quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Hitcher in the Dark (1989)


O diretor Umberto Lenzi bem que tentou usar cenas de “damsels in distress” em suas conhecidas tramas de terror italianas. Só que o tiro saiu pela culatra porque não é tão simples analisar um filme recheado de suspense com ares de comédia pastelão.
E tinha tudo pra dar certo. Um roteiro razoável e uma estrela de fazer cair o queixo, porque a beleza de Josie Bissett é alguma coisa de outro planeta e merece sim, um lugar de destaque.
A história gira em torno de um jovem cidadão totalmente perturbado que herda desejos sexuais doentios de sua mãe, daí perambula pelas estradas americanas em busca de moças bonitas para viver suas fantasias sexuais totalmente fora de contexto.
O sujeito é um psicopata.
Essas tramas sempre remontam alguma cena de infância que tenta justificar a insanidade do algoz, e noves fora várias cenas de terror excessivo, o aparecimento de Josie Bissett como protagonista quando cria uma seqüência de delírio para os que curtem algemas e mordaças em abundancia salva o filme.
Para sorte nossa, a semelhança da moça com a mãe do malfeitor o faz mantê-la mais tempo sob domínio, criando um elo entre o que a galera do horror quer assistir e o que nós bondagistas de plantão estamos ávidos para ver na telona.
Então é melhor que todos os que gostam de DiD aproveitem bem estes raros momentos, porque depois o bicho pega e o psicopata inicia uma série de assassinatos cruéis e passa a alimentar os crocodilos que encontra pelo caminho com os corpos mutilados de suas vitimas.
Se Lenzi tivesse produzido sua obra em quinze minutos o filme pra nós, amantes de DiD, seria uma maravilha. As cenas de Josie Bissett valem qualquer ingresso ou uma vasculhada pela Amazon em busca do DVD. Mas a obra completa tem noventa minutos e nossa utopia se desfaz quando se percebe que apenas o cenário de horror passa a dar as cartas.
Porém, existe um público alvo a ser alcançado por estas produções e Umberto Lenzi quis preservar seu segmento. O produtor de Cannibal Ferox não deixa barato e abusa de cenas que muita moça vira o rosto com o coração na mão.
E voltando aos tais quinze minutos de boas cenas fetichistas, recomendo uma análise da protagonista como damsel in distress. Perfeita. Como diria meu amigo Zé Maneco: “é assim que se faz”. E ela fez. Seduziu todos aqueles que quando se sentam pra assistir uma donzela em apuros querem guardar na lembrança.
O filme tem pontos altos, nomeadamente Josie Bissett com o foi dito, que apresenta um desempenho muito credível e um par de cenas de uma trama bem trabalhada. O problema é que a qualquer momento um toque genuinamente assustador ocorre e ele tem uma resolução inacreditável (especialmente o "road block", uma cena que me fez revirar os olhos e achar tão inacreditável quando ver o coelho da páscoa em pessoa).

O desempenho de Joe Balogh, que é bom no olhar vazio de olhos de um louco genuíno, e, infelizmente, nada mais, me irritou a cada minuto que o filme avançava. Este importante detalhe serve pra fechar a cortina, mandar todo mundo embora e ficar com as belas imagens de Josie Bissett e sua nudez plástica e vibrante.
Vinte e dois anos após estar em cartaz nas telas de cinema Hitcher in the Dark pode ser encontrado com facilidade na Internet, tanto na Amazon quanto na CD Universe. Uma vez editado, vale ter na estante.

Fiquem com algumas cenas desta Deusa.


Um comentário:

MrZ disse...

É assim que se faz!

Abração do Zemaneco