Ninguém sonha tragédias ou tem vocação pra imaginar
perdas. Nosso sonho é perfeito.
E todo sonho bom começa com um rabisco. Traços que a vida
nos coloca diante dos olhos.
Nesse final de semana recebi aqui no Rio a visita da Lady
Vulgata.
Claro que tínhamos projetos a elaborar, mas tem vezes que
o certo se torna cirurgicamente preciso quando se consegue alcançar aquilo que
a vida nos oferece de presente.
Rabiscamos um sonho em conjunto, mas, além disso,
confesso: é tão bom trocar palavras com ela porque sobrepõe àquilo que entendo
como conhecimento da própria causa.
Explico: essa moça nasceu com a incrível vocação pra inteligência.
Parece simples, é claro, basta devorar meia dúzia de
livros e viver sentada nos bancos escolares, mas não é bem assim que a banda
toca. A Lady sabe de tudo um pouco e me sinto em casa quando ela pensa diante
dos meus olhos.
Interpretar as pessoas não é uma coisa simples. Até
àqueles que blasfemam contra o azar e excomungam a própria sorte ficam fáceis
de entender na longa e apaixonante visão da Lady.
Tivemos nossos dias, vários por sinal, mas cada vez que
nos sentamos pra trocar palavras à coisa se estende por horas e é necessário
clamar pela realidade pra saber que a vida existe.
Porém, o que mais me espanta e enternece é a expressão de
mim mesmo. Pois é, parece coisa de doido, mas se louco não sou curado estou. Talvez
eu encha a paciência dessa dama com falácias pouco concorridas dos meus tempos
idos, ou quem sabe eu discorra fatos e versões que ela nem esteja interessada
em saber, mas é verdade que ela me dá ouvidos, e nessa eu fico prostrado como
se estive diante de um jogo de búzios.
E como é confortante saber o que essa mulher consegue
agrupar em sua volta.
Ouso dizer que poucos conhecem a causa fetichista e suas conseqüências
nos pensamentos dos seres que compõem esse universo como ela. Conhece
todos os atalhos, inclusive os meus e está sempre de antena ligada ao que rola
em cada esquina.
Dizem que algumas pessoas pensam parecido e até existem
teorias mais densas sobre reencontros, entretanto, acredito em tudo que possa
explicar como é bom estar ao lado de quem enche meus olhos de luz.
Isso não é uma babação de ovo qualquer e muito menos ela
precisa inflar seu ego com algo que possa ler por aqui. A realidade é ululante
e não faz distinção alguma. Nosso projeto vai dar samba.
Da mesma forma em que caso uma aposta que esse projeto do
BDSM/SC que ela conseguiu agrupar em torno dela e de seus próprios pares um dia
será exemplo. A postura é muito correta pra estar no meio de várias iniciativas
desse tipo. Porque as pessoas passam do abstrato ao real em pouquíssimo tempo e
não medem esforços pra juntar e interagir.
Isso é o BDSM, ou deveria ser o BDSM. O BDSM da Lady
Vulgata.
Quisera eu tivesse mais tempo de lidar com todo esse povo
além das linhas onde tento passar experiências através de historias de fatos verídicos
ou casos contados.
Na minha vida ligada as questões fetichistas tenho fartos
agradecimentos a diversas pessoas que com o passar dos anos, contribuíram pra
minha formação e caráter dentro do contexto. Desde os tempos em que engatinhava
babando de inveja de quem dava as cartas aos anos de comunhão total com idéias
de artífices que desenharam o que hoje muitos têm em mãos.
Procuro fazer disso
uma caminhada reta, pessoal. Lógico que erros existem, vacilos que a nossa própria
consciência não perdoa, mas num cômputo geral as coisas se enquadram.
Por isso, a Lady Vulgata veio se juntar e correr atrás de
uma realização pessoal. Dela e minha, ou minha e dela. Tanto faz! A ordem dos
fatores aqui jamais determinaria o resultado correto.
De tudo isso sobra essa final de semana numa tarde de
reencontro e uma noite linda debaixo das estrelas e um vento fresco.
Se faltou a champanhe no gelo é apenas um detalhe, dentre
tantos que vamos discutir como sempre, de posse de uma cartilha que diz no
primeiro capitulo: Lady, como eu gosto de você!
Um comentário:
Que coisa mais linda!
Cheia de emoção e com o coração carregado de muita gratidão.
Beijos
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