terça-feira, 3 de abril de 2012

Números


Definitivamente a matemática não é um fetiche sexual. No entanto, esta ciência pode auxiliar a todos que se interessam por estatísticas e detalhes quando a idéia é encontrar pessoas ligadas às mesmas atividades fetichistas que lhes são atrativas.
Sejamos conscientes: números são como biquínis. Eles mostram quase tudo, mas jamais revelam aquilo que se quer ver. Porém, ninguém sobrevive sem eles. Tudo num mundo globalizado se baseia em pesquisa, seja ela de opinião, consumo ou apenas dados.
Dito isso, começo a tentar responder a questão de um amigo sobre o bondagismo.
Brother; repito aqui o que te disse: bondagista de essência é artigo raro. Porque muita gente gosta do fetiche, acham os nós assimétricos um grande barato e costumam mandar elogios em imobilizações bem organizadas. Entretanto, bondage não é só isso. O resumo é maior e contém certa amplitude.
O fato de realizar boas e firmes imobilizações não define o bondagista, Lá fora, onde o fetiche é mais popular, quem se dedica a essa técnica é chamado de “rigger”, que traduzido ao português seria como um construtor de nós, um armador. Na realidade, um amante de jogos de bondage não precisa ser um especialista em técnicas para praticar o fetiche, mas há de ser puro, gostar do fetiche sem complementos que o liguem a outros.
Pois com tantas investidas do fetiche na sociedade ultimamente, os bondagistas de ofício são poucos. Considerando que as mulheres hoje em dia lidam melhor com suas fantasias, muitas vezes os praticantes de bondage aceitam a inclusão de outras atividades em seu instinto.
Basta um passeio pelos blogs e por redes sociais onde alguns bondagistas postam suas fantasias através de fotos.
Há algum mal nisso? Nenhum, pelo contrário, estamos apenas lidando com números.
É certo admitir que as atividades fetichistas ligadas ao BDSM complicam uma divisão exata. Quando tratamos de impulsos e desejos muito da teoria se perde pelo caminho, porque o tesão é pessoal e intransferível, da mesma forma que se adapta a circunstancias. Ora, se a situação não for de total desagrado de quem se dedica a viver a fantasia pode ser que a mistura se torne homogênea e acabe trazendo prazer para ambos, tornando o quadro perfeito.
Por outro lado, se houver a necessidade de criar um painel e nele for colocada a pretensão exata onde cada qual expõe seu fetiche na essência, necessariamente haveria uma divisão.
O fetiche não cuida de egos, ele define preferências. Porque sempre haverá algum grupo que aposte na mescla de emoção para se tornar plenamente atendido sexualmente.
Por isso, eu me refiro à essência nas primeiras linhas. Quando há uma mescla que não mude a tendência fetichista esse quadro é inalterado. O fetiche passa sem surpreender a quem dele comunga. Tal fato explica a existência de detalhes que o próprio fetiche de bondage congrega.
Portanto parceiro, se como você mesmo sugere os visíveis e os anônimos pudessem colocar com clareza suas aventuras prediletas, haveria pontos convergentes e divergentes, não só em se tratando do fetiche de bondage, porque a regra se aplicaria a todos de uma forma generalizada. Todavia estaria preservada a essência e não haveria a inclusão de outras atividades paralelas como existe em alguns casos.
Me atrevo a concluir que dentre os fetiches mais populares bondage seria o primo pobre.

Por muitas vezes li conceitos tortuosos tecendo bondagistas como baunilhas apimentados de pessoas vividas dentro do BDSM. Talvez a minoria se explique dessa forma.
Pois ainda que existam bondagistas com atração por pés, eles estariam longe de serem podólatras, pois não os adorariam, mas os usariam em suas cenas, da mesma forma que não se entende um dominador bondagista, pelo fato de o ato de dominar uma pessoa que se entrega por livre e espontânea vontade não necessitar de cordas que a segurem e limitem.


Vou levar pedrada com esse conceito, mas como não nasci pra viver em cima do muro com um binóculo na mão, aceito o debate e me rendo a qualquer conceito contrário, desde que haja respeito e fundamento.

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