O cinema de horror vez por outra aproximou enredos
macabros de cenas de BDSM.
Os chamados filmes “B” da linha de terror exploraram a
mulher em apuros levando-a a tomadas desesperadoras. Alguns diretores não pouparam
as heroínas de finais horripilantes enquanto outros, por usa vez, arranjaram
uma forma de um herói de plantão parar a serra elétrica ou um golpe de machado.
Por aqui José Mojica Marins, o Zé do Caixão, se
notabilizou nessa linha e embora tenha colhido ótimos resultados longe de
nossas fronteiras, muitas de suas produções se tornaram Cult por aqui e
reapareceram em sessões pela madrugada.
Em Black Ribbon, o diretor John Orrichio apostou na união
do suspense e do sobrenatural criando cenas violentas e um final que na metade
da obra se faz previsível. O filme é uma produção independente, com poucos
recursos financeiros e mostra um enredo de difícil absorção. Tudo que se
relaciona com o sobrenatural se transforma em ficção, aceitável pra uns, mas
pouco producente para outros.
O filme conta a historia de um famoso escritor, Kenneth Richardson
(Tony Rugnetta), que recebe uma estranha inclinação para registrar seu próximo
trabalho em uma máquina de escrever autêntica, antiga, daquelas em desuso.
Depois de garimpar para conseguir uma máquina fora de
linha, ele começa a escrever febrilmente. Mal sabe ele que a tal máquina pertenceu
a Jeffrey Blackwood, um sádico e adorador de Satanás, envolvido em práticas demoníacas
que seqüestrou mulheres e as torturou brutalmente durante rituais satânicos.
A cada pancada nas teclas as portas do inferno se abrem
mais e mais, e Kenneth passa a ser possuído pela alma de Jeffrey Blackwood. Com
a ajuda de um homem com problemas mentais (Rudy Altenor), o demoníaco Kenneth Richardson
seqüestra Emily Harrison (Debbie D) e a tortura no porão de sua casa, e enquanto
se prepara para a Missa Negra ele pretende usar a bela moça para fazer seu
pacto com o diabo.
A escolha das belas coadjuvantes que aparecem em cenas de
capturas e presas com algemas é um ponto positivo do filme. John Orrichio não poupou
esforços para ter lindas mulheres e explorou com sobriedade o nudismo. As cenas
em que Debbie D aparece algemada numa cama de madeira é um convite ao
fetichismo.
Não vou escrever que Black Ribbon é um bom filme com
lugar cativo em sua coleção porque não é. As cenas parecem abstratas demais e
totalmente fora da realidade. Assassinatos são banais, sem sentido ou lógica
que faça o espectador compreender a razão da barbárie.
Alguns atores surgem incógnitos e você simplesmente não imagina
como ele ou ela foram parar na cena.
Se houver um julgamento criterioso da linha de BDSM o
filme é aceitável.
Claro que não estamos diante de um clássico, uma obra de
Just Jaeckin ou algo do gênero. A recompensa para aficionados por donzelas em
perigo é decente e vale a interpretação convincente de Debbie D nos momentos onde
o suspense dá as cartas, afinal, ela é das muitas estrelas de filmes de bondage
que foram parar em produções independentes nos EUA.
A galera do BDSM não fica a pé. O Porão é bem assustador
e há instrumentos de tortura a disposição dos vilões como cangas e etc.
Por ser um filme considerado de linha “B”, Black Ribbon
não tem distribuição de grandes produtoras e encontrar uma versão completa e
decente não é tarefa fácil. A Amazon disponibiliza o filme, mas não o indica
pra pronta entrega. É preciso fazer o pedido, pagar e esperar chegar.
Na Net dá pra garimpar uma boa versão para download tipo
0800, mas é legal procurar em arquivo torrent e depois correr atrás das
legendas em português. Tarefa nada fácil.
Recomendável? Sim, vale ter e assistir.
Seguem algumas cenas
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