
O blecaute ou apagão que deixou várias cidades sem energia na noite de ontem e que só terminou na madrugada de hoje, sugere uma reflexão, ou uma confissão.
Where Were You When the Lights Went Out?
Titulo de um filme famoso do ano de 1968, em referencia ao blecaute que assolou o Nordeste dos Estados Unidos nos anos sessenta, deixando vinte e cinco milhões de pessoas sem energia por mais de doze horas.
Do fato surgiu a comédia, que retrata o cotidiano, porque quando as luzes se apagam sempre existe uma surpresa. Agradáveis e desagradáveis, mas que não deixam de ser surpresa.
Lendas e mistérios sempre cercam esses fatos e o resultado desse episódio lotou as maternidades nove meses depois. Coincidência?
Dirigia o carro no Aterro do Flamengo onde só brilhavam as luzes dos faróis, no meio da chuva fina quando milhares de pensamentos rondaram meu subconsciente. Havia terminado a matéria de ontem fazia pouco tempo, com uma história recente e verídica, e na hora bateu o sino fetichista que mora comigo.

Daí a ter uma crise de paudurescência é um pulo...
Então você chega em casa, se dá conta que a namorada está a quilômetros de distancia e nesse instante se transforma num voyeur imaginando o que se passa nas janelas em meio a escuridão total.
O bichinho volta a incomodar e seus olhos brilham – ainda em crise que parece infinita – supondo se existe alguém em algum lugar que pensa a mesma coisa. Em estado de tortura masoquista absoluta, descobre que já viveu dois fetiches que jamais passou por sua cabeça experimentar, e virão outros se a mente continuar vagando tentando encontrar o significado de tanto tesão.
São os ares da noite profunda, no silencio que assusta, mas convida.
A oportunidade de tentar alguma coisa diferente da rotina, algo que saia das entranhas mesmo que pareça esquisito. Numa noite de breu total sem saber ao certo no que vai dar, sozinho, o pensamento ganha asas e passa a ser o próprio fetiche.
É muito fácil fazer coisas pragmáticas, programadas, porém

Não sei quantas fantasias passaram por meu pensamento ontem à noite. Deixei a água que vinha do chuveiro cair sobre a cabeça iluminado pela luz gerada da tela do laptop aberto na sala.
Eu quis o escuro, desejei tanto que somente uma coisa foi pior que o calor intenso: a solidão.
Mas me contento em saber o quanto é legal sentir que é possível pensar em certas coisas fora do padrão, do que muitos teimam em chamar de sexo. Minhas fronteiras estão até onde minha imaginação me levar.
E você, onde estava quando as luzes se apagaram?
Um comentário:
Pensando bem, todo mundo arrisca uma idéia quando esses fatos ocorrem.
O difícil é concretizar.
Imagine que eu moro num andar alto e se tivesse que fazer alguma coisa durante o apagão tinha que ser com o vizinho, que convenhamos nem de longe faz minha cabeça.
Mas bem pensado e acho que só o fato de ter pensamentos desse tipo já é uma interminável fonte de "energia".
Taí, gostei!
Beijocas
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