segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O Proxeneta Fetichista


Essa vem de Portugal.
Vendo suas contas acumularem e não tendo outra saída, Alice resolveu cruzar o Atlântico atrás de uma vida fácil em Lisboa. Ouviu conselhos de algumas amigas que haviam estado por lá, juntou o pouco que tinha para partir em busca de seu próprio El Dorado.
Um ano depois ao desembarcar por aqui refez as contas chegando à conclusão que o pote de ouro não era tão grande, mas mesmo assim trouxe na bagagem muita coisa além da estabilidade financeira que ela tentou encontrar.
São tantas histórias que ela deveria escrever um livro relatando as experiências que colecionou e, claro, algumas dessas passagens são tão interessantes que vale a pena dividir aqui. Como o caso do proxeneta (leia-se cafetão) com quem conviveu por mais de oito meses.
Na verdade a Alice foi mais uma das tantas Brazucas que caem no conto do Vigário. Pegam um avião esperando tirar a sorte grande, pensam que haverá um comitê de políticos corruptos e ricos empresários a espera com o bolso forrado de Euros, mas se deparam com um apartamento chinfrim no meio de um bairro afastado qualquer onde outras iludidas dividem as esperanças. Trepam quase dez vezes ao dia e recebem quarenta por cento do que “a casa” faturou. Daí se desconta despesas e outros afins encurtando ainda mais a grana.
Nesse apartamento que ela chama de “local de convívio” um simpático quarentão dava as cartas. Dono de um possante carrão ultimo modelo, ele fazia visitas diárias aos seus quatro ou cinco apartamentos espalhados pelo centro antigo de Lisboa. Justo nas contas, mas quando o assunto era sexo fazia questão de pagar os quarenta por cento da garota para evitar envolvimentos mais íntimos.
Num fim de tarde de verão, chegou com a cara alegre de quem vinha de um almoço festivo. Depois de uns copos a mais, olhou para Alice de forma diferente e a levou para o quarto de mãos dadas. Recém chegada, trazia na bagagem um lindo conjunto de lingerie negro que pareceu enfeitiçar o proxeneta. Com os olhos vidrados em suas pernas, arrancou-lhe as meias e a calcinha e num impulso danou a cheirar e beijar as roupas íntimas de forma incontrolável até ejacular com força e cair quase desfalecido ao seu lado.
Assustada a principio com a volúpia do cafetão, Alice não lhe cobrou explicações e esperou apenas que ele lhe dissesse alguma coisa. Para sua surpresa, o sujeito se confessou fetichista oferecendo uma boa soma pela roupa usada. Ela prontamente aceitou, precisava da grana e estava lá pra isso, mas concordou em guardar segredo perante as outras meninas da casa.
De tempos em tempos ele a chamava para um encontro dentro da própria casa. Trazia lindos conjuntos de lingerie e sapatos. Mandava que ela colocasse as roupas até o fim do expediente quando se deitavam para uma nova sessão fetichista. Ele recolhia tudo, as meias, a calcinha e até a palmilha do sapato para levar de lembrança.
Até que um dia ele não a procurou mais. Talvez outra garota fosse à nova guardiã dos seus segredos, Alice chegou a apostar em alguém, mas lamentou apenas o fato de não contar com as boas gorjetas que ele fazia questão de pagar.

Ela tem outras lembranças de cenas fetichistas pra contar e se sente em casa ao ler esse blog que reacende fatos que adormeceram em seus pensamentos.
Obrigada a retornar ao Brasil depois de um ano na clandestinidade ela sonha em regressar a Portugal para, segundo suas palavras, completar um ciclo que ela ainda persegue mesmo após desencontros e dúvidas. Se nada do que imagina der resultado, Alice levará novas peças de lingeries e buscará trabalho com o mesmo proxeneta ou outros que ainda cruzarão o seu caminho.

 Alice promete aprender sobre fetiches e se aprofundar no assunto, afinal, ainda existe algumas histórias a serem contadas. Boa sorte!

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