
Mas como os insistentes são sempre premiados, afinal se é verdade que a fortuna sorri aos audazes o melhor é seguir tentando, ele não desistiu atacando a tal fobia de frente gastando saliva toda vez que chegava o momento da transa.
Com sabedoria foi aos poucos galgando cada conquista saboreando a vitória mesmo que ainda não tivesse vencido o torneio.
Primeiro atou-lhe os pés, assim as mãos ficavam livres e ela tinha os movimentos que tanto reclamava. No principio odiava ter os pés presos, mas na medida em que aumentavam os batimentos cardíacos e ela se ligava na relação sexual, o caso ficava esquecido e só era lembrado quando ele a libertava.
Incansável, chegou às mãos prendendo uma de cada vez até que ela se acostumasse com a idéia de explorar todos os sentidos sem a possibilidade de reagir, de participar, ficando à mercê de interagir somente quando ele deixasse.
Porém havia algo de podre no Reino da Dinamarca, e na hora que o sujeito quis introduzir uma mordaça ela chiou mais que panela de pressão e por pouco tudo veio por água abaixo.
Há que se levar em conta que para quem sofre de algum tipo de fobia de ficar presa uma mordaça é difícil de aceitar, principalmente se for uma tipo “duct tape” pela agonia que causa a quem tem esse problema.
Compreensão e cumplicidade são atos obrigatórios para que uma relação fetichista tenha o efeito desejado e seja duradoura. Nesses casos, uma mordaça tipo “cleaved gag” através de um lenço comum sem introduzir um “stuff” (aquele paninho que se coloca dentro da boca antes de amarrar o lenço), é a melhor solução.

A melhor maneira de encarar esse problema para que não interfira de forma definitiva dentro do fetiche é abrir caminho aos poucos para que esses temores sejam ultrapassados, lentamente, até que chegue o limite. (Mais uma vez os limites...).
Só conhece os limites alheios quem tem a exata noção dos seus.
Hoje mesmo estava lendo uma matéria no excelente blog “Confissões de Uma Mistress” da Lady Vulgata, onde ela deixa claro essa questão dos limites, tanto dela própria quanto de alguém em busca de saber até onde chegar. Essa é uma questão abrangente, mas essencial para quem pratica ou quer começar a se enfronhar no mundo do fetiche.
Seja preponderante e ao mesmo tempo paciente com quem está sendo levado a um lugar que nunca fez parte da sua vida, onde as portas que se abrem apresentam um cenário diverso e totalmente novo.
Guie, mas deixe que o mistério seja desvendado pela pessoa que escolhe esse rumo para que não fiquem marcas ou cicatrizes que a façam regredir e nunca mais tentar uma nova aproximação a essas práticas.
Viva e deixe viver. É mais ou menos assim.
4 comentários:
Pois pois, honey
Como sempre, lúcido e claro!
E obrigada pela citação do meu blog. Ambos admiradores e praticantes do BDSM e das boas letras.
Besitos
Além da fobia, temos o problema do preconceito - em especial o auto preconceito. A garota, muitas vezes, sequer deseja experimentar as novas brincadeiras, pois acha aquilo bizarro, degenerado, repulsivo. Medo de ser taxada como safada ou coisa pior.
Tá aí... a fobia que aflige muitas mulheres: medo de ser taxada de biscate.. biscatefobia.
Não as culpo. Muitos homens gostam de usar as mulheres, depois jogar fora e espalhar até o que não fez por aí. Então, é lógico, que para encararem uma brincadeira de amarrar, de dominar, etc.... só depois de muito papo para ganhar a confiança de nossas amadas....
bem... é isso.
abraços e bom final de semana
boa tarde Senhor ACM
Estive no encontro do dia nacional do BDSM e gostaria muito de receber o material da sua palestra que achei extramamente interesante, se puder me ajudar agradeço desde de já.
kadyne { K@ }
Olá Kadyne,
Se possível me envie um email de contato para que eu possa lhe passar detalhes da palestra. Entretanto, vários aspectos que abordei estão espalhados pelas páginas do blog.
Mas te ajudarei sem problemas.
Abraços a você e meu querido amigo de sempre Mestre K@.
Postar um comentário