
A primeira vez que assisti a esse filme ainda era adolescente lá pelos anos setenta, e bateu direto na minha janela todos aqueles desejos carregados pela infância inteira, sem saber muito bem do que se tratava.
Quando vi a linda Samantha Eggar no papel de Miranda Grey ser seqüestrada e amarrada dentro de um furgão, me saltou nas veias que aquilo era a paixão que me queimava por dentro e que não sabia explicar sequer a mim mesmo.
Claro que ninguém pode aqui achar que seqüestrar uma mulher e ter com ela seja lá que tipo de relacionamento for, possa ser desejo de alguém que tenha sã consciência. Falo do aspecto fetiche, de ver uma mulher amarrada e querer loucamente, pelo menos naquele momento, estar no lugar do ator Terence Stamp.
Quem assiste a um filme sem se transportar pra dentro da história não consegue assimilar a mensagem deixada pelo autor da obra.
O Colecionador tenta passar a idéia de um funcionário público que tem sérios problemas de relacionamento com os colegas de repartição, que ao ganhar um prêmio de loteria resolve por em prática todo o seu desejo por uma mulher que ele admira a distancia e, que sua timidez impede que ele se aproxime para qualquer tipo de relação que possa haver.
Ao ter a sua disposição o dinheiro necessário para fazer o que bem entenda, ele resolve raptar sua amada e fonte de todos os seus desejos para tentar uma aproximação e fazê-la ter por ele todo o sentimento que lhe corresponda.
O nome dado ao filme é resultado de um link que o autor faz entre o protagonista ser um colecionador de borboletas e o fato do seqüestro de Miranda ser mais um objeto de sua obsessiva coleção. Mas as cenas que levam uma pessoa com fetiche por bondage delirar, são as que a mulher aprisionada mostra ao espectador estar em poder de seu algoz, negociando com ele até mesmo a mudança de posição dos braços amarrados e a utilização ou não da mordaça. Ressalte-se que nessa época o acesso a filmes de bondage era inexistente fazendo com que essa obra fosse o único laço entre o fetiche e o praticante.
Ninguém pode deixar de admitir que essa produção seja épica, porque ganhou diversos prêmios quando de seu lançamento pela força do roteiro e capacidade de direção e elenco..
A atuação de Samantha Eggar enche os olhos do admirador de bondage e, principalmente, quem curte “damsels in distress” (Garotas em perigo). O grande momento, em minha opinião, é quando ela está na banheira e um vizinho vem à porta. Samantha é amarrada por Terence debatendo-se todo o tempo, tentando com os pés acionar a torneira fazendo com que a água transborde para chamar a atenção.
Claro que o final é totalmente infeliz e uma história como essa, trazida para o lado real da vida jamais acabaria bem. Miranda Grey morre por ter sido deixada amarrada sozinha enquanto seu raptor buscava auxilio médico para curar-se de uma pancada desferida por ela na tentativa de fuga.
Esse fato induz o autor a deixar a mensagem na última cena que a coleção de Franklin (Terence Stamp) não pararia por ali, quando o mesmo sai em busca de uma próxima vitima de sua coleção. Porém, ficam as cenas de bondage gravadas na memória, fazendo com que esse filme seja marcante para quem viveu essa época e que tinha muita limitação para conseguir algo que mostrasse o fetiche da forma desejada.
Pra colecionador nenhum botar defeito, segue o link do filme inteiro com legendas em Português.
Filme: http://www.megaupload.com/?d=HNFX9OUT
Legenda: http://www.megaupload.com/?d=XJ4TZPVW
Este artigo é um re-link do original, publicado em Agosto de 2008.
Um comentário:
Thriller muito bom, lembro de tê-lo assistido na antiga TV Tupi num programa chamado Sessão dos Executivos que começava lá pela meia noite, se não me engano , apresentado pela modelo e atriz Marina Montini.
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