É verdade que às vezes sonhamos com coisas que nos
parecem impossíveis de se tornarem reais. Também é fato que lamentamos a falta
de coragem de por esses sonhos em prática. Mas se eles fazem parte do nosso
objetivo, são irrefutáveis.
Talvez façamos uso deles para nos abastecer dessas
gostosas ilusões para a partir daí criarmos nossas fantasias.
Bem ou mal elas acabam fazendo parte de nossas vidas
ainda que não passem de um delírio na hora do orgasmo. Porque não duvide;
existem pessoas que montam os cenários e tocam no assunto no momento do sexo e
fecham os olhos pra viver a fantasia dentro da fantasia.
Parece fantástico?
Pode até parecer, mas se for feita uma enquete nesse
sentido as respostas serão positivas na maioria dos casos. Porque o ser humano,
fetichista ou não, tem uma queda pelo estimulo auditivo na hora que a libido
está em alta e se excita através das famosas palavras ao pé do ouvido. Daí vale
sustentar uma fantasia em detalhes pra quem está entalada até o pescoço de
tesão e tudo flui com enorme facilidade.
Claro que nas noites escuras nem todos os gatos são pardos
e há casos em que uma historinha dessas contada no ouvidinho acaba por causar
enorme confusão. Mas são raros, porque na maioria das vezes é tiro e queda.
Tirando uma média do que é dito em sussurro essas
fantasias em forma de sonho são as mais complexas possíveis.
Conheço uma amiga, lésbica, que sonha em ser estuprada –
de forma consensual, é claro – por três ou quatro lindas mulheres e estar obrigada a
realizar todos os desejos que lhes caiba no pensamento. Submissa por opção fetichista,
ela delira quando transa com a parceira e escuta coisas do arco da velha como
incentivo. Teriam coragem de tirar os sonhos das noites de sussurro e
exteriorizar numa fantasia real?
Não há resposta, mas por enquanto tudo isso é alimentado
toda vez que resolvem se entender sexualmente.
Esse legado fantasioso não é exclusividade do povo fetichista.
Uma amiga a quem prezo com um carinho extremo, me contou
que vive desses delírios toda vez que resolve ter relações. E pasmem, porque não
é uma fantasia simplesinha. Ela, sem saber a nomenclatura correta, tem
rompantes exibicionistas de fazer inveja. Plasma com um voyeur de plantão no
mesmo quarto ao pé da cama observando cada passo da transa. E não pensem que a
moça vibrou ao ouvir sobre a presença do desconhecido voyeur uma ou duas vezes.
A fantasia flui como um rio toda vez que o parceiro começa a detalhar cada passo
do que ela sonha em viver.
Muita gente que se acha acima do bem e do mal pode
imaginar que esse povo vive em repressão ao não por em prática uma aventura que
só lhes faria bem, mas não é assim que a banda toca porque toda fantasia quando
está em vias de realização propõe um risco complicado de ser digerido por quem
sempre pautou por interiorizá-la sem se expor.
E ainda assim os sonhos seguem irrefutáveis, mesmo que
retidos ao inconsciente.
Seria comparável ao garoto adolescente que sonha com a
vizinha mais velha mesmo sabendo que tudo não vai passar de uma bronha na hora
do banho? Talvez. Ou quem sabe esses sonhos retidos desde essa fase sigam vida
afora e passem a fazer parte do impulso sexual de cada um mesmo na fase adulta.
O medo do desconhecido retrai algumas pessoas.
Mas ainda assim eu acredito que de posse de uma parceria
que possibilite um impulso grande no sentido de por em prática um desejo dessa
natureza as coisas possam fluir, fazendo com que a fantasia saia do imaginário
para o cotidiano aos poucos, sem traumas, elevando a capacidade sexual tanto do
homem quanto da mulher.
Pois é brother, são os tais cinco segundos que insisto em
afirmar.
Quando a fantasia chega o tal gatilho dispara e está
diante dos olhos. Basta acelerar o coração.
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