terça-feira, 14 de agosto de 2012

Pro Resto de Nossas Vidas


86.400 segundos por dia. É nesse compasso que nossa batida toca.
Cada passo representa uma conquista. Pouco importa o valor que possua, mas é uma conquista. Um ato simples que seja, uma ação.
Ninguém está obrigado a entrar para a história, mas deve saber viver a sua própria. Carregar suas lendas, desmistificar o óbvio e fincar raízes. Pois quando alguém fala em BDSM, uma espécie de liga que reúne gente que abraça fantasias quando resolve transar tem-se idéia de um clubinho fechado, onde alguns síndicos criam atas, elaboram proclamas e distribuem selos de conduta.
Mas não é nada disso. BDSM se pratica até em casa, sem a menor necessidade de aderir a algum grupo, algum conselho. A adesão permite interação e isso ajuda no crescimento e estudo das práticas, mas a leitura e conhecimento também são essenciais e qualquer um tem livre acesso.
Basta apenas ter o desejo de levar algo novo pra própria existência, escrever uma nova historia e vive-la intensamente, como se fosse o primeiro dia do resto de nossas vidas.
Porque quem se encontra nesse mundo, nesse desejo, deve preservar o que tem em mãos. Não é tão simples admitir as nossas próprias loucuras senão pra nós mesmos, e quando há recepção os dias ficam azuis. É fato, o fetichista é gênio pra quem por ele se interessa e louco pra quem lhe renega. E não precisa ser um dinossauro, ter 300 anos de BDSM pra perceber isso.
Daí alguém aparece e me fala de ética, conduta e outros mais. Claro que tem relevância, principalmente quando o fetichista se envolve com o meio, seja de forma virtual ou real. No entanto, alguns conceitos não se modificam quando da entrada das pessoas num meio social, porque tudo, até a educação se traz de fora. Somos espelho dos nossos próprios atos e pensamentos, e isso se refletirá dentro do BDSM ou em qualquer outro meio participativo.
Então, todo esse papo xarope de movimento daqui e de lá, de gente querendo implantar ordens disso e daquilo é conversa pra boi dormir. Algumas pessoas têm o hábito de tentar formar uma opinião e que essa opinião alcance eco nas mentes alheias.
BDSM é sexo, é prazer, é fantasia, e não há quem coloque na cabeça de alguém a forma correta de sentir tesão.
E por se tratar de um nicho social aonde as pessoas têm o hábito de se encontrar, ainda que de forma totalmente virtual a principio, as conversas ecoam e tomam proporções avassaladoras. O que é totalmente desnecessário. Perder tempo com bobagens é esquecer que a vida é curta, os desejos estão na pele e viver as melhores coisas da vida ainda é a grande sacada.
Posso postar aqui, na ordem, diversos cadernos de conduta no BDSM. Servirá como base, como fonte de consulta ou até como aprendizado para os que chegam, mas cada qual deverá ser sempre patrulheiro de seus próprios atos ao se aproximar de alguém e buscar o que procura.
Por isso, quando escrevi no começo do artigo que cada um tem que escrever sua história no BDSM me referia justamente a quem não abre mão de estar plenamente identificado com o fetiche que carrega. Arrependimentos e culpas são dolorosos e às vezes causam feridas em quem tem profunda identificação com tudo isso.

O que não proíbe ninguém de pensar e agir por impulso, de forma diferente do que a liturgia prega, afinal, como eu disse, não há donos ou síndicos nesse meio capaz de regular o que se passa dentro das mentes das pessoas que resolvem viver suas fantasias.
Em resumo, a ética está dentro de nós. Está em cada proposta e negociação, ou até, antes e depois de cada envolvimento dentro do meio.
Todo debate é válido, mesmo que não seja conclusivo. Isso mostra a divergência de opiniões e pensamentos, que se alinham ou tornam-se 

desconexos na medida em que não contribuem para o crescimento dentro do BDSM.

11 comentários:

Anônimo disse...

Amor,excelente texto,adorei.
Lambidas....
Sua....

Love and Sex afternoons disse...

Gostamos do texto :)
Passa no nosso blog e comenta os nossos!
http://loveandsexafternoons.blogspot.pt/

ariska disse...

Não vou me estender..
"Basta apenas ter o desejo de levar algo novo pra própria existência, escrever uma nova historia e vive-la intensamente, como se fosse o primeiro dia do resto de nossas vidas."

Lindo isso.. :)

Obrigada viu?? Tens palavra.. :)
Bjks..

Anônimo disse...

excelente como o de costume. É sempre bom visitar esse blog para ler seus textos, ACM.

{lena}_PYRIEL disse...


Maravilhoso o texto, que cada um veja e escolha o que é melhor para si e que tenha como principal o SSC.
E parafraseando resumidamente alguém:
"...que saibamos viver bem o nosso dia, pois, pode realmente ser o último..."

Saudações.

ACM disse...

Anonimo (1)

Que bom que adorou o texto...

Fico com as lambidas...rs

Beijos

ACM disse...

ariska

Faz parte do cotidiano, escrever sobre o que pessoas comprometidas com o BDSM, como você, pensam...

Beijos

ACM disse...

Anonimo (2)

Obrigado, fico feliz mesmo!

ACM disse...

{lena}_PYRIEL

Regrinha básica, mas eficaz...rs

Vamos viver sim, por que não?

Beijos e obrigado por vir

luna disse...

Precioso...
Un abrazo y feliz finde..

ACM disse...

Gracias Luna, igual a ti

Besos