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quarta-feira, 21 de setembro de 2011
O Olhar de Bondage
Quando começo a gravação de um vídeo para o Bound Brazil costumo dizer à modelo que é fundamental acreditar na cena, se ver em apuros ao menos por alguns minutos. Só assim a cena produzirá o efeito desejado, caso contrário fica um trabalho estático, sem vida, muito próximo de uma parca encenação.
Muito já se debateu aqui sobre a questão da menina em perigo.
Talvez este seja um fetiche que agrade apenas a uma pequena parcela da população que coabita este universo, porque grande parte do povo que namora cenas fetichistas prefere as ações onde a contundência ganha formas. Diria que Damsels in Distress é mesmo um segmento restrito. Um gênero que evolui bastante é verdade, mas que não consegue alinhar nas fileiras um grande número de adeptos.
Entretanto, existe um aspecto capaz de juntar as hostes e proclamar a adesão.
Porque a manifestação do fetiche muitas vezes se processa por pequenos detalhes, e no olhar de uma menina indefesa diante de um algoz qualquer pode estar depositado um grande segredo.
Um bondagista fissurado neste segmento específico não costuma colocar castigos em seu vernáculo fetichista. Ele passa. As cordas ou metais que aprisionam a heroína das histórias são suficientes pra aplacar sua veia latente. O silêncio forçado retratado na expressão do olhar é o brilhante que falta pro bracelete ser considerado perfeito.
Daí em diante ele sabe o que vem. Conhece cada atalho do caminho que ele costuma trilhar.
Mas na mesma expressão de perigo pode estar explícito outro começo de jornada pra quem espera de uma imagem fetichista muito mais que uma história de rapto bem elaborado. Essa parcela que não comunga do mesmo tesão é capaz de tirar da mesma imagem as cenas que não terminam num conto de aventura mais simples. Neste caso o olhar tem um alcance maior e a mente deste fetichista adepto dum segmento diferente percorre outra estrada onde uma bifurcação delimita o desejo.
As fantasias se fundem e se separam em determinado momento.
Por isso, existe uma cartilha de práticas distintas.
E aqui entra um componente importante que jamais pode ser deixado de lado: o prazer. Porque sexo é uma questão de gosto e cada um tem o seu.
E desde que haja respeito por quem se decide por qualquer tipo de prática nada de anormal irá existir. Quem desdenha ou critica atos de terceiros abre as portas para que outros possam agir da mesma maneira.
Faz pouco tempo li algumas queixas de fetichistas revoltados com este tipo de atitude. Acho uma tremenda babaquice taxar o desejo de A ou B de forma depreciativa. Este tipo de atitude sequer pode ser considerado um ato preconceituoso. É falta de respeito mesmo com o próximo.
O universo fetichista é como uma feira de amostras, você diz a que veio e apresenta o que te agrada. De outra parte a recíproca será a mesma. Porém leva quem estiver interessado naquilo que está exposto na mesa.
Então é hora de achar um começo. Desde um simples objeto, uma fotografia ou um filme. Alguma coisa sempre será capaz de transformar uma idéia num ato, uma imagem inanimada num momento de extremo prazer.
Pra isso basta admirar com bons olhos, atento aos detalhes que todo fetichista traz no subconsciente, na sua história de vida, nas experiências vividas e nas que ainda virão.
Eu fico com a beleza de um olhar indefeso tentando me dizer alguma coisa que meus ouvidos sempre estão ávidos por escutar. E mesmo que ela não possa me dizer nada naquele instante, prefiro imaginar o que me diria, ou então, num momento de pura inspiração deixar que ela possa expressar o sentimento de perigo através de um simples gemido que na verdade valem por um milhão palavras.
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