quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Falha Nossa


Fala alto, não olha pra câmera e imagina que tudo isso é real...
Assim começa uma sessão de fotos ou um vídeo do site Bound Brazil. A idéia é repassada antes, quadro a quadro, e por mais que haja um ensaio aqui e outro ali, tudo rola ao vivo sem direito a replay.
Por mais experiente que seja a modelo sempre tem um escorregão e nessas horas só voltando à fita. Uma corda que cai, um lenço que afrouxa na boca e algumas vezes um branco, daqueles do tipo “esqueci tudo” são fatos comuns. Atrapalham a trama é verdade, esfriam a veia de quem está metida na história até o talo e se bobear tem que pegar no tranco quando recomeça. Há quase três anos estas cenas se repetem. Até em filmes de longa duração existem falhas.
Na minha concepção os vídeos fetichistas têm que rolar ao vivo, nada de repor voz sobre voz.
Sem o feeling da imagem o espectador desiste.
Oitenta por cento dos assinantes do site não percebem erros de português. Eles vêm de fora e acham bonito assistir bondage com meninas tagarelando num idioma diferente do que estão acostumados a ouvir. Nos filmes curtos não aparecem legendas, seria desperdício de tempo e elevação de custos. Nos longas, apesar das legendas, a leitura não consegue alcançar se o que é dito realmente corresponde ao que é escrito. Achou confuso? Tem mais...
Os erros ficam arquivados e em alguns casos, como no filme Conspiracy formaram as cenas finais, as conhecidas “falhas nossas”. Dá vontade de um dia editar uns vídeos só com os erros de gravação. A coisa é hilária e diverte qualquer um que assiste. Em “off” é claro...
Mas os editores do site por mais conhecimento e habilidade que possuam não são mágicos, e por isso, algumas “pérolas” terminam por aparecer no produto final e me causam arrepios. Ora o Evandro Ynno ou a Lucia Sanny me dizem: “chefe, essa não dá pra tirar!”
Daí surge coisas indecifráveis como “unsufluir”. Alguém poderia traduzir o que significa esta palavra? Bom, se a grafia está correta eu não posso afirmar, afinal, ainda que percorra o Aurélio de ponta a ponta não vai ser fácil encontrar tal definição. Claro que com a palavra solta à frase fica sem sentido, mas olhando a obra por um todo chego à triste conclusão que a musa quis dizer usufruir.
O pior é saber que essa foi daquelas impossíveis de serem cortadas...
Como estas existem outras, mas além do vernáculo indecifrável acidentes fetichistas de percurso também chamam a atenção. Refazer uma amarração, por exemplo, é um nó. (Sem trocadilho). Me irrita profundamente por minha própria desatenção e causa desconforto na modelo. Se a corda causar marcas na primeira laçada fica mais complicado ainda. Há que esperar desaparecer os traços da tentativa anterior e refazer em seguida.
Barulhos intrusos, tosses indevidas, carros com propaganda que passam na rua, enfim, uma gama de ruídos atrapalha e por vezes causa a repetição do trabalho. Por mais tecnologia que se empregue os chamados “efeitos sonoros indesejados” algumas vezes vencem pelo cansaço.
Tirando as cenas realizadas em estúdio fechado e com proteção sonora externa, bondage se produz em locais comuns, como a sala de casa, o quarto de dormir e até no banheiro. Imagens externas servem pra tirar o sono brother...

Portanto, os exemplos são fartos, mas um em particular é capaz de tirar do sério qualquer pessoa que se atreva a produzir uma bela cena fetichista de bondage: a falha técnica.
Imaginem rodar uma cena inteira, dez minutos de vídeo e achar que ficou bom pra cacete. Ao terminar o trabalho, com a modelo desamarrada e feliz por ter realizado com perfeição aquilo que lhe foi determinado, descobrir que por uma falha no cartão de memória da câmera nada foi registrado...
Nessas horas eu não queria ser um sádico com uma masoquista por perto...
Só resta dizer: vamos começar tudo outra vez!

Um comentário:

aldrey disse...

oie to passando pra dizer que tem presente no meu blog pra vc