segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Castidade Preservada


Passaram-se os séculos e o cinto de castidade ainda coexiste em algumas práticas de sadomasoquismo. Masculinos ou femininos, o castigo é a palavra chave, em quem recebe ou para quem impõe.
Dizem de sacanagem que o abridor de latas foi inventado após o advento do cinto de castidade, que no passado tinha um significado totalmente diferente de hoje em dia.
Antes, nada era consensual, o guerreiro viajava e preservava a castidade de sua amada através de um instrumento trancado a sete chaves.
Nos dias de hoje, praticantes de BDSM utilizam-se dessas engenhocas para punir com claros intuitos fetichistas. Verdadeiras obras ornamentadas são vendidas pela internet em lojas especializadas e, também, é possível encontrar auxílio para criar essas peças.
Mas se no passado representava um martírio sem fim a utilização desses cintos, hoje em dia funciona como um objeto de prazer para pessoas que tem fetiches dominantes e submissos.
Explique-se: em algumas relações desse tipo é comum a elaboração e o cumprimento de tarefas indicadas pelo fetichista dominante. Por isso, a pessoa submissa é obrigada a utilizar o cinto por dias, por horas, dependendo do grau que atingem durante essas práticas.
Alguns cuidados devem ser observados por quem deseja utilizar cintos de castidade em práticas fetichistas: a higiene e o ponto de saturação. O primeiro aspecto dá conta de esterilização do instrumento antes e depois de ser utilizado, evitando bactérias ou doenças sexualmente transmissíveis quando não existe monogamia entre os praticantes.
A saturação deve ser preservada e ninguém deve suportar o uso do aparelho quando existam desconforto e dores intensas. Lembre-se que Gangrena é uma necrose isquêmica que pode aparecer devido ao uso indiscriminado destes cintos.
Conheço submissos que atingem um nível de satisfação intenso quando o pênis é colocado num desses suportes e trancafiado. Nas submissas o tesão está no impedimento do coito já que o cinto cobre o orifício anal e o vaginal.
Essa tendência de utilizar objetos medievais em praticas de BDSM não modifica com o passar dos anos, por essa razão certos instrumentos da época em que se torturava amparado na legalidade tem tamanha representação.
A atração, o feitiço, daí a origem da palavra “fetiche”, funcionam como um imã ligando o passado e o presente de forma direta. Assim explicam-se as velas, as camas de pau, as cangas, correntes e outros instrumentos.

Enfeitiçados por cintos de castidade e loucos por práticas em ambientes que lembrem antigas masmorras de palácios, fetichistas apostam suas fichas nessa química entre prazer, luxuria e equipamentos para garantir cenas que esbanjam criatividade.
A grande vantagem dessa união entre épocas é a garantia de que tudo acaba numa palavra de segurança (safe word) ou quando os sorrisos remetem ao presente, denunciando que tudo não passou de uma simples brincadeira entre adultos.
Assim se vive uma fantasia, um jogo entre pessoas que estejam dispostas e combinadas a participar de alguma coisa em prol de aumentar o prazer e não sucumbir à rotina do sexo sem tempero.

Portanto, tudo é importante para quem tem simplesmente prazer em realizar.

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