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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Sobre Castelos e Rainhas
Nada é por acaso, quanto mais sexo e fetiches.
Ainda que se recorra a uma trepada considerada de “galo”, a ogiva não alcança o alvo sem a devida permissão. Há quem a lance e quem receba o petardo infalível...
E nessas mal traçadas linhas eu pergunto: pode um simples plebeu conquistar o coração de uma Rainha?
Num lugar de “faz de conta” ou num mundo surreal a realidade não tem vez. O que circula nos corredores e se transforma nas mais sórdidas conspirações palacianas inexiste de fato e de direito. É como vender um terreno na Lua ou um pedaço da estátua do Redentor. Tudo se imagina e é ficção. Reis e Rainhas são simples personagens rodriguianos.
Porque o melhor da fantasia está na criatividade de seus inventores. E não me venham com bordões moralistas efêmeros e sem graça, porque fantasia é fantasia até que se prove o contrário.
Portanto, esse mundo imaginário seria literalmente meu. E noves fora a minha insana loucura de me achar o dono de tudo ou supor que sendo eu quem move todas as peças do tabuleiro, num primeiro momento eu posso delirar com todas as loucuras que povoem um pensamento totalmente libertino. No entanto, nem por isso eu iria deixar de dividir com todos os confrades as mais belas damas que por clara conseqüência seriam minhas. Imaginem um mundo só meu, todo meu, em que todas as mulheres fossem minhas?
Porém, os Reis convivem com as Rainhas e dividem as honras.
E as Rainhas são senhoras de toda a graça e luz. Não duvidem da capacidade de absorção fetichista de uma Lady Vulgata ou uma Rainha Victoria Catharina. Elas sabem o que querem e por saber o que desejam têm súditos. Porque não basta postar fotografias de pés eloqüentes e bem cuidados em redes sociais ou usar uma roupa negra de vinil para se apregoar a Deusa Eterna do Castelo no alto da colina. O BDSM não perdoa erros e gafes.
Pergunte ao mais comportado submisso onde ele deseja postar a sua reverência. É preciso chão, estrada, poeira e experiência pra saber ordenar, distribuir e se fazer obedecer. Na minha caminhada fetichista que esse ano completa duas décadas de dedicação e conhecimento, convivi com essas raras mulheres em toda a sua plenitude. Quem não se sentiria orgulhoso de ter visto de perto uma Barbara Reine comandando uma Play em seu trono?
Não se fabrica uma Rainha da mesma forma que se constrói um Reino de Fantasia.
Eu posso plasmar as mais doces loucuras, mas não seria capaz de recriar o âmago que exala de um coração fetichista. As famosas Damas de Ferro que empunham chibatas têm sentimentos e se apaixonam como qualquer mortal, ainda que façam parte do meu mundo surreal. Portanto, um submisso pode sim roubar o coração de uma Rainha e fazê-la suspirar por ele, porém, jamais comandará ou tomará as rédeas, até porque não deseja em nenhum instante que isso possa acontecer.
BDSM e sentimento são caminhos que se cruzam. Ainda que comecem afastados num primeiro momento lá na frente hão de se achar para viverem felizes pra sempre ou conviver com uma desilusão.
No meu Castelo as regras são claras e a principal delas é que é permitido sonhar. Com dias melhores, talvez, com todas as aventuras que uma mente fetichista seja capaz de produzir, ou quem sabe com um pequeno instante de loucura onde o delírio seja simplesmente aceitável.
Pra você, meu caro, que gentilmente me enviou uma pergunta simples e objetiva, tenho a dizer que todo esse mundo fantástico que do nada fiz nascer na tela, comporta a essência que une amor e BDSM numa única emoção.
A lógica diz que a prática fetichista pode surgir através de um mero interesse de conduta ou
pela plasticidade da prática ou até por um desejo caprichoso. Em contrapartida, se houver um mínimo de vontade de repetir tudo outra vez poderá terminar num outro Castelo que será erguido por quem fizer parte da aventura. E por que não?
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2 comentários:
Na vida, independente de BDSM existem encontros e desencontros que se configuram não por acaso.O apaixonar-se é uma condição humana súditos e realeza estão democraticamente expostos a isso.Acho que o que todos temem são os desencontros a anacronicidade dos desejos, dos sentimentos, da vida, dos interesses, dos amores ...
Quando os sentimentos se intensificam ou estão na iminência de, encontra-se o ponto crítico do processo e nesse caso, quando se lida com fantasias e de uma forma tão real, esse momento se intensifica no que há de bom e de ruim. Súditos se sentem mais súditos e mais vulneráveis à realeza de cuja natureza sabem que é imutável.
Dois caminhos se abrem a frente desses súditos : serem transformados em realeza e também e vivenciarem a plenitude de sua devoção ou partirem pra outros reinos, em outras viagens e por outros caminhos buscando outros reis, rainhas ou plebeus por quem se encantem.
Apaixonar-se é uma condição humana, não importa se de reis ou rainhas , plebeus e plebeias, fetichistas ou não. Mas penso que ao fim, a questão é a sincronicidade.
Bj
querido
A Rainha aqui só pode ser chamada assim graças a pessoas como tu, com sensibilidade para entender a alma de uma mulher que se permite.
Em tempo, estou 'roubartilhando' alguns textos do teu blog, se me permites, para inaugurar finalmente o nosso ifetiche!
Assim que entrar no ar, te aviso. O domínio já é nosso: www.ifetiche.com.br
Grande beijo cheio de saudades
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