quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Eficaz


Eu não imagino dar início a qualquer coisa sem pensar na eficiência vindoura. Claro que existem os prós e contras. Mas se tudo que se organiza é passível de dar certo, por que não apostar que o que se imagina também pode ao mesmo tempo ser eficaz?
Viajei na maionese?
Nem tanto. Pensem bem. Um casal se prepara dias para um encontro tratado e marcado, se esmeram em detalhes pra deixar a noite perfeita, criam as cenas que num mundo imaginário são corretas. Conclusão: tem tudo pra dar certo. E não há ventania que possa atrapalhar esse objetivo, porque basta haver concordância e desejo pra ser eficaz.
E cá pra nós, pensar em fetiches sem eficácia é andar em linha turva...
Lógico que em se tratando de tempo e convivência tudo pode derrapar, alguns inconvenientes da vida acabam por criar barreiras que impedem uma preparação adequada para certos atos, entretanto, se houver capricho sempre dá pé.
Basta dar o tal jeitinho.
Daí eu vou mais além. Fetichista gosta de cenário. E não me refiro ao local apenas, mas aos adornos e aos próprios trajes de irão compor o chamado dia do dia que seria o dia mais feliz nas nossas vidas. Portanto, se o cidadão pede a dita cuja que se apresente perfeita pra festa não custa nada dar uma caprichada e também atender aos anseios da senhorita.
Agora, cabe as senhoritas o papel de exigir isso aos que tanto exigem.
Exemplos não faltam e tudo é muito simples: se os caras piram as moças também têm que pirar.
Hoje mesmo troquei idéias com um parceiro que é podólatra quando acorda, quando caminha nas ruas, quando dorme e quando sonha. Esse é raiz fincada na podolatria. Atuante e parceiro, ele anda surtando com sandálias havaianas. Deu um tempo nos saltos e agora prega as legítimas como seu sonho de consumo. Acho que o verão forte no Hemisfério Sul andou mudando os ares do sujeito ou ele deu uma guinada violenta, e, por isso, ele anda pirando por sandálias de borracha.
Nesse caso o cenário pede bermudas, vestidinhos e sandálias rasteiras. No entanto, não deixa de ser um cenário que diante do sonho de momento do meu camarada é o que fará a sua cabeça e se tornará eficaz quando posto a prova. Isso corrobora com a tese de que nem sempre o mesmo cenário é obrigatório na festa.
Esse é um caso, poderia citar outros tantos em que a mente fetichista conspira contra seus próprios conceitos em fração de segundos.
Diria minha impecável amiga Lady Vulgata que as pessoas devem se apresentar para a labuta fetichista em trajes de gala. No que concordo; desde que os trajes estejam de acordo com a ocasião. Imagina se o bondagista anda pirando por mulher vestida de chefe de torcida americana? A moça tem que por um tênis e saia curta. E se o bondagista tem podo misturado com cordas em suas entranhas? Terá que se contentar com o que criou e apostar na eficiência do tênis em lugar do apreciado salto alto.
Se a vida é uma troca a união fetichista é troca em dobro.

Daí a moça pensa em ter o sujeito de terno preto, camisa branca e gravata vermelha pra noite de prazer. Lá fora, um calor do cacete, de tirar o couro. Porra, leva na mala, se vira, dá um jeito e agrada a quem te agrada. A piração da moça por mais excêntrica que seja é a salvação do marmanjo em busca de dias felizes.
A tendência fetichista na maioria das vezes é cartesiana, mas os delírios são mutantes. De tempos em tempos a imaginação caminha por um lado e cria objetivos sem conexão com outros anteriores que costumavam comandar a brincadeira. E se cena fetichista é um jogo de adultos, está mais que na hora de elaborar um plano e seguir a risca o roteiro.

Dessa forma não há mar que vire o barco e nem maré que mude o curso.
Com certeza, tudo caminhará pra um final bem feliz...

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