Os fanáticos por filmes que retratam a mocinha em apuros
na certa já conferiram esse filme.
Mas sempre existem os que ainda não tiveram a chance de
assistir Fair Game.
Essa produção australiana de 1986 do diretor Mario
Andreacchio tem um roteiro simples, de fácil entendimento, mas nem por isso
perde a graça.
A idéia é o suspense e ele abusa e faz bem feito.
Tá certo que a nossa busca é pela “damsel in distress” e
aqui ela é uma defensora dos animais e mantém um santuário ecológico que protege
os cangurus e sua reprodução. Até que os vilões aparecem para acabar com a tranqüilidade.
Com o marido distante e desacreditada pelas autoridades, ela reage ante a
ameaça de três indivíduos contratados por fazendeiros locais para fotografarem
os cangurus. Na verdade, ela reluta porque não imagina a razão das fotografias
e sequer o destino do material.
Fair Game é um thriller agradável e de fácil execução.
Tem uma excelente fotografia e foi realizado em locações bem legais. Tem um
olhar diferente da história de vingança clássica.
A mulher que é seqüestrada por homens e impõe uma luta
contra a captura.
A versão desses filmes quando realizado por americanos é
quase sempre sobre a vítima virar a mesa contra seus algozes. Esses cineastas
australianos deixam de lado esse conceito e exercem uma direção agradável e
interessante.
Jessica (Cassandra Delany) não é apenas uma presa e os seus
raptores não são assassinos psicóticos. Ela é uma mulher que vive na fronteira e
defende sua casa e sua dignidade. Os raptores, na obra, não são monstros. Eles são
apenas inconseqüentes que buscam adrenalina como “jackasses” e simplesmente não
se importam se sua forma de agir incomoda ou até mesmo coloca em risco outras
pessoas. Mas quando ela os enfrenta o comportamento letal aumenta jogando
adrenalina na história.
E quando esses caras resolvem dar uma lição na
protagonista a nossa libido está em alta.
Ela passa a ser o prêmio, a caça. É amarrada no capô da
pick-up e levada a passear ao redor da fazenda. Pra quem se liga num streap
forçado com o uso de uma faca pra cortar a roupa da heroína expondo a mocinha a
um perigo ainda maior é a chance de matar a vontade.
De fato, Fair Game expõe um avatar de um voyeurismo
brutal. Os caras levam uma brincadeira
além dos limites e transformam um jogo de arruaceiros num problema.
A contar pela cena da garota em perigo totalmente real o
filme vale a crítica e um lugar no seu cantinho reservado para os chamados
clássicos de bondage. Pelo tempo de vitrine é muito fácil conseguir a versão completa
em download na base do 0800. Mas cuidado pra não confundir porque existem
outros filmes homônimos e você vai acabar assistindo outra coisa totalmente fora
desse contexto.
Mas eu recomendo.
Fair Game é um thriller que é intelectualmente mais
intrigante do que emocionalmente envolvente, mas ainda assim vale à pena assistir.
Um recado pra galera que gosta de um “knife play”. Se
liga no clipe e viaja...
Um bom final de semana a todos!
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