
Somos imperfeitos.
Esta constatação, embora possa parecer leviana, mostra que como seres humanos alternamos entre defeitos e virtudes o tempo todo. São as dualidades da vida.
Fetichistas, pessoas com prazeres e desejos diferentes, vivem alguns dilemas em certos casos. Começando pelo próprio conceito de ser fetichista. Basta ter tendência a gostar de determinadas situações (fantasias) na hora do sexo. Seria simples se alguns fetichistas não nutrissem desejos por duas fantasias ao mesmo tempo. Os chamados “switchers”, que costumam caminhar por uma estrada de duas vias, vivem incertezas quando começam a explorar essa gama de sentimentos.
Não significa dizer que ser switcher não é bom. Milhares de pessoas conseguem tirar proveito dessa pluralidade alcançando objetivos no sexo que muitos não logram enxergar. Uma pessoa com tendências sádicas apenas, jamais se sentiria realizado sexualmente no papel de masoquista, e assim sucessivamente. O problema fica evidente nos primeiros passos, quando alguns chegam a viver crises de identidade até desenvolver essas emoções e atingir a plenitude com o avanço das práticas.
Conheci muita dominadora que em sua trajetória transitou sob o domínio de alguém.
É possível? Claro, muitos fetichistas viveram esse cenário. O que não caracteriza o fetichista como switcher, porque pode existir uma experiência de um lado que com o passar do tempo perde em expectativa e cai em desuso, fazendo com que esta pessoa inicie uma trajetória por um caminho inverso.
Compliquei?
Ainda não, porque esse conceito serve pra distinguir um switcher de um fetichista que mudou de rumo.
Para ser considerado um switcher é preciso que o fetichista tenha ao mesmo tempo, e todo o tempo, prazer por duas coisas diferentes. Um switcher não é alguém que começou dominando, sentindo prazer no papel de top da relação e depois se arrisca do lado contrário de onde nunca mais retorna.
Só que até alcançar essa plenitude e ter sabedoria para lidar com o médico e o monstro dentro dele, este mesmo fetichista vive dilemas intensos, uma verdadeira crise de identidade até se encontrar no universo ao qual pertence.
Exemplos? Gosto de amarrar, mas também adoro ser amarrado por ela. Gosto de pingar velas, mas não renego o desejo de ser vitima dos pingos. E por aí vai...
Nada anormal se considerarmos que temos direito às nossas escolhas, e que experimentar não faz mal algum. O problema está em atingir este discernimento. E pra quem está iniciando vale buscar conhecimento, saber sobre experiências de alguns e, se possível, perguntar. Ninguém nasce sabendo de tudo, portanto não há vergonha nenhuma em tirar dúvidas com pessoas que possam contribuir para o aprimoramento de quem chega.

A grande sacada do “mondo fetiche” é o senso total de igualdade. Aqui ninguém é melhor que ninguém. Um dominador jamais é superior intelectualmente a uma submissa porque ele a humilha. Neste caso, o prazer dela em ser humilhada durante uma prática fetichista é o que conta. Quando tudo termina os dois dividem os mesmos deveres e virtudes.
Por conta disso é que cada vez mais me curvo ao que me disse ontem uma amiga do fetilife: “ainda prefiro uma relação que misture as emoções fetichistas com o comportamento baunilha”.
Vivendo e aprendendo. Mais uma prova de que sem conhecimento e troca de idéias não chegamos a lugar algum.
Um comentário:
Sou perfeitamente imperfeita, na minha maneira de ser.
Somos todos perfeitos por ser quem sabemos ser. Por saber ser quem desejamos.
Alem do mais: Gente normal é muito chata rss
bjs de mel
ursinha
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