Hoje o blog conta a postagem de numero mil em pouco mais de quarto
anos.
E embora muito se fale aqui em entrega, submissão e
outros (dentro de um conceito de fantasia, lógico), foi muito legal chegar até
aqui.
E como não poderia deixar de ser resolvi abordar um
assunto que responde por grande parte das postagens em todo esse tempo: bondage.
Não vou ser repetitivo e muito menos presunçoso ao evocar
o fetiche que me toca, mas grande parte das analises e correspondências que
chegam abordam esse tema. Claro que muito da minha própria tendência se reflete
nas paginas do blog, entretanto, vale tirar duvidas, porque fetiche sem dúvida não
tem graça. Fica vazio como papel planando ao vento.
Porque ainda que algumas imagens associadas ao fetiche
sejam o carro forte da expressão de bondage perante seus adeptos e
simpatizantes, a mulher amarrada em perfeita simetria de nós e cordas não é
apenas o conceito principal do fetiche.
O nível de prazer de um bondagista não pode estar restrito a esse conceito. O trabalho de artesão que o bondagista desenvolve e exibe não enquadra todo o significado do fetiche.
O nível de prazer de um bondagista não pode estar restrito a esse conceito. O trabalho de artesão que o bondagista desenvolve e exibe não enquadra todo o significado do fetiche.
Toda técnica desenvolvida no alinhamento dos nós precede
de tesão.
E esse tesão ou desejo é fruto de uma sintonia que ele
adquire quando dá os primeiros passos na direção do que lhe atrai. A mocinha
amarrada na cadeira num filme de velho oeste, por exemplo, pode não apresentar
um exuberante trabalho de cordas, mas cria o elo entre o gostar e praticar, que
leva este fetichista a buscar conhecimento suficiente pra criar sua própria identidade
no fetiche.
E essa semente brota em diferentes ramos que irão representar
sua vocação fetichista.
E qual a ligação entre bondage e sadismo para estarem
presentes na mesma sigla? O desenvolvimento da prática após a restrição de
movimentos pode ser uma resposta, embora muitos considerem uma prática sádica o
ato de restringir a parceira ou o parceiro de seus movimentos. Ainda que se
defenda aqui um conceito de love bondage como regra pra trocar castigos por
sexo quando do aprisionamento, é fato que tolher a pessoa de sua capacidade de reação
e ainda obter prazer por tal circunstancia é um ato perverso.
Ora, fantasias sexuais são explicáveis na medida em que
existem vários adeptos do mesmo conceito. E bondage talvez esteja inserido num
contexto altamente permissivo o que em outras fantasias não aparece tão intrínseco
assim.
Por exemplo, bondage aceita a troca com naturalidade. O
chamado role-play tão em voga dita isso. A troca de comando em outras práticas
sugere uma mudança radical enquanto em bondage isso é tão normal quanto trocar
a roupa de cama. As cordas mudam de mão, o conceito acompanha com tranqüilidade
e o prazer muitas vezes se multiplica.
A teoria da servidão e submissão se desmistifica no
role-play de forma imperceptível sem manchas ou arrependimentos que levem os
fetichistas a tramarem contra seus próprios egos.
Por isso, bondage é muito abrangente. O fetiche pode
estar presente na vida de casais que por uma vez ou duas flertaram com essa
teoria. O sujeito compra um par de algemas das mais vagabundas em sex-shops e leva o fetiche pra casa sem perceber que se
trata de uma fantasia lotada de conceitos, mas que no fundo, esse apanhado de
regrinhas pouco se mostra eficaz diante do desejo.
Claro que o manuseio das cordas não se aprende da noite
para o dia e é preciso praticar, errar, acertar e aprender para se tornar um
mestre na arte de nós. Entretanto, esteticamente pode agradar a praticantes que
enxergam na beleza de uma imobilização planejada a fonte do desejo.
Por outro lado, o ato simples de restringir movimentos e
tomar as rédeas quando o assunto é sexo também promove o mesmo efeito,
principalmente se quem está envolvido na fantasias buscar apenas a obtenção do
prazer.
Que venham mais mil artigos...
5 comentários:
Parabéns, pelas 1000 postagens.. :) É um marco.. e sabemos q o cérebro as vezes nos prega peças.. E empaca nossas criações.. :)
Já o texto, mostra com clareza, a leveza do bondage.. a delicia q é, amarrar e ser amarrado, sem culpa e sem saber em que lado está.. sem rótulos.. ou preconceitos.. :) É leve.. e é quase lírico isso..
Muito bom, Sr.. é uma delícia, ler suas postagens.. e que venham, mais UM MILHÃO.. srsrsrs
Beijokas..
ariska, grato mesmo, de coração...
Mas pelo visto a moça quem me ver sem a ponta dos dedos ao escrever um milhão de vezes....rs
Sua faceta sádica é cruel...rs
Beijos
Parabéns!
Estou passando pra dar uma lida entre um trabalho e outro!
bjks
Eu amei o texto, eu amovc! Sr.Perfeito! Te quero na minha vida.
Sr.. Não mesmo.. mãos a quem precisam delas.. rsrsrsr
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