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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Teoria do Medo
Que venha 2012...
E que venha trazendo o que mais me agrada aqui no blog, a participação de quem lê.
E pra começar bem o ano uma obra prima, traçada com requintes de crueldade para olhos fetichistas.
Um cheiro especial de saudade, amor, paixão e suspense... Foi assim, e começou tampouco a tarde caiu. Sentei numa linda poltrona Bergere. O antiquário tem sempre um ar de assombro pairando, por isso, dei asas à imaginação.
E de repente tudo ficou em meia luz. Passos. Ouço passos. Cheiro bom de perfume. Másculo
Vejo por baixo um sapato sem meia, senti uma presença por trás de mim, eu lia um livro. O coração acelerou, olhei em volta e nada mais vi. Ficou somente o cheiro de perfume de homem.
Um vento frio cortou o ar, ouvi passos no andar de cima. Curiosa, apesar do medo, subi devagar.
Tentei acender a luz e nada. Falta de energia proposital? Ofegante, transpirava e caminhei pro final do segundo andar quando ouvi um som, abafado, como um sussurro.
De novo, apenas o cheiro do perfume...
Do nada uma venda me tirou a visão. O coração acelerou, eu quis gritar. A boca foi tampada, suavemente, e vieram doces beijos na nuca. E o comando de uma voz: - quieta!
Não tinha o q fazer.
A vontade era de gritar, chorar, e ao mesmo tempo... Tesão
Cordas foram passando pelo meu corpo. Amarraram as minhas mãos e segui comandada pela voz forte. Mágico, elegante, me fez tremer e gemer ao mesmo tempo. Fui amordaçada...
Transpirei de medo e desejo. Perdi a noção e a direção de tempo e espaço.
Estava a mercê daquele homem que parecia me conhecer tão bem e de quem eu não tinha nem direito de arriscar o nome. Tentei me soltar, enxergar e agucei os sentidos. Eu estava só naquele galpão imenso. Onde estaria ele? E se não fosse apenas um? E se viessem muitos?
Não, não podia pensar assim, o medo não podia me dominar e a solução foi me acalmar.
Senti a baba escorrer pelo canto da boca. Não podia tatear, apalpar, apenas ouvir, e o ruído do silêncio era enorme
Uma mão surgiu silenciosamente percorrendo meu corpo. Era ele, reconheci pelo perfume.
Ele procurava meu corpo e meu cheiro de fêmea acuada, amedrontada. Acariciava cada pedaço como num reconhecimento de terreno e tomava posse aos poucos, sussurrando palavras obscenas. E o medo foi se transformando em desejo, o gemido saindo abafado até que ele me tirou a mordaça e me beijou com calma, devagar, amoroso, apaixonado, me possuindo, beijando, lambendo, sugando, me libertando pouco a pouco, num frenesi louco e suave...
Por Lena, Niterói, RJ
A teoria do medo, do suspense que a fantasia sugere é disparado a maior sensação quando o assunto é bondage. Um delírio, real ou abstrato, pouco importa, já que nesses casos o principal é a essência, a mistura de emoções quando tudo toma forma.
O relato da Lena é impecável e altamente recomendado para quem quer começar o ano pensando em coisas inusitadas.
Nada melhor pra abrir o ano cheio de idéias na cabeça...
E cá pra nós, é um culto ao bondagismo!
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4 comentários:
Maravilhoso texto. Este é o reflexo do ano no BoundBrazil.
E que venha 2012!!!
Meu beijo
eu gosto muito dessa brincadeira pq ela pode ser muito relaxante e tbm pode ser muito legal pq pode aprender a ser mais humilde sendo submisso
Anonimo, obrigado por seu comentário, mas permita-me discordar, porque a submissão enquanto prazer e desejo não muda a personalidade das pessoas.
Humildade é bom, mas tem que ser aprendida ao longo da vida.
Velu de novo
ACM
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