Por Nauticus Master
Aconteceu na Década de 80.
Era apenas um menino que brincava com carrinhos e sonhava em ter um videogame. Enquanto os brinquedos mais requintados não vinham, passava meu tempo – quando não estava ocupado com os estudos ou jogando bola (vida de criança é um stress só...) – assistindo desenhos animados.
E que felicidade quando passava “Os Apuros de Penélope (The Perils of Penélope Pit Stop - 1969)”! Não sabia o porquê, mas como gostava daquele desenho...
Algo dentro de mim me fazia torcer para o vilão. Quando ele finalmente pegava a mocinha, ela era amarrada e muitas vezes amordaçada – apesar de ser um simples lencinho por sobre a boca, mas para os padrões compatíveis com minha idade já era puro êxtase.
Outras heroínas também já passaram por situações de apuros nos desenhos animados. Lembro-me muito bem da bela Daphine, da turma do Scooby Doo. Ah... quando o falso fantasma capturava a ruivinha... E aquela bela jornalista do desenho das Tartarugas Ninjas, a April O´Neil, com aquele macacão amarelo, toda amarradinha.
Com essas e outras, comecei a perceber que isso me excitava. Notei que era uma criança “diferente”. Às vezes até me sentia culpado por gostar de ver a mocinha em perigo e por torcer tanto para o vilão.
Só depois de adulto descobri que outras pessoas também sentiam as mesmas emoções, desde bem pequenos, ao vislumbrarem esse tipo de cena. Será que o gosto pelo bondage está em nosso DNA? Imagino que sim. Caso contrário, como uma criança, na plenitude de sua inocência, se sentiria atraída por algo que ainda nem havia ouvido falar?
A questão está lançada. Aguardo os comentários.
Para colocar mais pimenta na narrativa do Nauticus, posto aqui um vídeo com a abertura do desenho animado da inocente Penélope em apuros nas garras impiedosas do vilão Tião Gavião (Silvestre Soluço) e dos irmãos Bacalhau...
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