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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
De Dentro pra Fora, De Fora pra Dentro
Demorou demais pra esquecer a timidez.
Pensou pra cacete, foram anos de escuro. Chances perdidas, relacionamentos pela metade, uma loucura fechada a sete chaves.
Lia demais, sabia tanto e guardava tudo e jamais dividia. As palavras nunca deixaram o pensamento. Era um fetichista completo, autodidata, e os textos e as fotos foram sua companhia nas noites sem sono.
Mas sempre existe um dia diferente quando todos os contos se tornam reais.
E numa dessas viradas da vida alguém interessante apareceu. Uma pessoa que preenchia o modelo tão desejado nas muitas noites de insônia. Uma mulher bonita, atrativa, inteligente, e o melhor, grande, com quase um metro e oitenta calçando trinta e nove e dona de pés que sua podolatria latente sempre andou a procura.
Mas a vida não é perfeita e muitas vezes o certo chega por caminhos opostos. A internet é vasta e reúne pessoas de lugares distantes, de norte a sul num país de dimensões continentais. E pra complicar mais ainda nosso personagem de hoje, ela pouco ou quase nada sabia sobre o assunto.
O cenário não era dos mais agradáveis, mas ele não desistiria tão fácil.
Primeiro conseguiu vencer a timidez que jamais lhe permitira sequer escrever o que tanto lhe encantava mesmo através da tela de um computador. Dado esse passo ele tinha plena consciência de que ela poderia lhe dar um fora e nunca mais voltar.
Mas ela queria saber. Ainda que de fora pra dentro do meio fetichista havia nela a intenção de conhecer aquele mundo e, principalmente o que movia seu habitante. Sagaz, ela cativava com as palavras escritas de uma forma direta. Mostrou os pés na câmera, exibiu fotos calçando botas de inverno e falou em cheiro, suor e desejos.
O cara pirou. Uma piração de fato e de direito que o levou imediatamente a esquecer o sono, só que desta vez por uma bela causa. O mundo se resumia a ele, ela e as telas de computadores.
O que era imprevisto virou realidade e ela, por sua vez, comia cultura fetichista em generosos pedaços através do que ele a indicava pra ler e por seus próprios instintos. Contou sobre vontades que teve, de desistências de pessoas as quais se relacionou e chegou ao ponto de dizer que este era um dos seus desejos escondidos.
Bendito segredo...
Pirou mais uma vez e blasfemou contra todos os analistas de sistemas por não terem inventado algo mais real dentro do mundo virtual.
Ela tinha que ser dele e ele queria se entregar a ela. Por completo, sem frações.
Fez as contas, calculou roteiros, reinventou dias de trabalho e descanso e plasmou um encontro a qualquer preço. Ela tinha duvidas. Sair da fantasia escrita e falada pelo telefone é complicado para uma mulher jovem e do interior. Brecou seu impulso e queria não querendo, se policiando, medindo, enquanto ele a queria de qualquer maneira.
Hoje ainda discutem formas e métodos que os aproxime. Ela já não faz tanta objeção assim de brincar com o novo, com o que já não é mais tão desconhecido assim. Ele elabora planos, pensa em largar tudo, noutras friamente percebe que o passo a ser dado além de definitivo tem que ser consciente.
São as melodias que a possibilidade do mundo virtual coloca na vida das pessoas e age como um vício, criando uma dependência muitas vezes cruel e desumana.
Mas há de chegar o dia em que ele a trará pra perto ou ficará bem longe, porém, muito próximo daquilo que ele sempre imaginou como ideal.
Um bom final de semana a todos!
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