quarta-feira, 13 de outubro de 2010

La Belle de Jour (1967)


Da série vale à pena ler de novo.

Postada em Dezembro de 2008, essa matéria merece um repeteco.
O cineasta Luis Burnel construiu um filme baseado num enredo muitas vezes utilizado que fala da infelicidade de uma mulher rica, com um casamento monótono e, por isso, parte em busca de aventuras prazerosas dentro de um bordel.
Num cenário tipicamente francês dos anos sessenta, Burnel conta no elenco com a beleza estonteante de Catherine Deneuve e um ótimo time de coadjuvantes, passeia por várias situações de envolvimento dentro da relação cliente-prostituta onde ficam evidentes práticas de submissão e dominação no discreto local de encontros.
Até o aparecimento de um delinqüente que transtorna sua vida, Séverine interpretada por Deneuve consegue desenvolver sua dupla personalidade adquirida dentro de suas aventuras, descobre o prazer que o marido é incapaz de lhe dar e deixa-se levar por um caminho sem volta.
O filme foi aclamado por público e critica da época e até hoje é visto como um clássico do cinema francês e mundial, e no quesito fetichista reproduziu com firmeza e riqueza de detalhes alguns aspectos que conotam as estreitas relações produzidas em locais secretos, quando o fetiche era visto com pouca cordialidade apesar de praticado numa sociedade culturalmente evoluída como a Européia.
Com destaque para as cenas em que Séverine se nega a participar como dominadora de um dos clientes do bordel no início de suas aparições como prostituta, enquanto observa por um tipo de olho mágico de segurança uma “colega” de trabalho subjugando um cliente submisso e, para a parte em que é amarrada e conduzida a uma relação sexual,
na verdade o filme mostra cada personagem dentro da mesma ótica, numa linguagem comum e não procura em momento algum vivenciar seus dramas pessoais, até mesmo da protagonista que resolve trabalhar pela primeira vez na vida mesmo sendo de duas às cinco da tarde.

Os clientes do bordel e seus fetiches são retratados sem censura, com o respeito devido e ensaia a identificação de Deneuve com fatos os quais nunca havia tido o menor contato e conhecimento.
Vale à pena aproveitar esse lançamento em versão digital remasterizada que pode ser encontrado com facilidade em várias locadoras ou para a venda.
Posto uma seqüência de submissão já mencionada aqui na matéria para dar destaque a esse filme tido como o mais conhecido da obra de Luis Burnel, ganhador do Leão de Ouro do Festival de Veneza.

La Belle de Jour Submission Scenes



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