, principalmente, observadora.
Quem sabe lá pelo quinto ensaio eu não comece a achar defeitos? Por enquanto a perfeição está na forma gentil com que ela nos brinda com uma cena de bondage recheada de pureza.

Um comentário:

MrZ disse...

Estamos à disposição para ensinar o que for possível! Parabéns pra ela pela ousadia em dar o primeiro passo!