
Se existe uma característica para identificar um fetichista com certeza é a imaginação fértil.
E vou além.
Diversas vezes percebi que a chegada de uma nova personagem a esse planeta além de causar frisson, leva os habitantes desse universo a deduzir ou palpitar sobre o papel que vai ela representar.
“Tem cara de dominadora”. Alguém com segundas intenções lança o titulo do novo rótulo. Outros, sedentos por submissas apostam que detrás daquele olhar curioso mora uma escrava em potencial pronta pra realizar os desejos do mais exigente dos dominadores.
E se for switcher?
Eu não arrisco. Já conheci mulheres com o rosto angelical e olhar submisso, tão sádicas quanto o Marquês. E vice e versa. Porque na verdade, se existe um motivo para que haja essa aproximação ao mundo do fetiche com certeza há um desejo escondido que ainda não foi revelado e sequer absorvido.
Quem nunca escutou falar de pessoas que chegaram com intensos impulsos dominantes e aos poucos descobriram a submissão? Nada pode ser generalizado e muito menos pré-rotulado.
Pior do que a dedução é a cara de pau de alguns fetichistas experientes em tentar seduzir esses recém chegados a praticar aquilo que eles imaginam.
Alguns podem dizer que faltaria firmeza de propósito na pessoa que chega em aceitar esse tipo de “imposição”, mas ao contrário do que muitos podem imaginar muitas vezes o contato com o abstrato se reflete no mundo real, e esses novos fetichistas acabam aceitando essas idéias com o objetivo de achar seu próprio espaço num ambiente que ainda não conhecem a fundo.
Se me perguntarem se esse fenômeno ocorre com muita freqüência posso afirmar que num passado recente foi mais evidente. Hoje, com a farta leitura disponível na internet, em revistas, fica mais fácil para essas pessoas encontrarem aquilo que realmente desejam.
Porém, nada impede que por vontade própria esses novos inquilinos do castelo fetichista mudem de roupa e arrisquem passos diferentes daqueles que a principio buscavam.
Outro dia alguém reclamou comigo: “virou moda escutar submissa falando em ter experiências dominantes, ou querendo ser switcher”. Vale uma explicação. Pra quem não sabe, switcher é o fetichista que gosta das duas coisas.
Cara, ninguém convence uma submissa ou um submisso a tentar a sorte onde eles não encontram interesse, por isso, a quem me indagou sobre o assunto, acho que não é uma questão de moda, mas sim uma fase.
As fases são distintas. Existem épocas que surgem mais dominadores e dominadoras, em outras a submissão atrai mais simpatizantes. Isso é fato.
O que diríamos nós bondagistas? Sim, porque existem bondagistas que gostam apenas de fantasias de rapto, de amarrações, sem a necessidade de acontecer algo tipo “senhor e senhora”. E os podólatras? Há submissos, doms ou simplesmente adoradores de pés.

Pra quem chega fica um conselho: identificação, leitura e conhecimento.
Três palavras chaves que são a senha da porta que abre esse universo tão fascinante e misterioso para quem pisa pela primeira vez.
Lembre-se sempre que a escolha é sua. Conselhos são bem vindos, desde que não tenham o intuito de mudar seu estilo, seu sonho e, principalmente a sua fantasia.
Bem vindos!
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