quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O Que a Mente Produz


Quando alguém fala em fetichismo imediatamente uma palavra deve ser associada: imaginação. Parece metafísica a coisa. O pensamento produz causas e efeitos que mais tarde, uma vez materializado, será o resultado perfeito. E quem sabe correto?
O fetichismo admite tudo, ou quase tudo, enquanto fica trancado na mente. Engana-se quem pensa que a perversão está apenas nos gestos. Ela tramita, sofre mudanças e rumos até se tornar realidade.
É comum ver fetichistas elaborando suas cenas através de fotografias em redes sociais, principalmente aquelas destinadas ao assunto. O gueto se forma, as pessoas alinham-se por afinidades e compromissos, e cada um descreve seus sonhos por frases ou imagens.
Evidente que vencer barreiras, preconceitos e timidez não é tarefa simples e muitos acabam por se tornarem prisioneiros de suas próprias idéias. É o barco que não zarpa e o carro que custa a pegar. Porque o fato de ser um fetichista assumido não elimina entraves constituídos ao longo da vida.
O fetichista precisa entender seu fetiche como uma necessidade. Por mais anormal que possa parecer aos olhos do mundo, não é desastre alguém admitir que uma fantasia é capaz de transformar a inércia em atitude. Por isso, é tão complicado entabular uma relação que parte do fetichismo com alguém que simplesmente ignora a existência desse elo. Para as pessoas em que o fetichismo não faz o menor efeito, o fato de admitir uma relação com alguém com essa característica é encarado apenas como uma mania simples, que pode ou não se tornar lugar comum.
Obviamente, a mente dessas pessoas que simpatizam com o fetichismo não será capaz de criar a mesma ligação entre a imaginação e a necessidade, como é comum em quem tem o fetiche como uma marca de nascença.
O que faz a roda girar, e por sua vez, é passível de acomodar pessoas com o mesmo interesse é justamente essa harmonia de pensamento. Cada vez mais pessoas se descobrem abraçando causas que irão representar seu próprio bem estar. E se às vezes falta união sobram idéias.
E o fetichismo é claro, límpido e cada dia mais universal. Não existe um idioma comum, um Esperanto que possa servir de base para diálogos e debates, entretanto, as imagens resumem interesses. Certamente, se uma imagem aparece num portal na China e te salta os olhos, o idioma fica em segundo plano, prevalecendo sempre à interação entre o criador da cena e o atento espectador.
Porque a mente fetichista produz o que olhos anseiam por ver. A internet ajudou a globalizar o que era restrito a currais escondidos e cercados por preconceito. E aproveitando esse evento, desde que exista respeito por tudo que o fetichismo coloca a disposição na rede a convivência sempre será pacifica.
Certa vez alguém me perguntou de onde tiro idéias pra ajudar a construir um portal de apelo comercial onde as cenas não podem ser repetitivas. No meu entendimento rola uma mescla do que eu absorvo como fetiche e daquilo que outros apresentam em suas páginas e causam a melhor impressão quando atento observo.

Resumindo, tudo que o fetichista precisa pra conviver com seus desejos e sonhos está na forma simples de lidar com os próprios segredos. De nada adianta criar um perfil, freqüentar festas e eventos e manter-se apenas como um observador das virtudes alheias. É necessário tentar, viver o que a mente é capaz de gerir como a fantasia perfeita.
Eu nunca tratei meu fetiche como uma pecha, pelo contrário. Muitas vezes é complicado admitir como seriam meus dias sem essa roda que me deu e dá tanta satisfação. E dessa forma todos, sem exceção, deveriam pensar, e, simplesmente, deixar que as fantasias passem 

do imaginário à realidade com naturalidade, apostando sempre na próxima cena.

14 comentários:

Love and Sex afternoons disse...

Gostamos do teu blog, vamos seguir, passa também no nosso e deixa a tua opinião :)
http://loveandsexafternoons.blogspot.pt/

Chris disse...

Acho que muitas vezes...o fetichista cria uma barreira para aquele que não tem a necessidade , mas, sim a vontade..
Um dia achei que o mundo fetichista era o mais completo.., o saborosamente instigante......experiencia vividas, mostram que o mundo baunilha, ou melhor o mundo do que é baunilha , mas tem vontade do fetichista, é mais completo, pois esse mundo permite o encontro entre os diferentes. Bjos

ACM disse...

Tiago Carolina

Seu blog também é muito interessante, vou postar um link

Sds

ACM disse...

Chirs,

Fetichistas não criam barreiras, eles são apenas fetichistas.
Quem desse mundo se acerca, deve antes de chegar e participar, entender a relação entre o fetichista e o fetiche.

É simples demais dizer que o mundo considerado baunilha oferece mais possibilidades, é fato, porém, quando não existe necessidade da fantasia para evoluir sexualmente tudo torna-se mais tranquilo.

Deve ser bom demais olhar para o que instiga, tirar um flerte e voltar quando quiser, pior, no caso, é ter a necessidade constante.

Bjos

Anônimo disse...

Vim "te ver",e adorei o que eu vi...

Bjs Subninfalilith...

Anônimo disse...

Adorei! ;))

ACM disse...

Subninfalilith

Bom que gostou, fico feliz.

Beijos

ACM disse...

Love Bondage

É a essência.

Beijos

ariska disse...

Sr.. bela e correta visão.. Pensei em coisa como sonhos, q tenho tido.. E coloco em palavras, aos ouvidos de um DOM, quase que me ajoelhando e pedindo.. Por favor, ajude-me a realiza-los..
Que bom lê-lo.. :))

Luciana disse...

Será que não cabe ao fetichista da relação apresentar seu mundo à quem ele quer que faça parte de seu fetiche ??? Como ele funciona ??? Como ele pode ser trazido para relação ?? Quem sabe o outro está esperando exatamente isso, ser pego pela mão e apresentado ao prazer que seu fetiche pode oferecer, aos 2.
Eu acho que é uma questão de se apresentar e mostrar o que seu fetiche tem para fazer dessa relação a melhor do mundo. Mas somente se esse parceiro ou parceira for aquele que realmente queremos para dividir nossas fantasias.
Adorei o texto !!!

ACM disse...

ariska, que esses textos sejam impulsos pra seus sonhos.

Pessoas como você merecem apenas ser feliz.

Beijos

ACM disse...

Luciana

Sim pode, claro.
Mas estaremos falando de realização apenas, deixando a essência de lado.

Para um fetichista o fetiche é essencial, para quem não é ele funciona como uma fantasia efêmera. Será gratificante, talvez, mas será tão desnecessária como um sonho de uma noite de verão...

Mas vale tentar, óbvio. Porém, as diferenças devem ser levadas em conta por quem está e, principalmente por quem chega

Beijos

Anônimo disse...

Excelente espaço, sou apaixonada pelo Bondage, ainda engatinhando, mas esse texto ficou maravilhoso...

O segredo está na aceitação de si mesmo, buscar o prazer de viver na essência...

Saudações SM!

ACM disse...

Klara * K@

Bom saber de seus conceitos fetichistas...

Seja sempre bem vinda e obrigado

Beijos