quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A Outra


Nunca tive a intenção de transformar esse espaço num blog de reportagens, ainda que fossem fetichistas. Por outro lado, as histórias de experiências fetichistas jamais transbordaram minha cota. Adoro receber esses casos e repassar aqui. Creio que soma.
Essa não vem de uma mariposa apaixonada de Guadalupe e tão pouco de algum caminhoneiro chamado Arlindo Orlando, mas é muito legal e deixa uma pulga atrás da orelha. Quer ler?
O sujeito tinha um fetiche comum. Tão comum que era possível contar numa roda de amigos.
Gostava de assistir, como um bom voyeur, duas mulheres se pegando.
Esse é daqueles fetiches que por mais estranho que possa parecer, ninguém se atreve a argumentar o contrário. É como fetiche por bunda, ainda que seja renegado jamais é enxovalhado. Ces’t La Vie...
Num dia entre Janeiro e Dezembro de um ano qualquer, nosso amigo fetichista resolveu que era hora de correr atrás de sua fantasia, e não mediu esforços para conseguir o que queria.
Começou uma cruzada sem limites na tentativa de convencer sua namorada de dois anos a participar de suas folias. Gastou baldes de saliva, comprou todos os vídeos com cenas de mulheres transando, e teve seu esforço recompensado quando sua gata aceitou “colaborar”.
Tinha tudo planejado. Instruiu sua mulher a entrar em salas de bate-papo para interagir com outras meninas em busca da tão desejada terceira pessoa.
Conta que depois de muito garimpo, com sua participação direta e efetiva, algumas garotas deixaram o mundo virtual e encontros foram marcados. Um chopinho aqui e outro ali foi o suficiente para descobrir entre três ou quatro candidatas a parceira perfeita.
“ACM, ela era um sonho. Tão bonita quanto a minha namorada e apesar de deixar claro sua escolha sexual tinha muita feminilidade aflorada”.
Das mancadas nas primeiras transas a um desenrolar perfeito nas subseqüentes, o trio esbanjava energia em cada novo encontro, que se sucediam com mais força criando uma dependência esquisita a qual o cara não estava acostumado, e pior, nada daquilo havia sido planejado.
As transas comportadas de antes desapareceram e só rolava tesão se a “amiga” estivesse no meio da conversa.
“Minha participação foi diminuindo a passei a ser literalmente um mero espectador”.
Antes que a porta do quarto fosse fechada na sua cara, o cidadão foi chamado na chincha pela namorada que lhe deu três sapatos: um em cada pé e um na bunda. Dois anos e meio de namoro foram pro espaço e o sujeito entrou numa paranóica dor de cotovelo.
Tentou demover sua ex-mulher de todas as formas e nada. A outra tomara seu lugar.
“Em pensar que fui eu quem criou todo esse cenário de terror dá vontade de me jogar da ponte Rio - Niterói. Jamais imaginei que uma mulher que sempre apregoou aversão a ter sexo com outra mulher fizesse essa opção. Meus dias ficaram nublados por mais de quatro meses e só agora começo a entender e saber onde eu errei”.
Moral da história: sinceramente, não há.
Pode ser que alguém tenha uma posição definida quanto a este episódio, mas eu fico com a idéia de que ela achou um elo perdido, alguma coisa adormecida por dentro que despertou ao primeiro chamado, ou então, partindo pra briga, o cidadão não estava “com a bola que achava que tinha”.
Alguém chegou comendo pelas beiradas e levou tudo.

Realmente a sensação de perda é horrível. Não importa se existe fetiche ou não.
Não me venham com teorias machistas de que perder para outra mulher é ainda pior. Acho que ficar chupando o dedo é ruim em qualquer situação.
Melhor deixar que cada leitor ou leitora tenha a sua opinião.
No lugar dele eu aceitaria, ainda que fosse doloroso ou levasse um tempão. Só não abriria mão do fetiche, mas teria todo o cuidado do mundo da próxima vez.

Um comentário:

_lua_ disse...

Nossa.. imaginando aqui a cara do rapaz.. *rss*

Saudações.

lua.

=]