quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O Açoite na História


O açoite é uma prática ligada ao sadomasoquismo. E para os interessados e amantes deste segmento é hora de falar como começou tudo isso.
O açoite teve um papel surpreendente e vital na história da humanidade.
Ao longo dos séculos, nossos antepassados incorporaram o açoite em suas práticas sexuais, espirituais, judiciais e de forma medicinal também. A flagelação em nome de Deus está longe de ser uma coisa rara. Quase todas as religiões, os cultos antigos desde as civilizações Mediterrâneas da Grécia, do Egito, Roma e Pérsia, e mesmo as religiões Islâmicas e Cristãs têm em algum ponto da história a flagelação incorporada em seus ritos e práticas.
Na Sparta Pagã, por exemplo, todos os anos durante um festival chamado “Dia do Flagelo”, os jovens eram trazidos diante de um altar dedicado à Deusa Diana onde eram chicoteados na hora do crepúsculo.
O açoite tem também a reputação de servir para valores medicinais. Na antiguidade foi utilizado para purificar o corpo, produzir enzimas para a coagulação além de melhorar o humor dos pacientes. Utilizava-se também a flagelação para diminuir a barriga, melhor a circulação sanguínea e como tratamento para os nervos. Demência, preguiça e depressão também eram tratadas com açoite.
Embora se saiba que o sadomasoquismo sexual foi praticado desde as épocas mais remotas, a descrição dessas atividades foi publicada no século quinze pela primeira vez por um italiano chamado Pico Della Mirandola, que descreveu sobre a tese de que um homem somente poderia apreciar as delicias do sexo se antes sofresse açoites que fossem capazes de lhe sangrar as costas, através de uma chibata embebida em vinagre.
Claro que esses escritos causaram revolta em seu tempo, porém o primeiro trabalho evidente ligando o SM ao sexo data do ano de 1718 e foi intitulado de “A Treatise on the use of Flogging'” (Tratado sobre o uso do Açoite). Com o aparecimento deste livro, a flagelação transformou-se num fervor que percorreu toda a Europa, a tal ponto que a obra foi traduzida pra o francês com o titulo de “Anglais de le Vicio” (O Vicio do Inglês).
Nesse período ocorreu à aparição de vários bordéis dedicados exclusivamente a pratica da flagelação, sendo que alguns se tornaram tão badalados que receberam a visita de cortesia do Rei George IV como o de uma senhora chamada Colette. Durante essa época, alguns inventos foram criados com o intuito comercial de abocanhar uma fatia desse mercado, e além do próprio Cavalo de Berkley, um homem criou uma máquina que podia chicotear quarenta pessoas ao mesmo tempo.
Existem muitas lendas sobre flagelação no meio da nobreza, como um nobre masoquista que alugou uma casa e empregou uma mulher de certa idade, muito atrativa. Este senhor se vestia como uma menina, pegava os instrumentos de limpeza da mão de suas criadas e exigia que fosse castigado por elas durante o tempo em que fazia a faxina na casa. Há também relatos sobre Catherine de Medicis que pegava suas criadas e as chicoteava curvadas em seus joelhos como crianças pequenas e arteiras.

Hoje, o açoite é utilizado de forma totalmente diferente de nossos antepassados.
Somente os instrumentos que adornam as práticas de BDSM remontam a esses tempos históricos, e existem milhares de artigos que tentam reproduzir as imagens desse período que resultou nessas práticas sexuais, que de certa forma tornaram-se definitivas dentro da vida de algumas pessoas.
O desenvolvimento destas práticas dentro do BDSM gerou o principio consensual, facilitou o aparecimento de grupos, códigos de condutas, enfim, todo um conceito geral criando limites entre os praticantes para tornarem essas práticas seguras e conscientes.

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