Ele quando chegou jogou limpo. Trouxe o fetiche na
bagagem e colocou em discussão.
Gastou o tempo necessário pra convencer uma então mulher
baunilha a entrar na dança.
Ela a princípio achou tudo muito esquisito.
Claro que ninguém está imune a tentar uma fantasia aqui e
outra ali quando tem intenção de sair da monotonia, inventar dias de glória, de
amor intenso e entrega mútua. Mas topar com um parceiro que trazia isso na
mente sempre que pensavam em ter relações era uma grande novidade.
Pensou em relatar as amigas mais próximas, mas a vergonha
impediu. Ora, se o fetichista às vezes tem vergonha de suas próprias necessidades,
imagina quem está no mesmo barco por um mero acaso? Daí resolveu tentar e levou
a relação adiante.
E o sujeito era daqueles fetichistas de várias histórias.
Switcher por definição e vocação, fazia visitas freqüentes aos sex shops e
trazia muitas coisas pra dentro de casa que dividiam. O comando mudava de mão a
cada nova transa e ela via surgir fantasias diferentes e às vezes ficava
confusa com tanta orientação que ele fazia questão de passar.
Vez por outra ela fazia perguntas sobre coisas que
ficavam fora do que tentavam e ele sempre aparecia com a cartilha do consenso,
afirmando que tudo devia ser previamente acertado como manda a regra. E assim
ela aceitava na boa.
Certo dia ele pirou com uma fantasia nova e falou em
vê-la transando com outro.
O resultado da proposta foi o pior possível e custou uma
semana de cara feia. Mas ele não desistiu e seguiu com a tentativa toda vez que
rolava o papo intimo até chegar aos detalhes.
A pegou com uma ponta de interesse e começou a escrever o
roteiro.
Falou em humilhação como uma forma de explicar o tal
fetiche.
Ela entendeu em partes e depois de inúmeras tentativas
partiram para realizar a sonhada fantasia. Através da internet ele conseguiu o
tal parceiro, um podólatra. Havia estreitado a amizade com o cidadão e marcou
dia e local.
Partiram para um motel dos melhores levando na mala tudo
que ao longo do tempo juntaram nas idas aos sex shops. Ao coadjuvante caberia a
podolatria de forma livre e o sexo da forma que ela desejasse. Mas a humilhação
pretendida por ele não saia da cabeça dela...
E sua mulher não o quis livre na cena. Usou as algemas e
o prendeu próximo a cama. Escapou do roteiro e tomou as rédeas o deixando atônito.
Bebeu um pouco e se sentiu mais solta pra viver tudo de
forma bem real e prazerosa.
Abusou das palavras obscenas. Usou seu charme e todo o
sex appeal que aprendeu nos filmes onde a mulher era a imagem da sedução. Deu
ordens ao podólatra, o fez lamber seu salto e encarnou a dominatrix que ele
tanto queria.
Humilhou o parceiro imobilizado com palavras, gestos e atitudes.
Seguiu tudo que aprendeu durante os papos madrugada adentro. Se sentiu poderosa
e fatal. Transou e gozou como nunca enquanto ele nem podia se masturbar como
haviam combinado.
Fez o marido implorar por uma repetição e poder se tocar.
Ofereceu uma troca. Queria a todo custo praticar um fio terra que ele tanto
renegava. Deixou o sujeito sem saída e ele não tinha escolha. Era pegar ou
largar.
Porém, em determinado momento ela decidiu rasgar a
cartilha e deixar de ser politicamente correta. Arrancou-lhe as cuecas que
ainda mantinha, meteu entre seus dentes e ouviu um urro abafado quando
impiedosamente o sodomizou a força.
Cumpriu a promessa e se deitou com o podólatra para uma
segunda vez e o viu explodir ejaculando como um louco. Juntaram tudo, curaram o
porre tomando uma sopa num lugar qualquer e voltaram pra casa felizes, mesmo
tendo praticado o fetiche sem consenso.
Um bom final de semana a todos!
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