
As vantagens do avanço tecnológico são imensas.
O mundo hoje evolui em um ano o que há quinze anos atrás levava cinco no mínimo.
A Internet, a globalização, e outros fatores, são responsáveis pelo planeta mutante que a geração do novo milênio tem pela frente.
Me acostumei a gostar das imagens produzidas pelo fetiche de bondage desde os anos oitenta, quando fui devidamente apresentado a elas. Primeiro pelas revistas, passei pelo VHS, pelo DVD e hoje navego na grande rede, aliás, chego a produzir bondage do Brasil na Internet.
O “piscar de olhos” é incrível, transforma e impele de maneira muito rápida. Tudo acontece no segundo de um simples click como um passe de mágica. Mas será que toda essa evolução dos tempos de hoje será capaz de produzir os mesmos ídolos que o passado mostrou?
Levando essa teoria para o fetiche que a Internet exibe, qualifica e expurga, qual é a musa dos aficionados colecionadores de vídeos e fotos de bondage hoje em dia?
É, parece fácil, mas não é tão simples assim.
Vou cortar na própria carne: o site Bound Brazil tem hoje em seu elenco cerca de noventa modelos e a cada dia recebo mais fotos ou emails de novas candidatas a musa dos bondagistas assinantes. Desse universo, cerca de dez modelos se destacam na preferência dos membros que sempre elogiam, solicitam trabalhos e as escolhem como preferidas. Resumo da ópera: são muitas e cativam pouco.
Se globalizarmos o resultado é ainda mais expressivo e divisível, levando a conclusão que a quantidade dilui o talento tornando cada vez mais difícil o aparecimento da musa, da desejada, da inatingível.
Lá atrás, quando tudo começou, a indústria fetichista de bondage produziu musas que ficavam em cartaz por mais de dez anos, criavam total identificação com seus admiradores e cativavam um publico sempre seletivo e participativo. Algumas com atuações de três ou quatro anos tinham seu fã clube que reunia gente de todas as partes desejando saber sobre elas, seus dias, sua vida, enfim, pertencíamos à turma do gargarejo.
Outro dia, conversando pelo Facebook com a eterna musa Andréa Neal, falamos nessa relação de ídolo e fã. Sua explicação foi bem simples: “fazíamos com amor”. Aliás, para fazer parte de sua rede de amigos basta me adicionar e ter acesso à página dessa Deusa, onde ela faz questão de recepcionar com muito carinho a quem chega. Hoje está casada, tem um filho e não pensa em voltar a trabalhar em nenhuma hipótese, prefere estar presente na história do fetiche e na lembrança dos admiradores.
Várias musas como Andréa Neal rondaram meu pensamento fetichista por anos a fio e através de uma conversa com meu camarada, colaborador e parceiro Carlos, lembrei de uma dessas maravilhas que apareceram no meu caminho: Sylja Kuryakin.
Pode ser que muitos não a conheçam ou sequer ouviram falar, mas essa Princesa com nome e rosto do leste europeu tinha no olhar o doce sabor da captura, a heroína em apuros, exalando o perigo que todo bondagista congela quando se defronta.
Lembrei de um filme do Eliot Shear e Eric Holman ainda da antiga série EE da Harmony em que a bela Sylja Kuryakin ensina com os olhos o verdadeiro significado da expressão Damsels in Distress. Não recordo o nome do vídeo e nem o ano em que foi produzido, mas tenho a certeza de que essa imagem que eu publico para ilustrar essa matéria é uma das principais razões que me fazem ter a certeza de que bondage é um fetiche único e incomparável, e só quem leva esse sentimento correndo nas veias sabe o real significado do que estou dizendo.
O fetiche vive dentro de nós independente do tempo ou de qualquer fator preponderante. A continuidade depende apenas de nós e de novas musas que queiram assumir um trono que se renova como tudo na vida.
Basta fazer com amor...
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