Parece sem lógica esmiuçar qualquer definição depois de quatro
anos escrevendo sobre o fetiche de bondage. Entretanto perguntas sempre surgem
e se elas estão por aí, nada melhor que apostar numa retórica que possa servir
de resposta.
Porque bondage não reúne apenas adeptos e sim tendências.
O que sugere uma divergência gostosa capaz de servir como um cardápio de quem
tem a intenção de se aventurar nesse caminho.
Então eu peço ajuda aos universitários. Meus confrades
fetichistas mais próximos que como eu apostam nessa brincadeira de adulto pra
tirar noções básicas de como viver bem.
E posso garantir que em qualquer viagem ou pensamento
vago desses caras que curtem pedaços de fetiche em tom de fantasia, há um
elemento básico, quem sabe preponderante, o qual deve fazer parte do desejo
coletivo: uma cúmplice.
Pois é brother, sem ela, a cúmplice, não há crime
perfeito.
Mas não é uma parceira qualquer que simplesmente derrame
desejos toda vez que você dá o ar de sua graça e conta algumas histórias que
deram certo ou não. Ela precisa entender o parceiro, ter o tal sétimo sentido
que toda fêmea carrega escondido ou simplesmente esqueceu em algum lugar
guardado.
Por mais que as teorias sejam conclusivas, bondage não é
uma fantasia que se aprende na escola. Ela precisa de rumos que somente através
do convívio e diálogo se pode traçar uma poderosa linha de prazer. Porque cada um
que lança mão do fetiche pra satisfazer sua libido entende que só consegue êxito
se é fruto daquilo que coloca como primeira opção.
Na certa vocês vão insistir na tese da dificuldade de por
as coisas às claras. Não há como desmentir. Basta aparecer com uma historinha
nova mesmo em tom ameno e na base da brincadeira pra virar um espanto. Porque a
primeira vista ninguém aceita ser imobilizada ainda que o parceiro não seja um
ilustre desconhecido. A simples idéia de estar impossibilitada de reagir ante
qualquer infortúnio não é digerida com tranqüilidade.
No entanto, se você é um fetichista nato, daqueles que não
aceitam derrotas sem luta, cabe achar um espaço e brigar pelo que te seduz.
E por mais que litros de saliva sejam gastos ela só vai
conseguir entender a mensagem no momento em que obtiver semelhante prazer,
ainda que tenha uma ótica diferente da nossa. Mas pra entender a mensagem do
bondagista a moça tem que querer. Toda cumplicidade tem seu preço, seja ele
qual for. Correr riscos não é tarefa fácil. É preciso acreditar que existe a
possibilidade de dividir um sonho, uma fantasia e aceitar que velhos conceitos
nem sempre significam a verdade absoluta. Porque não basta realizar a fantasia
de quem oferece, é preciso ter prazer com o que virá ou tudo será apenas uma
história pra contar.
Daí, as mulheres interessadas em abraçar essa prática
necessariamente devem compreender que não é tão simples como está nas matérias
de revistas femininas que somente sugerem experimentar fazer sexo amarrada. O
buraco é mais embaixo e ao topar com um sujeito que gosta da fantasia a ponto
de transformá-la num fetiche, ele não vai se contentar com uma noite apenas e
nada mais.
Cumplicidade e parceira requerem muito mais que uma
simples aventura de prazer.
E nós, desse lado da trincheira, seguimos viajando na
idéia da cena perfeita. Não aquela que aparece na foto, mas a que se repete,
que ganha vida e formas e tem a participação efetiva de quem entende que conviver
com um fetichista por mais emocionante que seja requer sabedoria.
Portanto, analise com calma a tendência de bondage que
vai comandar a fantasia.
Se ela encaixar, não haverá limites para a ousadia e
criatividade. Descobrir o prazer através de uma novidade é excitante pra quem
chega. Mas se por acaso isso não for suficiente pra
suprir as intenções, que fique de lado ou venha a ser parte de uma simples experiência que tem começo e fim imediato.
suprir as intenções, que fique de lado ou venha a ser parte de uma simples experiência que tem começo e fim imediato.
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