terça-feira, 6 de setembro de 2011

A Busca do Conceito


Cinco e meia da tarde e nem acredito que consegui encerrar o batente em véspera de feriado.
Deu até tempo pra bater um papinho com a galera do Hemisfério de cima no Fetlife. Teclando para lá e pra cá não é difícil formar opinião sobre o que os caras pensam a respeito do trabalho apresentado em sites comerciais fetichistas.
O que do lado de cá do globo é “coisa esquisita”, perversão e outros bichos, lá é chamado de arte. Esse é o conceito que os camaradas têm a respeito do que se exibe na Internet.
O grande mercado consumidor norte-americano olha uma mulher amarrada como uma obra de arte. Consideram uma escultura, comentam detalhes como se estivessem diante de uma pintura de um artista famoso. Compram e colecionam, por isso escolhem as melhores com profundo conhecimento de causa.
Embora eu tenha um conceito definido quando comparo esse material à exibição de uma fantasia sexual fetichista, devo concordar que muitas vezes, ao longo dos anos, tive meus momentos de turista em visita a um Museu. Várias vezes curti aquela assim: uma pausa, um café, um cigarro e a imagem preferida na tela a um palmo do meu nariz.
Excita, mas também relaxa. Faz a cabeça girar e o pensamento voar. Prá trás ou lá na frente, pouco importa. Até hoje encontro inspiração em sites de amigos e tento produzir algo semelhante, sem cópia exata, apenas uma idéia e nada mais. Aqui a recíproca é verdadeira, porque já discuti sobre sets, posições e os caras também viajaram nas minhas convicções.
O conceito de imagens fetichistas pode estar ligado diretamente à vontade de reproduzir as cenas em fantasias privadas. Nesse caso, funciona como uma preliminar, um aperitivo de uma noite longa entre dois adultos que tenham interesse de apostar nesse game.
A particularidade do fetiche impede que todos, sem exceção, tenham interesse pela mesma coisa. A lógica não perdoa.
Mas nem tudo que se cria na rede é repetido ao vivo e a cores na vida real.
Algumas fantasias ficam por lá. Quem sabe adormecidas no subconsciente de alguém que as deseja e não consegue a tão sonhada reprodução, ou simplesmente não combinam com as idéias dos espectadores.
Não encontro razões para sentimentos como inveja ou desdém, porque quem está na pista respeita o que sai da cabeça do parceiro. Da minha parte prefiro o aplauso pelo belo trabalho realizado. É a expressão do fetiche e se meus olhos captam a mensagem é porque há uma boa razão pra isso.
O legal nessas conversas é comentar sobre o que está em moda e sobre o que já caiu em desuso. Quer um exemplo? Cordas de seda, daquelas que se usava em adereços de cortinas. Quase não se vê mais, com exceção a alguns remakes dos anos oitenta onde elas eram a cereja do bolo. Hoje a moda é o algodão, a juta ou o cânhamo. Há espaço para nylon e cordas de alpinismo, mas em escala bem abaixo de uma quase unânime preferência.
O resultado desses papos, dessa troca de conceitos acaba na tela do consumidor.
Nesse mundo diferente a tendência é tudo, afinal existe o lado comercial, o sucesso ou a sobrevivência acima do sentimento fetichista.

Ficam de fora dessa história as cenas pornográficas. Nada contra, aliás, ninguém da indústria fetichista discrimina, apenas pertencem a outro segmento, mesmo que muitos considerem também como arte.
São horas de conversas transparentes e interessantes que o tempo passa e nem nos damos conta. Bom é saber que amanhã tem mais...
Agradecimento especial a dois amigos por cederem as fotos que ilustram o texto de hoje: Dom (Paragon Videos) e Andre.

Um ótimo feriado a todos!

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