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quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Sobre Anjos e Demônios
Alguma vez na vida cruzamos com anjos e demônios. Convivemos com eles de quem nada sabemos além daquilo que nos falaram a respeito, porém, entendemos que eles são a causa e muitas vezes as conseqüências.
Temos o costume de exorcizar os demônios e afagar os anjos.
Os demônios normalmente nos atentam e os anjos protegem contra os chamados males. A tentação gera penitencia, pura convenção.
Na verdade, todas as vezes que achamos que estamos cruzando a faixa ficamos imaginando um diabinho bem próximo da nossa orelha e um anjo de cara feia do lado contrário. Um cenário infantil no qual acreditamos um dia pra levar pra toda a vida. No entanto, nada disso é autêntico e muito menos real.
Anjos e demônios habitam dentro de nós. Simplesmente adotamos dar essa nomenclatura a fatos os quais consideramos de risco intenso, quando deixamos o lado conservador e partimos em busca do novo. Qual fetichista em sã consciência nunca lidou com conflitos desse gênero?
Porque não é fácil conviver com alguma coisa escondida que um dia é colocada sobre a mesa. Ninguém quer viver a sensação de ser o médico e o monstro, mas acontece, porque nós mesmos assumimos tal condição.
Eu nasci fetichista e fui obrigado a conviver com os demônios por muito tempo até achar coragem o bastante para tirá-los de vez da minha vida. Primeiro os mantive afastados ainda que de forma anônima, e mais tarde, por pura opção, os perdi em algum lugar que já nem me lembro onde foi.
Uma amiga me disse outro dia: “algumas coisas que li em seu blog me chamaram a atenção. Gosto de me sentir dominada, meio submissa quando faço sexo, mas nunca pensei que isso fosse um fetiche o qual as pessoas tanto admiram”. É fato, porque fantasias todos nós temos e elas obrigatoriamente passam a ser consideradas um fetiche quando de forma intensa fazem parte das nossas escolhas. Aqui começa o conflito a que se dá o nome de anjos x demônios.
Porque instiga, e se existe uma luta interna muito grande sobre praticar ou não é sinal que vai haver um fato capaz de se tornar um dilema.
O que não é tão complicado resolver desde que se faça uma opção. A partir daí começa um fator muito importante que é encontrar a parceria adequada, uma vez que ninguém pratica fetiche sozinho, pelo menos por vontade própria.
Novos anjos e demônios roubarão a cena neste momento e se o fetichista tratou de exorcizar uma meia dúzia desses demônios durante sua caminhada até aqui, ele conseguirá sair ileso deste novo conflito. Porque as fantasias precisam se encaixar e o alinhamento é parte de uma disputa sadia que se inicia no instante que é necessário se mostrar para alguém.
Portanto, os anjos e demônios que coexistem dentro de nós são frutos de dúvidas que nós mesmos estabelecemos. Não existe o bem ou o mal, os dois estão vivos e a nossa escolha determinará qual dos dois deve sobreviver.
Ser fetichista não significa ter o mal encravado nas entranhas, é apenas uma forma de ter prazer de forma diferente das outras pessoas que a sociedade considera normais. Jamais me considerei um anormal por não me alinhar com certos conceitos pré-concebidos ladeados por hipocrisia. Ninguém deve se sentir envergonhado ou menosprezado por ter um gosto raro, porque sempre haverá no planeta quem pense da mesma forma, basta ir em busca do chamado pote de ouro no final do arco-íris.
O fetichismo não pode servir de desculpa para o
rompimento de uma relação. Ele pode ser o alicerce da próxima, entretanto, existem vários fatores paralelos que destroem relacionamentos antes que alguém pense que a não inclusão de fantasias capazes de despertar maior interesse sexual numa união é a única causa de decretar um fim.
Anjos, demônios, nada disso é maior que a nossa própria consciência.
Leva fé nisso!
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Um comentário:
Sr.ACM
Todos tem dificuldade de conviver com essa realidade (Anjos e demônios) que habita dentro da gente porem devemos optar pelo o que sera bom para cada um. Viver o agora, deixar a nossa fantasia falar mais alto dentro da gente sem precisar ficar escondido do mundo. Não somos diferentes e tb não somos nenhuma aberração.
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